
Este catálogo que estou segurando é uma das mais completas Cartas de Vinhos de Portugal. Agora, imaginem a dificuldade da minha tarefa, escolher um vinho para o nosso almoço, já que sou considerado um “expert”.
Se fosse levar a sério esta missão, talvez lá pelo fim da refeição eu teria chegado a alguma conclusão. Só o tempo de leitura seria uma eternidade. Não existem atalhos, mesmo para um especialista.
Além de ser um exagero que chega às raias do exibicionismo, este catálogo de vinhos não representa o que acontece na maioria dos restaurantes. Vamos entender como são elaboradas as Cartas, normais, e tirar proveito disto na hora de encarar uma tarefa semelhante.
Uma Carta preparada corretamente deve conter algumas informações, seguir uma ordem de precedência e estar em sintonia com o tipo de gastronomia oferecida e a localização do restaurante.
A estrutura clássica é a que separa os vinhos por sua tipificação: Espumantes, Brancos, Rosados, Tintos e de Sobremesa. Juntos com a listagem dos Espumantes, podem ser incluídos alguns vinhos que são servidos com aperitivos, por exemplo, Jerez, Porto (seco), ou Brandy.
Um detalhe muito esquecido, por aqui, são os vinhos em taça: devem abrir a carta, antes dos vinhos em garrafa, caso o restaurante os ofereça.
Estabelecida esta divisão, o próximo passo é a precedência: que vinhos, de quais origens e preços, serão os primeiros da lista (país, região, casta)?
As boas cartas seguem esta ordem de precedência:
– Vinhos nacionais (se houver);
– Vinhos do continente (local do restaurante) ou do país que dita o estilo gastronômico da casa;
– Vinhos de outros continentes.
Em cada uma destas divisões, caso haja mais de uma opção, as mais importantes, na opinião do Sommelier ou de quem elabora a lista, aprecem em primeiro lugar.
Para finalizar, cada vinho deve ter uma breve descrição que inclui: nome e tipo do vinho; castas; produtor; safra; país de origem e região; volume da garrafa e preço.
Uma importante informação, normalmente excluída dos bons restaurantes nacionais, é a taxa de rolha. Muitos preferem não a declarar, abertamente, preferindo decidir no momento, baseado na aparência do cliente e na garrafa trazida. Uma pena.
Para finalizar, com todas estas informações fica bem mais fácil decidir que vinho vamos escolher. O preço costuma ser um fator primordial. Uma dica muito conhecida entre os “experts” é sempre olhar a parte de baixo da carta, seja qual for o tipo de vinho que pretendemos degustar.
Nenhum restaurante vai oferecer um produto de baixa qualidade. Quem não vai ficar bem na foto são eles.
Saúde, bons vinhos!
A dica da Karina está sensacional. Não deixem de avaliar esta deliciosa experiência.
Dica da Karina – Cave Nacional
Família Bebber – Kit Conecto Carvalho Concreto 2020

A vinícola Bebber está localizada no interior de Flores da Cunha. A sua história começou no casarão dos avós, em um projeto do jovem enólogo Felipe Bebber junto com a sua família. Com rótulos criativos e vinhos excelentes, a vinícola vem ganhando destaque ao longo dos últimos anos. Um exemplo de tal criatividade é o Kit Conecto Carvalho e Concreto que conta com um exemplar do Conecto Carvalho e outro do Conecto Concreto, ambos safra 2020, acompanhados da proveta para que você possa elaborar seu próprio corte e desafiar o enólogo. Ambos Conectos são um corte de Cabernet Franc e Petit Verdot, tendo o Concreto maturado em concreto por 18 meses e o Carvalho por 18 meses em barricas de carvalho francês e americano. O Conecto Carvalho tem a complexidade e potência do Terroir evoluídos em carvalho, exibindo elegância, estrutura e equilíbrio resultantes da maturação em barricas de carvalho. Já o Conecto Concreto tem a tipicidade e frescor do Terroir preservados pelo concreto, trazendo mineralidade, energia e vivacidade obtidos na maturação em esferas de concreto, método que também respeita a presença da fruta. E o blend das garrafas pode trazer o que cada bebedor mais apreciar!
A Cave Nacional envia para todo o Brasil.
CRÉDITOS: Foto de abertura por Tomás Pinheiro.
Esta carta que você tem em mãos na foto contém, acredito, cerca de 600 vinhos apenas do Douro. No Porto, porém, temos um excelente hotel com 1.300 rótulos, dos quais 97% são portugueses.
Fazemos jus à estatística de sermos os maiores bebedores per capita de vinho no mundo. Uma tarefa árdua, porém prazerosa…
Forte abraço
Grande Maurício.
A carta é do Casta e Pratos no Peso da Régua.
Se não me falha a memória, foi você quem me indicou este restaurante.
Agradeço o seu comentário, cheio de boas informações.
Grande Abraço
Tuty