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A Ordem de Serviço dos Vinhos

Este é um dos mandamentos do Mundo dos Vinhos e não muito explorado em nossas páginas.

Em termos de importância, está ombro a ombro com as técnicas de abrir uma garrafa e servi-la, taças e harmonização, com quem está intimamente conectada.

A Sequência dos vinhos pode valorizar muito uma refeição ou estragá-la completamente, mesmo que se tenha uma perfeita combinação de pratos e vinhos. Servidos fora da ordem, a coisa toda desanda.

As regras são bem simples e fáceis de memorizar. Cada uma delas tem um objetivo, que começa com o preparo do nosso paladar para enfrentar as diversas etapas que estão por vir.

Lembrem-se destas recomendações:

1 – Brancos antes dos tintos;

2 – Secos antes dos doces;

3 – Leves antes dos encorpados;

4 – Jovens antes dos envelhecidos.

Em algumas culturas, servir um tinto antes de um branco pode ser interpretado como uma ofensa, o importante é preservar o sabor de cada vinho.

Açúcar é um grande vilão e pode embotar completamente o nosso paladar, por esta razão, muito cuidado com vinhos doces e fortificados.

Quanto ao corpo do vinho, imaginem tentar degustar um leve Pinot Noir depois de um encorpado Cabernet ou Malbec.

Existem truques que podem aprimorar esta listinha. O mais clássico deles é servir inicialmente um espumante para, não só, abrir o apetite, como para limpar o palato. E isto nos leva a mais uma regrinha:

– Vinhos mais frios em primeiro lugar.

Alguns grandes Chefs usam uma técnica de limpar o paladar a cada troca de prato e/ou vinho, servindo diferentes tipos de Granitas, uma espécie de sorvetinho, geralmente com ervas, e com muito pouco ou nenhum açúcar.

Muitas vezes podemos servir um vinho mais simples e realçá-lo com a comida e com o vinho que vai substitui-lo.

Mais uma técnica que deve ser observada:

– Vinhos mais simples antes do mais complexos.

Para que não fiquem dúvidas, estas regras podem ser aplicadas de forma independente ou em conjunto, o que significa que existem exceções.

Imaginem que o prato principal peça um branco encorpado que tenha passado por madeira. Nada impede que o primeiro vinho servido, com a entrada, por exemplo, seja outro branco leve ou mesmo tinto muito pouco encorpado. Usem bom senso para aplicar estas diretrizes.

Apresentamos, a seguir, algumas sugestões de sequência, baseadas nas castas e tipos de vinhos.

Brancos: Riesling seco; Pinot Grigio; Sauvignon Blanc; Gewürztraminer; Chenin Blanc; Viognier; Chardonnay.

Rose: uma classe quase exclusiva.

Tintos: Pinot Noir; Sangiovese; Tempranillo; Grenache; Zinfandel/Primitivo; Merlot; Carménère; Shiraz/Syrah; Malbec; Cabernet Sauvignon.

Outros: Colheita tardia e outros doces (brancos antes dos tintos); Fortificados (Porto, etc…)

Um último um lembrete: estas regrinhas valem para as degustações comparativas, também, quando não será servida uma refeição.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um interessante Gamay com a mais nova classificação regional, estabelecida em 2011.

Bourgogne Gamay QV 2015

Elaborado com uvas provenientes dos vinhedos Grand Cru de Beaujolais. Cor rubi intenso e brilhante. Nariz frutado e floral com boa intensidade, predominando notas de cerejas e amoras. Em boca é amplo, fresco, redondo e muito elegante. Um tinto equilibrado e harmônico, e de final muito agradável.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

 

AGENDA de EVENTOS

ROAD SHOW INOVINI 2017

 

Data: 03 de abril
Cidade: Sorocaba
Local: Padaria Real – Av. Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes, 2.650 – Alto da Boa Vista, Sorocaba.
Horário: 20h às 23h
Preço: R$ 150,00 (o ingresso dá direito ao crédito de R$ 50,00 para compra de vinhos do evento).
Telefone para reservas e informações: (15) 3333-2500

Data: 04 de abril
Cidade: Jundiaí
Local: Espacio La Fiesta – Av. Comend. Gumercindo Barranqueiros, 2121 – Malota, Jundiaí.
Evento em parceria com Empório Pirana.
Horário: 18h às 22h
Preço: R$ 150,00 (o ingresso dá direito a crédito de R$ 150,00 para compra de vinhos do evento).
Telefone para reservas e informações: (11) 4815-2230

