Page 82 of 145

Vinhos e seus Benefícios a Saúde II

Seguimos no tema da coluna anterior, tendo como fonte principal a excelente resenha de Jen Miller, neste link:

https://www.jenreviews.com/wine/

7 – Pele saudável e o vinho

O maior órgão do corpo humano também se beneficia dos altos níveis de antioxidantes presentes no vinho. O famoso banho de vinho inibe a acne, melhora a elasticidade, rejuvenesce e mantem a pele saudável e brilhante.

O consumo, moderado, também é recomendado: melhora a circulação e evita as rugas. Por outro lado, os excessos trazem efeitos nada desejáveis como desequilíbrio hormonal e desidratação, aumentando a chance de desenvolver a acne.

8 – Redução do risco de Esteatose Hepática

Popularmente chamada de Fígado Gorduroso, este distúrbio pode ser classificado em dois grupos: alcoólica e não alcoólica.

Um estudo que acompanhou 12.000 indivíduos nos EUA, apresentou estes resultados promissores. Para aqueles diagnosticados com a esteatose não alcoólica, um pequeno consumo de vinho trouxe benefícios na diminuição da doença.

Nos pesquisados que admitiram um ‘consumo tolerável’ de vinho, o risco de contrair esta doença foi reduzido em 50%, se comparado com indivíduos que não consomem nenhuma bebida alcoólica.

A má notícia é para os apreciadores de cervejas e destilados: o risco é aumentado, devido as toxinas do álcool que, no caso do vinho, são combatidas pelos antioxidantes presentes.

Resumindo: o vinho, se consumido com moderação, ajuda a manter o fígado saudável.

9 – Vinho branco combate a obesidade

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,8 milhões de pessoas morrem anualmente devido a obesidade ou sobrepeso.

Os vinhos, principalmente os brancos, possuem em sua composição os antioxidantes Catequina, Quercetina e Resveratrol, considerados muito eficientes na diminuição do colesterol e capazes de ajudar na diminuição da gordura abdominal e na redução das inflamações decorrentes desta condição.

10 – Prevenção e diminuição dos riscos de acidentes vasculares cerebrais (AVC)

Denominados ‘derrames’ na linguagem popular, acontecem quando um vaso sanguíneo do cérebro fica bloqueado (isquêmico) ou quando se rompe (hemorrágico). Nem sempre são fatais, mas podem deixar sequelas indesejáveis. A prevenção é o caminho mais seguro para evitar um AVC.

Apesar do consumo de álcool ser aceito como uma das prováveis causas deste mal, o vinho, por ter em sua composição química diversos inibidores dos radicais livres, é visto como um aliado na prevenção desta doença.

O principal deles é o Resveratrol, visto como um neuro protetor que ajudaria a manter os nervos e vasos sanguíneos do cérebro em uma condição saudável.

O assunto ainda é controverso. Outros estudos demonstraram que se o consumo leve a moderado de vinho ajuda a prevenir o AVC isquêmico, o aumento da pressão arterial, decorrente deste consumo, pode induzir ao AVC hemorrágico.

11 – Aumento das defesas do organismo

Vinho tinto, principalmente, já está sendo visto por pesquisadores em todo mundo como uma vacina, ou pelo menos, como um potencializador de diversas vacinas.

Estes estudos, que começaram com testes em animais, confirmaram que o consumo regular da nossa bebida favorita aumenta, significativamente, as nossas defesas naturais contra cerca de 200 diferentes vírus, entre eles o da gripe.

Tudo por conta da presença do etanol e dos flavonoides antioxidantes.

12 – Prevenir a Osteoporose

Mais comum nas mulheres, a perda óssea ocorre à medida que envelhecemos. Nos casos mais graves, nossa ossatura fica muito frágil e sujeita a sérios problemas, mesmo com acidentes domésticos bem leves.

Uma pesquisa envolvendo somente mulheres, realizada na Universidade do Oregon, sugere que o consumo regular de vinho, aliado a uma boa dieta e exercícios, pode até mesmo reverter um processo inicial de perda óssea em indivíduos acima dos 65 anos de idade.

