A Fiano é a casta branca mais plantada na região da Campanha, como mostra o mapa abaixo. Ampelógrafos e historiadores do vinho consideram que esta é uma uva clássica do sul da Itália. A origem remonta aos tempos das vinificações romanas.
Especula-se que ela teria sido cultivada pelos ocupantes gregos e pode ter sido a uva por trás do famoso vinho Apianun, que era produzido nas colinas próximas à cidade de Avelino. Naquela época, esta varietal era denominada “vitis apiana”.
“Apiana” deriva da raiz latina “apis” que significa abelha. O nome pode ter origem no fato de ser muito comum ter abelhas atraídas pela doce polpa daquela fruta. O mesmo ocorre, hoje, com a Fiano.
Devido a uma característica casca muito espessa, esta vinífera tem um rendimento muito baixo, não sendo uma cultura interessante para os vinhateiros. Por esta razão foi sendo paulatinamente abandonada em favor de uvas mais rentáveis como a Trebbiano e a Sangiovese. Somente com as mais modernas técnicas de vinificação aliada à preocupação de preservar algumas castas indígenas e quase esquecidas, que a Fiano experimenta um renascimento. Produtores de primeira linha, como Mastroberardino, a replantaram em seu terroir original nos arredores de Avelino, em consórcio com plantações de avelãs.
Os Fianos são muito aromáticos e de sabor intenso, com notas de mel e que desenvolvem, ao longo do tempo, sabores mais condimentados e de frutos secos como nozes, avelãs e amêndoas. A principal DOCG, Fiano di Avellino, exige um mínimo de 85% da uva no vinho, podendo ser cortado com Greco, Coda di Volpe e Trebbiano. A produtividade máxima é de 10 t por hectare e o teor alcólico mínimo de 11.5%. Permitem a utilização do termo Apianum, no rótulo, para associar o vinho moderno ao antigo.
A uva Falanghina é outra descendente grega segundo os estudiosos deste segmento. Seu nome deriva do Latim falangae, que eram as estacas que seguravam as videiras no campo. Uma das cultivares mais antigas da vinificação italiana, existe desde o ano 7 AC.
Uma verdadeira sobrevivente, foi uma das castas mais atingidas pela temível Filoxera e acreditava-se extinta até que, em 1970, a família Martusciello encontrou algumas videiras em bom estado e iniciou o meticuloso e lento processo de replantio de um vinhedo, que levou mais de 10 anos. Resultou num grande acerto – os vinhos obtidos são excelentes, sendo considerado um sonho para qualquer apreciador de vinhos.
O vinho é muito equilibrado e “enche a boca”. Seus aromas lembram flores recém cortadas e frutas verdes. Os sabores são persistentes e remetem à maçãs verdes.
O vinho perfeito para acompanhar os saborosos frutos do mar: moluscos, peixes grelhados ou fritos e lulas. Os tradicionalistas preferem degustá-lo acompanhado de uma fresquíssima Mozzarella di Bufala.
Alguns vinhos importantes com estas castas:
Greco di Tufo “VIGNA CICOGNA”, do produtor Benito Ferrara, considerado um dos melhores da Itália. Sem representantes no Brasil. No exterior custa em torno de US$ 46.00 (2012)
Fiano di Avelino do produtor Feudi San Gregorio, que possui o mais bem localizado vinhedo para esta casta. Importado pela World Wine, custa no catálogo R$ 105,00 (2012)
Falanghina Campi Flegrei DOC do produtor Grotta del Sole, que pertence à família Martusciello, pioneira no replantio desta casta. Sem representantes no Brasil. No exterior custa em torno de US$ 20.00 (2012)
Dica da Semana: para não deixar ninguém com água na boca, um honesto Falanghina.
Vesevo Sannio Falanghina DOC
Cloração amarelo claro. Aroma intenso, persistente e frutado. Corpo médio e bem balanceado. Acompanha Aperitivos, pratos leves, carnes branca, queijos jovens e peixes.
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