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Fato ou ficção?

Quem mergulha no mundo dos vinhos acaba descobrindo um folclore todo particular. São histórias e lendas tão interessantes e plausíveis que de forma quase natural viram verdades eternas e passamos, não só, a aceitá-las, como a difundi-las. Mas nem todas retratam exatamente o que aconteceu.

Selecionamos algumas destas fábulas para mostrar o outro lado da moeda.

– Vinhos envelhecidos são melhores que vinhos jovens.

Embora a maioria dos rótulos de bons vinhos não apresente uma data de validade ou, mais comum ainda, consta a expressão ‘validade indeterminada’, isto não significa que todo e qualquer vinho possa ser guardado (e envelhecido) indefinidamente.

Vinhos de guarda são vinificados com este objetivo em mente. Posso assegurar que são a minoria. Para ter sucesso neste processo de envelhecimento, as condições de guarda devem ser as ideais: temperatura, umidade, incidência de luz, pouca vibração e manuseio. Com isto tudo, o ganho será muito sutil e só apreciado por paladares muito treinados.

Dentro de certos limites, isto é pura ficção…

– As lágrimas do vinho são um sinal de qualidade.

Para quem não sabe, as ‘lágrimas’ são percebidas nas laterais de uma taça quando examinadas ligeiramente contra a luz.

Estes preguiçosos filetes que escorrem na parede da taça é o resultado da evaporação da água que está misturada ao álcool do vinho. Chama-se efeito Marangoni e não tem nada a ver com a qualidade do vinho.

Muitos profissionais do vinho nem reparam neste curioso fenômeno, e não respeitam quem afirma ser possível ‘interpretar’ as lágrimas, que indicariam os teores de álcool, doçura e a qualidade.

Outra ficção!

– Vinho branco é “Light”, baixas calorias.

Vinho é basicamente uma mistura de água (85% a 90%) e álcool (7% a 24%). As calorias, desta bebida, são contadas a partir do volume alcoólico, logo, não importa se é branco, tinto ou rosado.

Comparado a um suco de frutas, ou uma cerveja, o vinho é bem menos calórico. Mas não significa que seja “light”.

Dependendo do tipo do vinho, uma taça padrão pode variar entre 100 a 200 calorias.

Tudo vai depender do teor alcoólico.

– Tintos contém muito sulfito, o que não é bom para a saúde.

Outra peça de ficção.

O que contém mais sulfito: uma garrafa de vinho ou um damasco seco?

Acertou quem apostou na fruta passificada.

Os sulfitos são agentes sanitizadores. A eles de se deve a longevidade de alguns vinhos famosos. A quantidade usada é muito pequena e, curiosamente, é maior nos vinhos brancos. Evapora com facilidade ao se decantar o vinho.

Tampouco, são os causadores das cefaleias alegadas por alguns enófilos.

Estudos recentes demonstraram que a alergia a este composto químico é mais comum do que se imaginava. Este é o verdadeiro problema.

Para os que têm esta intolerância, já existem vinhos sem sulfitos.

– O Abade Dom Pierre Pérignon inventou o Champagne.

“Estou bebendo estrelas”, teria afirmado o bom Abade ao provar sua descoberta. Mas não foi bem assim.

Dom Perignon era um mestre das vinificações tranquilas e passou boa parte dos seus 47 anos, na adega do Mosteiro Beneditino onde trabalhava, tentando evitar que seus vinhos ficassem frisantes. Somente após seu falecimento, em 1715, foi que alguns produtores experimentaram deixar a fermentação continuar dentro da garrafa, conseguindo algumas borbulhas no produto final.

O chamado ‘método tradicional ou Champenoise’, de segunda fermentação na garrafa, só surgiu por volta de 1800 e parte do crédito se deve a Nicole-Barbe Cliquot, a não menos famosa “Veuve Cliquot”, e a seu mestre de adega, que descobriram a técnica da ‘remuage’, que consiste em girar as garrafas durante a segunda fermentação para que os resíduos se acumulem no gargalo e possam ser removidos facilmente.

Apesar de bonita, a história de Dom Pérignon é mais uma lenda.

Saúde e bons vinhos!

(Fonte: http://www.gusclemensonwine.com/wine-myths-3/)

Vinho da Semana: um belo Pinot italiano.

Stemmari Pinot Noir 2015 – $

Apresenta cor vermelho rubi com reflexos de violacéos. Aroma de frutas amadurecidas emergentes como amoras, morangos silvestres e cerejas, integrados com especiarias provenientes do envelhecimento em barricas de madeira. Em boca é seco, com uma estrutura de taninos delicados, equilibrado por uma acidez agradável e um sabor frutado no paladar.

