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Portugal 2021 – resumo da 3a semana

Outra semana movimentada em terras lusitanas. Ainda no ótimo hotel Monverde, participamos da atividade Enólogo por 1 dia. A foto que ilustra este texto mostra o local onde foi realizada. São 5 vinhos que vamos experimentar e depois, seguindo algumas sugestões do instrutor, mistura-los em proporções ao nosso gosto. Quando tudo estiver a contento, engarrafamos, arrolhamos e colocamos um rótulo personalizado. Muito divertido e instrutivo. Para o meu corte usei Loureiro, Alvarinho e Avesso.  

Já devidamente instalados na cidade do Porto, fomos visitar o espetacular World of Wine, em Vila Nova de Gaia. Para os amantes dos vinhos é um programa imperdível. Um parque temático com atrações para todos os gostos, além de lojinhas e uma variada praça de alimentação. Optamos pela Wine Experience, um passeio interativo e interessantíssimo, mesmo para quem já tem um bom nível de conhecimento. 

Outras opções nos levariam pelo mundo das rolhas, dos vinhos rosados, do vinho do Porto, da moda e até uma fábrica de chocolates. Dentro do complexo há ainda uma escola com interessantes cursos. 

Para fechar a semana, um passeio até a simpática Vila do Conde, onde fica o melhor Outlet da região e outro até Aveiro, para visitarmos uma amiga. Ainda houve tempo para uma degustação de vinhos de pequenos produtores no Palácio do Vinho Verde. 

Bons restaurantes e bons vinhos, afinal, este é um blog sobre essa deliciosa bebida. Aqui está a relação da semana: 

Alma D’Ouro branco 2020 

Vinho da casa do bom restaurante Pobre Tolo, em Amarante.  

Terras do Minho Touriga Nacional Rosé 2020 e Quinta da Lixa Trajadura 2020 

Degustados no hotel Monverde. Ambos bem interessantes. O Trajadura foge do estereótipo dos vinhos verdes: muito seco. 

Encosta do Amieiro branco 

Vinho da casa do restaurante Cidade, no Porto. Acompanhou corretamente um bom bacalhau com natas. 

Akménine Sancerre 2016 e Quinta da Lixa Escolha White Blend 2020 

Estes dois foram degustados no domingo de pizza na casa de Tomás e Carol. Ele foi o pizzaiolo. O Sancerre, orgânico, estava na hora de ser consumido. O Escolha é outro bom vinho da Quinta da Lixa. 

Campelo Arinto 2020, Casal da Ventozela Arinto 2020 e Dom Diogo Arinto 2020 

Provados na degustação comparativa no Palácio do Vinho Verde. Vinhos quase exclusivos, pequenas produções. Foi uma ótima experiência, com direito a uma boa aula sobre o Minho e seus vinhos típicos. O favorito foi o segundo. 

Herdade do Peso Reserva 

Provado no jantar, restaurante Flow, Porto. 

.Com Premium branco 

Almoço no restaurante Bronze, em Aveiro/Ilhavo. 

Para terminar, o rótulo do meu vinho, elaborado no hotel Monverde/Quinta da Lixa. 

Neste sábado partimos para a Galícia. 

Saúde e bons vinhos 

Portugal 2021 – resumo da 2a semana

A segunda semana foi movimentada. Destaque para um interessante passeio a Montalegre onde visitamos o bem conservado castelo que está na foto de abertura. A curiosidade fica por conta do Dia das Bruxas, comemorado lá toda 6a feira 13, com tudo que se possa imaginar.

Depois fomos almoçar na simpática Adega O Fumeiro onde, por 20 Euros, come-se e bebe-se no estilo “all you can eat”. Um passeio em Braga, banho de rio na praia da Barca e um dia chuvoso, completam o quadro. 

No domingo perdemos a companhia do nosso filho e esposa. Demos carona para eles até o Porto, 1:30 de viagem. Aproveitamos e conhecemos a Afurada, na foz do rio Douro, Vila Nova de Gaia, onde almoçamos frutos do mar no Armazém do Peixe. Retornamos a Fontainho no fim do dia. 

Na 2foi dia de pequenas compras em Vieira do Minho e na 3a feira almoçamos no movimentado restaurante Ponte Nova, no Cabril. 