Mas todo o cuidado é pouco, pois se passarmos dos limites, estamos sujeitos ao desequilíbrio e suas consequências…

13 – Aliado no combate a placa dental

Segundo a American Chemical Society, o vinho pode prevenir a cárie dental.

Os polifenóis e os extratos das sementes de uva, podem inibir o crescimento das bactérias que provocam a placa dentária e a decomposição dos dentes.

Mas nada substitui uma boa higiene bucal e a visita regular ao dentista. O consumo habitual de vinho é interpretado como um aliado na diminuição de doenças da gengiva e dos dentes.

Esta pesquisa tem por objetivo encontrar novos compostos químicos para a produção de medicamentos ou artigos de higiene bucal mais eficientes. Um efeito colateral do vinho tinto é manchar os dentes. O estudo também avalia alguns tipos de canudos, específicos para consumir vinho, que evitem as manchas.

14 – Degeneração macular e vinho

Enófilos tem uma visão melhor?

Segundo o respeitado oftalmologista inglês Milind Pande do Vision Surgery and Research Centre in Hull, a resposta é sim.

A degeneração macular que é considerada uma doença incurável, é a principal causa da perda da visão devido a deterioração da mácula, a parte central da retina.

O Resveratrol tem a propriedade de diminuir o crescimento dos vasos sanguíneos da retina, que levam à degeneração macular.

Então, esqueçam as cenouras e aumente o consumo de vinhos. O Dr. Pande recomenda aumentar o consumo de vegetais como couve, brócolis e espinafre.

15 – Evitando pedra na vesícula

Um extenso estudo, conduzido pela Escola de Medicina da Universidade de East Anglia, Inglaterra, em cooperação com Departamento de Epidemiologia da Universidade de Cambridge e o National Institutes of Health, inglês, monitorou, durante 10 anos, 25.639 voluntários entre homens e mulheres.

Deste universo, 267 pessoas apresentaram pedras na vesícula. Este resultado foi confrontado com seus hábitos de consumo alcoólico.

Concluíram que a famosa recomendação de 1 taça de vinho por dia (175ml) reduzia em 32% o risco de aparecerem as pedras.

O principal objetivo do estudo era compreender as condições para a formação das pedras. O consumo regular de vinho, até um certo nível, mostrou-se um forte aliado na prevenção. Mas o excesso de qualquer bebida alcoólica teve justamente o efeito contrário e indesejável.

Semana que vem a parte final desta trilogia.

Bons vinhos e uma vida longa e saudável!

Fontes:

http://www.independent.co.uk/life-style/health-and-families/health-news/antioxidant-in-red-wine-could-help-reduce-acne-study-says-9768069.html

http://www.webmd.com/hepatitis/fatty-liver-disease#1

http://www.nutraingredients.com/Research/Red-wine-keeps-liver-healthy-suggests-new-study

http://www.who.int/gho/ncd/risk_factors/obesity_text/en/

http://www.livestrong.com/article/543041-is-red-wine-good-for-fatty-liver/

http://www.telegraph.co.uk/news/2016/11/24/glass-wine-day-could-protect-against-stroke/

http://www.telegraph.co.uk/news/science/10523027/Daily-glass-of-wine-boosts-the-immune-system.html

http://www.dailymail.co.uk/health/article-151568/How-glass-wine-help-beat-colds.html

https://www.nof.org/patients/what-is-osteoporosis/

http://healthland.time.com/2012/07/11/alcohol-does-a-body-good-study-finds-it-boosts-bone-health/

http://dentalpatientnews.com/is-red-wine-good-for-our-teeth-too/

http://www.dailymail.co.uk/health/article-2518040/Drinking-red-wine-good-SIGHT-Chemical-grape-skin-prevents-eye-disease-later-life.html

http://www.doctorshealthpress.com/general-health-articles/your-best-defense-against-these-kinds-of-attacks/

http://www.winespectator.com/webfeature/show/id/Wine-May-Prevent-Gallstones_4865

Vinho da Semana: não é remédio e nem vacina, mas nos matem saudáveis.

Casanova Reserva de Família Cabernet Sauvignon-Syrah 2012 (*)

Apresenta intensos aromas de frutas vermelhas maduras, especiarias, café, chocolate e tostado. O paladar é amplo e estruturado, com taninos robustos e redondos. Um vinho tinto delicioso.