Harmonização: Aves assadas (pato, peru, perdiz), Presunto com salsinha, Queijo Prato, Rosbife, Carne assada com purê de batata e Coq au vin.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

EVENTOS – Rio de Janeiro

– Introdução ao Mundo do Vinho

Data: 5ª feira, 21 de setembro de 2017

Local: Maison du Chef – Rio de Janeiro

Horário: 19:00 as 22:00

Instrutor: Tuty Pinheiro

8 vagas apenas.

Investimento: R$ 150,00

Solicite sua vaga através do e-mail: [email protected]

Rua Siqueira Campos, 143 – lj 77 – 1º piso / Copacabana – Rio de Janeiro – RJ (ao lado da estação de metrô Siqueira Campos)

Tel: (21) 3496-6894 / WhatsApp: (21) 98079-2888

Programa:

1 -O que é um vinho?

2 – Tipos de Vinho

3 – Uvas Viníferas e Comuns

4 – Corte e Varietal – Velho e Novo Mundo

5 – Champagne x Espumante

6 – Serviço do vinho

7 – Harmonização

Serão degustados 4 vinhos.

Harmonizando Embutidos e Sardinhas em Conserva

Hoje não é dia de festa no boteco, nada de chopp ou cervejinha para acompanhar estes deliciosos petiscos. A proposta é harmonizá-los corretamente com vinhos, abrindo o leque de comidinhas que podemos servir numa reunião da nossa confraria predileta, fugindo um pouco do habitual queijos e vinhos.

Enfrentar carnes salgadas, gordas e muitas vezes bem temperadas, pode parecer uma tarefa difícil, mas há vários caminhos que podem ser trilhados.

O primeiro, e mais fácil, é optar pela ‘harmonização regional’ ou, fazendo uma bela inversão de um ditado bem popular:”diga-me quem és e dir-te-ei com quem deves andar”.

Em linguagem simples, Jamon Serrano com vinho espanhol, Salame Milanês com vinho italiano, etc…

Mas que vinhos seriam estes?

A melhor técnica é procurar equilibrar o sal, a gordura e os sabores mais ou menos intensos de cada tipo de frios, com vinhos que ajudem a contrastar estas características.

A acidez do vinho é a chave para termos sucesso neste casamento.

As carnes curadas são suavizadas pelos vinhos com maior acidez, que ainda vai ajudar a limpar o paladar, quando há sabores mais gordurosos.

Apesar dos tons avermelhados e escuros de salames, presuntos e similares, o primeiro vinho que deveria ser escolhido para enfrentar esta avalanche de sensações seria um bom espumante brut. O Champagne é a maior estrela desta constelação.

Há outras opções. Uma das mais interessantes é o nunca lembrado Lambrusco, um vinho frisante da Itália, sempre frutado e leve. Mas não tentem esta combinação com embutidos de sabor muito acentuado.

Tintos leves e jovens como o Beaujolais ou o Barbera, são outras boas possibilidades. Ambos devem ser bebidos bem frescos, quase como um branco.

Curiosamente há vinhos que não combinam com este cardápio: Sauvignon Blanc, os encorpados Cabernet Sauvignon da Califórnia ou do Chile e os cortes de Bordeaux. Não vale a pena arriscar.

Sardinha é uma iguaria muito apreciada em diversas culturas, sejam elas frescas ou em conservas. Os portugueses a introduziram na nossa dieta destacando-se as famosas ‘Sardinhas em lata’ (por favor, as de boa qualidade vindas de lá…), uma expressão que caiu, inclusive, no jargão popular.

Novamente, vinhos brancos são as opções mais tradicionais, destacando-se os Alvarinhos/Albarinhos, e os vinhos verdes com sua marcante acidez.

O francês Muscadet, o italiano Vermentino e o grego Assyrtiko, são ótimas escolhas, com a vantagem de fugir do convencional, o que pode ser muito interessante.

Para fechar, com muita classe, que tal se deixar levar por uma pequena extravagância e degustar estes saborosos peixinhos com uma taça de um espumante rosé de Pinot Noir, seja ele um Champagne ou um Cremant de Bourgogne.

Cadê aquela latinha que eu trouxe na última viagem?

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: para acompanhar uma sardinha grelhada ou em conserva.

Beranu Vermentino di Sardegna DOC 2015 – $

Cor amarelo palha com reflexos verdeais. Aromas marcantes e frutados. Em boca é intenso, com longa persistência.

