O prêmio internacional da Casa Valduga

Pela primeira vez, desde que a listagem dos melhores vinhedos do mundo é elaborada, uma vinícola brasileira foi indicada e passou a constar deste rol, na 58ª posição, no ano de 2024.

Nossos meios de comunicação, sempre muito ufanistas, logo exageram na dose, deixando entender que, agora, o Brasil conta com uma das melhores vinícolas do mundo.

Exageros à parte, o prêmio é mais do que merecido. Esta importante vinícola, que existe desde 1875, é um dos pesos pesados da nossa indústria de vinhos, sempre com produtos inovadores e de alta qualidade.

Mas não é disto que que o prêmio faz referência. A escolha da Casa Valduga para entrar neste exclusiva lista é bem mais complexa e abrange, na verdade, mais que degustar um vinho: o que está em votação é uma experiência completa de enoturismo.

A listagem, “The World’s Best Vineyards 2024” (melhores vinhedos do mundo em 2024), é publicada pela “Academia dos Melhores Vinhedos”, uma organização que conta com cerca de 500 membros selecionados entre os mais importantes e significativos críticos de vinho, jornalistas especializados, Sommeliers e agentes de viagens.

Para poderem gerenciar todas estas opiniões e chegar a um consenso, dividiram o mundo em diversas regiões produtoras. Cada uma delas é comandada por um Acadêmico Chefe, que recruta outros 36 especialistas que terão o direito de indicar, para a lista, 7 opções em ordem de preferência.

As regras de votação são bem rígidas:

1 – Com exceção dos Acadêmicos Chefes, os demais membros do painel são anônimos;

2 – Os votos são individuais e secretos. Os participantes não devem abrir suas escolhas para os demais;

3 – Os Acadêmicos devem ter, obrigatoriamente, visitado todas as suas indicações, a partir de 01/01/2019, e precisam confirmar isto antes de darem seus votos;

4 – Devem ser indicadas 7 opções, por ordem de preferência;

5 – Os votos são para a experiência de Enoturismo e não, apenas, pela elaboração de vinhos; (não é o Enólogo quem está em votação)

6 – Somente são consideradas as vinícolas abertas à visitação de todos;

7 – Os Acadêmicos não podem votar em empresas onde trabalham ou que tenham ligações comerciais;

8 – Para efeito de votação, só devem ser consideradas as experiências enogastronômicas obtidas durante a visitação. Não podem ser consideradas as degustações feitas fora do ambiente da empresa em questão;

9 – Qualquer votante que não cumpra com estas regras será automaticamente excluído do painel.

Para valorizar mais um pouco este prêmio da Casa Valduga, vale a pena ver a trajetória da vinícola que está em 1º lugar na lista a espanhola Bodegas de los Herederos del Marqués de Riscal. Ocupava o segundo lugar desde 2021. Com muito trabalho e dedicação chegaram ao topo.

Isto é o que desejamos para a nossa Casa Valduga.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS: Foto de abertura obtida no site da Casa Valduga. Mostra a maior cave de espumantes do Brasil

Dica da Karina – Cave Nacional

Quinta Barroca da Tília – Bruma Simone 2024

Quinta Barroca da Tília é uma vinícola localizada em Viamão, Rio Grande do Sul. Idealizada pelo casal Simone e Eduardo Giovannini (este mestre de muitos anos de enologia), a Quinta trabalha com castas e uvas não convencionais. O Bruma Simone é um vinho co-fermentado de Nebbiolo e outras castas. Um vinho rubi com reflexos grená, baixa intensidade. Apresenta aromas de boa intensidade e nitidez, notas lembrando frutas secas, baunilha, tabaco, chocolate e café. O sabor destaca a acidez média/baixa, grande estrutura e volume de boca, taninos macios, equilibrado. Persistência média e final de boca lembrando baunilha.

Para comprar este vinho clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

7/11 – Dia Internacional da uva Merlot

Algumas castas viníferas são consideradas tão importantes que acabam sendo celebradas numa data especial do nosso calendário.

Se fôssemos comemorar todas elas não haveria datas suficientes. Ter um dia só para lembrar que esta uva existe e produz ótimos vinhos é muito especial.

