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Devemos trocar de taça a cada vinho?

Existem diversas regras de etiqueta para as degustações de vinhos, que se aplicam desde o simples encontro para apreciar algumas garrafas de nossa adega, até os mais sérios e importantes concursos onde serão analisados e criticados alguns dos mais importantes rótulos do mercado.

As rotinas básicas de examinar cor, aroma e sabor, além da clássica agitada, já são do domínio de todos, mas qual é o comportamento adequado quando, após termos degustado um branco, nos oferecem um tinto?

Trocamos a taça, lavamos a taça ou misturamos o novo vinho com o resíduo do anterior?

As três opções são aceitas. Mas cada uma tem uma explicação ou razão diferente.

Trocar a taça é a menos comum. Imaginem-se numa feira de vinhos, com centenas de opções e quantidade igual ou maior de degustadores. Seria quase inviável oferecer uma taça nova a cada prova, mesmo que se utilizasse material descartável.

Numa escala menor e com grandes vinhos, isto seria possível, dando-se ao luxo, inclusive, de utilizar taças desenhadas para cada tipo de vinho servido.

Honestamente, coisa de enochato e esnobe. Não há necessidade de tanto preciosismo.

Nos grandes eventos abertos, pagos ou não, o convidado recebe uma taça que deverá ser utilizada para provar espumantes, brancos, rosés, tintos e doces/fortificados.

Duas técnicas podem ser empregadas para “lavar” a nossa única taça entre cada prova: com água ou com o novo vinho. Basta uma pequena quantidade, um giro da taça e descartar no recipiente adequado.

Alguns puristas, muito exigentes, afirmam que usar água é inadequado: sempre haverá um resíduo que pode diluir o próximo vinho, alterando suas qualidades organolépticas. Segundo este grupo, deve-se usar, unicamente, uma salpicada do novo vinho, o que não é negado por nenhum expositor.

Em certas condições, nem mesmo isto é necessário, por exemplo, quando estamos numa sequência de um mesmo produtor, experimentando a sua linha de tintos, desde o mais leve até o mais intenso.

Já se trocarmos do branco para o rosé ou para um tinto, a taça deve ser “lavada”. Este mesmo procedimento se torna imperativo se o vinho anterior estava com problemas.

A turma menos compromissada e descolada adota, sem muitas frescuras, o último método apresentado, seguindo uma antiga máxima:

“Nada melhor para lavar um vinho do que outro vinho”.

Tendo isto em mente, simplesmente escorrem, até o limite do possível, o primeiro vinho e pedem que lhe seja servida, na mesma taça, a próxima prova.

A contraprova de que este método funciona muito bem é muito simples e fácil de ser explicada: os fatores externos.

O ambiente onde a degustação está sendo oferecida, os aromas de perfumes e/ou produtos de limpeza, roupas e acessórios que, muitas vezes, ficaram guardados por muito tempo, entre outros, introduzem múltiplos aspectos, fora de nosso controle, que podem mascarar completamente uma tentativa de se fazer uma análise isenta em condições ideais que só ocorreriam num laboratório.

Por fim, se algum aroma ou sabor for estranho, nada nos impede de trocar a taça, ou lavá-la e recomeçar.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: seis vinhos para montar uma degustação e brincar com a taça. (*)

Sexteto Especial de Vinhos

Rosé Chileno Valdemoro Cabernet Sauvignon 2015;
Rosé Espanhol San Juan 2015;
Branco Português Real Forte Alentejo 2015;
Tinto Português Real Grei DOC 2015;
Tinto Português Portal da Vinha Red 2015;
Tinto Espanhol Montefrio La Mancha DO 2015

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

(*) as ofertas do Vinho Site mudam semanalmente.

Degustamos Vinhos da Croácia

José Paulo Gils e eu, convidados pelo Presidente da Câmara de Comércio, Cultura e Turismo, Brasil – Croácia, Sr. Otávio Vilarinho, fomos avaliar 3 vinhos croatas, dois brancos e um tinto, com o objetivo futuro de indicar estes produtos para serem importados e distribuídos no Brasil.