Data: 05 de abril
Cidade: Botucatu
Local: Adega Paratodos – R. José Benedito Nogueira, 8 – Jardim Tropical, Botucatu.
Horário: 19h às 22h30
Preço: R$ 125,00 (o ingresso dá direito ao crédito de R$ 70,00 para compra de vinhos do evento).
Telefone para reservas e informações: (14) 3815-1000 / 3814-3699

Data: 06 de abril
Cidade: Araraquara
Local: Novo Hotel Municipal – R. São Bento, 734 – Centro, Araraquara.
Evento em parceria com Casa Deliza.
Horário: 19h às 23h
Preço: R$ 125,00 (o ingresso dá direito ao crédito de R$ 70,00 para compra de vinhos do evento).
Telefone para reservas e informações: (16) 3331-3100 (Casa Deliza)

Data: 07 de abril
Cidade: Ribeirão Preto
Local: Empório Sta. Therezinha (Shopping Iguatemi). O evento será no espaço em frente ao Empório.
Horário: 18h às 22h
Preço: R$ 90,00 (o ingresso dá direito ao crédito de R$ 50,00 para compra de vinhos do evento).
Telefone para reservas e informações: (16) 3904-3665

World Wine Experience Península Ibérica 2017

Eventos, Feiras e Degustações – Como Participar

O tema desta semana decorre da coluna anterior. Alguns leitores gostariam de participar destes eventos, mas não sabem como fazê-lo. Vamos apresentar algumas opções.

Existem diversos tipos de eventos sobre vinhos, que se dividem em dois grupos: abertos e fechados.

Os “fechados” são voltados para quem trabalha efetivamente no ramo, Sommeliers, comerciantes, restaurateurs e, às vezes, jornalistas e outros formadores de opinião.

São promovidos pelas empresas importadoras e distribuidoras que emitem convites diretamente aos clientes em perspectiva. Muito difícil participar de um destes, a menos que sejamos indicados por um profissional. Muitas vezes, como forma de restringir a participação a quem realmente interessa, é exigido, no mínimo, um cartão de visitas ou carta de apresentação do seu local de trabalho.

Os eventos abertos são voltados aos dois públicos, profissionais e enófilos. Podem ser gratuitos ou pagos, com horários específicos para a participação de cada grupo. Em geral os profissionais têm direito a um horário mais cedo.

Uma atividade paralela e muito disputada são as Master Class e Degustações Dirigidas. São aulas especiais, conduzidas por grandes nomes do vinho, com uma extensa lista a ser degustada. Na maioria das vezes, quando são divulgadas, já estão com a lotação esgotada, o que as tornam os eventos mais difíceis de conseguir uma inscrição.

Existem confrarias que mantém um membro encarregado de monitorar e inscrever seus membros, com grande antecedência, muitas vezes um ano antes. Para descobrir estas joias, vale tudo: pesquisa nos sites dos organizadores, Twitter, Instagram, Facebook, amizades importantes, muitos e-mails e uma boa dose de paciência e sorte.

Uma estratégia é ser sócio de uma associação de vinhos como a ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) ou a SBAV (Sociedade Brasileira de Amigos do Vinho). Promovem cursos, suas próprias degustações e através das suas “newsletters”, divulgam a maioria dos eventos. Sócios geralmente pagam preços diferenciados.

Existem eventos tradicionais, abertos a todos. Os mais famosos são:

FENAVINHO – Festa Nacional do Vinho, que acontece anualmente em Bento Gonçalves. Saiba mais neste link:

http://www.bentogoncalves.rs.gov.br/a-cidade/feiras-e-eventos-permanentes/fenavinho-brasil-festa-e-feira-nacional-do-vinho

FENACHAMP – Festa do Espumante Brasileiro, em Garibaldi.

http://www.fenachamp.com/blog/

EXPOVINIS – a maior feira de vinhos do Brasil, em São Paulo.

http://www.expovinis.com.br/pt/

Vale a pena participar, nem que seja por uma única vez. Ótima oportunidade para conhecer vinhos e se cadastrar nas vinícolas e lojas de vinho. Desta forma, seremos informados dos eventos em curso.

Uma outra feira que tem se destacado é o Encontro dos Vinhos, realizado nas seguintes cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Maceió, Recife, São José dos Campos e Curitiba.