Mais conhecida por ser uma das famosas castas de Bordeaux, tem uma história bem interessante. Um dos primeiros registros sobre sua existência data de 1783, na região de Libourne, França: “Merlau … fait un vin noir et excellent, et il abonde dans un bon terrein”.

Traduzindo para o nosso idioma: “Merlau … faz um vinho escuro e excelente, e ela abunda em um terreno fértil”. Reparem na denominação desta casta, então: “Merlau”.

Teve a grafia de seu nome alterada para “Merlot” após 1824, se tornando homônima a de um pássaro, o Melro, que é um grande apreciador das bagas desta uva.

Com os avanços das pesquisas por DNA, um grupo de cientistas conseguiu traçar um perfil genético desta varietal em 1990, que demonstrou ser filha da Cabernet Franc e mãe desconhecida. Somente em 2009 conseguiram identificar, num grupo de uvas pouco conhecidas, que eram cultivadas desde a idade média em diversas regiões francesas, um perfil que se encaixava com o da Merlot.

Eram castas de maturação precoce que recebiam um nome genérico de “Magdeleine” (madrugadoras). Por ser a mãe da Merlot, foi denominada como “Magdeleine Noire des Charentes”.

A Merlot é meia irmã da Cabernet Sauvignon, da Carménère e da Malbec, pelo menos. Uma família importante para o mundo do vinho e muito significativa para os produtores sul-americanos.

Está plantada nos quatro cantos do mundo. Sua área cultivada no país de origem é maior que a da Cabernet Sauvignon.

Embora seja considerada, por alguns elitistas, como uma casta coadjuvante no corte bordalês, a realidade pode ser bem diferente. Por ter uma característica mais frutada e taninos bem suaves, seus vinhos podem ser consumidos ainda bem jovens. Brilha, também nos cortes agregando um pouco mais de açúcares ao mosto, o que permite teores alcoólicos mais elevados. Funciona como um revestimento para a estrutura vínica de um Cabernet, por exemplo, acrescentando uma boa suavidade.

Na eterna e simpática rixa entre a margem esquerda e a margem direta, em Bordeaux, ela sai “ganhando de lavada” como diríamos por aqui. Um dos vinhos mais famosos, espetaculares e caros, o Château Pétrus, elaborado em Pomerol, é um Merlot, muitas vezes 100%, dependendo da safra.

Esta casta se adaptou perfeitamente às incomuns condições climáticas da nossa região sul, tendo sido o esteio de nossa produção vinícola. Não se enganem, há grandes vinhos com esta casta por aqui.

Se hoje já temos uma produção digna de prêmios internacionais e um considerável aumento no consumo interno, é porque devemos muito a esta versátil uva.

Palmas para a Merlot!

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Iribarrem – Reserva Touriga Nacional 2022

A Bodega Iribarrem nasceu em 2020 quando colheu sua primeira safra de Chardonnay. Localizada no Vale dos Vinhedos, a vinícola está aberta para visitações desde 2024 e atua na produção de vinhos de alta gama. O Iribarrem Reserva Touriga Nacional 2022 permaneceu por 18 meses em barricas de carvalho francês. Possui cor intensa, dono de um tom vermelho púrpura. No nariz é desafiante e rico em sensações de café, chocolate, uvas passas, ameixas secas e alcaçuz. No paladar marcante, taninos firmes e uma rusticidade natural. Para comprar este vinho clique no nome ou na foto.

A Cave Nacional envia para odo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Vinícola Costers del Sió – Espanha

Vinho no Dia das Bruxas

Não era um costume nosso. Importamos o “Halloween” e o abrasileiramos. Uma festa que, na versão original, era mais dirigida para as crianças. Aqui virou brincadeira de gente grande, com reuniões a caráter, boas comidas e bebidas.

Vinho não pode faltar!

