De volta ao básico – Que vinho levar?

Se existisse uma espécie de dúvida universal, neste mundo do vinho, a pergunta que dá nome a este texto é uma séria candidata.

Mesmo experientes Enófilos titubeiam na hora de escolher ou indicar um vinho para algum amigo, quando precisam levar um “bom vinho para a nossa reunião”.

Algumas etapas deste processo seletivo são intuitivas. Por exemplo, se conhecemos quais pratos ou petiscos que serão oferecidos, a escolha do tipo de vinho é quase natural: branco, rosado, tinto ou espumante.

A grande dificuldade está em selecionar um determinado vinho, dentro de um universo de mais de dez mil varietais que podem ser vinificadas. Quase sempre, as únicas que lembramos, nestes momentos, são as clássicas: Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec e Carménère, entre as tintas ou Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés, entre as brancas.

Embora sejam escolhas seguras, talvez não sejam as melhores opções na hora de harmonizar. Devemos levar em consideração alguns outros fatores, inclusive a nossa preferência. Algumas destas castas produzem vinhos muito encorpados e difíceis de beber. São vinhos muito “sérios” para serem degustados numa reunião informal.

Imaginem que existem grupos, entre os apreciadores de vinho, que simplesmente abominam esta ou aquela casta, alegando as mais curiosas razões. Uma das mais conhecidas é a turma que despreza o aroma de “xixi de gato” dos Sauvignon Blanc.

Mundo afora, existe um outro grupo, o “ABC”, sigla cunhada no inglês para “Anything But Chardonnay” (qualquer coisa menos Chardonnay). Fácil descobrir qual não é a casta predileta deles.

Vinhos agradáveis de fáceis de degustar pertencem a uma categoria muito específica: corpo médio e alta acidez. Tem boa presença, aromas agradáveis, facilmente reconhecidos, além de persistente final de boca. Dentro de certos limites, isto vale para tintos e brancos.

Outro fator a ser observado é o teor alcoólico. Prefiram os vinhos que ficam na parte inferior desta escala.

Para encontrar estas preciosidades é preciso abrir o nosso leque de opções e começar a explorar, países, regiões e castas, nunca dantes navegadas.

Uma bela casta, que já começa a ser mais apreciada pelos consumidores brasileiros é a Alvarinho/Albarinho. Portugal, Espanha, Uruguai e Brasil elaboram deliciosos rótulos com esta uva.

Da Itália podemos escolher uma série de castas brancas simplesmente deliciosas: Verdicchio, Pinot Grigio e Vermentino.

Entra as tintas, se a opção for por vinhos mais leves, servidos refrescados, não descartem o Gamay (Beaujolais) e o Barbera. Preferindo um pouco mais de corpo, considerem as castas Cabernet Franc, País (Criolla Chica), Tempranillo e Mencia.

Uma das regras de ouro que devem ser seguidas é: nunca levar um vinho que não seja do nosso agrado. Isto pode complicar um pouco a escolha, quando sugerimos que a busca seja realizada fora da zona de conforto.

Para ajudar, vamos recordar outros dois truques, muito tradicionais, que certamente vão minimizar este momento de indecisão.

Aqui estão eles:

1 – Se não souber o que levar, leve um rosado;

2 – Espumantes são coringas.

Então, que tal combinar as duas ideias e levar um espumante rosado?

O correto será levar gelado e pronto para beber.

Experimentem!

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Luiz Porto Cabernet Franc

Localizada no sul de Minas Gerais, a Vinícola Luis Porto usa do método da poda invertida ou vinhos de inverno (quando se colhe a uva no período do inverno no Brasil) para produzir castas francesas. Nascida no início dos anos 2000, comercializa vinhos desde de 2014 e recentemente transferiu sua cantina para a cidade de Tiradentes, Minas Gerais, onde possui um aconchegante receptivo. O Luis Porto Cabernet Franc possui envelhecimento em barricas de carvalho francês. Um vinho vermelho vivo com boa intensidade e profundidade de cor, com notas de especiarias, terroso, herbáceo e pimentão assado. Após arejar aparecem notas de tostado, ameixa passa, cassis e alcaçuz. Marcante com taninos aveludados e amáveis.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de abertura de pvproductions no Freepik

De volta ao básico – Enfrentado a Carta de Vinhos

Este catálogo que estou segurando é uma das mais completas Cartas de Vinhos de Portugal. Agora, imaginem a dificuldade da minha tarefa, escolher um vinho para o nosso almoço, já que sou considerado um “expert”.

