Importantes adesões engrossam as fileiras dos descontentes, a mais recente e importante é a declaração da ABS – Rio que reproduzimos abaixo:
Salvaguardas: A ABS Rio se posiciona:
Desde a década de 1990, e até mesmo antes, a ABS Rio tem dado inegável e reconhecido suporte ao desenvolvimento da vinicultura brasileira, através de fatos concretos. Duas ou três viagens anuais à Serra Gaúcha e incursões no planalto catarinense e no Vale do São Francisco já colocaram mais de 600 enófilos cariocas em contato direto com nossos produtores de vinhos e com seus vinhedos, instalações e produtos por meio da associação. As degustações dirigidas de vinhos nacionais têm colocado em relevo a produção brasileira no âmbito da ABS Rio, no Flamengo e na Barra. O mesmo se pode dizer da utilização sistemática dos espumantes brasileiros na abertura das reuniões quinzenais de nossos setenta e cinco grupos de degustação que congregam mais de 500 enófilos.
Chama atenção a afluência de nossos associados às palestras proferidas por enólogos e experts das vinícolas nacionais que são sempre recebidas na ABS Rio de braços abertos e com todo interesse.
É, pois, como decidido apoiador de nossa indústria vinícola que a ABS Rio vem manifestar-se contrariamente à imposição de medidas de favorecimento da produção nacional em detrimento das importações de vinhos internacionais.
Não podemos esquecer que o extraordinário desenvolvimento por que passou a vinicultura brasileira nos últimos vinte anos coincidiu com a abertura às importações. A busca pela qualidade tornou-se imperiosa e a reação dos nossos produtores foi notável e vitoriosa. O Brasil, praticamente desconhecido no mundo do vinho até recentemente, passou a ocupar um lugar, mesmo que ainda pequeno, no Atlas Mundial do Vinho.
No caso dos espumantes, a qualidade atingida fez com que os nossos produtores possam competir com vantagens em relação aos importados. Entendemos que todo um trabalho que se fez ao longo desses anos – a ABS entre as entidades à frente desse movimento – a favor da divulgação da cultura do vinho, que levou ao aumento do interesse e à elevação do consumo, poderia vir a ser perdido por medidas restritivas.
Com base nesses fatos a ABS Rio se manifesta contrariamente à imposição de restrições às importações de vinhos, no mesmo momento em que presta seu apoio, como divulgadora e formadora de opinião, aos vinhos nacionais de qualidade.
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2012.
Ricardo Augusto B. L. de Farias (Presidente)
Outras adesões:
Os Chefs: Roberta Sudbrack, Claude Troisgros, Alex Atala, Felipe Bronze, Rolland Villard e muitos outros.
Restaurantes: Aparazivel (RJ), Tasca da Esquina (SP), Fasano (SP), Mr. Lam (RJ), Zot (RJ), entre outros, e o interessante protesto do Amadeus (BH) que encapou suas garrafas conforme a foto.
As vinicolas: Adolfo Lona, Angheben, Antonio Dias, Cave Geisse, Chandon, Don Abel, Maximo Boschi, Salton, Vallontano, Valmarino e Villagio Grando, rapidamente se manifestaram contrárias à ideia.
Do lado oposto: o Sr, Carlos Paviani, todo poderoso diretor do tal IBRAVIN, pronunciou-se (acreditem):
“O boicote, na verdade, sempre ocorreu, só que de forma velada. Agora, pelo menos, está escancarado. É interessante notar que os poucos restaurantes que anunciam o boicote e até mesmo algumas lojas de vinhos confessam que trabalhavam com menos de 5% de vinhos brasileiros”.
Quem decide: A SECEX – Secretaria de Comércio Exterior esclareceu ao excelente site Wine Report:
“a argumentação dos peticionários é inconsistente demais para a aplicação de uma salvaguarda”, e garantiu que “se os critérios forem apenas técnicos, o pedido não passa, mas ressaltou que o poder político costuma pesar decisivamente nesses casos”.
O Contra-ataque: caso a medida seja aprovada, os países exportadores prejudicados podem adotar medidas de retaliação, previstas, que recairão sobre carnes, soja…
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