Dentro do tema, uma boa opção é preparar uma sangria. Aqui está uma receita testada e aprovada. O segredo do sucesso é a qualidade do vinho e do destilado a ser utilizado, bem como das frutas que vão compor a “poção mágica”:

“Ingredientes”:
1 – Uma garrafa de um bom vinho tinto (Tempranillo, Garnacha, Merlot). Vinho de garrafão “suave” é PROIBIDO;
2 – Um limão e uma laranja, cortados em rodelas (pode-se usar o sumo também);
3 –Açúcar a gosto, mas não exagerem;
4 – Uma dose generosa de um bom destilado (conhaque, cachaça etc.);
5 – Dois copos de Club Soda, Soda Limonada, água tônica ou mesmo um espumante, para finalizar.
Outras frutas podem ser acrescentadas: maçã, pera, pêssego, kiwi, morango. Há quem use especiarias como canela, cravo e noz moscada.
Preparo:
Num recipiente que se assemelhe a um caldeirão, coloque as frutas picadas.
Esmague os cítricos liberando o seu suco. Cubra com o açúcar e o destilado, deixando macerar por algumas horas em local fresco.
Adicione o vinho tinto e deixe macerar mais um pouco, desta vez, dentro da geladeira.
Na hora de servir, acrescente a soda ou o espumante e gelo.

Outra boa brincadeira é servir vinhos com rótulos engraçados que remetam ao tema da festa. Um dos mais conhecidos é o tinto chileno “Casillero del Diablo”.

Existem outras opções, nem sempre fáceis de encontrar: “Pazo das Bruxas”, um belo Albarinho de Rias Baixas, o “Calejon del Crimem”, um vinho argentino nas versões tinto (Malbec) ou branco (Chardonnay) ou o português “Excomungado”, um tinto duriense.

Tradicionalmente, os doces não podem ficar de fora neste dia. Haja chocolate, balas e outras doçuras. Para harmonizar tudo isso só mesmo um belo vinho generoso.

Pode ser um Porto, um Jerez, um Madeira ou um delicioso Marsala.

Talvez um bom LBV seja o mais versátil, com ótimo custo/benefício, devendo ser servido ligeiramente refrescado. Um detalhe que pode fazer toda a diferença seria servi-lo em tacinhas de chocolate.

O quadrinho, a seguir, foi publicado hoje no Instagram de nossa parceira Vanessa Tami Nakamura (@vanessatnakamura). Serviu de inspiração para o tema da coluna.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Don Guerino – Cemento 2022

Localizada na cidade de Alto Feliz, Serra Gaúcha, a Don Guerino nasceu no início dos anos 2000 pelas mãos da família Motter.
O Don Guerino Cemento é um corte de 40% Cabernet Franc, 30% Malbec e 30% Tannat com amadurecimento por 12 meses em tanques de cimento.
Um vinho de aromas frutados de groselhas, ameixas, figos, notas minerais como grafite e cimento, especiarias como pimenta negra e eucaliptos, sutil vegetal.
Na boca sensação fria, pela passagem em cimento. Intensidade e equilíbrio. Taninos firmes e presentes, acidez crocante e longo final de boca.
Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik

20ª safra do Clos de Los 7

Existiria um grande vinho fora do Velho Continente, mais especificamente, fora de Bordeaux?

Quem tem esta resposta é um dos maiores enólogos de sua geração, Michel Rolland, o mais conhecido “Flying Winemaker”, com um impressionante currículo.

Este bordalês trabalhou como consultor em mais de uma centena de vinícolas ao redor do mundo, inclusive no nosso país. Exerceu grande influência não só na forma de cultivar as uvas, como nas técnicas de elaboração dos vinhos. Criou um estilo que perdura até hoje.

Sua primeira vista a uma vinícola argentina aconteceu em 1988, na região de Cafayate, Salta. Naquela época, a casta que dominava a vinificação local era a onipresente Cabernet Sauvignon.

Pressentiu que aquele país tinha um imenso futuro pela frente, mas dependeria de muito trabalho, de vencer preconceitos antigos e correr alguns riscos para obter os resultados que tinha em mente.

Já na década de 90, Michel se interessou por conhecer os vinhos elaborados com a Malbec plantada nos terrenos próximos à Cordilheira dos Andes, em Mendoza. A curiosidade se transformou em paixão quando resolve empreender nesta região.