Otávio, um grande apaixonado pela Croácia, nos deu uma verdadeira aula sobre aquele país, que recebe viajantes brasileiros de braços abertos. O idioma básico para a comunicação é o inglês.

O primeiro vinho aberto foi o DIKA Graševina, da vinícola Feravino. Esta empresa, considerada a maior entre as de pequeno porte, possui 160 ha de vinhedos e sua cantina é capaz de produzir 2.000.000 de litros anuais.

Foi uma grata surpresa, com um teor alcoólico na faixa de 12.5%, é muito refrescante, leve, aromático e saboroso. Típico vinho para os dias quentes do verão, seja junto ao mar ou na borda de uma piscina. É considerado como uma das melhores relações de custo x benefício.

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A casta Graševina é a Riesling Itálico, uva de longa história no Brasil, onde é utilizada para elaborar vinhos brancos finos e espumantes, notadamente na Serra Gaúcha.

O segundo vinho foi o Festigia Malvazija, elaborado pela Vina Laguna.

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São 600 ha de vinhedos onde estão plantadas desde as internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot até uvas autóctones como a Teran.

Malvazija é a nossa conhecida Malvasia Branca, talvez a casta mais dominante desta família. Este vinho é muito bem reputado, tendo sido premiado em diversos concursos internacionais, entre eles o Mundus Vini Gold em 2015 e 2014.

Um vinho muito gastronômico, bem seco, pouco aromático, mas no paladar provocou ótimas sensações a ponto de imaginarmos um belo prato de frutos do mar para acompanhar aquele momento. Muito bom!

Os dois vinhos brancos degustados se mostraram com qualidade indiscutível, apresentação irretocável, o que demonstra toda a preocupação de seus produtores em se destacarem no cenário vinícola internacional.

Ressalto que a permanência em boca (retrogosto) deste segundo vinho era formidável, algo raro em vinhos brancos.

Para encerrar esta surpreendente degustação, foi servido o único tinto, o Miraz, um Syrah elaborado pela Feravino,.

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Muito denso, escuro, apresentado os aromas típicos desta casta, nos deixou intrigados ao comparar estas características com a de vinhos elaborados em outras regiões com esta mesma casta. São mais comuns os vinhos de corpo médio.

Este Miraz é um vinho gastronômico, muito bem vinificado, taninos suaves, muito frutado, remetendo a frutas negras e as características “especiarias”. Simplesmente delicioso.

Ainda há um longo caminho para qualquer destes vinhos chegarem ao Brasil.

Um dos destaques entre as uvas croatas é a Crljenak Kaštelanski, ou uva tinta de Castela, de onde descendem as famosas Zinfandel, norte americana, e a Primitivo, italiana.

Outra curiosidade fica por conta do enólogo Miljenko Grgic, ou simplesmente Mike Grgich como ficou conhecido nos EUA. Ele foi um dos responsáveis pelo famoso Chateau Montelena Chardonnay, que desbancou grandes vinhos franceses no épico Julgamento de Paris, em 1976. Junto com André Tchelistcheff e Robert Mondavi, são os pais do estilo “Novo Mundo”, que influenciou Enólogos e “flying winemakers” de maior sucesso atualmente.

Devemos muito à Croácia.

Bons vinhos, saúde!

Vinho da Semana: um rosé, intenso, elaborado com a casta Negroamaro.

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Esta varietal revela essência de gerânio e rosa combinada com morango e cereja. Um vinho com palato equilibrado e delicado, cheio de frescor e elegância, e com boa persistência.

Muito versátil harmoniza com uma infinidades de pratos, entre eles, Moqueca Capixaba, Churrasco e Risotos com carne de aves.

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Ofertas da semana: http://www.vinhosite.com.br/vinhos-da-semana

Testamos e Aprovamos

Encontrar um parceiro de qualidade para ofertar vinhos aos nossos leitores não é uma tarefa corriqueira, além de ser uma grande responsabilidade para o autor. Qualquer deslize e estamos fritos!