Para maiores informações acesse sua página na Internet:

http://www.encontrodevinhos.com.br/

Portugal, Chile, Argentina, Uruguai e Itália, principalmente, organizam periodicamente eventos como o descrito na coluna passada. São produzidos por associações dos produtores de vinhos de cada país. Eis alguns links:

Wines of Portugal – http://www.winesofportugal.com/br

Essência do Vinho – http://www.essenciadovinho.com/

Wines of Argentina – http://www.winesofargentina.org/pt

Wines of Chile – http://www.winesofchile.org/en

Wines of Uruguay – http://winesofuruguay.com/

Instituto do Vinho Italiano – http://www.istitutograndimarchi.it/

(Há muito tempo não organiza nada por aqui)

A técnica é fazer o cadastro para receber a newsletter e se habituar a frequentar a página indicada, prestando atenção ao que acontece nos links para as redes sociais.

Quando um evento for anunciado, corra para fazer a inscrição. O número de participantes é limitado.

Para os vinhos brasileiros existe o IBRAVIN. Promove algumas boas degustações em diversas cidades brasileiras, mas o calendário é meio irregular. Vale a pena colocar o link da página de eventos nos favoritos do seu navegador:

http://www.ibravin.org.br/Eventos

As grandes importadoras como Mistral, Vinci, World Wine, também promovem degustações, palestras e cursos, geralmente pagas, mas com ótimos vinhos. Quase sempre o preço do ingresso pode ser usado como desconto numa compra.

Novamente a técnica é fazer um cadastro ou compra on-line. Os clientes assíduos são avisados das promoções e eventos com boa antecedência.

Links:

Casa Rio Verde – http://www.casarioverde.com.br/ ou http://www.vinhosite.com.br

Mistral – https://www.mistral.com.br/

Vinci – https://www.vinci.com.br/

Decanter – http://www.decanter.com.br/

World Wine – http://www.worldwine.com.br/

Zahil – https://www.zahil.com.br/

Interfood – http://www.interfood.com.br/marcas/vinhos.php

Algumas vinícolas brasileiras promovem cursos e degustações periodicamente:

Miolo – http://www.miolo.com.br/cursos/

Valduga – http://www.casavalduga.com.br/enoturismo/cursos/

Para finalizar, Oscar Daudt, um enófilo mais que apaixonado por vinhos, mantém uma página que reúne as melhores informações sobre o mundo do vinho. Divulga eventos, cursos, lojas, restaurantes, sorteios e os vinhos que importa diretamente. Um belo serviço que ele nos presta.

Prestigie seu trabalho neste link:

http://www.enoeventos.com.br/

Saúde e bons vinhos, agora mais que nunca.

Vinho da Semana: organize um evento para chamar de seu.

Trio de Vinhos Tintos – $$

Vinho Tinto Chileno Valdemoro Carménère 2015
Vinho Tinto Espanhol Montefrio 2015
Vinho Tinto Espanhol Don León 2015

Compre aqui: www.vinhosite.com.br (*)

(*) procure em Seleção Bons & Baratos.

Degustação Porto e Douro 2017

Abrindo o ciclo de degustações de 2017, no Rio de Janeiro, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto apresentou sua degustação anual, nos salões do Hotel Windsor Flórida, com produção da EV – Essência do Vinho.

Presentes algumas das mais importantes empresas de Portugal, representadas por seus importadores, cada um se esmerando para trazer o que de melhor está à venda no nosso mercado.

E não foram poucas opções:

Bispado-Carm; Casa Alves; Casa Ferreirinha e Sandeman; Churchill’s; Crochet; Croft; Cia de Vinhos do Douro; Dalva; Duorum; Graham’s; Horta Osório, Lavadores de Feitoria; Moinho do Coa; Poças Junior; poeira; Porto Ferreira; Quevedo; Quinta da Mieira; Quinta da Pacheca; Quinta da Veiga; Quinta das Apegadas; Quinta das Tecedeiras; Quinta de Curvos; Quinta de La Rosa; Quinta do Crasto; Quinta do Cume; Quinta do Noval; Quinta do Pessegueiro; Quinta do Portal; Quinta do Romeu; Quinta Dona Leonor; Quinta dos Avidagos; Quinta das Murças; Quinta Nova; Quinta Santa Eufémia; Ramos Pinto; Real Cia Velha; Taylor’s; Vallado; Vicente Faria; Wine & Soul.

Uma verdadeira maratona. Nem o nosso animado grupo conseguiu provar de tudo. A qualidade dos vinhos apresentados era impecável, desde os chamados “de entrada”, até os vinhos “de ponta”.

Num evento deste porte é preciso controlar os impulsos e organizar bem o que vai ser provado. Numa primeira volta nos dois salões, identificamos o que já é conhecido e as novidades.

A segunda etapa é começar por brancos e rosados, deixando os tintos e os portos para a terceira etapa.