Devolvemos a casa na 4a feira e viajamos para Amarante, nos hospedando no hotel Monverde. No trajeto, visitamos a vinícola Casa da Tojeira, em Cabeceira de Basto, onde a Sra. Mila foi uma grande anfitriã, nos mostrando a casa sede, construída no século XVII e impecavelmente renovada e mantida. Depois, conduziu uma prova com dois bons vinhos que estão logo abaixo. Esta visita foi especial e será objeto de uma coluna só para ela. Aguardem. 

6a feira vamos para o Porto onde novas aventuras nos aguardam. Mas isso vocês só vão ler na semana que vem. Até lá fiquem com os vinhos da semana: 

Luís Pato Maria Gomes branco – 2020 

Excelente vinho da região da Bairrada. Um dos melhores degustados até este momento. A casta Maria Gomes também é chamada de Fernão Pires. Tudo depende da região onde for vinificada. 

Adega Cooperativa Ponte de Lima Loureiro – 2020 

Comprei este vinho para fazer uma degustação comparativa com o Loureiro da Quinta da Aveleda, provado anteriormente. Custa metade do preço. Não decepcionou. Mantém o estilo levemente frisante dos “verdes” tradicionais. 

Cava Mas Gomá la Planta – Vendrell Olivella 

Ótima Cava elaborada de forma orgânica/natural. Saborosa, muito seca e frutada. 

Quinta D’ Onega Vinho Verde 

Este foi o vinho da casa degustado no almoço na Adega O Fumeiro em Montalegre. Casou bem com o prato de bacalhau. 

100 Hectares Sousão – 2018 

Tinto duriense encorpado e elegante feito com esta típica casta portuguesa que, na região do Minho, é conhecida como Vinhão. Durante muito tempo foi considerada uma casta coadjuvante. Nas mãos de vinhateiros criativos produz até excelentes brancos (blanc des noirs). 

Casa da Tojeira Premium Branco 2020 

Surpreendente vinho de entrada dessa vinícola. Muito agradável, fácil de degustar. Caiu muito bem as 11:00, hora de nossa visita. Baratíssimo em Portugal. Pena que ainda não está à venda no Brasil. Um corte de Arinto, Loureiro, Trajadura e Bucelas. 

Casa da Tojeira Premium Rosé – 2020 

Segundo vinho degustado na visita já mencionada. Outro vinho muito bem elaborado. 100% Touriga Nacional. 

Quinta da Lixa Pouco Comum Alvarinho – 2020 

A Quinta da Lixa pertence ao grupo que controla hotel Monverde. Este, e o próximo vinho, foram degustados no jantar de 4a feira. 

Clássico Alvarinho desta região. Boa tipicidade, um vinho com ótima acidez. Acompanhou uma Trilogia de Tártaros: vitela, atum e salmão. 

Quinta da Lixa Loureiro – 2020 

Uma das minhas castas prediletas para os vinhos verdes. Os leitores já devem ter percebido que ando fazendo uma extensa pesquisa sobre os vinhos desta variedade. 

Outro bom vinho. Acompanhou um Spaghettoni fresco com pesto  
e areias de azeitona galega. 

Semana que vem tem mais.  

Saúde e bons vinhos! 
 
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Portugal 2021 – resumo da 1a semana

Primeiro, algumas explicações.  

Esta viagem foi planejada com antecedência, ainda durante o período de forte contaminação. Queríamos visitar o nosso filho e esposa. Seria necessário um período de 14 dias de quarentena. Ao contrário do Brasil, aqui levam a sério as questões sanitárias e qualquer viajante seria monitorado durante o resguardo.  

Decidimos ficar num local mais tranquilo, escolhendo o Parque Peneda-Gerês, onde alugamos uma confortável casa. Mas é longe de tudo, como vocês podem ver no mapa. Para nossa alegria, ou frustração, a quarentena foi suspensa no dia de nosso embarque e, claro, não dava mais tempo para escolher outro local menos isolado. A cidadezinha mais próxima, com serviços básicos, é Vieira do Minho que fica a 30 minutos de carro. 

Nos restou, nestas duas semanas que permaneceremos por aqui, curtos passeios no parque, que é muito bonito e com muita coisa para explorar ou dirigir por uma ou duas horas até alguma conhecida cidade próxima como Braga, Chaves e Guimarães. Nada de vinícolas, entretanto. 

Por outro lado, estamos na região do Minho, rica em bons restaurantes e famosa por seus vinhos verdes. Comer e beber é o estamos fazendo. 

