De volta ao básico – Montando uma biblioteca de referência

Todo Enófilo de boa cepa, iniciante ou experiente, precisa ter alguns livros por perto, principalmente para aqueles momentos de dúvidas que sempre vão surgir.

O nosso mercado editorial está bem abastecido com ótimos volumes, não só de produção nacional como boas traduções de livros consagrados internacionalmente.

Para compilar esta listinha, visitamos o site de uma livraria “on-line” e escolhemos alguns exemplares. Um pouco de tudo, passeando desde o básico, harmonização, degustação, vinho brasileiro e enciclopédias.

Vamos apresentá-los divididos em categorias. O ideal é formar a biblioteca passo a passo, sem pressa. Habituem-se a frequentar as boas livrarias e examinar o livro antes de adquiri-lo. Desta forma, estaremos sempre por dentro das novidades.

1 – Livros indispensáveis:

OS SEGREDOS DO VINHO PARA INICIANTES E INICIADOS

Um dos mais completos livros sobre vinho já publicados no país. Muito abrangente, incluindo capítulos que vão desde a elaboração até a compra, armazenamento e serviço do vinho.

O GUIA ESSENCIAL DO VINHO: WINE FOLLY

Este livro decorre do famoso site, homônimo, norte americano. Boa tradução, fartamente ilustrado e com ótimas explicações sobre os diferentes tipos de castas.

2 – Degustação:

O PASSO A PASSO DA DEGUSTAÇÃO

Livro perfeito para a turma que deseja compreender aqueles “mistérios” da degustação. Escrito pelo famoso Celio Alzer, um dos melhores professores sobre vinhos, em geral, e particularmente sobre a enogastronomia.

3 – Harmonização:

FEITOS UM PARA O OUTRO

Outro grande livro do Celio Alzer. Um verdadeiro clássico sobre este complicado tema. Suas sugestões são simplesmente perfeitas.

4 – Vinho brasileiro:

GENTE, LUGARES E VINHOS DO BRASIL

Rogério Dardeau é um especialista em vinícolas brasileiras e seus vinhos. Esta coletânea está dividia em 2 volumes. Imprescindível para quem deseja se aprofundar na nossa vinicultura.

5 – Cultura geral sobre o vinho:

A INCRÍVEL HISTÓRIA DO VINHO

Um livro muito interessante e cheio de curiosidades. Nada melhor que descobrir a origem, milenar, desta bebida, que está ligada à nossa história. Uma leitura extraordinária!

6 – Enciclopédia:

ENCICLOPÉDIA DO VINHO: VINHOS, VINHEDOS E VINÍCOLAS

Uma das obras mais completas que existem no mercado. Escrita por Hugh Johnson, um importante crítico de vinhos da Inglaterra. Muito abrangente, cobrindo os principais produtores do mundo.

Esta listinha não é obrigatória, são apenas sugestões. Existem outras boas opções nas livrarias. Um outro tipo de publicação que devemos levar em consideração são os denominados “Guia de Vinhos”. Dois se destacam:

– O conhecido “Descorchados”, o mais completo sobre vinhos sul-americanos;

– O guia da revista Adega, com edições sobre o Brasil, Portugal e Espanha.

Ambos oferecem versões digitais.

Saúde, bons vinhos!

N.B.: Visitarei algumas vinícolas em Portugal e Espanha, durante o mês de maio. A publicação semanal, desta coluna, pode sofrer interrupções imprevistas.

Dica da Karina – Cave Nacional

Casa Geraldo – Relicário Marselan e Touriga Nacional 2022

Em 1969 a família Marcon início o plantio de uvas para comercialização, na Fazenda São Geraldo. 3 gerações desta família deram continuidade ao negócio e hoje a Casa Geraldo é um dos maiores produtores de vinhos no Brasil. Localizada em Andradas, Minas Gerais, desde 2012 adotou o método da poda invertida para a realização de vinhos finos de rótulos próprios.