Adquiriu, junto com 6 sócios franceses, todos com vinícolas em Bordeaux, uma área de 850 hectares em Vista Flores, Vale do Uco. Enormes desafios estavam pela frente, era uma área em que uvas nunca haviam sido cultivadas. A geadas eram o terror dos eventuais produtores.

O plano era bem simples: 60% do terreno seria cultivado com Malbec. Outras castas seriam plantadas para completar a superfície. Todas as vinícolas seriam construídas dentro do empreendimento criando o “Clos”, que pode ser traduzido como “intramuros”.

Cada um dos produtores forneceria parte de suas uvas para a elaboração de um vinho comum a todos, por Michel Rolland.

Nascia o “Clos de los Siete”, um autêntico corte bordalês, baseado em Malbec. Sua primeira safra foi em 2002. Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot compunham o blend, amadurecido, parcialmente, em barricas novas e usadas de carvalho francês.

A cada safra, uma nova composição era estabelecida, com base na matéria prima obtida. Nestas vinte edições, nenhuma tem o mesmo corte. A mais recente a ser comercializada – 2021 – é composta por 59% Malbec, 15% Merlot, 13% Syrah, 6% Cabernet Franc, 4% Cabernet Sauvignon e 3% Petit Verdot.

Dos sete nomes originais, que incluíam peso pesados como Laurent Dassault, Benjamin e Edmond de Rothschild, Philippe Schell, Jean-Michel Arcaute, apenas quatro decidiram seguir o plano original: Bodega Monteviejo (Catherine Péré-Vergé), Bodega Diamandes (família Bonnie), Bodega Cuvellier do los Andes e a Bodega Rolland.

Que o C7 é um grande vinho ninguém discute. Uma verdadeira “ponte” entre os estilos do velho e do novo mundo. Meticulosamente elaborado com o que há de melhor, sejam as uvas ou o arsenal técnico disponível.

Um vinho que ainda tem muito para mostrar, vinte anos é um marco louvável, mas falta passar na prova do tempo.

Um importante fator o coloca num patamar exclusivo: é um vinho muito acessível, ao contrário dos seus pares franceses. O preço médio da safra atual está na casa de uma centena, na nossa moeda.

Estão esperando o quê?

Melhor que isto só a dica da Karina.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Valparaíso – Naturo Torrontés

Situado em Vila Rica, município de Barão, na Serra Gaúcha, encontra-se a Valparaíso Vinhos e Vinhedos. Arnaldo Antonio Argenta, sócio proprietário da Valparaíso é um Engº agrônomo apaixonado pela profissão e que sempre teve enfoque na uva em sua carreira profissional. A propriedade foi adquirida por ele na década de 70 e recentemente reestruturada para dar lugar a um projeto de vinhos de baixa intervenção (filosofia de oferecer vinhos na sua forma mais natural e genuína). O Valparaiso Naturo Torrontes possui profundidade aromática que inicia com frutas cítricas, passando a ervas (capim limão) e revelando também notas de leveduras. Em boca fresco e equilibrado, com ótima acidez. Um vinho branco muito elegante.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: imagens obtidas junto ao Clos de Los Siete.

Vinho elaborado por Inteligência Artificial (IA)

Recentemente, fomos bombardeados com uma boa campanha de marketing anunciando o 1º vinho brasileiro produzido por Inteligência Artificial, um corte das castas Marselan, Cabernet Sauvignon, Merlot e Teroldego, elaborado pela Casa Tertúlia (RS) e denominado “IA”.

Antes dele, em 2023, pesquisadores da Universidade Europeia Miguel de Cervantes (UEMC) de Valladolid, associados à Bodega Cooperativa de Cigales, já haviam apresentado um vinho assim elaborado, numa Semana de Ciência em Castilla y León.

Dentro deste espírito, há um registro ainda mais antigo, de 1976, quando uma empresa de San Francisco, EUA, a Ava Winery, produziu um vinho sintético usando compostos saborizantes e etanol.

Então a ideia não é nova, sendo lícito afirmar que também não é inovadora.

