Muita gente anda perguntando a razão de termos publicado tantas listas com melhores vinhos de 2017. E ainda não acabou, esta será a última coleção de resultados.

Um misto de tradição e utilidade, aliada a uma eterna falta de novos temas para pautar revistas ou sites, fazem com que editores e autores comecem a rechear suas páginas com estas intermináveis listas. Vinho é um dos assuntos, apenas. Há listas sobre outras bebidas alcoólicas, restaurantes, presentes de natal, automóveis, locais para passear ou praticar esportes…

O principal objetivo é informar, mas em algumas situações, como a que está acontecendo para alguns leitores, atrapalham mais do que ajudam.

Cada lista que foi apresentada, nesta coluna, tem um formato diferente. A da Wine Spectator é baseada nos vinhos que sua equipe provou durante o ano. A da Wine Enthusiast segue o mesmo modelo, mas tem a preocupação de escolher vinhos mais acessíveis e que possam ser encontrados facilmente no mercado. A lista do crítico James Suckling é mais centrada no que poderá estar disponível nos mercados dos países asiáticos.

O concurso brasileiro e o da revista inglesa Decanter, analisam amostras enviadas por diversos produtores. São provas abertas e qualquer vinhateiro pode submeter seus vinhos. É comum, em degustações que seguem este modelo, que alguns dos vinhos premiados nunca cheguem na prateleira de uma loja. São produtos que foram elaborados em pequena escala, apenas para cumprir um rito qualquer e ser aceito na prova.

Isto não invalida nenhum destes resultados, mas chama a atenção para o real uso destas listas: o que importa não é o resultado absoluto. Muita coisa boa pode ser obtida com uma análise simples e visual. Procurem pelas regiões produtoras mais premiadas, estilos de vinhos que foram consagrados neste ano, lembrando sempre que, no próximo ano, tudo vai ser diferente. Muito importante é observar as safras que foram degustadas, este é o ‘caminho das pedras’.

Escolham uma lista, a que mais chamou a sua atenção, e procurem por resultados de anos anteriores. Passe a usá-las como um guia de compras, são bastante confiáveis. Observem, também, estas poucas recomendações:

– Não tentem comprar os vinhos que estão no topo de qualquer lista. São difíceis de obter e o preço fica fora de mercado;

– Muitos produtores têm outros vinhos, comumente conhecidos como ‘segundo vinho’. São boas compras além de serem mais acessíveis.

Deixamos por último algumas listas mais curiosas. A primeira delas é a compilada pelo aplicativo Vivino, verdadeira rede social dos enófilos. Muito bem organizada, reflete exatamente o que o mercado consome e gosta. Nada de críticos ou degustadores profissionais, embora nada os impeça de participarem desta rede. Eis alguns dos melhores:

– Château d’Yquem Sauternes (Lur Saluces) 1976

– Viña Cobos – Volturno 2010 – Cabernet Sauvignon/Malbec

– Château Rayas Châteauneuf-du-Pape Réservé 2005

– Joseph Phelps Backus Vineyard Cabernet Sauvignon 2013

– Domaine de La Romanée-Conti La Tâche 2006

– W. & J. Graham’s Single Harvest Tawny Port 1972

– Gargiulo G Major Seven Study Cabernet Sauvignon 2013

– Catena Zapata Estiba Reservada 2004

– Quintarelli Giuseppe Amarone della Valpolicella Classico 2000

– Château Lafite Rothschild Pauillac 2009

– Vega Sicilia Unico Reserva Especial 2002

Impossível criticar uma lista destas. A relação completa, inclusive com classificação por países e por estilos de vinhos, está neste link:

https://www.vivino.com/awards?utm_source=facebook&utm_medium=cpc&utm_campaign=WSA&utm_term=BR

A revista Wine & Spirits, em lugar de melhores vinhos, escolhe as 100 melhores vinícolas. Considera o conjunto da obra e não um determinado vinho. Muito justo em nossa opinião. A lista é apresentada em ordem alfabética. Pinçamos alguns destaques:

Achaval Ferrer, da Argentina;

Concha y Toro, do Chile;

Anselmo Mendes, de Portugal;

A lista completa está aqui:

http://www.wineandspiritsmagazine.com/top100/wineries

Para quem tiver curiosidade, dois sites publicaram uma relação de melhores e piores vinhos em caixa (box wine), categoria muito popular entre os que consomem vinho diariamente. Ambos em inglês, mas fácil de consultar:

https://www.reversewinesnob.com/search/label/box-wine/

http://www.oregonlive.com/wine/index.ssf/2017/11/45_boxed_wines_ranked_from_bes.html

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: nosso parceiro Vinho Site está com uma oferta imperdível.

Trio de Premiados no Decanter Awards

– CONDADO DE ORIZA RIBERA DEL DUERO TEMPRANILLO 2015 – Bronze

– CASA ALBALI GRAN SELECCIÓN TEMPRANILLO 2015 – Recomendado

– TORREÓN DE PAREDES RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2014 – Prata

Compre aqui: www.vinhosite.com.br