O Relicário Marselan e Touriga Nacional, safra 2022, é um blend de duas uvas intensas e de estrutura com estágio de 6 meses em barricas de carvalho francês. Possui coloração intensa, tonalidade vívida. No aroma apresenta alcaçuz, cassis, ameixa passa, terroso herbáceo e pimentão vermelho. Acidez refrescante, grande personalidade. Estrutura complexa e rusticidade. Excelente para harmonizar com queijos, carnes e massas de molho intenso.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura obtida no Freepik

De volta ao básico – A importância da Safra

Safra ou vindima é o período em que as uvas, destinadas a produção de vinhos, são colhidas. Cada um destes termos tem uma origem.

Safra talvez venha do árabe “safaria”, que significa “tempo da colheita”. Esta definição não é aceita por todos.

Vindima vem do Latim “vindemia”, palavra formada pela junção de “vinum” mais “demere” (remover), passando o sentido de colher.

O primeiro registro conhecido desta palavra está num dicionário, da língua inglesa, datado de 1450, onde está registrada a palavra “vintage”, definida como “colheita da vinha”.

A partir de 1746, estes termos passaram a significar, por extensão, o ano em que o vinho foi produzido. Mas isto nem sempre é verdadeiro.

Como qualquer outro produto de origem vegetal, a uva está sujeita a diversos fatores climáticos que impactam, diretamente, na sua qualidade. Para a produção de vinhos, algumas características devem estar dentro de rígidos parâmetros, senão o produto não terá um mínimo de qualidade aceitável.

Os principais fatores são o teor de açúcar, combustível da fermentação, e o grau de acidez, que pode ser visto como um indicador da longevidade. Mudam a cada ano.

Fácil perceber que alguns anos são melhores que outros. Há ocasiões tão difíceis, que algumas vinícolas deixam de produzir seu melhores vinhos. Em outros anos, a colheita é tão espetacular que acaba sendo motivo de marketing, com rótulos alusivos, como a fabulosas safra de 2020, no Brasil.

Um olhar treinado vai perceber mais coisas além deste selo que traduziria qualidade, o que nem sempre é correto.

Existem vinhos que não são safrados, alguns muito famosos.

Por exemplo, temos vinhos que precisam que suas uvas sejam passificadas, num processo que dura, geralmente, 120 dias. Só, então, são prensadas e fermentadas. Caso a colheita seja em setembro ou outubro, a vinificação ocorrerá no ano seguinte ao da safra. Mas a indicação, no rótulo, manterá o ano da colheita.

A melhor interpretação que se pode dar ao indicador da safra é saber a idade do vinho que estamos degustando. Quando estão muito jovens, podem não ser a melhor escolha para consumo imediato. Neste caso, o ideal é escolher vinhos que são elaborados com este propósito, como o celebrado Beaujolais Noveau.

Vinhos muito velhos, embora possam apresentar aromas e sabores extraordinários, nem sempre correspondem ao esperado. Um vinho, mesmo longevo, se mal armazenado, vira vinagre em algum momento.

Cada varietal ou corte, dependendo de sua origem, tem ciclo de vida estimado, o que significa que, fora deste parâmetro, podem não estar em condições de consumo.

Brancos duram até 5 anos, tintos ficam na faixa dos 10 anos e vinhos longevos podem durar mais de 10 ou 20 anos desde que respeitadas as condições ideais de guarda.

Para saber mais, é necessário consultar uma tabela de safras. No link, a seguir, está a boa tabela elaborada pela Importadora Mistral:

Download da tabela de Safras

Há muita informação neste arquivo. Dediquem algum tempo no estudo dele, observando, inclusive, a quantidade de anos que estão contemplados. É uma importante informação, principalmente para aqueles que desejam colecionar vinhos.

Entre os vinhos não safrados, dois se destacam, mas não são os únicos: o Vinho do Porto e o Champagne.