Harmoniza com: Mariscos, Pasta à Carbonara, Peito de frango, Peixada, Queijo de Cabra, Risoto à milanesa, Salada de legumes, Salmão fresco e Sardinha.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br


Não deixem de prestigiar:


ALVARO VAN ZELLER DIRIGE DEGUSTAÇÃO NA CASA RIO VERDE

O enólogo português, Álvaro Van Zeller, vai brindar os amantes do Vinho do Porto com uma degustação da sua produção, dia 28 de agosto, na Casa Rio Verde, em Belo Horizonte. Alvaro é um dos grandes nomes na produção desse vinho cheio de tradição. Entre centenas de premiações, está o título de “Enólogo do Ano de Vinhos Generosos – 2015”, da principal publicação portuguesa sobre vinhos, a Revista de Vinhos.

A Casa Rio Verde é, há quatro anos, representante exclusiva no Brasil da marca Maynards, cujos Portos são assinados por Álvaro, na Barão de Vilar, empreendimento de sua família.

 O enólogo é conhecido internacionalmente pelas incríveis alquimias no mundo do vinho.  É considerado um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento de uma categoria inteiramente nova de vinhos do Porto, os Brancos Envelhecidos. Grandes estrelas em todas as provas que participam, esses vinhos têm encantado a todos e são hoje comercializados com sucesso.

As degustações acontecem às 19h30, na loja da Praça Marília de Dirceu – 104, no bairro de Lourdes, na capital mineira. Os convites estão à venda no VinhoSite, loja virtual da Casa Rio Verde.

VINHOS QUE SERÃO DEGUSTADOS:

  • Porto MAYNARD’S 10 ANOS
  • Porto MAYNARD’S COLHEITA 2003
  • Porto MAYNARD’S 20 ANOS
  • Porto MAYNARD’S LBV 2009
  • Porto MAYNARD’S VINTAGE 2000
  • Porto MAYNARD’S 10 ANOS WHITE

Espumantes Brut Nature ou Zero Dosage

Já está na hora de pensar na compra dos espumantes para as festas de fim de ano. Quanto mais cedo decidirmos, melhor, evitando atrasos na entrega e aborrecimentos de última hora, além de conseguir bons preços sejam diretamente nas lojas especializadas ou nos sites de comércio eletrônico.

Um dos modismos vigentes neste segmento é a predileção pelos espumantes rotulados como Brut Nature ou Zero Dosage, mais secos que os Brut tradicionais.

O que vem a ser, exatamente, estes novos termos?

A produção de vinhos espumantes é um pouco mais elaborada que a dos vinhos tranquilos. Há a necessidade de promover uma segunda fermentação, na garrafa (método tradicional), para que surjam as famosas bolhas (perlage) que fazem a alegria de todos.

Quando estamos falando de vinhos, fermentar significa converter o açúcar natural do mosto obtido das uvas, em álcool. Para a produção específica dos espumantes, haverá uma segunda fermentação, que é induzida através da adição de um pouco mais de leveduras e de uma solução do próprio vinho e uma determinada quantidade de açúcar. Esta mistura é chamada de Licor de Tiragem.

Ao final desta segunda fermentação, é feita a remoção dos resíduos e acrescentada uma nova solução, o Licor de Expedição, para corrigir ou adoçar o espumante.

A chave para compreender as diferenças entre os tipos de espumantes está na quantidade de açúcar que sobra ao final de todo este processo.

Teoricamente, os espumantes Nature ou Zero Dosage, não deveriam ter nenhum açúcar residual e nem receberem o Licor de Expedição. Normas adotadas pela maioria dos países produtores admitem até 3g/l de açúcar final.

Apresentamos, a seguir, uma escala com os principais tipos de espumantes:

Brut Nature – de 0 a 3 g/l de açúcar residual (ou Zero Dosage ou Pas Dosé)

Extra Brut – até 6 g/l

Brut – até 12 g/l

Extra Dry – de 12 a 17 g/l

Dry – de 17 a 32 g/l

Demi-Sec – de 32 a 50 g/l

Doux (doce) – acima de 50 g/l

Para efeitos comparativos, uma colher de açúcar tem entre 20 e 30 gramas.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um espumante “Zero”.

