Após o delicioso almoço no Centro Tecnológico da Aurora, nova aventuras nos aguardavam. A próxima parada foi a Tanoaria Mesacaza, uma das poucas em operação no país, localizada em Monte Belo do Sul, outro distrito de Bento Gonçalves.

O Sr. Eugênio é marceneiro por formação e sua oficina é especializada em esquadrias. Convidado a fazer reparos num antigo tonel de carvalho, demonstrou habilidade, criatividade e um interesse em conhecer melhor esta arte. Levado pela Miolo para os principais centros como Itália e Califórnia, não só aprendeu a técnica de produzir as barricas como desenvolveu máquinas e ferramentas exclusivas para este ofício.
 
Assistimos uma demonstração do processo de montagem de um barril seguido da queima, principal operação que acaba por transmitir os aromas e sabores ao vinho. Muito interessante.
 
 
Para os ‘biriteiros’ de plantão há um produto de qualidade ímpar produzido com as sobras de carvalho americano, única madeira usada nesta tanoaria (as barricas francesas, já vêm montadas). As fotos falam por si:
 
 
Para encerrar o dia, nos deslocamos para o distrito de Faria Lemos onde fica a Dal Pizzol, ou melhor, a Vinícola Monte Lemos, que detêm as marcas ‘Do Lugar’ e ‘Dal Pizzol’.

Chegamos ao Parque Temático, um quase museu a céu aberto, sendo recebidos por um dos proprietários o Sr. Antônio Dal Pizzol. A proposta era percorrer o parque e seguir para o restaurante onde seria servido o jantar. Entretanto, ele sugeriu que visitássemos a vinícola primeiro: havia implementado algumas novidades desde a última visita da ABS, há algum tempo atrás.
 
Esta empresa é o que pode ser chamada de ‘Boutique’. Consegue produzir ótimos vinhos em um espaço mínimo. Observem a foto a seguir e tentem descobrir onde está a cantina:
 
 
Acreditem, está no subsolo desta casa de telhado vermelho.

O Sr. Antônio é uma figura muito simpática, falante e profundamente apaixonado pelo que faz. Uma história que começou em 1878 com a chegada dos primeiros representantes desta família aqui no Brasil.

Voltando ao parque, a visita ficou um pouco prejudicada pelo adiantado da hora. Não foi possível apreciar o vinhedo do mundo, uma área plantada com 164 variedades oriundas de 22 países. Na colheita de 2012 chegaram a produzir um vinho, o “Vinus Mundi 2012”, não comercial, com o intuito de divulgar esta curiosa coleção de uvas.
 
O projeto pretende chegar a 400 varietais.

Outro ponto interessante foi a visita à Enoteca. Originalmente nesta área ficava uma olaria da família. Foi desativada. Seu antigo forno foi preservado e adaptado para guardar todas as safras produzidas até hoje pela vinícola. Interessantíssimo! Fomos brindados com duas garrafas de mais de 20 anos que seriam abertas durante o jantar.

Na foto a seguir, o Sr. Antônio frente ao painel descritivo do vinhedo. Reparem que já estava escuro.
 
 
As ilustrações a seguir foram obtidas no site da empresa:
 
 
Vinhedo do Mundo
 
Enoteca
Restaurante
 
Para o jantar foi servida uma releitura da culinária local, tipicamente italiana. Simples mas deliciosa. Um dos pontos altos foram umas batatas assadas com um recheio criado pelo irmão do Sr. Antônio.
 
A harmonização ficou por conta dos vinhos da extensa linha que vai desde o bom espumante, produzido nas instalações da Família Geisse sob supervisão da Dal Pizzol, até os pouco convencionais (para o Brasil) Touriga Nacional e Ancellotta, os melhores para o meu paladar.
 
 
Ao final houve um sorteio de 5 garrafas e a degustação dos vinhos com 20 anos. Era o mesmo vinho, mas cada ‘ampola’ apresentou características um pouco diferentes. Ainda era possível apreciá-los, principalmente por aqueles de paladar mais treinado e apurado que encontram delícias em aromas terciários de couro, tabaco, terra molhada.

Acima de tudo mostrou que vinhos brasileiros produzidos com qualidade podem atingir idades provectas, desde que bem guardados. Mas não é aventura para se tentar em casa.

Chegamos de volta ao hotel após às 23:00. Cansados mas satisfeitos com o 1º dia do passeio. Na ilustração a seguir uma ideia de quão longe fomos.
 
 
Dica da Semana: um vinho desta vinícola
 
Dal Pizzol Ancellotta
Apresenta coloração intensa, vermelho rubi vivo, com aromas de frutas vermelhas maduras, como ameixa e mirtilo. De paladar generoso, persistente, amplo e com taninos macios, é um vinho com estrutura e corpo marcante. Possui paladar redondo, retrogosto agradável com taninos sedosos e civilizados.
Bom para acompanhar carnes vermelhas, caças, pratos com molhos bem condimentados e queijos tipo Camembert, Brie e Provolone.
 
 
 
Para adquirir o barrilete entre em contato pelo site:
http://www.tanoariamesacaza.com.br/