Categoria: O mundo dos vinhos (Page 45 of 72)

Profissionalizando

Este é um tema que passa pela cabeça de muitos apreciadores de vinho que passam a ter, como hobbie, o estudo desta fascinante bebida: gostariam de trabalhar, profissionalmente, no mundo do vinho.

Vários caminhos são possíveis, passando pela área comercial até a formação como Enólogo, para a elaboração da nossa bebida predileta. Cada uma destas ocupações vai exigir um maior ou menor grau de conhecimento e investimento para atingir o nível necessário para o desempenho desejado.

Uma das colocações mais atraentes é a de Sommelier. Atualmente existem diversos cursos de formação, com quase nenhum pré-requisito, o que seduz muitos profissionais dos salões de nossos restaurantes a seguirem por esta trilha.

As atividades deste treinado profissional já ultrapassaram as fronteiras dos restaurantes. No mundo atual, podem ser contratados para desempenhar suas funções junto aos grandes importadores, seja na área de vendas ou na de “wine scout”, o profissional que viaja em busca de novidade para o comerciante.

Mercados e supermercados estão usando, cada vez mais, Sommeliers para orientar seus clientes na escolha de um vinho para qualquer tipo de ocasião.

Também podem atuar na área de consultoria, elaborando Cartas de Vinho, por exemplo.

Por trás disto tudo é necessário que uma técnica muito específica seja desenvolvida: saber identificar um vinho por suas principais características, aparência, aromas, sabores.

Note-se que esta técnica é exigida para todos que desejam ingressar neste universo e até mesmo para se tornar um enófilo experimentado.

Identificar corretamente um vinho só depende de muita habilidade e treinamento. Existem cursos e dispositivos para treinar o olfato e paladar, entre eles o famoso kit “Nez du Vin” que oferece diversos aromas básicos para, como num jogo, descobrirmos, por exemplo, o cheiro de Alcaçuz, aroma pouco comum nestas paragens brasileiras.

Um fator de grande importância é obter uma certificação respeitada internacionalmente, se possível. Cursos básicos como a das ABS nacionais ou do SESC, devem ser complementados com o de escolas ou organizações mundiais que treinam e testam seus alunos. As mais conhecidas são a Wine & Spirit Education Trust (WSET), International Sommelier Guild (ISG), Institute of Masters of Wine (IMW) e Court of Master Sommeliers (CMS).

Cursar qualquer um deles é um “tour de force” que vai exigir uma dedicação total e muitas, muitas horas mesmo de estudo e degustações orientadas. Um dos aspectos mais interessantes destes programas é que oferecem guias de estudo e fichas de treinamento.

Para dar uma boa ideia de como isto tudo funciona, vamos apresentar o guia de degustação dedutiva, elaborado pela CMS (tradução livre e adaptada), destinado a orientar os estudantes a analisar um vinho dentro de uma lógica Cartesiana.

Aparência (tentem identificar os itens de acordo com o vinho)

Transparência: clara, nublada, fechada
Brilho: sem brilho, brilhante, muito brilhante
Concentração: pálida, média, profunda, translucida, opaca
Efervescência: sim, não
Sedimentos: sim, não
Cor: palha, amarelo, ouro (bcos); púrpura, rubi, granada (ttos)
Tonalidade: prata, esverdeada, laranja (bcos), azulada, rubi, granada, marrom/ocre (ttos)
Variação (para a borda): cor altera do centro para as bordas
Manchas: nenhuma, leve, média, intensa
Lágrimas: Leve, média, intensa (viscosidade)

Aromas

Defeitos: TCA (rolha), sulfitos, Brett, oxidação, outros (a lista é grande)
Intensidade: delicada, média, intensa
Avaliação de idade: jovem, vínico
Frutas: maçã, pera (frutas brancas), cítricas, melão, tropicais, bagas (bcos); negras, vermelhas, azuladas, bagas (ttos)
Características: assadas, cozidas, secas, cascas, ácida, madura, geleia
Não frutados: vegetal, herbáceo, especiarias, aromas de vinificação
Orgânicos: chão de bosque, cogumelos, compostagem, horta, pomar
Inorgânicos: mineral, calcário, pedra de isqueiro, vulcânico, petróleo
Terciários: couro, tabaco, carne vermelha, poeira
Madeira: nova, velha, francesa, americana

Paladar (repete-se a lista de frutas até madeira)

Doçura: varia de muito seco a doce
Tanino: de pouco a intenso
Acidez: idem
Álcool: idem
Corpo: leve, médio, encorpado
Textura: cremosa, redonda, magra
Equilíbrio: algum elemento sobressai?
Final/retrogosto: de curto a longo
Complexidade: de baixa a complexa.

