Nestas duas últimas colunas sobre alguns vinhos fora de série da Espanha, vamos nos dedicar a quatro “Riojanos”. A Rioja, junto com a Ribera del Duero são as joias da coroa na vinificação espanhola.

6 – Remirez de Ganuza Gran Reserva

Fernando Remirez de Ganuza fundou esta vinícola em 1989 com uma única ideia: ser o mais fiel possível e total respeito às uvas. Com um vasto conhecimento obtido na comercialização de vinhedos, soube escolher com precisão as suas próprias parcelas dando início ao que muitos jornalistas especializados consideram com uma nova era do vinho espanhol.

 
Sua preocupação com detalhes, aliada ao que tem de mais moderno em tecnologia proporcionou a vinificação de vinhos de alta gama, entre eles este Gran Reserva.
 
A elaboração começa na seleção dos grãos que serão utilizados: apenas a parte superior dos cachos. As duas fases de fermentação (alcoólica e malolática) são realizadas em dornas de madeira (carvalho francês) ou em tanques de aço inoxidável com um desenho próprio e inovador.
 
A vinícola é reconhecida por seus pares como uma das mais inovadoras. Muitos deles acabam por incorporar as diversas técnicas por ela desenvolvidas. Impossível serem mais atuais.
 
 
O Gran Reserva recebeu 100 pontos de Parker na safra de 2004, única que provou até hoje. Descreveu como um “vinho que mostra um bouquet surreal, sendo impressionantemente potente, mas repleto de elegância”.

Um belo entrosamento entre tradição e modernidade.

Curiosidades:

– é o vinho preferido da Família Real Espanhola;
– só foi elaborado nas safras de 1994, 1995, 2001 e 2004;
– está à venda no Brasil (2004) por módicos R$1.770,00, mais frete;
– a vinícola Elabora tem um extenso leque de produtos onde se destaca a linha María Ramirez de Ganuza: a renda obtida com sua comercialização é doada para a Asociación Española Contra el Cáncer ou para a Fundación Síndrome de Down.

Show!

7 – Martinez Lacuesta Reserva Especial

Este vinho, mais que icônico, é uma raridade. Foi produzido em poucas ocasiões: a primeira foi em 1922 seguida por 11 outros anos aleatórios. A mais recente safra é de 2004. A maioria se encontra à venda, principalmente em leilões de colecionadores.

Esta não é uma vinícola jovem como muitas outras aqui apresentadas, foi fundada em 1895, pelo jovem advogado Félix Martínez Lacuesta, de 21 anos, junto com seus irmãos. Foi um personagem de grande importância nesta região, tendo sido o primeiro presidente da Associação Nacional de Vinhateiros, presidindo, também, o Sindicato dos Vinhos da Rioja. Foi ele quem estabeleceu as bases para criar a Denominação de Origem Rioja.

 
A inclusão deste vinho entre os grandes da Espanha se deve à filosofia de trabalho desta empresa que é estritamente familiar até hoje: o esforço e o entusiasmo de melhorar a cada dia. Os atuais dirigentes promoveram uma grande modernização da vinícola em 2009, deixando-a atualizadíssima.
 
 
O vinho é descrito como “suave, elegante, sutil e perfumado. Seus taninos são perfeitamente equilibrados com as notas de carvalho” Segundo o atual Diretor Geral, Luis Martinez Lacuesta, isto se deve aos solos de saibro e calcário, ao clima do Atlântico, à nobreza da casta Tempranillo e o respeito da empresa por tudo que foi criado por seus ancestrais.
 

Curiosidades:

– assim como o vinho anterior, este também é um preferido dos Reis de Espanha;
– foi servido ao Papa João Paulo II em sua visita a este país em 1982
– a empresa produz uma série de ótimos vinhos e um vermute de excelente qualidade.

Dica da Semana:  um riojano a preços camaradas.

Marquês de Cáceres Crianza 2008

Perfeito para quem aprecia os típicos vinhos riojanos.
Tem um estilo único, com aromas de frutas vermelhas maduras, madeira e couro que lhe é atribuído pelo amadurecimento em barricas e garrafa.
Harmoniza com Paella Valenciana, cabrito assado, medalhão de alcatra grelhado com batatas assadas, pizza napolitana e arroz de pato.