Existe Porto e Champagne safrados. São raros e muito caros. Quem já provou atesta a qualidade destes vinhos.

No caso do vinho do Porto, a identificação da safra é tão importante que ela deve ser declarada, primeiro pelo produtor e depois atestada pelo poderoso Instituto dos Vinhos do Douro e Porto. Só assim pode ser estampada no rótulo.

Num texto anterior a este, quando abordamos os Vinhos de Corte, lembramos que determinadas legislações aceitam uma percentagem de outros vinhos na composição de um vinho varietal, com o intuído de corrigir alguns aspectos, sem que isto o descaracterize.

O mesmo tipo de correção é permitido na safra: vinhos de outras vinificações podem ser adicionados, respeitando limites conhecidos. Por exemplo, no vizinho Chile, bastam 75% da safra. Na Europa, este mínimo sobe para 85%.

Agora que sabemos a importância da Safra, desejamos bons vinhos e boa Páscoa.

Saúde!

Dica da Karina – Cave Nacional

Somacal – Peverella Laranja 2023

A família Somacal possui origem italiana, vinhateiros desde 1925, sempre trabalhando com o cultivo de uvas e elaboração de vinhos na Serra Gaúcha. Desde 1958 a família cultiva as terras onde hoje se encontra a Vinícola, em Monte Belo do Sul. A empresa, atualmente, é gerida pelo casal Diego e Graziela, ele neto do fundador.

O Somacal Peverella Laranja possui maceração de 14 dias e longo estágio sobre as borras finas das leveduras. Não é filtrado para maior preservação de aromas. Apresenta coloração palha dourado e intenso, com nariz de frutas amarelas, cítricas, flores brancas e mel. Estruturado, com boa acidez, corpo médio e taninos elegantes. Com bom volume de boca e boa persistência em um fundo mineral discreto.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem gerada por IA no Freepik

Participamos do “Grand Tasting Rio de Janeiro 2025”

Eventos sobre vinhos são sempre interessantes e necessários. A cada dia, mais e mais opções entram no mercado e os humildes consumidores ficam totalmente sem noção do que vale a pena comprar.

Esta é uma das principais funções destas degustações. Quando bem-organizadas, é possível provar uma grande variedade de produtos a um custo muito baixo. Mas algumas condições se impõe:

– Um fluxo de participantes aceitável e que não cause tumulto nas mesas de degustação;

– Expositores que tragam rótulos consagrados e novidades que sejam de ótima qualidade;

– Que estes mesmos expositores se disponham a responder as mais diversas questões sobre cada vinho, mesmo que venham de renomados “enochatos”;

– Sempre é interessante ter um segmento de gastronomia, com pães, azeites, queijos, conservas e charcutaria. Servem para manter o paladar limpo e, de certa forma, obrigar a uma saudável pausa nas degustações;

– Pontos de abastecimento de água por todo o salão. Muito importante se manter hidratado;

– Venda no local sempre é um ponto positivo, principalmente se houver preços diferenciados ou mesmo a reversão do ingresso na hora da compra.

Para nossa surpresa, o Grand Tasting Rio de Janeiro 2025 oferecia tudo isto e um pouco mais.

A escolha do local foi perfeita. O simpático hotel Vila Galé, no bairro da Lapa, tem um belo projeto, transformando o prédio do antigo colégio da MABE num ambiente tranquilo, acolhedor e de bom gosto.

Optamos pelo 1º horário (13:00 – 17:00). Fomos devidamente identificados e recebemos uma boa taça, sendo avisados que era um brinde: “podem levar para casa”.

O mix de expositores foi uma grata surpresa: Vinícolas consagradas e novas, importadores, lojas “on-line”, distribuidores e “delis” ofereciam seus produtos.

Não podemos deixar de mencionar que o grupo, neste horário, era bem homogêneo e sempre disposto a entabular uma conversação sobre o que estávamos achando deste ou daquele produto. Um ambiente informal e muito agradável.