Por esta razão, reunimos o nosso painel de degustadores especializados para testar dois vinhos oriundos das ofertas da semana do Vinho Site e de seu Clube do Vinho:

– Vega Sindoa Temparnillo 2014

– Torreón de Paredes Reserva Carménère 2013

Os degustadores convidados para este evento foram o Prof. G, nosso Sommelier predileto, capaz de fazer a ficha analítica de um vinho em poucos segundos, e o Sr. B, um dos mais respeitáveis analistas de relações como custo x benefício e produtor x consumidor. Sua opinião define, com exatidão, as escolhas de um enófilo que consome vinhos diariamente.

Por razões óbvias são apresentados de forma anônima para evitar o assédio ou cooptação por parte de produtores e/ou distribuidores inescrupulosos que buscam, por meios sabidamente inadequados, obter o nosso apoio.

Coube a mim comentar os aspectos relacionados com a elaboração destes vinhos e, claro, moderar algum embate no grupo, o que não aconteceu devido à grande qualidade do que foi degustado.

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A escolha do local também exigiu algum empenho. Optamos pela excelente Trattoria Pici, localizada na Praça N. Sra. Da Paz, em Ipanema, que nos acolheu de braços abertos e com um menu perfeito para o que pretendíamos: gnocchi. Era dia 29/09 e gostamos de respeitar tradições.

Pontualmente às 12:30 já estávamos, eu e o Sr. B, acomodados numa mesa enquanto aguardávamos a chegada do Prof. G, declaradamente atrasado. Para iniciar os trabalhos encomendamos uma porção de Arancinis, bolinhos de risoto com queijo, e abrimos, aleatoriamente, o Vega Sindoa Tempranillo 2014, decisão que se mostraria correta mais tarde.

Este espanhol, da região de Navarra, Vale de Valdizarbe, é um dos melhores representantes do esforço que produtores estão conduzindo para restabelecer a qualidade dos vinhos deste Vale centenário, após muitos anos de descaso em virtude de variações climáticas extremas e consequente preço da uva muito desvalorizado.

Coube ao Sr. B a primeira prova. A reação, típica de um consumidor feliz com a sua compra, não poderia ser outra: “Ótimo vinho, vou comprar mais!”.

Comecei avaliando sua coloração: rubi bem brilhante, como devem ser os vinhos mais novos como este, safra 2014. Boa paleta de aromas, tipicamente frutas vermelhas e um pouco de Alcaçuz. Corpo médio, redondo e fácil de beber. Excelente permanência em boca o que, no meu entendimento, demonstra o cuidado na vinificação, obtendo-se um produto que se coloca num patamar acima dos concorrentes em sua faixa de preço.

Estávamos disputando o último bolinho da porção servida quando chega o Prof. G que, após as desculpas protocolares, provou vinho, o Arancini e, com ares de aprovação, teceu seus comentários:

“Cor Rubi intenso com reflexos violáceos. O brilho denota boa acidez o que é comprovado no palato. A lágrimas refletem o teor alcoólico, mostrando um vinho equilibrado, macio, estruturado com taninos suaves. Muito agradável de beber”.

Já era a hora de encomendar o prato principal. Não foi combinado previamente, mas todos optamos pela sugestão do dia, entrada, prato principal e sobremesa, por um convidativo preço único.

Foi servida a entrada, uma fresca e bem temperada salada verde, que combinou perfeitamente com a boa acidez do Vega Sindoa, mas eram as últimas 3 taças. Hora de abrir o segundo vinho.

O Carménère Torreón de Paredes é um vinho bem diferente do 1º. Coube a mim a prova inicial.

Esta casta, considerada a mais icônica do Chile, produz vinhos com características bem típicas, não importando muito o terroir ou métodos de vinificação: aromas e sabores terrosos e de especiarias, tipicamente pimentão verde.

Isto demonstra a forte personalidade desta uva, e o quão difícil é obter um vinho varietal que se destaque.

Não havia nada de errado com o Torreón, mas precisei de uns instantes para readaptar o meu paladar para este vinho mais sério. A chegada do prato principal foi fundamental para que percebêssemos todo o seu potencial de harmonização com o saboroso gnocchi al pomodoro. Perfeito!

