Porto, Portugal, um dia muito louco

Estamos viajando em busca de novas aventuras no mundo do vinho. Nossa base é a cidade do Porto, mais conhecida como a capital dos vinhos do Douro.

Partindo daqui, tudo é pertinho: o Minho e os deliciosos Vinhos Verdes, a Bairrada, o Dão e as diversas sub-regiões do rio Douro. Damos um passinho a mais e estamos na Galícia, região das Rias Baixas e seus fantásticos Albarinhos.

Neste primeiro, dia o plano era bem simples. Como estamos hospedados na parte alta da cidade, pretendíamos caminhar até a zona de comércio, na Rua de Santa Catarina, já na parte mais baixa. De lá, seguir até Vila Nova de Gaia, onde visitaríamos mais uma Cave de Vinho do Porto, para fazer uma boa degustação seguida de um almoço em algum local simpático. Ao fim da tarde, retornar para nosso hotel, desta vez num táxi.

Subir as ladeiras do Porto não é para qualquer um…

Nosso passeio começou absolutamente dentro do normal. Fomos caminhando rua abaixo, apreciando o antigo casario, até chegar numa primeira loja na Santa Catarina. Estava escura, com a luz apagada. Imaginamos que, por conta do ensolarado dia, estavam economizando energia elétrica.

Pouco a pouco, percebemos que todas as lojas estavam no escuro, muitas já com as portas cerradas. Seguimos até o Largo da Batalha, onde sempre tem uma feira local de artesanato. Foi quando veio a notícia: o apagão era em Portugal e Espanha. O caos começava a se instalar.

Naquele momento, não era opção retornar ao nosso ponto de partida. Com o comércio fechando, seguimos em frente atravessando a ponte Dom Luiz I, em busca de uma Cave do Vinho do Porto.

Logo, logo a “ficha” foi caindo.

Nossos celulares começaram a falhar. O sinal da operadora estava completamente instável. Para atravessar a rua era necessário um cuidado redobrado. Não havia sinais de trânsito funcionando e a faixa de pedestre era disputada com automóveis, ônibus, motos, patinetes e bicicletas.

Chegando em Gaia, o cenário não era muito diferente. As Caves, obviamente, fechadas. Os restaurantes ao longo da Ribeira, todos lotados, só serviam bebidas e alguns pratos frios. Toda a parte de cocção, em Portugal, é majoritariamente elétrica.

Pagamentos só em espécie: as maquininhas dos cartões não estavam confiáveis.

Só conseguimos lugar num simpático armazém, que abriga diferentes quiosques gastronômicos. O almejado almoço se resumiu a alguns salgadinhos, fritos antes da luz cair, um prato de tapas frias e 2 cervejas, ainda geladas.

Na hora de pagar, a simpática atendente perguntou: “O senhor aceita uma taça de Porto para arredondar a conta?”.

Grande ironia!

Claro que aceitei. Ainda me foi dada a opção de escolher entre branco, Ruby ou Tawny. Escolhi este último.

Estava ótimo, um dos melhores que já degustei. Tinha um sabor muito especial, o de vencer os percalços deste dia muito doido.

Até para usar um banheiro público eram necessários cuidados adicionais. Nunca são projetados com iluminação natural. Na hora do apagão, as portas ficavam abertas, devassando parte do ambiente.

Para chegar de volta ao hotel não restou alternativa a não ser a de caminhar ladeira acima. Com o Metro parado, os ônibus estavam lotados e os táxis sumiram. Sem telefonia, nada de Uber ou similares. Ao todo, percorremos 10 Km.

A eletricidade só normalizou às 20:30. Sorte que nosso apartamento era no térreo.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Almaúnica Super Premium MAGNUM – Corte Bordalez 1,5 Litros 2020

Idealizada pelos irmãos Márcio e Magda Brandelli e localizada em local privilegiado no Vale dos Vinhedos, a Vinícola Almaúnica nasce no início dos anos 2000 com intuito de fazer vinhos de altíssima qualidade na Serra Gaúcha.

Este grande vinho nasce de uma paixão incondicional de Márcio Brandelli pela região de Bordeaux na França, mais precisamente em Saint Emilion, onde busca sempre muita inspiração para a elaboração dos vinhos da Almaúnica.

Desta memorável safra de 2020 foi feito este corte em separado, com 50% Merlot, 25% Cabernet Franc, 25% Cabernet Sauvignon. Sua maturação ocorreu por 24 meses em barricas de carvalho francês novas.

Vinho de cor intensa com notas violáceas. Nariz muito complexo que vai desde baunilha, chocolate preto, especiarias, café, defumados e calda de frutas vermelhas. No paladar ele é encorpado e potente com uma persistência longa e taninos maduros.

A Cave Nacionalenvia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Wirestock no Freepik

1 Comment

  1. Ronald Sharp Jr

    O que é ruim de passar é bom de contar, como já dizia Ariano Suassuna.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

© 2025 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