Não vamos destacar nenhum produto, a lista seria enorme.

Parabéns aos organizadores e esperamos que outros eventos, como este, aconteçam em breve.

Contatos: (*)

Organização: Grand Tasting: https://www.instagram.com/grandtastingoficial/

Vinhos: OWB Alimentos e Bebidas; Wine Concept; Vinícola Zephyrus; Vinifera Import; Vinícola Aurora; Saca a rolha; Vinícola Lattarini; Wine 7; Wine Lovers; Vila Ema; GRK Vinhos; Serrado Vinhos; Vinicola Artesã; TDP Wines; Vinícola Tassinari; DC soluções em alimentos e bebidas e One Wine Brasil – Vinhos Exclusivos.

Gastronomia: Deliart; Tá no Pote; Canastra Shop; Zuca Salumeria.

(*) – Relação obtida no Instagram dos organizadores e nos cartões entregues na degustação. Pedimos desculpas por qualquer omissão.

Fica a nossa recomendação: aparecendo algum evento deste gênero em sua área, não deixem escapar a oportunidade de passar bons momentos, aprender mais um pouco e degustar alguns vinhos muito interessantes.

Há alguns anos, o site Eno Eventos era o local para sabermos as próximas degustações. Hoje virou uma importadora de bons vinhos. Infelizmente, ninguém ocupou este espaço, como eles faziam.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional
Fabian Gran Reserva F35 – Lote 2

A família Fabian imigrou da Itália para o Brasil no final do século dezenove. A tradição vitivinícola herdada dos ancestrais foi favorecida pelo clima encontrado na região dos Vinhos dos Altos Montes, no município de Nova Pádua, na Serra Gaúcha. A localização entre colinas de 780m de altitude, proporciona amplitude térmica, fator relacionado a uma boa formação de componentes que determinam a qualidade do vinho. A paixão pela produção de uvas e vinhos, fez com que a família elaborasse no ano de 1985, a primeira safra da vinícola.
O F35 Fabian – 35 Variedades é um vinho elaborado através de 35 viníferas da safra de 2020, cultivadas em vinhedos próprios. Maturado por 18 meses em barricas de carvalho francês e americano. Passou posteriormente por 12 meses de descanso em garrafa em caves climatizadas.
Um vinho vermelho rubi intenso, com aromas de frutas silvestres. Equilibrado com ataque doce e franco.

De volta ao básico – Vinho de corte

No jargão dos vinhateiros, “corte” significa um vinho que foi elaborado a partir da mistura de duas ou mais vinificações, ou um vinho que foi produzido numa co-fermentação de diferentes tipos de uvas. Em outros países são denominados como “blend”, “assemblage”, “coupage” ou “mescla”.

Em termos simples, um corte é o oposto de um varietal.

Embora nos países do Novo Mundo haja uma clara tendência para os monocastas, os cortes têm uma importância singular: este tipo de vinho foi o primeiro a ser elaborado, há centenas de anos.

Naqueles tempos, não havia plantações regulares de parreiras. As vinhas eram meio selvagens e o que era colhido entrava num mesmo tanque de fermentação.

Somente nos anos 1800 é que os especialistas começaram a identificar e classificar as diferentes castas. O resultado prático foi a organização de plantios mais racionais. Com isto, podiam controlar melhor desde o ataque de diversas pragas até a colheita otimizada no ponto correto de maturação: cada variedade tem o seu momento.

Vinhos de corte foram os primeiros e continuam sendo elaborados até hoje. Produzir um vinho neste estilo se tornou uma importante arte e ferramenta indispensável do bom vinhateiro.

Quase todos os “Grandes Vinhos”, que conhecemos, são “assemblages”, algumas tão sofisticadas que são necessárias cinquenta ou mais provas para chegar no resultado desejado.

São todos feitos artesanalmente em sofisticadas salas de prova, por um grupo de técnicos e especialistas. Nada é ao acaso.