Prof. G, ficou positivamente impressionado com as características deste vinho a ponto de confessar que este seria o 2º Carménère a incluir na sua lista de vinhos chilenos.

O Sr. B estava calado, literalmente “sem palavras”. O vinho estava falando mais alto.

Tanto um vinho como o outro foram servidos através de um aerador Rabbit, padrão em nossas degustações. Enquanto o Vega Sindoa se manteve praticamente estável em todas as rodadas, a Torreón de Paredes nos surpreendia a cada nova taça. As impressões iniciais praticamente sumiram, dando lugar a frutas negras, notas florais e um agradável viés cítrico.

Uma opinião unânime foi a que deveríamos tê-lo aberto antecipadamente e decantado. O aerador não foi suficiente para revelar todas as suas características, que só foram bem percebidas na última taça.

Foi neste momento que nos demos conta do único defeito: não havia uma segunda garrafa dele para continuarmos esta deliciosa degustação…

Excelente vinho, uma das seleções mensais do Clube de Vinhos, demonstrando toda a qualidade da curadoria. Parabéns!

Enfrentou, sem problemas, até a doce sobremesa de bolo de banana em calda. Foi uma excelente experiência.

Depois de feita a nossa avaliação, procuramos saber o que outros críticos de vinhos tinham a dizer sobre estes mesmos “caldos”.

O Vega Sindoa recebeu 89 pontos do site Vinous (site por assinatura), conduzido por Antonio Galloni, um dos avaliadores de confiança de Robert Parker, hoje em voo solo.

O Torreón de Paredes recebeu 90 do Descorchados.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: continuamos buscando boas compras no site de nosso parceiro.

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Notas complexas de mel, maçã e frutas cítricas. Um delicioso vinho branco, que apresenta paladar fresco e elegante, harmônico e sedoso, com agradável final.

Perfeito com pratos da culinária oriental, Sushi e Sashimi inclusive.

Compre aqui: http://www.vinhosite.com.br/vinho-alemao-branco-werner-anselmann-riesling-qba-trock-riesling/p

Ofertas da Semana: http://www.vinhosite.com.br/vinhos-da-semana

Sendo um Grande Anfitrião

Semana passada fomos convidados para o último fim de semana da mansão alugada por nossos amigos Mario e Christina, em Correas, distrito de Petrópolis-RJ. Findo o ciclo olímpico, a casa seria devolvida. A proposta era “raspar o tacho”, e isto incluía as últimas garrafas de vinho levadas serra acima.

Um fim de festa perfeito. Temperatura agradável com dias de um lindo céu azul. O grupo de convidados, José Luís e Ligia, Claudia e eu, Teca, Cecilia e Ângela não poderiam estar em maior sintonia. A mesa farta, a qualquer hora do dia, sempre bem vigiada por Marcia e Fábio, além de Tarciso que cuidava para que tudo na casa estivesse funcionado.

Com um clima destes nada poderia dar errado, o que me levou a pensar no que realmente era necessário para sermos grandes anfitriões.

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A regra Nº 1 é Generosidade.

Obviamente que cada convidado contribuiu para o sucesso deste evento, mas a infraestrutura era por conta do casal que nos convidara. Tudo o que estava à nossa disposição era de qualidade indiscutível, mesmo no alardeado clima de “enterrar os ossos”. Percebia-se, facilmente, na mesa do café da manhã, no almoço, no jantar e nas diversas tábuas de queijos, mini-quiches e outros petiscos servidos no decorrer do dia.

Nos vinhos não era diferente. Bons brancos e tintos estavam à nossa disposição.

Nº 2 – Surpreenda seus convidados.