Harmonização: Carnes vermelhas, Codorna, Cordeiro, Javali, Pato ou Ganso, Frango ensopado.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

(*) preço promocional nesta semana.

Vinhos e seus Benefícios a Saúde I

Muito se discute sobre o poder de alguns compostos do vinho, entre eles o Resveratrol, de contribuírem significativamente para melhorar a saúde dos apreciadores desta bebida.

A famosa dieta Mediterrânea, seja na versão italiana, francesa ou espanhola, é usada como testemunho da saúde de ferro e longevidade daqueles que consomem, regularmente, a sua taça de vinho acompanhando as equilibradas refeições.

A autora neozelandesa, Jen Miller, publicou uma extensa lista com informações sobre este tema no seu blog:

https://www.jenreviews.com/wine/

Vamos apresentar um resumo, traduzido e adaptado, dos benefícios citados.

1 – O consumo regular de vinho tinto aumentaria o tempo de vida

Isto se baseia no efeito do antioxidante Resveratrol, que combate os radicais livres protegendo as nossas células e órgãos.

Um estudo feito pela Escola de Medicina da Universidade de Harvard, concluiu que a Sirtuína, uma proteína encontrada nos mamíferos, seria a chave para a longevidade. O Resveratrol funciona como um estimulante para esta proteína.

Mas há controvérsias…

2 – Vinho protege o coração

Doenças cardiovasculares são uma das maiores preocupações da nossa vida. Apesar de toneladas de informações sobre este problema de saúde, muitas pessoas não se preocupam e acabam sofrendo as consequências que ninguém deseja.

Um estudo endossado pela famosa Clínica Mayo confirma a tese que o consumo de polifenóis diminui consideravelmente os riscos de problemas cardiovasculares. O vinho tinto é particularmente rico em flavonoides, sendo o Resveratrol o mais importante, que são ótimos antioxidantes, diminuindo o Colesterol ruim (LDL) e aumentando o HDL ou bom Colesterol.

O consumo regular de 1 a 2 taças de vinho é a chave para diminuir risco de problemas cardíacos.

3 – Diabetes tipo 2 e o vinho

Tipo 2 é conhecida como Diabetes Mellitus, e a recomendação para os que são acometidos desta desordem metabólica é evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Entretanto, pesquisas recentes perceberam que o consumo regular e controlado, de vinho, ajudaria na diminuição dos níveis de açúcar no sangue, em até 24 horas.

As recomendações são:

– Medir a glicemia antes, durante e depois da ingestão;

– Jamais consumir bebidas alcoólicas com o estômago vazio;

– Consumo muito moderado.

Estas diretrizes são da American Diabetes Association.

4 – Antioxidantes do vinho combatem o Câncer

Tintos tem uma coleção destes antioxidantes, cujos efeitos estão próximos de um ‘elixir da vida’: resveratrol; quercetina; catequina; ácido gálico.

Na dose correta são capazes de destruir alguns tipos de células cancerosas, proteger os tecidos sadios, além de melhorar as condições para os clássicos tratamentos de radioterapia e quimioterapia.

Como se isto não bastasse, os compostos encontrados no vinho tinto inibem a aromatase, reduzindo as chances do câncer de mama ou do cólon.

Para os homens, consumo de regular de tintos diminui o risco de câncer prostático.

5 – Preventivo do Mal de Alzheimer

Certamente o atual mal do século. Não há quem não tema “ser pego pelo alemão”…

A demência, que é uma degeneração crônica das funções cerebrais, surge gradualmente com a idade e é um dos caminhos conhecidos para o Alzheimer. O consumo regular de vinho pode diminuir as chances de se desenvolver esta doença.

Tudo está ligado a boa irrigação vascular do cérebro. O Resveratrol é conhecido por manter os vasos sanguíneos em bom funcionamento, garantindo um fluxo constante de oxigênio e glicose para a nossa cabeça.

Um bom efeito colateral é melhorar a nossa memória.

6 – Nada de depressão e ansiedade

Este é um interessante estudo desenvolvido por uma organização espanhola, a PREDIMED – Prevencion com Dieta Mediterrânea, que pesquisou um universo de 5500 voluntários.

