A primeira coluna do ano tem que ser especial. Estamos, em nosso país, numa época em que grandes mudanças se descortinam, sejam elas para melhor ou para pior. Mas ficar do jeito que está não é mais possível.
O mundo do vinho, que fica menor a cada dia e mais restrito do ponto de vista financeiro, não é diferente: há enormes alterações em curso, começando pela abusiva nova taxação, como se enófilos fossem os responsáveis por todo o caos econômico.
Mas, sempre pagamos o pato. Vinho é bebida das “zelites”, pecado mortal segundo a cartilha dos atuais mandatários brasileiros. Trabalhar honestamente e desfrutar das boas coisas da vida com o resultado disto é simplesmente inconcebível, por uma simples razão: eles não sabem como fazê-lo…
A primeira coisa que se deve ter em mente para degustar um vinho, mesmo que seja o mais básico, é ter boas maneiras. Este é o início de tudo.
Alguns conselhos eternos:
– Sempre convide alguém significativo para dividir a sua garrafa;
– Num restaurante, simplesmente inove e peça à sua companhia feminina (ou vice-versa) que escolha o vinho. Caso decline, sugira um branco, um rosé ou um Pinot Noir. Melhor apostar nos vinhos leves;
– Ficou encarregado de comprar ou levar os vinhos? Não se assuste, existem alguns truques que facilitam esta tarefa, mas precisamos saber, pelo menos, o número de convidados;
– Calcule 1 garrafa para 3 ou 4 pessoas e acrescente mais uma para ser ofertada ao anfitrião. Experimente levar mais de uma opção de cada estilo;
– Se for para uma refeição (almoço ou jantar), comece com um branco ou um rosé para “fazer a boca”, seguindo com o vinho tinto. Para encerrar, um vinho de sobremesa ou fortificado e um espumante para o brinde final. Este último, se preferirem, pode ser o vinho de boas-vindas;
– Cabe a quem estiver encarregado do vinho as funções do Sommelier: abrir as garrafas, servir pelo menos a 1ª rodada, garantir que todos os vinhos estejam nas condições de consumo ideal. Vinhos brancos, rosés e espumantes devem ser transportados gelados. Para isto, usa-se bolsas térmicas ou mantas próprias congeladas. Para os tintos tenha sempre um decantador ou um aerador. Balde com gelo é sempre muito útil. Se a reunião não for na sua residência, peça ao anfitrião que providencie este item;
– O vinho acaba sendo, naturalmente, um dos assuntos da reunião, seja porque é bom ou por não ter agradado como o esperado. Ser o expert da sua turma é correr este tipo de risco. Só se manifeste se pedirem sua opinião. Entenda que ao trazer os vinhos, você já indicou as suas preferências. Evite ser muito técnico, pode acabar recebendo a temida pecha de enochato;
– Esta mesma atitude pode ser aplicada num restaurante. Caso sua opção esteja em falta e o Sommelier lhe ofereça uma alternativa, escute primeiro as razões dele antes de contestar ou aceitar a oferta;
– Nestas situações aposte nos vinhos clássicos e consagrados. Guarde as inovações para ocasiões menos formais e com um grupo menor e mais fácil de controlar;
– Lembre-se que todas as suas atitudes estarão sendo observadas por todos. Faça o seu ritual discretamente, aprecie os aromas antes de degustar um gole, segure a taça da maneira que lhe for mais confortável e deixe de lado aquelas afetações como não tocar no bojo para não aquecer o vinho ou marcar o cristal com “impressões digitais”.
Não deixe que estas pequenas coisas lhe tirem o prazer de desfrutar de um bom momento.
“Existe mais filosofia numa garrafa de vinho que em todos os livros”.
(Louis Pasteur)
Saúde!
Vinho da Semana: o verão pede vinhos leves e fáceis de beber.
Uma das melhores relações qualidade/preço de Portugal.
Elaborado com uma saborosa coleção de castas – Malvasia Fina, Viosinho, Rabigato e Moscatel Galego.
Mostra um bouquet aromático, repleto de notas de fruta.
No palato é fresco e marcante.
Deixe um comentário