Sábado foi o grande dia. Quando chegou a hora de “iniciarmos os trabalhos”, alguém logo lembrou que já era ½ dia em algum lugar do planeta, para minha surpresa fui nomeado o Sommelier oficial do encontro. A adega era minha e poderia fazer o que achasse melhor, com direito a críticas ou elogios…

Como a temperatura estava mais fria que o costumeiro calor carioca e, após uma checada na cozinha para saber o que seria servido, optei por abrir alguns tintos. Eis a lista do que estava à minha disposição:

Escorihuela Gascon, Pequenas Producciones, Syrah 2010 e Cabernet Sauvignon 2009 (Argentina);

Leeuwenkuil Syrah 2012 (África do Sul);

Zorzal Eggo Tinto de Tiza 2010 (Argentina);

Angelica Zapata Alta Merlot 2011 (Argentina);

Marques de Casa Concha Carménère (Chile);

Quinta das Tecedeiras 2013 (Portugal).

Todos concordaram com este convite, não houve nenhuma tentativa de Impeachment ou Golpe.

Outras surpresas estavam reservadas para mais tarde.

Lancei mão de mais uma regrinha, a terceira.

Nº 3 – O vinho certo no momento exato

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Comecei pelo Syrah argentino seguido do sul-africano para fazer uma degustação comparativa. Dois vinhos completamente diferentes. Enquanto o Pequenas Producciones era muito frutado e fácil de beber, o outro Syrah era um vinho sério que exigia gosto e paladar apurados. Com notas de alcatrão e terrosas, demandou algum tempo para  nos ajustarmos a este conjunto de novos sabores. Mas era um grande vinho e contrastava bem com os queijos e comidinhas servidas.

Abri o terceiro vinho retornando para a argentina. O Eggo, elaborado nos famosos ovos de concreto, é um vinho muito celebrado e premiado. Com pontuação elevada (RP 94; Descorchados 96 pts.), é um corte de 90% Malbec e o restante de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Delicioso, nos acompanharia no 1º prato do almoço que começava a ser servido: escondidinho de ossobuco.

Para o prato seguinte, um belo refogado de escargot e cogumelos, preparados na hora pelas competentes mãos do nosso anfitrião, abri o suave e aromático Merlot Angelica Zapata. Seria perfeito, na minha opinião, se o nosso Chef não fosse tão preciso nas suas cocções e a sede do grupo fosse menor: nunca vamos saber se era a harmonização correta. A garrafa secou antes do prato ser finalizado.

Arrisquei o segundo Pequenas Producciones, desta vez o Cabernet Sauvignon, mesmo sabendo que seria um pouco mais tânico que sua companheira bordalesa. Um bom vinho, mas nitidamente abaixo do nível servido até então. Mas todos estavam felizes.

Para o último prato, um Cassoulet, abri o Carménère Marques de Casa Concha e encerramos com o Quinta das Tecedeiras.

Grande almoço!

Duas observações finais fazem parte deste conjunto de atributos que nos tornam grandes anfitriões: temperatura certa e uma certa ritualística.

A temperatura ambiente era perfeita para todos os vinhos servidos. Se não for este o caso, resfrie ou aqueça conforme a necessidade. Lembrem-se que a temperatura do vinho não é ciência, mas prazer.

Todos as garrafas foram provadas inicialmente para se decidir entre aerar e/ou decantar.

O bom vinho agradece.

Saúde!

Vinho da Semana: além da listinha acima, este caberia no almoço em questão.

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Casa Mia Nero d’Avola Terre Siciliane IGT 2013

Rubi intenso com reflexos violáceos. Aromas: de frutas vermelhas frescas, notas florais e toques de especiarias.

Corpo médio, com taninos finos e final de boca redondo e agradável.

Harmoniza com carnes vermelhas grelhadas e assadas com molhos de média intensidade, preparações à base de carnes de porco, massas com molhos à base de tomate e queijos de massa amarela.

Almoço de domingo

Dia universal da “fiaca”, e lá fomos nós para a residência de Mario Sergio e Christina para um fabuloso almoço dominical. Cecília nos levou. Mario e Ana Lucia completaram o grupo.

A proposta?

Muito simples: boa comida, bons vinhos e a companhia dos amigos num papo que não tinha fim. Falou-se de tudo, resolvendo os mais variados problemas do Brasil e do Mundo.

Para abrir os trabalhos, fomos brindados com um Gran Enemigo Cabernet Franc 2010, elaborado por Alejandro Vigil para as Bodegas Aleanna. Um vinho encantador que recebeu, entre outras notas, 95 pontos de Parker.

