A lista anual dos melhores vinhos, publicada pela revista Wine Spectator, é o informe mais esperado pelos consumidores de vinhos. Atualmente é mais importante que as notas do Robert Parker, o que demonstra como evolui este mercado enológico.
Para os brasileiros, o significado real fica na faixa das curiosidades. A maioria dos vinhos listados não está à venda por aqui e, os poucos que estão disponíveis, são de outras safras. Nem sempre são vinhos caros, mas a regra do mercado brasileiro é esgotar a safra em estoque antes de importar uma nova.
Nesta edição, os vinhos norte-americanos dominaram o cenário com 32 indicações.
A tabela, a seguir, completa a informação
Os 10 Mais
Seis vinhos americanos, dois italianos e dois franceses. Oito tintos e dois brancos. Entre as uvas, nas três primeiras colocações temos um Cabernet Sauvignon, um Chardonnay e um Pinot Noir.
O primeiro francês, um branco doce, está na 4ª posição. Um Sauternes da região de Barsac, no distrito de Graves, Bordeaux. O segundo francês, também bordalês, é um branco seco.
Da Itália foram premiados um Barbaresco, produzido a partir da Nebbiolo, e o tradicionalíssimo Super Toscano, Tiganello, hoje um vinho icônico. Interessante observar o seu preço médio no mercado norte-americano: US$ 105.00, cerca de R$ 360,00, preço mais que justo por um produto de alto nível, bem diferente do preço pedido por aqui, no seu importador, R$ 881,00 (mais frete).
Dois tipos de corte se destacaram: um bordalês, o Ridge Monte Bello, e uma variação do “GSM” o Machete da Orin Swift (Petit Syrah, Grenache e Syrah).
Os Sul-americanos
Quatro vinhos argentinos e três Chilenos. Destaque para o sempre bom Don Melchor, na 33ª posição, melhor sul-americano, e o Zuccardi Q Cabernet Sauvignon, na 55ª posição, o melhor argentino.
Novamente chamamos a atenção para as diferenças de preço. O vinho chileno sai por US$ 125.00 (+/- R$ 400,00) contra os R$ 700,00 cobrados nas melhores lojas. O vinho argentino, conhecido por sua boa relação qualidade x preço, sai por US$ 20.00 (+/- R$ 70,00). Pode ser comprado por um pouco menos de R$ 200,00 no Brasil.
Sem comentários…
As Surpresas
Áustria, Grécia e Israel.
Vinhos austríacos sempre foram muito bons, mas pouco conhecidos no mercado mundial, talvez devido às pequenas produções, o que não os tornam um produto de consumo mundial. A uva branca Grüner Veltliner brilha por lá.
O Domäne Wachau Grüner Veltliner Smaragd Trocken Wachau Terrassen aparece na 85ª posição.
Da Grécia o vinho premiado na 89ª posição foi elaborado com uma uva branca típica, a Assyrtiko: D. Kourtakis Assyrtiko Santorini Greek Wine Cellars
O primeiro vinho israelense, está na 79ª posição, o Tzora Judean Hills White, um corte de Chardonnay e Sauvignon Blanc. Na 93ª posição, está o Galil Mountain Yiron, produzido na Galiléia, um dos vinhos top desta vinícola. Um pouco comum corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah.
Para os interessados, a lista pode ser baixada neste link.
Saúde e bons vinhos!
Vinho da Semana: uma homenagem aos bons vinhos dos EUA.
Wente Beyer Ranch Zinfandel – $$$
Este complexo corte californiano traz delicados aromas de ameixa, framboesas e mirtilo. Em boca é harmônico, com taninos suaves, acidez equilibrada e profusos sabores de frutas em compota.
Boa opção para harmonizar com a ave natalina.
Compre no Vinho Site!
Don Tuty,
Inicialmente estou devendo um comentário sobre a coluna da semana passada, sobre as cores dos vinhos. Só para dizer que me lembrou quando, certa vez, vindo de uma viagem à França, meu pai comentou sobre a experiência que tinha tido ao experimentar um “vin gris´´. E que para seu espanto, era realmente acinzentado. (não lembro dos comentários sobre sua qualidade)
Com relação à coluna de hoje, a vontade é de chorar no quesito oferta/preço neste nosso Brasil.
Não tens idéia do que penei para conseguir uma compra decente, com boa relação preço/qualidade, neste final de ano. Com nossos conhecidos problemas, a oferta minguou e os preços dispararam.
Considerando que já eram “indecentes´´ eu diria que evoluíram para “pornográficos´´.
Para piorar (só a comparação), como vou ter que dar uma ida aos USA na semana que vem, dei uma pesquisada nas lojas de vinhos e seus estoques e preços, nos arredores de onde estaremos.
Comparando com os preços e estoques daqui, só nos resta sentar no meio-fio e chorar “lagrimas de esguicho´´ como diria mestre Nelson.
Tezy
O Vin Gris me escapou. Pena, seria mais uma boa história.
Com relação aos preços, chorar de esguicho é pouco.
Mangueira, no mínimo.
Abraço