Os resultados devem ser interpretados com muita atenção e cautela, pois existe um limite muito bem definido quando se fala em depressão.

Perceberam que as pessoas que consumiam até 7 taças de vinho, por semana, eram menos propensas a estados depressivos do que aquelas que não consumiam nenhuma bebida alcoólica.

Por outro lado, as pessoas que ultrapassam este limite estão mais sujeitas a ficar prostradas e deprimidas.

Todo o cuidado é pouco então.

Semana que vem, mais alguns tópicos sobre vinho e saúde.

Até lá!

Fontes:

Vinho da Semana: o melhor seria dizer vinhos da semana. O parceiro desta coluna, a Vinhosite/Vinhoclube, tem montado kits de vinhos para os mais variados gostos e bolsos.

Trio de Vinhos Bons e Baratos – $$

– Tinto Português Barão de Figueira Reserva 2013

– Tinto Espanhol Alcanta Roble 2015

– Vinho Tinto Espanhol Abadia Del Roble 2015

Imperdível.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Eventos da Casa Rio Verde

Mais dois mitos: Idade dos vinhos e garrafas Magnum

1 – “Você é como o vinho, melhora com o passar dos anos”

Muitos apreciadores da nossa bebida favorita ainda acreditam, sinceramente, nisto e até investem em vinhos que, um dia, estarão sublimes.

Não é tão simples como parece, o que torna este antigo ditado uma meia verdade.

Assim como a evolução natural do ser humano, infância, adolescência, maturidade e velhice ou decrepitude, o vinho segue um caminho semelhante.

Sem olhar muito para como foi elaborado um determinado vinho, podemos afirmar que ele vai passar por todas estas etapas de sua vida, uns, mais rapidamente e outros, em ritmo mais lento.

O segredo para se apreciar um vinho em sua plenitude é abri-lo no seu ponto ideal de maturação. Nada de esperar eternamente para que fique velho, e decrépito…

Existem diversos compostos no vinho que vão amadurecer de forma diferente, aumentando ou diminuindo certas características da bebida. Nos tintos, os taninos tendem a ficar mais suaves com o tempo. A cor, tanto de tintos como brancos, muda tendendo para um tom mais ocre ou atijolado, devido a oxidação dos compostos fenólicos.

Aromas e sabores perdem aquela intensidade dos frutados e se tornam mais sutis, prevalecendo os aromas terciários como café, tabaco, couro. Há quem não aprecie.

Outro ponto importante: não é qualquer vinho que foi elaborado com o propósito de ser envelhecido. Remetendo a um texto anterior, vinificar virou um negócio, que busca lucro. Esperar dez ou quinze anos para comercializar um vinho que estaria no seu auge é o próprio contrassenso da palavra ‘negócio’. Longe vão os dias em que vinhateiros eram considerados como artistas.

Mas é difícil resistir à tentação de guardar aquela garrafa para degustá-la numa ocasião muito especial. Então aqui vão as nossas recomendações:

– Escolha o vinho certo. Bons candidatos seriam os ícones de qualquer região produtora – Bordeaux, Borgonha, Rhone, Rioja, Douro, Chianti, Brunello, Amarone, Barolo, enfim, vinhos de 1ª linha. Podemos incluir, sem susto, os do Novo Mundo.

Cuidado com os Champagne e outros espumantes. Somente safras especiais se prestam para serem bebidos anos depois de produzidos.

Uma ótima indicação são os vinhos fortificados e os de sobremesa. O maior teor de açúcar ajuda a mantê-los vivos por muitos anos.

– Adegar corretamente é o outro segredinho: nada de luz solar, umidade abaixo de 70%, temperatura entre 12º e 18º, garrafas deitadas com ligeira inclinação para manter a rolha úmida. Girar a garrafa de tempos em tempos é um bom procedimento que ajuda a manter tudo em ordem. Colecionadores profissionais têm o hábito de levar as garrafas mais antigas para o produtor, onde as rolhas são substituídas e, se for necessário, o nível do líquido é reposto. E muita paciência.

Falta responder uma última coisa: Quando abrir?

A melhor resposta é consultar o produtor. Vinhos deste calibre chegam a ser monitorados por seus vinificadores e a Ficha Técnica sempre vai estar disponível para os clientes, seja on line ou por consulta através de email ou similar.