Se fosse levar a sério esta missão, talvez lá pelo fim da refeição eu teria chegado a alguma conclusão. Só o tempo de leitura seria uma eternidade. Não existem atalhos, mesmo para um especialista.

Além de ser um exagero que chega às raias do exibicionismo, este catálogo de vinhos não representa o que acontece na maioria dos restaurantes. Vamos entender como são elaboradas as Cartas, normais, e tirar proveito disto na hora de encarar uma tarefa semelhante.

Uma Carta preparada corretamente deve conter algumas informações, seguir uma ordem de precedência e estar em sintonia com o tipo de gastronomia oferecida e a localização do restaurante.

A estrutura clássica é a que separa os vinhos por sua tipificação: Espumantes, Brancos, Rosados, Tintos e de Sobremesa. Juntos com a listagem dos Espumantes, podem ser incluídos alguns vinhos que são servidos com aperitivos, por exemplo, Jerez, Porto (seco), ou Brandy.

Um detalhe muito esquecido, por aqui, são os vinhos em taça: devem abrir a carta, antes dos vinhos em garrafa, caso o restaurante os ofereça.

Estabelecida esta divisão, o próximo passo é a precedência: que vinhos, de quais origens e preços, serão os primeiros da lista (país, região, casta)?

As boas cartas seguem esta ordem de precedência:

– Vinhos nacionais (se houver);

– Vinhos do continente (local do restaurante) ou do país que dita o estilo gastronômico da casa;

– Vinhos de outros continentes.

Em cada uma destas divisões, caso haja mais de uma opção, as mais importantes, na opinião do Sommelier ou de quem elabora a lista, aprecem em primeiro lugar.

Para finalizar, cada vinho deve ter uma breve descrição que inclui: nome e tipo do vinho; castas; produtor; safra; país de origem e região; volume da garrafa e preço.

Uma importante informação, normalmente excluída dos bons restaurantes nacionais, é a taxa de rolha. Muitos preferem não a declarar, abertamente, preferindo decidir no momento, baseado na aparência do cliente e na garrafa trazida. Uma pena.

Para finalizar, com todas estas informações fica bem mais fácil decidir que vinho vamos escolher. O preço costuma ser um fator primordial. Uma dica muito conhecida entre os “experts” é sempre olhar a parte de baixo da carta, seja qual for o tipo de vinho que pretendemos degustar.

Nenhum restaurante vai oferecer um produto de baixa qualidade. Quem não vai ficar bem na foto são eles.

Saúde, bons vinhos!

A dica da Karina está sensacional. Não deixem de avaliar esta deliciosa experiência.

Dica da Karina – Cave Nacional

Família Bebber – Kit Conecto Carvalho Concreto 2020

A vinícola Bebber está localizada no interior de Flores da Cunha. A sua história começou no casarão dos avós, em um projeto do jovem enólogo Felipe Bebber junto com a sua família. Com rótulos criativos e vinhos excelentes, a vinícola vem ganhando destaque ao longo dos últimos anos. Um exemplo de tal criatividade é o Kit Conecto Carvalho e Concreto que conta com um exemplar do Conecto Carvalho e outro do Conecto Concreto, ambos safra 2020, acompanhados da proveta para que você possa elaborar seu próprio corte e desafiar o enólogo. Ambos Conectos são um corte de Cabernet Franc e Petit Verdot, tendo o Concreto maturado em concreto por 18 meses e o Carvalho por 18 meses em barricas de carvalho francês e americano. O Conecto Carvalho tem a complexidade e potência do Terroir evoluídos em carvalho, exibindo elegância, estrutura e equilíbrio resultantes da maturação em barricas de carvalho. Já o Conecto Concreto tem a tipicidade e frescor do Terroir preservados pelo concreto, trazendo mineralidade, energia e vivacidade obtidos na maturação em esferas de concreto, método que também respeita a presença da fruta. E o blend das garrafas pode trazer o que cada bebedor mais apreciar!