Se um aluno conseguir perceber tudo que se aplica ao vinho em estudo, ele poderá concluir a análise respondendo a estas questões:

Velho ou novo mundo?
Clima frio, moderado ou quente?
Variedade de uva
País de origem, região e denominações adequadas
Safra ou idade

Que tal, alguém vai encarar a maratona?

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: Vamos variar um pouco. Em lugar de degustar um vinho, que tal fazer um curso?

Uma relação dos mais conhecidos:

ABS – Associação Brasileira de Sommeliers

Rio de Janeiro – (21) 2265-2157

São Paulo – (11) 3814 7853 ou (11) 3814 1269

Minas Gerais – (31) 2555-8938

Rio Grande do Sul – (54) 99972-0130

Isto ou aquilo?

Antropólogos e Historiadores afirmam que tanto o vinho como a cerveja surgiram de forma acidental. Para ser exato, a fermentação de frutas (vinho) ou grãos (cerveja) acontece naturalmente. A “descoberta” foi perceber que esta reação poderia ser controlada e que os resultados obtidos eram deliciosos.

Não estaríamos errando se considerássemos o vinho como uma bebida “artesanal”, até bem pouco tempo atrás. Muitos bons produtores ainda seguem tradições centenárias em suas cantinas. Modernas tecnologias, ali, ainda não são totalmente encampadas, exceto no que diz respeito à salubridade de processos e produtos.

Mas não há como negar: o vinho moderno é um produto que envolve tecnologias de ponta. A fermentação, origem de tudo, passou a ser feita em ambiente totalmente controlado. Robôs emulam a tradicional “pisa a pé” dos tintos portugueses. Processos pós-produção, como micro-oxigenação, filtração, etc…, estão, cada vez, mais sofisticados. Ganha o consumidor.

Olhando para o meio-ambiente, há uma eterna preocupação com insumos que são de origem vegetal e que devem ser preservados. O mais típico são as rolhas de cortiça. Um Sobreiro, árvore de onde se extrai a cortiça, leva 10 anos para poder ter sua capa cortada e transformada em tampas para o vinho.

Se olharmos para os custos, vinhateiros da Austrália e Nova Zelândia pagam muito caro por este produto o que os obrigou a adotarem e desenvolverem as discutidas cápsulas metálicas, entre outras formas de fechamento de uma garrafa que não utilizam a cortiça.

Madeira de Carvalho é outra grande preocupação. O longo ciclo de desenvolvimento desta árvore, conjugado com as “condições normais” para fabricação de barricas e as poucas florestas desta madeira ainda existentes, provocam novas e ousadas soluções.

Há muito se fala e se critica algumas técnicas de envelhecimento, em madeira, que utilizam os subprodutos da produção de carvalho para barris: aduelas, cavacos e até mesmo serragem. Da mesma forma que os produtos de cortiça, a madeira de carvalho é muito cara para alguns países produtores.

A imagem que ilustra este texto é de uma vinícola que já está utilizando uma tecnologia proprietária, “Flexcube”, desenvolvida por um grande fabricante de barricas.

A solução é muito engenhosa. Segundo o fabricante, permite total controle da quantidade de oxigênio que permeia o polímero externo que dá formato ao cubo, como sobre a quantidade e tipo de carvalho que será mergulhado no ‘cubo’. Como benefício adicional, obtém-se uma importante otimização do espaço disponível.

Outro ganho se reflete na preservação do meio ambiente ao se minimizar o uso de árvores para este novo processo.

O mix de aduelas de carvalho, “Barrel Oak“, que disponibilizam para os produtores é fantástico, incluindo diferentes tostas e origens.

Eis alguns exemplos:

Mix de tostas de origem francesa;

Mix de tostas de origem americana;

Mix Lafayette (França + EUA);

Aduelas de florestas do Cáucaso (Rússia ou Eslovênia);

E até mesmo misturas que procuram se aproximar de regiões vinícolas bem específicas, como o Rhône.