Aqui estão os Vinhos desta semana, a maioria degustados nas refeições caseiras: 

Madinina 2018 tinto 

AOP Côtes du Roussillon villages  

Um corte das castas Carignan 60% e Grenache 40% , proveniente de vinhas velhas plantadas em 1945. Vinho francês de pequena produção ,natural e orgânico.  

Soalheiro Allo 2020 

Delicioso corte de Alvarinho e Loureiro. Degustado no restaurante O Abocanhado, que fica dentro do parque. Foi um excelente almoço. Cliquem no nome para terem uma ideia da vista e do menu. Recomendo. 

Le Aie Chardonnay 2017 

Mais um orgânico, desta vez italiano. Um vinho bem diferente dos Chardonnay habituais.  

Quinta da Pedra Escrita 2017 

Ótimo tinto duriense elaborado por Ruy Roboredo Madeira, um dos mais conhecidos Enólogos portugueses. Corte das castas Touriga Nacional, Jaen e Souzão. Fermentação maloláctica em barricas francesas seguida de estágio por 15 meses. Excelente! 

Quinta da Aveleda Loureiro 2020 

Loureiro, casta típica do Minho, é tratada com especial carinho na Aveleda. Este é um branco de entrada, mas que delícia. Um vinho verde moderno, que está acima da média. 

Semana que vem tem mais. 

Saúde e bons vinhos! 

El Artista – Bom e barato!

O mercado de vinhos finos é dividido em vários segmentos. Qualidade e preço são dois nichos que se destacam, mas nem sempre andam juntos. Excluindo as extremidades, vinhos ruins e baratos/vinhos ótimos e caros, há uma intensa disputa no miolo destes segmentos, com algumas sobreposições bem interessantes para o consumidor despretensioso, ou seja, a grande maioria.

Há algum tempo, o lançamento de um vinho espanhol, de boa qualidade e ótimo preço, causou uma verdadeira revolução no mercado. Comercializado como um produto de alta gama com um preço que beirava o ridículo de tão barato que era, conquistou igual legião de fãs e detratores.

Elogios e críticas recaiam sobre a qualidade do vinho: enófilos mais exigentes achavam que era fraca, já o grupo que consome vinhos diariamente percebeu logo o objetivo da marca e o adotou. Foi uma boa inovação, principalmente pela pouca penetração dos vinhos espanhóis no nosso país. Aqueles mais curiosos e experimentadores saíram em busca de conhecer mais vinhos de lá e não se arrependeram.

Recentemente Chegou ao mercado mais um bom espanhol para concorrer diretamente no segmento do bom e barato. Um concorrente direto do vinho “mucho loco” e muito barato.

O e-commerce de vinho Wine Duty Free está distribuindo este 100% Tempranillo, que pode ser adquirido em dois estilos:

El Artista Tempranillo 2020

Bodegas Fernando Castro

100% Tempranillo

12% teor alcoólico

Tampa de rosca.

Notas de prova: um vinho bem equilibrado e sem grandes pretensões. Fácil de beber, agradável. Aromas de frutas maduras e/ou secas. Taninos bem controlados, acidez correta. Ótima opção para o dia a dia, um vinho sem compromissos. Vai bem com carnes, massas com molhos vermelhos ou de queijos.

El Artista Gran Reserva D.O Valdepeñas 2012

Bodegas Fernando Castro

100% Tempranillo

18 meses em barricas de carvalho europeu e americano

13% teor alcoólico

Medalha de ouro no Berliner Wein Trophy 2018

Notas de prova: Um vinho mais encorpado que o anterior, mais sério e circunspecto. Muito bem equilibrado e harmônico, com aromas de frutas vermelhas escuras. Taninos no ponto certo para um vinho com quase 10 anos de elaborado. Final de boca longo e persistente. Acompanha pratos de carnes com sabor marcante, molhos encorpados para massas e queijos maduros e aromáticos.

Este vinho poderia ser facilmente comercializado em outro segmento. A Wine Duty Free está com preços promocionais o que torna esta compra uma verdadeira pechincha. Imperdível.

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850 e possui um extenso portfólio de produtos. Esses rótulos são elaborados para exportação, exclusivamente.

Agradecemos a Wine Duty Free e a Lucky Assessoria de Comunicação & Marketing Digital pelo envio do Press Kit.