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de abertura por Tomás Pinheiro.

De volta ao básico – Compreendendo o “Terroir”

Um bom vinho começa no vinhedo. Esta é uma das grandes verdades dentro deste nosso universo.

Lembrando os tempos das aulas de matemática, existe um importante “corolário”: um bom vinhedo significa um bom “terroir”.

Esta temida expressão francesa, muito citada e pouco compreendida, assusta até mesmo um experiente enófilo, quando instado a explicar o que isto significa.

Não existe uma explicação simples e direta, ao contrário, são diversas formas possíveis de interpretar ou entender este conjunto de fatores que vão definir o vinho que, um dia, será elaborado a partir dos frutos ali obtidos.

Na França, seu significado é de extrema importância. Refere-se a uma extensão de terra, limitada, sob a ótica de sua aptidão para o cultivo agrícola. No nosso caso, produção de uvas. É a base do sistema de “Appellation d’Origine Contrôlée” (AOC).

Fica claro que este conceito, “terroir”, não é restrito ao vinho. Outros produtos como café, chá, queijo, legumes, verduras etc., podem ser incluídos nesta ideia.

Para defini-lo, devemos observar e compreender uma série de elementos: clima, tipo de solo, topografia, cultivares vizinhos, ação do homem, irrigação, drenagem, fauna, flora e manejo do vinhedo.

O grau de complexidade é muito elevado. Alguns cientistas chegam a afirmar que, por tudo isto, este conceito não passa de um mito. A discordância entre estes professores é conhecida e, muitas vezes, citadas em formas anedóticas.

O que consideramos como um mito é a existência de um “terroir” perfeito. Simplesmente não existe.

Cada caso deve ser compreendido de uma forma. Não há um melhor ou um pior. Eles são apenas diferentes, como serão os vinhos elaborados a partir de cada um.

Reparem na foto que ilustra este texto.

Cada retângulo plantado representa um micro terroir, cuja soma será o “gran terroir”. Há vinhas em encostas, no topo das colinas, no fundo do vale e até num minúsculo trecho plano.

Cada um destes frutos tem sua personalidade, definida pela insolação recebida, quantidade de água que consegue captar, ventos incidentes e muito mais.

Complexo, sem dúvida.

Controlar tudo isto é para Agrônomos e Enólogos. Para o Enófilo, que é o consumidor final, basta entender que isto tudo existe e deve ser manejado por mãos habilidosas e competentes.

Obviamente, alguns destes “terroirs” se tornaram famosos. Podemos citar vários: Bordeaux e Bourgogne, na França; Piemonte e Toscana, na Itália; Douro e seus socalcos, em Portugal; Vale dos Vinhedos e Planalto Catarinense, aqui no nosso país.

É fácil perceber que este seria o DNA de cada vinho, sua impressão digital, única. Alguns especialistas, grandes Sommeliers e “Master of Wines”, que se dedicaram e estudaram, com muito afinco, a influência de cada território em seus vinhos, afirmam serem capazes de identificar estas características apenas pelo olfato e o paladar.

Não precisamos ir tão longe.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Larentis Gran Reserva – Merlot Sta Lucia 2020

A família Larentis se estabeleceu na Serra Gaúcha no século 19. Em terras brasileiras a família se tornou uma das primeiras a cultivar as variedades Chardonnay e Cabernet Sauvignon no final da década de 70, e Merlot em Espaldeira no final da década de 80 na região dos vinhedos. Naquela época, a produção era destinada a outras vinícolas. Atualmente são 14 hectares divididos em dois vinhedos. A propriedade está dividida em 23 parcelas. Cada uva, proveniente de cada parcela, origina um vinho com personalidade singular.A

Merlot Sta Lúcia carrega o selo da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos (D.O.). Maturação em barricas de carvalho francesas por 15 meses e envelhecimento em garrafas na cave subterrânea. Visual vermelho rubi. Aroma frutas vermelhas maduras e notas delicadas provenientes do envelhecimento em barrica. Estruturado, com taninos macios e acidez equilibrada, retrogosto agradável.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: foto de abertura mostra trechos da região de Barolo, no Piemonte.