Novo é o pouco compreendido conceito de Inteligência Artificial, um elaborado conjunto de instruções para computadores, capazes de analisar impressionantes quantidades de dados e produzir um resultado, previamente planejado, que dentro de certos limites pode ser comparado com a decisão de um ser humano.

Curiosamente, está IA só é operacional depois de “aprender” esta grande quantidade de informações antes de processá-las. O correto, honestamente, seria chamar de Ignorância Artificial…

Como o melhor só vem ao final, a IA não produz vinhos, “ipso facto”, mas pode ajudar a tomar certas decisões, desde que tenha aprendido tudo sobre o tema.

Neste momento, é necessário fazer um balanço entre dois tipos de tomada de decisão. Há aquelas que são eminentemente técnicas, cartesianas, nas quais um tipo de precisão é um fator primordial.

O outro tipo de decisão é aquele movida pelas nossas emoções, memórias afetivas e por um conhecimento empírico baseado na nossa vivência.

Elaborar um grande vinho depende de qual tipo de decisão?

A resposta é intuitiva e óbvia: vinhos começaram a ser elaborados há cerca de 6.000 anos a.C.. Todas as teorias e atuais tecnologias de vinificação decorrem destas primeiras produções de vinho, que foram feitas na base do erro e acerto.

Essa IA ainda tem muito que aprender.

Mas é uma boa ação de mercado e muitos consumidores vão comprar um vinho com este selo, nem que seja para matar a curiosidade.

Olhando todo o processo de elaboração de um vinho, há vários aspectos em que uma decisão técnica pode contribuir para facilitar a vida dos produtores. Vamos mostrar algumas delas.

1 – No vinhedo, onde tudo começa: já existem diversos tipos de sensores que vão coletar dados como o estado do clima, nutrientes no solo, insolação, crescimento vegetal e alguns outros, indicando a necessidade de irrigação, ponto de colheita, etc.

Mas quem vai decidir quando colher será o binômio Agrônomo/Enólogo.

2 – Na Cantina: já existe muita tecnologia embarcada na hora de extrair o mosto e fermentá-lo. Controlar a temperatura, escolher as melhores leveduras, acompanhar a fase de maceração, entre outras.

A IA pode aumentar a precisão destes controles e até diminuir a quantidade de trabalho manual envolvido. Mas nunca vai substituir o conhecimento de um tarimbado profissional que sabe, por experiência própria, o momento certo de interromper qualquer um destes processos, em busca do resultado que tem em mente.

Como exemplo, lembramos de uma palestra de um produtor de Franciacorta, Itália, que relatou como obteve a linda cor rosada de seu espumante: “passamos uma madrugada inteira coletando amostras, de hora em hora, durante a maceração, até chegar na coloração que queríamos. Não dormimos, mas ficou linda”.

3 – Para o consumidor: são os quem mais podem se beneficiar destas técnicas de IA. Num futuro, não muito diante, vinhos poderão ser cortados para atender a um gosto 100% pessoal.

Grupos específicos de consumidores, como os que não apreciam vinhos, podem ser levados a gostar de um novo produto que seria feito com este objetivo, depois de analisar as razões de não gostarem de uma bebida, como o vinho.

Até mesmo recomendações de harmonização podem ganhar uma nova roupagem, se o Sommelier virar um robozinho.

Mas a IA ainda tem muito que aprender.

Fiquem com a Dica da Karina, 100% humana.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Peculiare – Saperavi 2022

A Vinícola Peculiari é uma pequena produtora familiar do Vale dos Vinhedos. Fundada na década de 90 por Ronaldo Zorzi, foi a primeira a vinificar um vinho de Denominação de Origem no Vale dos Vinhedos (um Merlot). Mas hoje apresentamos o Peculiare Saperavi safra 2022, uma uva ancestral originária da Geórgia. Este vinho passa 50% por tanques de inox e 50% em barricas de madeiras brasileiras, por 6 meses. Vinho de coloração rubi de alta intensidade com olfativo de frutas vermelhas frescas, como amora, framboesa e ameixa, com presença envolvente de ervas gastronômicas. Na boca apresenta taninos firmes e potentes, sustentando grande persistência e textura marcante.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik

« Older posts

© 2024 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