2 – O Tamanho da garrafa influi no paladar do vinho

Este mito é um dos mais interessantes e foi sugerido, assim como o anterior, pelo amigo e parceiro desta coluna, Mario Ramos.

Existe um consenso que as garrafas de 1,5l e de 3l, chamadas de Magnun e Double Magnun, permitem que um vinho amadureça melhor.

Experts preferem comprar seus grandes vinhos nestes formatos, e existe um elenco de razões para proceder desta forma. Desde simplificar o serviço do vinho num evento (menos garrafas para abrir) até aproveitá-las, depois, como elemento de decoração no seu bar ou adega.

Existe uma razão técnica, os vinhos amadurecem mais lentamente nas garrafas grandes, em comparação com as de tamanho normal.

Para suportar o volume maior, o vidro é mais espesso, protegendo melhor contra a luz solar, tem melhor isolamento térmico e resiste a pequenas vibrações, caso seja necessário transportá-las por distâncias maiores.

Numa recente degustação na Toscana, a vinícola Poderi Boscarelli organizou uma prova, às cegas, com um mesmo vinho servido de diferentes tamanhos de garrafas. Todos os jornalistas e críticos presentes foram unânimes: o vinho servido da Magnum era mais vívido que o da garrafa normal. Por sua vez, este último era superior aos servidos da ½ garrafa ou do formato baby.

Mito confirmado!

Saúde e bons vinhos, maturados em grandes garrafas!

Vinho da Semana: um Rioja, bom para experimentar como envelhecer um vinho.

Bodegas Ramirez Rioja Crianza Tempranillo 2012 $$

Cor vermelho rubi profundo com reflexos violáceos. Aromas característicos de frutas vermelhas com notas de madeira e especiarias. Saboroso, picante e estruturado com final longo e pronunciado de retrogosto.

Harmonização: Talharim com pato, Queijos amarelos maduros, carnes na brasa, pernil de cordeiro com bastante alho.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Os cursos da Casa Rio Verde continuam bombando:

CURSO DE INICIAÇÃO AO MUNDO DO VINHO PARA AQUECER O INVERNO

Os vinhos são a bebida ideal para os dias de inverno. Que tal aproveitar o frio para aperfeiçoar seus conhecimentos sobre o assunto? Com a existência de uma infinidade de rótulos, a missão de selecionar o melhor vinho para cada ocasião não é tarefa fácil.

Para tornar esse processo mais simples, a Casa Rio Verde está com inscrições abertas para duas edições do “Curso de Iniciação ao Vinho” em julho: dia 1º, sábado, das 9h às 19h, e dias 3,4 e 5 (segunda a quarta) das 19h às 22h. As aulas acontecem na loja da Praça Marília de Dirceu, uma das cinco da importadora em Belo Horizonte.

O curso abrange informações sobre Serviço do Vinho, Harmonização Vinho x Comida, Regiões Produtoras e Principais Variedades de Uvas. O aluno também aprende as técnicas de degustação mais importantes, além de experimentar 12 rótulos de estilos diferentes.

CURSO DE INICIAÇÃO AO VINHO – CASA RIO VERDE – JULHO

Turma 1 – 1 de julho (sábado) das 9h às 19h

Turma 2 – 3,4 e 5 de julho (segunda, terça e quartas-feiras) das 19h às 22h

Carga horária: 9 horas

Degustação: 12 rótulos de diferentes estilos

Local: Casa Rio Verde – Praça Marília de Dirceu, 104 – Lourdes

Valor do investimento: R$ 299 por pessoa (capacidade 18 pessoas) – sócios do VinhoClube da Casa Rio Verde pagam R$209,30.

Inscrições e informações: www.vinhosite.com.br/vinhos/curso

Telefone: 31-3116-2300

Retificações Necessárias

Quem tem amigos não morre pagão. No ditado original troca-se amigos por padrinho, mas não muda o sentido: não se vive sozinho neste mundo (do vinho).

Eternos parceiros e amigos desta coluna, entre eles Mauricio Gouveia (*), de Mirandela, Portugal e Maria José Machado (**), de Mendoza, Argentina, foram muito elegantes em me avisar que eu teria sido, no mínimo, injusto com a limitada lista de vinhos Reserva.