De volta ao básico – Decantando vinhos

Em algum momento da história dos vinhos, jarras ou garrafas decantadoras foram acessórios considerados essenciais.

Naquele tempo, os vinhos não eram tão límpidos, como hoje, e sua elaboração ainda era bastante artesanal. O produto, quase sempre, tinha muitos sólidos em suspensão o que poderia ser facilmente notado pela sua cor turva e quase opaca.

Antes de degustar, vertia-se o conteúdo da garrafa num destes curiosos recipientes e se aguardava, pacientemente, algumas horas, muitas vezes alguns dias, até que um espesso depósito acumulasse no fundo do decantador. Só então estaria pronto para ser servido.

Decantadores nunca saíram de moda. Ainda é um dos presentes de casamento mais comuns. Para nosso espanto, quem não sabe a real finalidade deste objeto, acaba usando como vaso de flores, colocado no centro da mesa de jantar.

Usar corretamente um decantador não é nenhum mistério, mas tem suas pegadinhas. O líquido deve ser vertido, lentamente, sempre contra uma das paredes do vaso, observando-se atentamente quando começam a surgir os primeiros indícios de resíduos sólidos. É o momento de parar, deixando o decantador em repouso.

Modernamente, poucos vinhos necessitam passar por esta operação. Os processos de elaboração atuais incluem diversas etapas de filtração e estabilização do vinho, minimizando qualquer outro tipo de ação posterior. Excetuam-se os vinhos envelhecidos, com borras perceptíveis no fundo da garrafa.

Embora seja uma ação de muita elegância e charme, os enófilos mais experientes sabem que um efeito semelhante pode ser obtido apenas deixando a garrafa em repouso, na posição vertical, depois de aberta. Exigirá um pouco mais de atenção ao servir, evitando que resíduos caiam nas taças.

Um decantador tem uma importante função secundária, que passa despercebida por uma maioria de apreciadores desta deliciosa bebida: aerar o vinho!

Devido à sua curiosa forma bojuda, a superfície do vinho que fica exposta ao ar é bem maior, facilitando a incorporação de oxigênio. Alguns profissionais, muito habilidosos, conseguem fazer um suave movimento de oscilação da jarra decantadora, sem alterar o depósito de sólidos ao fundo.

Como alternativa, já existem à venda inúmeros tipos de “aeradores”, que são colocados no gargalo da garrafa. Funcionam perfeitamente.

Para os aficionados mais requintados, principalmente quando vão servir um grande vinho, por exemplo, um renomado bordalês ou um clássico Barolo, é preciso que seja servido a partir da mítica garrafa, com o rótulo bem destacado. Faz parte do “mis en scène”.

A solução para este dilema é uma operação denominada “Dupla decantação”: consiste em devolver o vinho, já decantado, de volta para a sua garrafa de origem, com o auxílio de um especial funil que contêm uma fina malha para reter mais sólidos suspensos.

Uma questão que sempre gera debates é: Quais vinhos devem ser decantados?

Seguramente, tintos e brancos envelhecidos devem ser decantados. Além destes, devemos decantar qualquer vinho que, na primeira prova, esteja muito fechado, não demonstrando todo seu potencial. Neste caso, o decantador funcionará como um aerador.

Por fim, há um tipo de vinho que nunca deve ser decantado: os espumantes.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave NacionalSOZO – Sangiovese Clarete 2023

Sozo é um projeto familiar que possui vinhedos próprios na região de Campos de Cima da Serra, RS. Campos de Cima da Serra possui espetacular terroir, a 980m de altitude, em solo basáltico e contanto com alta amplitude térmica.

O Sozo Sangiovese Clarete é vinicifado com 80% Sangiovese e 20% Chardonnay, sendo que uma parcela do vinho Sangiovese teve breve passagem de 3 meses por carvalho francês. Primeiro projeto colaborativo entre as Vinícolas SOZO e Don Affonso: um Clarete de Sangiovese da safra 2023, elaborado com uvas proveniente dos vinhedos da Família Sozo, nos Campos de Cima da Serra.