Agora só falta provar um vinho destes. Em breve…

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: O dia dos namorados está chegando e nada melhor que convidar aquela companhia especial para degustar um bom vinho.

Quinta de Bons-Ventos Rosé

Elaborado na região de Lisboa pela Casa Santos Lima com as castas Castelão (Periquita), Camarate e Cabernet Sauvignon.

Frutado e delicioso no paladar. Seu moderado teor alcoólico (9,5%) é o ideal para as amenas temperaturas do outono.

Harmoniza com peixes, frutos do mar, comida japonesa, paella.


Dica da minha amiga Regina Perillo para os leitores de BH:

CURSO DE VINHO PODE TORNAR A COMEMORAÇÃO E O PRESENTE DO DIA DOS NAMORADOS AINDA MAIS ESPECIAIS

Que tal presentear o seu amor com um curso de iniciação ao mundo dos vinhos? Para ficar melhor ainda, o ideal é que os dois façam juntos o curso. O dia dos namorados será uma ótima oportunidade para colocar em prática as aulas, fazendo a escolha mais acertada para o presente ou comemoração.

Para junho, a Escola de Vinhos Casa Rio Verde está com inscrições abertas para duas edições: sábado, 1º de julho, das 9h às 19h, e dias 3, 4 e 5 de junho, das 19 às 22h. Os cursos têm 9 horas de duração, abrangendo, entre outros tópicos, informações sobre os tipos de uvas, países produtores, serviço do vinho e harmonização vinho x comida. Na parte prática, são degustados 12 rótulos de diferentes estilos.

As aulas acontecem na Sala Adolfo Lona, na loja de Lourdes, uma das cinco da importadora em Belo Horizonte.

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SERVIÇO – CURSO DE INICIAÇÃO AO MUNDO DO VINHO – JUNHO

Datas:1º de junho (9h às 19h)

3, 4 e 5 de junho (19h às 22h)

Local: Casa Rio Verde – Praça Marília de Dirceu, 104 – Lourdes – BH

Valor do investimento: R$ 299 por pessoa (capacidade 18 pessoas) – sócios do VinhoClube da Casa Rio Verde pagam R$209,30.

Inscrições/informações: https://www.casarioverde.com.br/vinhos/cursos

Telefone: 31-3116-2300

O tal gosto metálico

“Mme. C”, minha esposa, participa de uma confraria feminina, cujo objetivo é celebrar alguma data importante, como um aniversário. Mensalmente há uma reunião e o grupo é muito ativo, escolhendo lugares diversos para seus encontros. Nem todas são enófilas e degustar um vinho não é uma obrigação.

Num último encontro, quando foram conhecer um novo e simpático restaurante carioca, com foco em coisas do mar, ocorreu um interessante episódio que serve de pano de fundo desta coluna.

Para desfrutar das delícias que estavam no cardápio, optaram por pedir diversas entradas. Cada uma que chegava à mesa era provada, e quando não havia mais nada para beliscar, encomendavam uma nova opção.

Neste meio tempo, algumas comensais decidiram por uma garrafa de um bom tinto italiano, elaborado com a clássica Sangiovese.

Quase que simultaneamente, pedem um croquete de camarão ao aioli de limão, uma variante da maionese.

A combinação, pelo menos para o apurado paladar de “Mme. C”, resultou num desagradável sabor metálico.

O fato curioso se deu quando as amigas foram consultadas sobre este estranho retrogosto e nenhuma delas notou qualquer alteração de sabor…

A combinação de taninos, frutos do mar e molhos com base em limão sempre foi incompatível. Some-se a Sangiovese, reconhecidamente tânica, e o gosto metálico aprece com força total.

A explicação científica é bem simples: a proteína dos frutos do mar não reage bem com o tanino do vinho.

Nada que um pouco de água e pedaços de pão não possam resolver.

A discussão mais interessante fica por conta da não percepção do problema pelas amigas que desfrutavam das mesmas escolhas. Algumas explicações são possíveis.

Aqui vai uma pergunta bem ampla: Quantos sabores os leitores desta coluna conseguem identificar ao consumir um alimento ou bebida?

O sabor metálico está entre eles?

Se analisarmos com atenção, objetos metálicos não têm aroma ou sabor e não é algo que se consuma numa dieta regular. Então, como surge este sabor em questão?

Sem querer entrar em discussões científicas ou filosóficas, este sabor metálico existe por associação de ideias. Por exemplo, vamos ao dentista e reclamamos de um sabor anormal. Ele pergunta, “metálico”?