Mauricio enviou um link para O Instituto dos Vinhos do Porto e Douro, onde está publicada a “Portaria nº 924/2004 de 26 de julho de 2004”. Reproduzo, a seguir, um parágrafo que nos interessa.

“l) «Reserva» – menção reservada para vinho de mesa com indicação geográfica e VQPRD, acondicionado em garrafa de vidro, associada ao ano de colheita, que apresente características organolépticas destacadas, um título alcoométrico volúmico adquirido superior, pelo menos, em 0,5% vol. ao limite mínimo legalmente fixado, devendo constar de uma conta corrente específica;”

(VQPRD significa ‘vinho de qualidade produzido em região determinada)

Interessante notar que esta denominação de Reserva vale, apenas, para os vinhos da região do Douro. Até o momento, as demais regiões produtoras de Portugal ainda carecem de uma regulamentação como esta.

Uma dica passada por María José me fez pesquisar e descobrir que, desde 2008, o Instituto Nacional de Vinicultura (INV) adota uma norma para as designações que devem constar os rótulos argentinos. Foi nitidamente calcada na regulamentação espanhola, que é muito boa.

Eis a classificação argentina:

Reserva’ solo podrá emplearse en etiquetas de vinos elaboradas a partir de uvas fijadas por el organismo o el corte de ellas, exigiéndose una relación de 135kg en 100 litros de vino. Además, establece una crianza durante un periodo de doce meses hasta que el vino esté enológicamente estable, y de seis meses para los blancos y rosados.

‘Gran Reserva’ la crianza debe ser de al menos dos años y de 140kg de uva cada 100 litros de vino, además de contemplar las indicaciones sobre las variedades permitidas.

Muito interessante e bem elaborada, garantindo que o consumidor final vai receber um produto de melhor qualidade. A inclusão de rendimentos mínimos e a qualificação das uvas que podem ser empregadas demonstra toda a preocupação em obter um vinho acima da média.

O Chile, outro grande produtor do Novo Mundo, ainda não tem uma legislação como esta. Entretanto, a “Ley 18.455, artículo 8° del decreto 464” que regula a produção de vinhos naquele país, afirma:

Reserva: Mención reservada para vinos que tienen una graduación alcohólica de al menos 0,5 grado superior al mínimo legal, constituyendo un producto de características organolépticas distintivas y propias, que podrá ser objeto de tratamientos con madera.

Reserva Especial: Mención reservada para vinos que tienen una graduación alcohólica de al menos 0,5 grado superior al mínimo legal, constituyendo un producto de características organolépticas distintivas y propias, que ha sido objeto de tratamientos con madera.

Gran Reserva: Mención reservada para vinos que tienen una graduación alcohólica de al menos 1 grado superior al mínimo legal, constituyendo un producto de características organolépticas distintivas y propias, que ha sido objeto de tratamientos con madera.”

Pode-se observar facilmente que esta norma está mais preocupada com o teor alcoólico do vinho. Os vinhos Reserva podem ter tratamento em madeira, sem que seja especificado o tipo, tamanho da barrica, etc. (pode não ter também…)

No Uruguai, não existe norma ou fiscalização que determine o que consta dos rótulos. Cada vinícola usa suas próprias regras. Pena.

Mais uma retificação, agora do Velho Mundo. Os vinhos da Áustria têm uma regulamentação para seus Reserva. Adotam, basicamente, as definições de qualidade dos vinhos alemães, dividindo-os em vinhos de mesa, vinhos de qualidade e vinhos de qualidade com predicados.

Para colocar a palavra Reserva no rótulo basta ser um ‘vinho de qualidade’ e apresentar um teor alcoólico superior a 13% em volume.

Se estendermos esta pesquisa, com certeza vamos encontrar outras explicações regionalizadas para o uso da denominação Reserva. Gostaria de chamar a atenção para o seguinte fato: ‘Reservado’ não apareceu em lugar nenhum.

Este colunista humildemente se curva ante a sabedoria dos amigos e agradece as preciosas informações enviadas.

Na próxima semana, mais alguns mitos, sugeridos por outro amigo e parceiro desta coluna.