Existem algumas formas de elaborar vinhos de corte. A mais clássica é vinificar diversas castas, separadamente, e posteriormente, através de um processo de tentativas e erros, chegar a um resultado otimizado.

Outra forma comum são os chamados “field blends”, ou vinhos de vinhedos multivarietais. Portugal é um dos países onde este tipo de corte é bastante comum.

Um pouco mais raros, são os chamados cortes entre diversas safras de um mesmo vinho. Esta é um técnica muito utilizada em Champagne.

A matéria prima do vinho é diferente a cada safra, tudo decorrente do clima, principalmente a variação de temperatura anual e da quantidade de chuva que precipitou sobre o vinhedo. Por estas razões, correções são necessárias, até mesmo nos ditos varietais.

As normas de cada região produtora costumam ser elásticas, neste ponto, permitindo a adição de outros vinhos, em até 10%, sem que a característica de monocastas seja prejudicada.

Esta ferramenta enológica é a ideal para corrigir problemas de equilíbrio, complexidade, consistência, melhorar aromas e sabores, além de algumas razões de ordem comercial.

Vamos lembrar alguns vinhos que são muito apreciados e respeitados, embora uma grande maioria de Enófilos não se dá conta que são elaborados cortes:

Bordeaux – talvez o corte mais famoso – Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot, são as mais comuns. Nos brancos, Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle.

Rhone – o famoso corte GSM, Grenache, Syrah, Mourvèdre.

Chateneuf-du-Pape – da mesma região, num corte de até 14 castas, incluindo algumas brancas;

Amarone – Corvina, Rondinella e Molinara

Chianti – originalmente era um corte de Canaiolo, Colorino, Ciliegiolo e Mammolo. O mercado exigiu e algumas castas não italianas já são aceitas: Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc;

Super Toscanos – Sangiovese, Merlot, Cab, Franc, Cab. Sauvignon e Syrah;

Rioja – Tempranillo, Carignan, Graciano, Mazuelo e até Cab. Sauvignon;

Porto – Touriga Nacional e Franca, Tinta Cão, Tinta Roriz, Tinta Barroca e outras. São 40 castas possíveis;

Champagne – Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier;

Cava – originalmente, Macabeo, Parellada e Xarel-lo. A partir de 1986, a Chardonnay foi permitida.

Rosé de Provence – Cinsault, Grenache, Syrah, Mourvèdre e Carignan.

E agora, qual a compra mais segura: Corte ou Varietal?

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Cata – Chenin Blanc 2022

A Cata Terroirs foi criada em 2019 por André Marchiori, médico, e Eduardo Strechar, um jovem enólogo, com formação em viticultura e enologia na Austrália e ampla experiência, conquistada através de passagens pela Toscana, Chile e Altitude Catarinense. Cata em português significa: busca, procura; e em espanhol: degustação, prova. Além disso, também é o apelido afetivo do estado de Santa Catarina. O Cata Chenin Blanc 2022 possui fermentação em tanques de aço inoxidável em baixa temperatura, onde permaneceu em contato com as borras finas por 10 meses. Possui visual amarelo esverdeado vivo, límpido e brilhante. No nariz, notas de tempero fresco como tomilho e dill, assim como notas cítricas de limão siciliano e goiaba branca. Aroma complexo e extremamente agradável com muita tipicidade da variedade. Sua acidez alta e equilibrada com boa untuosidade pelo longo contato com as borras finas. Apresenta textura e complexidade em boca, que evidencia as notas de frutas no aroma.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de Photo 11 na Unsplash

De volta ao básico – Que vinho levar?

Se existisse uma espécie de dúvida universal, neste mundo do vinho, a pergunta que dá nome a este texto é uma séria candidata.

Mesmo experientes Enófilos titubeiam na hora de escolher ou indicar um vinho para algum amigo, quando precisam levar um “bom vinho para a nossa reunião”.