Como seria impossível passar por todas as mesas, o grupo se dividiu, cada um com suas tarefas, nos reunindo durantes os períodos de hidratação para trocar informações. Vinhos considerados excepcionais são provados por todos.

Atingidas as metas e se ainda houver disposição do grupo, prova-se os vinhos que não foram inicialmente listados.

Alguns destaques:

– Vinhos da Real Cia Velha, entre eles a linha Evel, com ótima relação custo x benefício;

– Os tintos da Quinta de La Rosa e Poeira, vinificados por Jorge Moreira;

– A linha da Cia de Vinhos do Douro, com rótulos divertidos e deliciosos;

– Quinta do Crasto e seus vinhos impecáveis;

– A seleção de Vinhos do Porto apresentada pelos expositores.

Ao final do nosso périplo, decidimos escolher o melhor Porto 20 anos, uma árdua tarefa. O grupo ficou dividido entre Taylor’s, Churchill’s e Fonseca.

Um ótimo resultado para qualquer consumidor, demonstrando a força do vinho português e de suas tradições.

Saúde e bons vinhos, portugueses, com certeza!

Vinho da Semana: um Vinho do Porto bem moderno e diferente. Pode ser usado na preparação de coquetéis como o Portonic ou a Caipiporto.

Porto Branco Maynard’s

Feito com uvas Malvasia cultivadas em altitudes elevadas, caracteriza-se pela cremosidade e aromas frutados. Em boca é um vinho equilibrado, com grande frescor e leveza.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Este evento estará em Belo Horizonte no dia 06/06/2017. Maiores informações num destes links:

IVDP – https://www.ivdp.pt/pagina.asp?content=eventos

EV – http://www.essenciadovinho.com/pt/eventos

Preciso Harmonizar Vinho e Comida?

Ser o expert da sua turma traz algumas responsabilidades. Uma delas é aconselhar sobre os melhores vinhos para determinadas situações como casamentos, aniversários e outras celebrações.

Mas a dúvida sobre a qual o volume de consultas é mais frequente é sobre como harmonizar determinado prato. Muitas vezes sou deixado sem opções com perguntas desse calibre:

– “Qual destes vinhos harmoniza melhor com bacalhau”?

Logo em seguida sou informado dos vinhos disponíveis e, nenhum deles, passa perto de uma boa combinação. Além disto, não há detalhe sobre a receita. Dureza…

Está coluna já abordou este tema em diversas ocasiões, seja mostrando as diversas técnicas empregadas para atingir um sonhado equilíbrio, ou indicando, explicitamente, algumas combinações consagradas. Está na hora de questionarmos a importância disto tudo.

Para começar, respondo à pergunta feita no título: Não, não somos obrigados a harmonizar nada. Não existe lei, decreto, norma ou portaria que exija que um alimento seja combinado com determinado vinho ou vinhos.

Simplificando, façam o que acharem melhor.

Mas, em compensação, não reclamem se algum gosto estranho surgir no palato. E não culpem o Cozinheiro!

A ideia de harmonizar tem por objetivo tornar uma refeição simples numa experiência melhor, nada mais do que isto. Segue, em linhas gerais, uma série de outras “harmonizações” que fazemos cotidianamente.

De forma quase subconsciente, harmonizamos com nossos amigos ao buscar sua companhia para diversos eventos. Escolhemos criteriosamente hotéis ou pousadas onde vamos nos hospedar nos dias de descanso, e o que é isto se não harmonizar? Esposas ou maridos são outra forma de se encontrar uma combinação perfeita. A lista continua e podemos incluir outras coisas como a escolha de profissionais para nos atender, mercados e lojas que levam o nosso selo de aprovação, Cias aéreas, etc…

A lógica pede, então, que as nossas refeições também passem pelo crivo da harmonia. Na minha opinião começa com arroz e feijão.

Mas nada disto, entretanto, é obrigatório. Podemos muito bem viver sem regras que nos amarrem a isto ou aquilo. O pior que pode acontecer é não gostarmos de determinada experiência e nunca mais participarmos dela, ou buscar alternativas.

A preocupação exagerada em harmonizar só é justificada se desejamos impressionar alguém, seja com dotes culinários e/ou de conhecedores de vinho. Muitas vezes a simplicidade é o segredo do sucesso neste campo. Não inventem.