Adolfo Lona Brut Nature

Adolfo Lona, especialista na produção de espumantes sem licor de expedição, nos traz esse vinho de aromas refinados, com toques de pão torrado e mel. Este Nature nacional destaca-se pela complexidade, leveza e harmonia.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Domaine, Château e um comentário importante

Recebi na semana passada este comentário:

“Belo artigo. Uma correção importante, o Romanée Conti não é um Clos, ele só tem dois lados com muros, um Clos precisa ser inteiramente fechado. Os monges faziam os clos, para parcelas que sofriam com a exposição ao vento: Clos de Lambrays, Clos de La Roche, Clos de Vougeot etc… Também mostram somente a história dos Cistercienses por questões de interesses da Côté d’or, porque nas Haute Côtes de Nuits, antes deles, em 1050, os monges de Saint Denis já dominavam tudo isso, abraço”.

O autor deste texto, Jean Claude Cara é um franco-brasileiro consultor em vinhos e chef de cozinha que abriu mão do seu bistrot no Brasil para se dedicar à sua paixão “in loco”! Amante das velhas safras e da tradicional cozinha francesa, Jean-Claude está sempre pronto a nos ensinar as delícias do mundo mágico do paladar, seja entre panelas ou entre videiras!

Com este esclarecimento, aprendemos mais alguns fatos importantes e reconheço que fui traído pela foto dos muros do Romanée-Conti. Para deixar tudo certinho, uma foto do Clos de Vougeot.

Não deixem de prestigiar o site de Jean Claude e, quem sabe, um dia visitar a Borgonha com ele.

http://www.brasilbourgogne.fr

O tema desta semana é uma sequência ao que foi escrito na coluna anterior. Vamos mostrar a diferença entre a palavra Domaine, utilizada na Borgonha para identificar alguns de seus vinhos, e o vocábulo Château, empregado em Bordeaux, com o mesmo propósito.

Como de hábito, esta não é uma regra ampla, geral e irrestrita. Existem vinhos famosos em ambas regiões que não usam nenhum destes termos em seus rótulos, sendo a reciproca verdadeira: existem Châteax e Domaines fora das regiões que os consagraram.

Começamos pela Borgonha, onde Domaine identifica uma propriedade vinícola, quase sempre de gestão familiar. Isto remonta ao século XVIII, onde o poder da Igreja era enorme, e dona dos melhores vinhedos. Após a revolução francesa (1789), e a aplicação das Leis Napoleônicas, estes vinhedos foram retalhados e distribuídos entre famílias burguesas. Muitas vezes eram tão pequenos (1ha) que não havia alternativa a não ser vender suas uvas para que outra pessoa produzisse um vinho. Surge a figura do Negociant, que nada mais é que um produtor de vinhos que, quase sempre, não tem ou não cuida de vinhedos.

Há uma relação direta com os Crus: os Domaines, originalmente, eram pequenos vinhedos, aproveitando as múltiplas características de diferentes terroir. Com o passar dos anos, através de compras e fusões, as pequenas parcelas foram se somando e grandes propriedades se tornaram mais comuns naquela região. Hoje, basicamente, se o rótulo se apresenta como um Domaine, significa que o vinho é elaborado em vinícola própria, ao contrário dos vinhos dos negociantes. Neste caso, pode aparecer uma indicação como “Mis en bouteille par…”.

Em Bordeaux, o uso do vocábulo Château (castelo) tem um significado bem mais amplo: é a propriedade que produz uvas e vinhos, mesmo que não haja nenhum “castelo” nela. Começou a ser usada no século XIX e hoje é uma marca protegida por lei.

Uma das explicações aceitas pelos produtores, decorre da famosa classificação de 1855, que era diretamente relacionada com a qualidade e o preço dos vinhos. Existiria, então, uma hierarquia dos vinhos, aqueles dos vinhedos comuns e os produzidos a partir dos “Crus bordaleses”, que passaram a ser chamados de “Vins du Château”.

Teria sido o Château Margaux o primeiro produtor a usar este título em seu rótulo.

Château é uma denominação tão importante no mundo dos vinhos que foi copiada por produtores de todos os cantos. Há questões jurídicas envolvidas, mas é fácil encontrar châteaux não franceses. O mais conhecido deles, o norte americano ‘Chateau Montelena’, foi o ganhador do Julgamento de Paris. O resto é história.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um Château da região do Languedoc.

Rendez-Vous

Produzido pela tradicional vinícola de propriedade familiar, Château Viranel, que há quase cinco séculos passa de geração para geração a excelência e qualidade na produção de vinhos, possui uma coloração vermelho ruby, aromas de frutas vermelhas, cereja e algumas notas de especiarias. No paladar exibe frescor mineral e muita fruta vermelha. É agradável, saboroso, prazeroso…

Harmonizaç ão: Aves, Carne de porco, Massas, Queijos. Muito versátil.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

“Cru” e “Clos”

Dois termos, de origem francesa, que são importantes para quem aprecia e estuda vinhos. Mas o significado pode ser elusivo se não conhecermos um pouco da história que envolve as origens da nossa bebida predileta.