Algumas etapas deste processo seletivo são intuitivas. Por exemplo, se conhecemos quais pratos ou petiscos que serão oferecidos, a escolha do tipo de vinho é quase natural: branco, rosado, tinto ou espumante.

A grande dificuldade está em selecionar um determinado vinho, dentro de um universo de mais de dez mil varietais que podem ser vinificadas. Quase sempre, as únicas que lembramos, nestes momentos, são as clássicas: Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec e Carménère, entre as tintas ou Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés, entre as brancas.

Embora sejam escolhas seguras, talvez não sejam as melhores opções na hora de harmonizar. Devemos levar em consideração alguns outros fatores, inclusive a nossa preferência. Algumas destas castas produzem vinhos muito encorpados e difíceis de beber. São vinhos muito “sérios” para serem degustados numa reunião informal.

Imaginem que existem grupos, entre os apreciadores de vinho, que simplesmente abominam esta ou aquela casta, alegando as mais curiosas razões. Uma das mais conhecidas é a turma que despreza o aroma de “xixi de gato” dos Sauvignon Blanc.

Mundo afora, existe um outro grupo, o “ABC”, sigla cunhada no inglês para “Anything But Chardonnay” (qualquer coisa menos Chardonnay). Fácil descobrir qual não é a casta predileta deles.

Vinhos agradáveis de fáceis de degustar pertencem a uma categoria muito específica: corpo médio e alta acidez. Tem boa presença, aromas agradáveis, facilmente reconhecidos, além de persistente final de boca. Dentro de certos limites, isto vale para tintos e brancos.

Outro fator a ser observado é o teor alcoólico. Prefiram os vinhos que ficam na parte inferior desta escala.

Para encontrar estas preciosidades é preciso abrir o nosso leque de opções e começar a explorar, países, regiões e castas, nunca dantes navegadas.

Uma bela casta, que já começa a ser mais apreciada pelos consumidores brasileiros é a Alvarinho/Albarinho. Portugal, Espanha, Uruguai e Brasil elaboram deliciosos rótulos com esta uva.

Da Itália podemos escolher uma série de castas brancas simplesmente deliciosas: Verdicchio, Pinot Grigio e Vermentino.

Entra as tintas, se a opção for por vinhos mais leves, servidos refrescados, não descartem o Gamay (Beaujolais) e o Barbera. Preferindo um pouco mais de corpo, considerem as castas Cabernet Franc, País (Criolla Chica), Tempranillo e Mencia.

Uma das regras de ouro que devem ser seguidas é: nunca levar um vinho que não seja do nosso agrado. Isto pode complicar um pouco a escolha, quando sugerimos que a busca seja realizada fora da zona de conforto.

Para ajudar, vamos recordar outros dois truques, muito tradicionais, que certamente vão minimizar este momento de indecisão.

Aqui estão eles:

1 – Se não souber o que levar, leve um rosado;

2 – Espumantes são coringas.

Então, que tal combinar as duas ideias e levar um espumante rosado?

O correto será levar gelado e pronto para beber.

Experimentem!

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Luiz Porto Cabernet Franc

Localizada no sul de Minas Gerais, a Vinícola Luis Porto usa do método da poda invertida ou vinhos de inverno (quando se colhe a uva no período do inverno no Brasil) para produzir castas francesas. Nascida no início dos anos 2000, comercializa vinhos desde de 2014 e recentemente transferiu sua cantina para a cidade de Tiradentes, Minas Gerais, onde possui um aconchegante receptivo. O Luis Porto Cabernet Franc possui envelhecimento em barricas de carvalho francês. Um vinho vermelho vivo com boa intensidade e profundidade de cor, com notas de especiarias, terroso, herbáceo e pimentão assado. Após arejar aparecem notas de tostado, ameixa passa, cassis e alcaçuz. Marcante com taninos aveludados e amáveis.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de abertura de pvproductions no Freepik

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