Pronto, foi feita a associação de ideias.

O mesmo pode ser dito para um outro gosto muito discutido entre enófilos, o sabor mineral. Acho que ninguém comeu pedra ou raspa de metal para comprovar que sabores são estes.

Muitas pessoas não têm um paladar mais desenvolvido e nem sempre são capazes de associar um determinado sabor fora da curva normal com alguma coisa, digamos, menos comum.

Em situações como esta, acham o sabor estranho ou desagradável, não lhe dando a mesma importância que um enófilo experimentado daria. Simples assim.

Vida que segue…

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um belo branco italiano de uma casta deliciosa.

Masso Antico Fiano di Salento 2017 – $

A casta Fiano é uma uva de alta qualidade usada extensivamente no sul da Itália. Usada principalmente como varietal, seus vinhos são cremosos, com toques amendoados.

Gastronômico, é excelente para acompanhar crustáceos grelhados, com molhos leves, ou com queijos frescos. Delicioso também como aperitivo.

Tecnologia, ética e integridade no vinho

Vários adjetivos definem o vinho, uma das bebidas alcoólicas mais antigas e com uma história que passa por Reis, Rainhas, aventureiros, guerras, religião e muitas outras situações.

Tão importante que uma boa parte de nossa evolução pode ser contada pela própria história dos vinhos.

Ao contrário de um famoso destilado, que tem sua qualidade intrinsecamente associada a um determinado país, vinhos são multinacionais. Não se pode afirmar, de forma leviana, que “vinho é francês”, por exemplo, quando sabemos que ali do lado existem vinhos iguais ou melhores. Estamos falando de Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, só para ficar nos mais evidentes.

A boa qualidade de um produtor é seu cartão de visita e mantê-la não é tarefa fácil. Por ser um produto que usa matéria-prima agrícola, vinificadores, em todo o mundo, estão sempre ao sabor do clima. Torcem por chuva e sol, dentro de parâmetros esperados e amplitude térmica que lhes permitam obter frutos perfeitamente maduros no período certo.

Não é simples enfrentar a natureza. Se nada der certo numa safra, o prejuízo é quase certo e poucos recursos existem na cantina.

O conhecimento e a tecnologia das técnicas modernas de vinificação ajudam a diminuir os efeitos de uma matéria-prima menos adequada, mas ainda não resolvem o principal problema: como produzir um vinho icônico se as uvas não correspondem?

Produtores íntegros simplesmente não entregam aquele vinho em determinadas safras. Existem inúmeros exemplos e alguns rótulos usam este fato como um grande aliado no seu marketing, algo como “só é produzido em anos excepcionais’.

Vejam a produção do famoso Barca Velha, o mais afamado vinho de Portugal: em 60 anos, desde sua primeira vinificação em 1952, apenas 18 safras foram vendidas ao público. A mais recente é a de 2008.

Apenas para registro histórico, aqui estão elas: 1952, 1953, 1954, 1957, 1964, 1965, 1966, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995, 1999, 2000, 2004 e 2008.

Infelizmente, a busca por um lucro fácil e a falta de ética levam alguns vinhateiros a usar de todo e qualquer recurso disponível para colocar sua safra no mercado.

O mais antigo deles e muito regulado em todos os países produtores, é adicionar açúcar ao mosto em fermentação para se obter um maior teor alcoólico. Isto é chamado de chaptalização.

Se faltou cor, que tal adicionar um corante como o Mega Purple? Leia esta matéria que publicamos em 2013 – A Poção Mágica.

Quer dar uma amadeirada no sabor, adicione alguns cavacos de carvalho no tanque de decantação ou, mais simples ainda, um pouco de extrato de carvalho.

Existem aditivos químicos para tudo.

O ponto culminante da tecnologia foi a criação de uma vinícola que produziria um vinho 100% sintético, a Ava Winery. Tentou realizar o famoso milagre de transformar água em vinho. Conseguiu, mas em tubos de ensaio, apenas. Atualmente mudou o nome para Endless West e se dedica a produzir destilados sintéticos…

Para completar este quadro, as parcas informações contidas num rótulo não ajudam, em nada, para descobrirmos estas fraudes. Aliás, este tema é tabu entre todos os produtores, dando uma pista que, no final das contas, ninguém é santo neste ramo.