Saúde e bons vinhos!

O dia da uva Cabernet Sauvignon. Será?

Parafraseando o personagem Pedro Pedreira, da eterna Escolinha do Prof. Raimundo: “Há controvérsias” …

E não são poucas!

Tudo teria começado em 2009 no Napa Valley, EUA, uma região que produz alguns dos melhores Cabernet do mundo. Rick Bakas, um conhecido Sommelier e marqueteiro, organizou um evento nas redes sociais para agregar apreciadores desta casta e trocarem notas sobre suas degustações. O evento foi um sucesso e vem se repetindo desde então. Dúvida recai sobre a data: uns dizem que foi num 29 de agosto, outros adotam o dia seguinte, 30 de agosto. O objetivo era divulgar as vinícolas do Napa Valley e seus ótimos vinhos. Portanto, um evento regionalizado e com um objetivo bem definido.

No Chile, outro grande produtor da uva Cabernet e seus vinhos, adota uma variante destas datas para comemorar o seu dia: a última 5ª feira de agosto, que em 2021 caiu no dia 26/08.

Para fechar o quadro, existe um International Cabernet Day (#CabernetDay), onde são comemoradas castas e vinhos “Cabernet”: Sauvignon e Franc.

Honestamente, essa icônica casta não precisaria ser lembrada.  Segundo estimativas da OIV (Organização Internacional do Vinho e da Vinha) datadas de 2017, a área plantada com esta uva seria de 317.000 hectares, o que a torna a mais cultivada vitis vinífera.

Começando por Bordeaux, seus vinhos são os mais famosos e, ao mesmo tempo, referência para qualquer outro produtor mundial. É quase impossível encontrar um vinhateiro que não sonhe em produzir um bom Cabernet. É um cartão de visitas, um rito de passagem que todos querem cumprir.

Nem sempre são bem sucedidos: há Cabernets e cabernets…

Ninguém discutia a superioridade dos emblemáticos cortes bordaleses até que aconteceu a conhecida degustação comparativa entre vinhos franceses e norte-americanos, apelidada de “Julgamento de Paris”. Os vinhos californianos passaram a dominar amplamente esse segmento do mercado.

Mas já não reinam sozinhos. O Chile, outra importantíssima peça neste tabuleiro, tem produzidos maravilhosos Cabernet, inclusive com vinhas de pé franco, que já não existem mais no velho mundo. Seu vizinho, do outro lado dos Andes, depois de um longo período apostando na Malbec, jogou suas fichas na “Cab” produzindo pequenas e deliciosas joias.

Não se iludam, um bom Cabernet é caro, às vezes muito caro. Para realmente entendermos a mágica dessa casta temos que prová-la, em todo o seu esplendor, nem que seja uma única vez. Procedendo assim, poderemos, finalmente, separar o joio do trigo.

Há alguns rótulos de preço proibitivo aqui no Brasil: os Châteaux da margem esquerda do Gironde; Opus One, Screaming Eagle, Caymus, entre outros estupendos vinhos da Califórnia; ícones chilenos como o Almaviva, Don Melchor ou Seña.

Existe um gama, que vamos chamar de intermediária, que é perfeitamente acessível aos nossos bolsos e os vinhos são excelentes, a ponto de, em determinadas safras, superarem os grandes mitos.

Anotem, decorem e quando encontrarem à venda, nem pestanejem:

Terrazas de los Andes Reserva Cabernet Sauvignon, Argentina

Francois Lurton Gran Lurton Cabernet Sauvignon, Argentina

Viña Chocalán Cabernet Sauvignon, Chile

Santa Rita Medalla Real Cab. Sauvignon

Outras boas opções vêm de produtores australianos, sul africanos e dos EUA, mas são raras no nosso mercado.

Arrisquem, degustem e se juntem ao sempre crescente grupo dos apreciadores dessa que é comumente chamada de rainha das uvas tintas.

IMPORTANTE: a partir desta coluna e pelos próximos 60 dias, a frequência de publicação será outra, podendo não ocorrer. Estaremos nos aventurando pela Península Ibérica. Eventuais novas matérias acontecerão ao sabor da disponibilidade de tempo, acesso a um computador e a Internet.

Saúde e bons vinhos!

Foto: “Chateau Margaux Cabernet Sauvignon vines.jpg” por Megan Mallen está licenciada sob CC BY 2.0

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