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Para divertir o paladar, diversos amuse bouche foram servidos enquanto o prato principal, pato recheado com foie gras, acabava de assar.

Como era domingo e ninguém estava muito preocupado com nada, gastávamos o tempo apreciando pequenos Welsh Rarebits temperados com curry, ou empadinhas abertas de diversos sabores, a garrafa, como num passe de mágica, esvaziou.

Era hora do segundo vinho, um interessante Malbec californiano, o McKenzie-Mueller 2010, outro rótulo bem avaliado. Muito interessante e com características que lembravam mais um Syrah australiano do que um Malbec argentino. Quase impossível de comprá-lo por aqui, é produzido em pequenas partilhas que ficam nos EUA mesmo.

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Pasteizinhos de carne e outras delícias eram oferecidas a todo instante, só o pato não estava cooperando: uma informação, preciosa, vinda da cozinha informava que um dos patos estava quase no ponto, mas o outro ainda estava um pouco duro. Paciência…

Para aguardar, partimos para a primeira das duas garrafas trazidas por Mario e Ana Lucia, o super-toscano Tassinaia 2007, saboroso corte de 34% Sangiovese, 33% Cabernet Sauvignon e 33% Merlot. Muito bem pontuado, Galloni deu 94 pontos, foi uma brilhante sequência às duas garrafas anteriores.

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Mas o pato ou melhor, os patos não estavam a fim de colaborar, afinal era domingo, “la fiaca”, “preguiça”, etc…

Abrimos a quarta garrafa, desta vez um espanhol, o Salanques da premiada vinícola, Mas Doix, do Priorado. Recebeu 94 pontos de Parker. Um elaborado corte de 65% Garnacha, 15% Cariñena, 10% Syrah, 5% Merlot, 5% Cabernet Sauvignon.

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Excelente vinho, mas com aromas e sabores muito favoráveis para harmonizar com o pato. Optamos por reservá-lo para depois. Sendo assim, avançamos sobre a adega de Mario Sergio: as quatro garrafas, originalmente pensadas apara o evento, já não estavam mais disponíveis…

O problema, neste momento, era decidir o que seria aberto. Estávamos fazendo um giro pelos grandes produtores, Argentina e EUA do novo mundo, Itália e Espanha do velho mundo. Cecilia quase que exigia um Tempranillo, mas foi voto vencido.

Escolhemos um português top, o Duas Quintas 2004, reserva especial, do Douro. Um corte de diversas uvas regionais, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Tinta Barroca, Tinta Amarela, Tinta Francisca, Tinta da Barca, Souzão e Bastardo, que recebeu 92 pontos de Parker, além de diversos prêmios internacionais.

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Estávamos nos deliciando com este precioso vinho quando, finalmente, os patos e outras delícias foram servidas.

Todos à mesa, inclusive o Salanques!

Para acompanhar a “Pièce De Résistance” havia uma salada, arroz cítrico e batatas sautée. Parodiando um dos convidados, “um verdadeiro manjar dos deuses”.

Obviamente que a solitária garrafa remanescente do quarteto original não era suficiente para os vorazes apetites. Para alegria de D. Cecilia, apreciadora de carteirinha desta uva icônica da Espanha, um Tempranillo foi aberto e servido. E não era qualquer um não…

Pago de Los Capellanes 2009, Crianza, Ribera del Duero, foi o rótulo escolhido. Um corte de 90% Tinto Fino (Tempranillo) e 10% Cabernet Sauvignon, que recebeu 93 pontos da Wine Spectator.

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O capítulo final foram as sobremesas, pastel de nata seguido de uma tradicional “Apple Pie à lá Mode”. Tudo quentinho “comme il faut”. Para acompanhar, um Monbazillac, que ninguém é de ferro…

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Um lindo fim de dia nos aguardava.

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Supimpa!

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: está com preços promocionais até meados de julho, aproveitem.

 

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Ótimo Tempranillo, corpo medio, fácil de beber e perfeito para se harmonizar com uma gama bem ampla de pratos!

 

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