Chegamos pontualmente e nos foi apresentado o cardápio: uma proposta de degustação com opções de 5, 7 ou 9 pratos, harmonizados ou não. Optamos pelo menu de 7 passos com a harmonização clássica de 5 vinhos.
Para começar, foi servido um bom espumante da Patagônia, o Agrestis Rosé. Um pequeno couvert de pães feitos na casa e manteigas aromatizadas distraiam os comensais até a chegada da 1ª entrada: Lagostins.
Estavam deliciosos e na medida certa para o próximo vinho, um classudo Viognier da Escorihuela Gascon. Este mesmo vinho seria o acompanhante para o fabuloso prato seguinte, um ovo cozido a exatos 62º C servido com lulas pequenas, cebolas macias e cinzas de cebola, flutuando num saboroso caldo. Silêncio geral, nosso paladar foi surpreendido de forma inesperada.
Aguardávamos ansiosos os próximos movimentos da cozinha, uma especialidade da Argentina, as Mollejas, ou a glândula Timo. Acompanhava Quinoa, amendoim e mini abobrinhas. Comentários divididos: compararam com o clássico francês ‘Ris-de-Veau’ ou com a receita de outro bom restaurante de Buenos Aires. Prevaleceu a máxima ‘gosto não se discute’. Quem optou por um prato sem carne não reclamou de nada – culinária impecável e serviço a altura. O vinho que acompanhava ainda era um branco, desta vez um bom Chardonnay, o Ruca Malén.
Entra em cena o peixe do dia com purê de batas defumado, erva doce e espinafre. Perfeito, inclusive na harmonização.
Recolhidos os pratos, serviram a ‘pièce de résistance’, um cordeiro acompanhado de queijo provolone, morcela (linguiça com sangue de boi), lentilhas e pimentões, numa apresentação espetacular. O vinho era um delicioso Terrazas Malbec.
Os pimentões, verde e vermelho, foram transformados em delicados cremes, o provolone foi triturado e frito assim como o pequeno pedaço da morcela que foi empanada. A lentilha era apenas cozida e bem temperada. A maior emoção foi com o cordeiro. Apesar da aparência de bem passado, a crosta superior estava bem escura, ele simplesmente se desmanchou ao primeiro contato como garfo. Aplausos efusivos e insistentes pedidos de ‘bis’!
O melhor fica por último, a conta: com uma polpuda gorjeta, ficou por menos de 500 pesos por pessoa, ou US$ 60.00 que convertidos ao câmbio de hoje resulta em R$ 120,00, com direito a visita do simpático e competente Chef que autografou os cardápios.
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