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Existem diversos críticos de vinhos, quase que um para cada tipo de gosto pessoal. Recentemente mencionamos Stephen Tanzer, que enfatiza a “finesse” de um vinho em suas análises. O conhecido Robert Parker ficou famoso por ter o seu estilo de vinhos associado ao gosto do público norte-americano.

Publicações especializadas preferem avaliar vinhos através de painéis de degustadores, afinal vivemos em grupos e esta opinião coletiva pode ser mais significativa que a de uma única pessoa.

Isto nos faz pensar na influência dos fatores subjetivos presentes numa degustação e nas razões que nos levam a transformar uma determinada opinião em verdade absoluta. Pode ser desde a sugestão do vendedor da loja de nossa confiança, passando pela de um Sommelier de um restaurante sofisticado ou até a do crítico ou publicação especializada que elegemos como nosso Guru.

Qual opinião vai estar menos sujeita a estes fatores subjetivos?

Algum leitor já se deu conta que cada degustador, inclusive nos mesmos, tem limitações de olfato e paladar que o leva a identificar mais facilmente uma gama de aromas e sabores em detrimento de outras?

Por esta razão, nem sempre o que está descrito numa ficha técnica de um vinho é identificado ou compreendido pelo consumidor final: não temos a combinação de olfato e paladar treinados para perceber aquelas nuances.

Um defeito clássico, como o TCA (Tricloroanisol), pode passar despercebido se o degustador não tiver sido informado do que se trata e como identificá-lo. Há pessoas que acham que este aroma faz parte da bebida e a degustam como se isto fosse o normal (cheiro de rolha mofada).

Compreender, em toda a sua dimensão, o que um crítico afirma ser um vinho equilibrado ou seco ou ainda oxidado pode ser uma tarefa hercúlea. O quadro pode ficar mais complexo se encontramos, nas nossas leituras e observações, opiniões conflitantes sobre um mesmo produto.

Isto é mais comum do que aparenta. Para nos defendermos desta enxurrada de opiniões “especializadas” (esta coluna inclusive) é necessário utilizar novos filtros, não bastando ter boca e nariz treinados. Nem mesmo numa degustação em grupo pode haver consenso.

Para começo de conversa, nenhum crítico, por mais famoso e poderoso que seja, deve ser tratado com um Deus. São apenas humanos e falíveis como qualquer outro habitante deste planeta. O mesmo raciocínio se aplica aos grupos de críticos.

O que precisamos fazer é ajustar o nosso gosto a um perfil de informações que seja fácil de conseguir e que realmente acompanhe a evolução do mercado de vinhos. A nossa satisfação vem em primeiro lugar, sempre.

Não existem regras fixas para isto. O que funciona para um pode não funcionar para outro. Obviedades se destacam, ler e degustar talvez seja a mais importante delas.

Escolham um Guru e mantenham-se fiéis a ele até sentirem confiança para buscar outros caminhos. Só assim vai se absorvendo o jargão próprio e moldando o nosso entendimento com relação à acidez, aos taninos, corpo, equilíbrio, etc…

Esta regra, a seguir, não tem exceções: todos os profissionais do vinho têm um ou muitos gurus. No mínimo tiram suas dúvidas com um grupo que, em determinadas situações, são considerados como “a referência”. Não há nenhum demérito nisto.

Apenas façam as escolhas que sejam as mais convenientes.

Bons vinhos, saúde!

Vinho da Semana: dia 14 de abril foi o Dia do Malbec argentino. Eis a nossa homenagem

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Kaiken Reserva Malbec 2013

Delicioso e cativante tinto, dotado de um exuberante bouquet de frutas vermelhas e notas tostadas, recebeu 91 pontos da Wine Spectator na safra 2013, a mais alta nota já concedida pela revista para um Malbec nessa faixa de preço.

Harmoniza com carnes, costela, massas.