A Grande Prova Anual dos Vinhos do Tejo (2016) acontece neste mês de fevereiro nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Participamos do evento no Rio, ocorrido no dia 23/02, num dos salões do elegante Iate Clube, na Av. Pasteur. Organização impecável a cargo da Wine Senses – Caravana dos vinhos do Tejo, Comissão Vitivinícola da Região do Tejo e Wines of Portugal.
Mais de 100 rótulos, entre espumantes, brancos, rosés e tintos estavam à disposição do público convidado, além de uma Master Class, sempre um atrativo à parte. Pena que os lugares se esgotaram rapidamente, mesmo antes da divulgação do convite oficial (que nem a mencionou), tudo por conta das redes sociais (Facebook) onde a simples menção da aula fez os convites se acabarem num clique do mouse, com 1 ano de antecedência. Uma lástima…
Quinze vinícolas participaram desta edição:
Adega Cooperativa do Cartaxo – fundada em 1954, produz cerca de 7 milhões de litros por ano;
Agro Batoreu – vinícola familiar, operando desde 1860, produz 200.000 litros de vinhos tintos e 50.000 litros de vinhos brancos por ano;
Casa Cadaval – fundada em 1648, sempre produziu vinhos a granel. Somente a partir de 1994 passou a engarrafar seus produtos;
Casal da Coelheira – uma das mais premiadas de Portugal, alia tradição e modernidade;
Companhia das Lezírias – fundada em 1836, está localizada dentro de uma floresta e mantém um extremo cuidado com meio ambiente e diversidade;
Encostas do Sobral – empresa recente (1999), explora um ótimo terroir obtendo vinhos que foram muito premiados em concursos internacionais;
Enoport – formado por diversas adegas tradicionais é hoje um dos maiores grupos produtores do país, com reconhecimento internacional;
Fiuza & Brigth – nascida em 1985 é uma parceria entre a família Fiuza e o enólogo australiano Peter Bright;
Quinta da Alorna – estabelecida em 1723 por D. Pedro Almeida, vice-rei da Índia e Marquês da Alorna. Exporta para 28 países;
Quinta da Badula – empresa familiar que busca caminhos bem tradicionais na elaboração de seus vinhos como o “pisa a pé”, mas em tanques de inox;
Quinta do Casal Branco – desde 1775, sempre uma pioneira em inovação. Foi a 1ª vinícola da região a usar vapor como forma de energia (1817);
Quinta Casal do Conde – uma das maiores produtoras da região com processos sempre atualizados; Quinta do Casal Monteiro – desde 1928 transformando amor e arte em grandes vinhos;
Quinta da Lapa – estabelecida em 1733, são 300 anos de tradição. Uma das Quintas mais bonitas desta região;
Pinhal da Torre – utiliza métodos biodinâmicos e apenas castas portuguesas. Vinhos muito elegantes.
As principais castas desta região, antigamente denominada Ribatejo, são as tintas Touriga Nacional; Trincadeira; Castelão; Aragonez; Cabernet Sauvignon e Syrah. Entre as brancas destacam-se: Fernão Pires; Arinto; Alvarinho; Chardonnay e Sauvignon Blanc.
O terreno está divido em 3 regiões distintas, cada um produzindo vinhos de características marcantes:
Campo – corresponde a solos mais férteis junto a ambas as margens do Tejo. Clima moderado e úmido;
Bairro – situado na margem direita do Tejo, imediatamente depois da “Campo”. Os solos podem ser argilo-calcáreos ou xistosos;
Charneca – situa-se na margem esquerda do Tejo, imediatamente após o “Campo”. Solos arenosos e secos.
A qualidade dos vinhos provados nos encantou, mas era impossível experimentar todos.
Eis os nossos destaques: Enoport Quinta de S. João Batista Seleção Especial – 100% Touriga Nacional;
Quinta do Badula Branco – Fernão Pires e Moscatel Graúdo;
Casa Cadaval – ótimo espumante Tuisca, 100% Pinot Noir;
Bons vinhos e Saúde!
Vinho da Semana: outro ótimo branco provado na degustação.
Casal da Coelheira Branco
Interessante corte de 80% Fernão Pires e 20% Chardonnay.
Boa intensidade aromática, com fruta tropical expressiva, mas sem esconder os aromas mais quentes do Chardonnay.
Na boca sente-se a fruta e uma boa acidez, dando frescura e vivacidade, num estilo muito aromático e persistente.
Harmoniza com peixes e mariscos.
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