A Califórnia entrou em cena! (em grande estilo).
O Tinto
Imaginem uma vinícola, com apenas 6 anos de fundada, enviar um de seus vinhos para ser julgado, na França, sendo comparado com os fabulosos Château Haut-Brion, Château Mouton-Rothschild, Château Leoville Las Cases, Château Montrose e ser considerado o melhor da prova?
Os julgadores? Nomes do maior respeito na época:
Pierre Brejoux (França) – Instituto das Denominações de Origem
Claude Dubois-Millot (França) – Guia Gault e Millau
Michel Dovaz (França) – Instituto dos Vinhos da França
Patricia Gallagher (Americana) – Academia do Vinho
Odette Kahn (França) Editora da La Revue du Vin de France
Raymond Oliver (França) – Restaurante Le Grand Véfour
Steven Spurrier (Inglês) – crítico de vinhos e organizador do evento
Pierre Tari (Frença) – Chateau Giscours
Christian Vanneque (França) – Sommelier do Tour D’Argent
Aubert de Villaine (França) – proprietário do Domaine de la Romanée-Conti
Jean-Claude Vrinat (França) – Restaurante Taillevent
O vinho apresentado foi o Stag’s Leap Wine Cellars Cabernet Sauvignon, safra de 1973. Vinificado por Winiarsky e seu enólogo, na época, Tchelistcheff, utilizou uvas colhidas de videiras extremamente jovens da área denominada S.L.V. O processo de vinificação ainda estava sendo ajustado. Um produto que tinha tudo para dar errado, um azarão. No entanto, tornou-se o vinho mais comentado da época e elevou a vinícola ao status de grande estrela.
Curiosidades:
– existe uma outra vinícola com um nome semelhante, a Stags’ Leap Winery. Reparem que a diferença entre os nomes é, basicamente, a posição do apóstrofo – Stag’s e Stags’ – fruto de uma decisão judicial de 1986 que aproximou os dois vinhateiros, Winiarsky e Doumani. Para selar a nova amizade, produziram um vinho com uvas das duas propriedades, denominado Accord (Acordo);
– uma das poucas garrafas existentes faz parte da coleção do Smithsonian National Museum of American History;
– há uma garrafa desta mitológica safra para vender, em Hong Kong, por R$ 1.400,00; (pesquisa realizada em 2012).
Em 2007 a vinícola foi vendida para um consórcio formado pelo Chateau Ste. Michelle, uma vinícola do estado de Washington e pela italiana Marchesi Antinori Srl. O valor foi 185 milhões de dólares.
Dica da Semana: A Stag’s Leap produz uma linha de vinhos mais acessíveis, a Hawk Crest, que se encontra à venda no Brasil. São um pouco mais caros que produtos chilenos ou argentinos, mas vale o investimento.
Hawk Crest Cabernet Sauvignon 2006
Produtor: Stag’s Leap Wine Cellars /
Estados Unidos Elaborado pela aclamada vinícola Stag’s Leap Wine Cellars, produtora do mítico Cask 23, o Hawk Crest mostra concentração e profundidade de fruta e excelente relação qualidade/preço.
Na próxima semana, vamos conhecer o Chardonnay que abalou a França.
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