Saúde e bons vinhos, Reserva!

Vinho da Semana: um reserva duriense para confirmar a regra.

Adega Vila Real Reserva Tinto 2013- $

Medalha de Ouro no Concurso Mundus Vins. Apresenta aroma de frutos vermelhos e pretos, notas de especiarias e alcaçuz. Um vinho envolvente, elegante, de taninos nobres e com final longo.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

 

(*) http://emporiogouveia.com.br/ e https://www.eurosavour.com/

(**) https://es-la.facebook.com/divinosrojos/ e [email protected]

Comprando um Vinho – Mitos

Na coluna anterior discutimos se estilo e conteúdo de um rótulo ajudam a vender um vinho. Existem alguns estúdios de design que se dedicam a estudar estes aspectos do mundo do vinho e são frequentemente contratados, pelas grandes empresas, para melhorar a visibilidade de seus produtos.

Não chega a ser uma arte, mas não há como negar que usar o apelo visual para conquistar consumidores tem um peso considerável na decisão final.

Mas só isto, não é suficiente.

Há outras facetas deste comércio que são chamadas de ‘mitos’, por alguns autores, e sobre os quais vamos comentar.

1° mito: Vinho mais caro é melhor.

Nem sempre.

Para compreender estas razões, devemos levar em conta até mesmo o país onde o vinho está sendo adquirido.

No Brasil, por exemplo, há várias distorções nos sistemas de importação que podem impor uma sobretaxa a um vinho, simples, oriundo de um país com o qual não temos fortes acordos comerciais. Isto vai majorar o seu preço final que acaba ficando irreal e muitas vezes maior que o de um ícone sul americano.

Está é apenas uma das muitas possibilidades. Vinhos de 1ª linha sempre serão caros, seja no local de origem, seja em qualquer outra região que o importou.

Cabe ao comprador ter certeza sobre o que está comprando. Fraudadores existem em qualquer lugar e se aproveitam das nossas fraquezas. Tem muita gente vendendo gato por lebre…

Uma coisa é pagar alguns mil dólares por um Romanèe-Conti, autêntico. Outra seria pagar o mesmo valor pelo nosso desconhecido Domaine O Boletim, cujo rótulo criei para a coluna anterior.

Outra distorção, corrente no nosso mercado, é o preço dos vinhos nacionais, sempre mais caros que de seus concorrentes chilenos, argentinos e uruguaios.

Seríamos, realmente, melhores?

Por último, não se deixem enganar pela velha técnica de majorar o preço de um vinho, sem nenhuma expressão, apenas para impressionar o comprador desavisado.

2º mito – Vinhos de parcela ou vinhedo únicos são melhores.

Existem, mas são alguns dos vinhos mais exclusivos do planeta. O já citado Romanèe-Conti é um deles. O Gaja Sori San Lorenzo, um espetacular barbaresco, é outro. Na vizinha Argentina temos os sempre desejados Achaval Ferrer e suas três fincas: Altamira, Bella Vista e Mirador. Há muitos outros.

O complicado é encontrar um vinho de preço palatável, na prateleira de um supermercado, ostentando um garboso ‘Single Vineyard’ ou ‘Parcela Única’, e acreditar nisto.

Não é segredo para ninguém que a qualidade de um vinho está diretamente ligada (mas não unicamente) ao que se chama de rendimento do vinhedo. Em termos simples, devemos responder à seguinte pergunta: quantos quilos de uva necessito para fazer uma determinada quantidade de vinho?

Nem precisamos fazer contas para perceber que quanto mais uva usarmos, menor será o rendimento e obteremos um vinho melhor. (a recíproca é verdadeira)

Apelar para dizeres como ‘vinhedo único’ como força de venda é exagerar um pouco. Fico imaginado a dimensão destes vinhedos, ditos ‘únicos’…

Tenham sempre em mente que o vinho é produzido a partir de uma fruta sazonal. Como sabemos, a cada ano, ou safra, a matéria prima será diferente. A principal tarefa de um Enólogo é conseguir manter uma certa homogeneidade ano a ano. O melhor recurso que tem é o de poder misturar uma mesma casta, obtida em diferentes locais, corrigindo as variações naturais de cada lote de fruta. Pode até mesmo comprar de terceiros, caso seja necessário acrescentar alguma característica que, naquele ano, não apareceu em seus próprios vinhedos.