Para complicar as coisas, os dicionários e tradutores on line acabam se enrolando e apresentado um falso resultado ainda que ligado ao mundo da enologia.

O “Cru” que nos interessa é o particípio passado do verbo “croitre”, corretamente traduzido como “crescer”, para o nosso idioma. Cru pode ser traduzido como crescido.

A conexão com os vinhos começa com a fundação da Ordem Cisterciense, por volta de 1098. Coube a esta ordem religiosa cultivar os primeiros vinhedos plantados na Borgonha. Trabalhavam incessantemente de sol a sol, seguindo o lema ‘Ora et labora’. Além de cuidar de suas vinhas, com todo o zelo possível, passaram a estuda-las minuciosamente, descobrindo que algumas parcelas produziam frutos de melhor qualidade, safra após safra, para a elaboração do vinho.

Estas parcelas de terra acabaram, por extensão, sendo chamadas de ‘cru’, numa alusão ao que crescia ali. Com o tempo, começaram a mapear estes vinhedos segundo a qualidade de sua produção, dividindo-os em Grand Cru e Premier Cru. Os mais importantes acabaram sendo murados, surgindo o conceito de “clos” ou “fechado” em bom português. Um dos mais famosos é o Romanèe-Conti (foto).

O conceito de ‘Cru’ expandiu da Borgonha para diversas regiões, chegando na famosa Bordeaux, quando uma importante modificação foi introduzida, por lá:

Somente os vinhedos eram classificados. Isto mudaria a partir de 1855 quando foram definidas as cinco categorias bordalesas, Premier Cru até Cinquième Cru, classificando os Châteaux (produtores) e não somente os vinhedos.

Esta classificação, embora perdure até hoje, foi muito política na época. Napoleão III queria fazer bonito na Exposição Universal de Paris, daquele ano. Exigiu que os vinhos expostos fossem classificados. Os negociantes produziram a famosa lista de 58 produtores, distribuídos em 5 classes (crus) de acordo com sua reputação e preço de venda, o que era diretamente relacionado com a qualidade, naquele período.

Nem todas as regiões bordalesas foram contempladas, apenas o Medoc e um produtor de Graves. Os vinhos brancos receberam uma classificação mais simplificada, abrangendo somente os famosos vinhos doces de Sauternes e Barsac.

Muito se discute se esta classificação ainda corresponde à realidade.

Provavelmente, não, com algumas exceções honrosas. Outras regiões, como Saint Emilion, criaram suas classificações análogas.

Em todas elas, o termo Cru, permanece.

Saúde e bons vinhos!


Vinho da Semana:
um bordalês de boa qualidade.

Château Malblat

Cor rubi escuro e brilhante. Aromas de frutas vermelhas, baunilha e especiarias como canela. Em boca se apresenta amplo, macio, equilibrado, elegante e final persistente.

Harmonização: Pernil de Cordeiro, Vitela frita com cogumelos, Perdiz, Rins cozidos, Pato ao molho pardo, Parmesão, Paleta assada e Pato assado na manteiga com louro.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

EVENTOS

A Casa Rio Verde/VinhoSite recebe nos dias 31/julho e 01/agosto (segunda e terças-feiras) a visita do enólogo Adolfo Lona, da Vinhos e Espumantes Adolfo Lona, para lançamento de um novo espumante com a assinatura de Lona: o Orus Nature Silvia 1972, uma homenagem à sua esposa Silvia.

Este lançamento é cercado de grande expectativa. Trata-se de uma edição especial da linha Orus Pas Dosé, um Nature Rosé Clair produzido com as uvas tintas Merlot e Pinot Noir e maturado por 30 meses pelo método Tradicional em cave climatizada.

DEGUSTAÇÃO ADOLFO LONA

Data – 31/julho e 1º/agosto (segunda e terça-feira) – 19h30

Local: loja Casa Rio Verde – Marília de Dirceu – 104 – Lourdes – Belo Horizonte.

Espumantes que serão degustados:

• Adolfo Lona Charmat Brut

• Adolfo Lona Charmat Brut Rosé

• Adolfo Lona Brut Tradicional

• Adolfo Lona Nature Tradicional

• Adolfo Lona Demi Sec Aromático

• Adolfo Lona Orus Dona Silvia 1972

Investimento – R$ 60 para não sócios e R$ 42 para sócios do VinhoClube.

Convites nas lojas da Rio Verde ou pelo https://www.vinhosite.com.br/vinhos/cursos

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