A própria tecnologia que pode ser vista como um inimigo, pode estar do nosso lado, também. Equipamentos laboratoriais de alta qualidade permitem uma rápida e precisa análise química do conteúdo de uma garrafa. A era da informação quase instantânea que estamos vivendo, outro avanço tecnológico, impede que estes resultados sejam mantidos obscuros ou incessíveis.

Vinho de qualidade é íntegro.

Basta saber onde procurar.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um bom espanhol, muito bem vinificado.

Celler Masroig Solà Fred 2014

Elaborado com 100% da poderosa Cariñena ou Carignan, dentro da denominação DO Montsant, do Priorato, onde é conhecida como Samsó. É um vinho de cor vermelho rubi intenso e luminoso, com reflexos violáceos.

Aromas com intensos frutados de ameixa e notas de rosas, bordejados por discreto defumado. A boca é sedosa, com taninos maduros, bastante fruta, bom corpo e boa permanência.

Um vinho fácil e delicioso que acompanha muito bem arroz de cogumelos ou queijos curados.

Guia Peñin: 88 pontos,

Dia das mães, presente: um vinho!

Se ainda não presenteou sua mãe com um vinho, inove!

E se o problema é saber qual é o vinho ideal para presentear, então temos a solução!

Um dado histórico indica que o paladar feminino é facilmente seduzido por vinhos mais doces. Neste caso, existem múltiplas possibilidades.

Começamos pelos vinhos generosos, categoria muito bem representada pelos vinhos do Porto, Madeira e Xerez. Mas existe um concorrente que, quase sempre, passa despercebido, o Moscatel de Setubal.

Sucesso garantido.

Este, da Bacalhoa Vinhos, tem uma ótima relação preço x qualidade e pode ser encontrado facilmente.

Se a progenitora é do tipo formiguinha, também podemos presenteá-la de acordo: existem ótimos vinhos do tipo Colheita Tardia à venda nas principais lojas e mercados.

Os sul-americanos, chilenos e argentinos se destacam. Não precisamos gastar uma fortuna com um delicioso, mas absurdamente caro, Sauternes.

Podemos satisfazer o paladar materno com um bom tinto ou branco que ficam no limite entre o vinho seco e o vinho doce. Aqui no Brasil adotam a classificação “meio seco” (demi sec). Mais algumas sugestões:

Vinhos da África do Sul a partir da casta Pinotage;

Norte-americanos elaborados com Zinfandel ou seu congênere da Itália, os Primitivos;

Algumas vinificações da Cabernet Franc na Argentina e no Chile se enquadram nesta classificação e são deliciosos. Procure no contrarrótulo.

Entre os brancos tranquilos, nesta categoria, os vinhos alemães são a referência. Procurem pelos predicados Kabinett ou Spatlese.

Castas portugueses e espanholas, menos conhecidas, também produzem bons vinhos com estas características. Duas boas opções são as uvas Macabeu ou Verdejo. Escolham vinhos com um açúcar residual de 0,4 g/l ou maior.

Se nada disto faz a cabeça de quem lhe colocou no mundo, tente um espumante, não há quem não resista, a menos que seja abstêmia. Franceses, italianos, espanhóis, portugueses ou os ótimos nacionais. É acertar na mosca!

Mas existem mães muito especiais, gastrônomas de primeira linha, tão boas de garfo quanto de copo.

Estas são as mais fáceis de presentear, mas não pise na bola comprando um vinho barato, a dor de cabeça pode ser maior que a esperada…

Isto lembra a minha família e o meu DNA com os vinhos. Hoje estou convencido que a minha predileção por bons espumantes veio do lado materno. Minha mãe adora um bom Champagne.

Por outro lado, há um vinho que sempre me marcou, o preferido de minha avó materna, a quem nunca conheci: Chassagne-Montrachet.

Esta é uma das mais importantes denominações da Borgonha, elaborado em branco com a casta Chardonnay e em tinto com Pinot Noir, o preferido da vovó.

Uma garrafa como a que ilustra este parágrafo, um Luis Latour, custa uma pequena fortuna aqui no nosso hipotético país. No exterior é possível adquirir uma na palatável faixa dos US$ 50.00.

Agora vocês já sabem as minhas castas prediletas: Borgonha na veia…

Um bom dia das mães para todos e sucesso na escolha do presente.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: Precisa?

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