Vinhos de parcela única?

Mais mito que verdade. O preço maior nem sempre é justificado.

3º mito – Grandes vinícolas não produzem grandes vinhos

Difícil explicar este mito.

Já foi verdade, em eras passadas. Nas grandes vinícolas o maior esforço era feito para produzir um único vinho, em grande quantidade, absorvendo totalmente os recursos disponíveis, fossem de matéria prima, equipamentos ou mão de obra. Tudo em busca de pagar as contas e ter algum lucro, o que nem sempre era possível.

Pequenas produções de grandes vinhos eram exclusivas para os Chateaux bordaleses ou os Domaines da Borgonha, entre outros.

Mas o mercado do vinho mudou muito. Virou um business, um investimento e as grandes corporações entraram de cabeça neste negócio, que não é restrito aos vinhos, mas englobam quase todos os tipos de bebidas alcoólicas, como um todo.

Grandes vinícolas absorveram as menores e acabaram, por sua vez, por pertencer a fundos internacionais, tudo sob grandes guarda-chuvas financeiros.

Vou citar um destes muitos conglomerados e as ‘marcas’ que administram: Louis Vuitton Moët Hennesy – LVMH, talvez o maior nome em artigos de luxo deste planeta.

Atuam nos segmentos de moda, artigos de couro, joalheria, relógios, perfumes, cosméticos, lojas e mercados além de outras atividades que incluem até mesmo uma sofisticada rádio.

Vinhos e destilados deram origem a este grupo. Pertencem a eles as seguintes marcas e produtos:

Ardbeg (Whisky); Belvedere (Vodka); Bodega Numanthia; Cape Mentelle; Chandon; Château Cheval Blanc (um dos melhores vinhos do mundo); Château d’Yquem (o vinho doce mais famoso e de minúscula produção); Cheval des Andes; Clos des Lambrays; Clos19; Cloudy Bay (ícone neozelandês); Dom Pérignon; Glenmorangie (Whisky); Hennessy; Krug Mercier; Moët & Chandon; Newton Vineyard; Ruinart; Terrazas de los Andes; Veuve Clicquot…

Precisa dizer mais?

4º mito – Vinhos Reserva ou Reservado seriam os melhores

Já abordamos este mito nesta matéria aqui: https://oboletimdovinho.com.br/2011/06/04/a-proposito/

Esta técnica de inventar uma classificação, que nunca existiu, é tão antiga quanto a sempre citada Sé de Braga. Mas tem muito comprador que ainda se deixa levar pelas famosas letrinhas que compõem, num rótulo, a palavra ‘Reserva’.

Não há quem não se impressione, afinal, deveria ser um vinho especial, uma parcela guardada pelo proprietário para ocasiões especiais!

Lamento, mas não é nada disto. É jogada de marketing mesmo. No nosso mercado ainda aprece uma outra excrescência, os tais ‘Reservado’, ao que eu acrescento, ‘para os otários’.

Não caiam nesta.

Dois países apenas, têm uma legislação ou norma enquadrando estas classificações. Eis a lista:

– Espanha: vinhos Reserva passam 3 anos amadurecendo sendo, pelo menos, 6 meses em barris de carvalho;

– Itália: os Reserva devem amadurecer 2 anos, no mínimo, para poderem colocar esta designação no rótulo. Em alguns casos este período pode chegar a 5 anos (Barolo).

Ninguém mais!

Para os leitores terem uma perfeita dimensão do que estamos falando, imaginem que, nos EUA, a palavra ‘Reserve’ foi registrada como uma marca!

In vino veritas.

Saúde e comprem bons vinhos, sem sustos.

Vinho da Semana: um ‘Riserva’ caprichado

Rubesto Montepulciano d’Abruzzo Riserva 2012

Mostra complexidade, com aromas de cereja preta, violeta e baunilha. No paladar, é intenso, estruturado e harmônico.

Harmonização: Cordeiro, Caças, Carne de vitela assada, Queijos curados.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

« Older posts Newer posts »

© 2025 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