Em linhas gerais, não é complicado acertar uma harmonização, mas é preciso saber algumas coisas sobre o prato que será servido: os ingredientes e a forma de cocção são fundamentais. Não é à toa que a maioria dos grandes Chefs de cozinha são ótimos harmonizadores, faz parte de seu treinamento. Com um conhecimento básico sobre vinhos, são capazes de preparar pratos perfeitos para serem equilibrados pelo binômio acidez e tanino dos vinhos.

Eis uma regra mais que básica:

– Taninos ajudam a equilibrar pratos com um maior teor de gordura, por exemplo, azeite, creme de leite, manteiga, maionese e carnes gordas;

– Acidez equilibra pratos mais secos, como carnes magras, grelhados, saladas, frutos do mar cozidos ou com pouca gordura na preparação.

– Vinhos tintos são mais tânicos do que ácidos;

– Vinhos brancos são mais ácidos do que tânicos.

Só com isto podemos resolver mais de 90% das dúvidas sobre harmonização. As demais situações não inclusas aqui devem ser tratadas como exceção, simples assim.

Querem um conselho?

Arrisquem-se ou harmonizem com outra coisa. Lembrem-se que aprendemos muito no erro.

Saúde e bons vinhos e boas harmonizações.

Vinho da Semana: a uva Syrah é muito versátil!

Dalbosco Reserva Syrah Limari

Premiado em 2014 com a Medalha de Prata do Concours Mondial de Bruxelles. Bem equilibrado, elegante, com taninos suaves e de grande persistência.

Harmonização: cabe aos leitores encontrar as melhores combinações

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Terroir: Um Mito em Desconstrução

Num recente encontro, experimentei um vinho elaborado com uvas plantadas em terroir (solo) de origem vulcânica, atual moda nos grandes centros. A grande diferença estava no rótulo que declarava, claramente, esta origem.

Ótimo vinho, apreciado por todos, e que será nossa indicação nesta semana.

Terroir, que para muitos apreciadores é um conceito de difícil assimilação, tem sido objeto de diversos estudos que, até hoje, não confirmaram, como verdadeiro, o conhecido mito ou lenda que atribui ao tipo de solo, as principais influências sobre aromas e sabores do vinho.

Curiosamente, sabe-se, por outras razões, que a videira não transmite aos seus frutos nenhuma característica do terreno que permita identificar, no vinho, em que solo estava plantada.

Incrível, mas verdadeiro!

Duas publicações recentes me chamaram a atenção para esta eterna dúvida, Volcanic Wines (vinhos vulcânicos) escrito pelo Master Sommelier John Szabo, e Terroir and Other Myths of Winemaking (terroir e outros mitos da vinificação) do Professor Mark Matthews da renomada Universidade da Califórnia em Davis, centro de referência sobre uvas e enologia.

O primeiro tece loas sobre os terrenos vulcânicos, valorizando muito os vinhos obtidos a partir destes vinhedos, enquanto o Prof. Matthews tenta desmistificar, de forma até rude, a demasiada importância que damos ao temido e incompreendido “Terroir”.

Interessantíssimo olhar para a origem da palavra: era empregada, pejorativamente, para descrever a qualidade dos aromas de esterco presentes no vinho!

Simplificando, indicava um vinho que fora elaborado em condições pouco higiênicas.

Atualmente, num conceito tipicamente “velho mundo”, seria o local e não a casta o fator mais preponderante no resultado final do vinho. Uma grande legião de autores, críticos e produtores, entre outros, não aceitam facilmente esta afirmação.

Alguns conceitos estabelecidos, como o que afirma serem os vinhos tintos de solos argilosos, mais escuros, encorpados e tânicos do que os de solos calcários, podem estar com os dias contados. Não existem bases científicas para sustentar esta colocação.

Segundo o Prof. Matthews, a única evidência concreta da relação entre o solo e a qualidade do bago que será vinificado está na capacidade dos diferentes tipos de solo, argila, calcário, areia, etc., em drenar ou reter água, seja de chuva ou de irrigação.

Provavelmente nenhum dos livros tem uma resposta definitiva. O mistério que cerca a influência do Terroir (solo, clima, cultura, relevo) ainda vai mexer com a imaginação de muitos, principalmente dos mais românticos.

Saúde e bons vinhos.

Vinho da Semana: um espanhol de solo vulcânico para os leitores tirarem suas dúvidas.

Vulcanus Alpha Tempranillo

Os vinhedos estão localizados a uma altitude média de 800 metros em um solo ocupado, em eras antigas por um vulcão, o que explica os diferenciais de aroma e sabor do vinho. Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas. Envelhecido por três meses em barricas de carvalho francês, possui taninos elegantes, com toque de especiarias e frutas negras.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

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