Um vinho de coloração vermelho granada. Aroma elegante e complexo, remetendo a cereja, framboesa, rosas e com leve nota de carvalho. Apresenta acidez equilibrada, taninos macios e bem integrados, bom volume de boca e ótima persistência aromática.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik

Vinhos Premium, vinhos sem álcool e outras mutretas

Existe uma boa razão para abordarmos os vários aspectos sugeridos no título acima. Está ficando muito complicado administrar todas estas “proibições” criadas a partir de diversas descobertas, científicas ou não, mas que para as antigas gerações começam a não fazer nenhum sentido.

Cito um exemplo, mesmo sabendo que vão alegar “1001” razões que comprovam que estamos errados: o tal leite sem lactose.

Para quem não sabe, o leite materno “tem lactose” …

Tem outros, a relação é longa. Vamos apelidá-los de “sem, sem”: sem gosto e sem graça.

Em seguida, entram em cena as novas “religiões”, assim mesmo, entre aspas, que pregam uma vida ascética. A lista do que não se deve fazer é centenas de vezes maior do que a das coisas permitidas, encabeçada por “pagar o dízimo”.

Estas novas influências conquistaram, definitivamente, as cabeças das mais novas gerações, criando estranhos paradoxos, um deles se refere ao consumo de álcool. A venda de vinhos teve uma extraordinária queda nos últimos anos.

A resposta dos produtores foi de glamorizar, ainda mais, esta bebida, criando uma classe premium, só para quem tem alto poder aquisitivo.

Um total contrassenso: se já não estão vendendo vinho como antes, não há razão para aumentar o preço dele. Ao contrário, deveriam barateá-lo e simplificar a nossa relação com esta importante bebida.

Quase como uma vingança, surgem as bebidas sem álcool, inclusive vinhos.

Será que podemos chamar esta preparação de vinho?

Os produtores dizem que sim, afinal, é feita uma fermentação alcoólica e, posteriormente, processada para que o álcool seja removido. Existem vários métodos.

Neste caso, o vinho se torna um “ultraprocessado”, coisa que também é alvo de várias restrições. Vai entender!

O principal paradoxo acontece quando esta turma, que não quer degustar nem cerveja com álcool, se inebria com maravilhosos coquetéis elaborados com Gin (50% teor alcoólico), Tequila (55%) ou Mezcal (55%).

Fica a sensação de que o real problema é o baixo teor da Cerveja (5%) ou do vinho (12%).

Ou então, tudo não passa de uma grande hipocrisia, o que justificaria, plenamente, estes movimentos de “neo temperança”.

“Live and let die” é uma curiosa expressão da língua inglesa, que já foi usada como título de livros, músicas e filmes.

Seu significado, um tanto enigmático, sugere que devemos continuar vivendo a nossa vida, mesmo quando o nosso entorno comete erros fatais.

Grosso modo, equivale ao brasileiríssimo “que se danem”.

Nada contra quem prefere os “sem, sem”. Mas por favor, arranjem outros nomes para pão sem, leite sem, café sem, cerveja sem e vinho sem.

Nós não vamos trafegar na contramão. Continuaremos apreciando nossos vinhos, com álcool e preços justos, cheios de aromas, sabores, taninos, acidez e corpo, como devem ser.

Para os demais, “Live and let die”.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

O Avvocato nasceu em 2013 da paixão por vinhos do advogado carioca Ralph Hage e sua amizade com a família da vinícola Viapiana, situada na Serra Gaúcha. Em 2017 foram lançadas as primeiras garrafas da parceria. Em 2022, Ralph adquire vinhedos e inicia a construção de sua sede, em Monte Belo do Sul – RS.

O Avvocate Espumante Sur Lie é produzido com 75% Vermentino e 25% Chardonnay Nature Sur Lie, com 12 meses de autólise na garrafa. O Sur Lie é um espumante que não passou pelo processo de degorgement, ou seja, continua com as leveduras dentro da garrafa mesmo após o término da segunda fermentação.

Possui coloração amarelo palha, média intensidade, perlage fina e persistente, levemente velado pelo Sur Lie. Nariz intenso e delicado, com notas de levedo e frutas secas, além de toques de ervas finas e frutas tropicais de polpa branca. Em boca é equilibrado, cremoso, acidez equilibrada, persistente e retrogosto longo e frutado.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de kues1 no Freepik

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