Nos últimos 30 anos, foram desenvolvidas 71 pesquisas baseadas no tema ‘consumo moderado de álcool’, envolvendo quase 154.000 pessoas em diversos países e com diferentes padrões de consumo.

Como se isto não bastasse, um megaprojeto de pesquisa, com duração prevista de 6 anos, começa ainda este ano, com um orçamento na casa dos 100 milhões de dólares, conduzido pelo National Institutes of Health (NIH) e uma de suas subdivisões, o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA).

Pretendem estudar se o consumo moderado de bebidas alcoólicas tem algum efeito protetor contra doenças cardiovasculares e diabetes. Serão recrutados 7.800 participantes, com idades acima de 50 anos, em 16 diferentes cidades nos EUA, Europa, América do Sul e África. Todos devem estar na faixa de risco para qualquer um dos males citados.

Para este colunista, há uma nítida convergência com a busca pela vida eterna, uma saga que remonta ao século 18 a.C., quando o Imperador Gilgamesh tenta encontrar Utnapishtim, um personagem desta epopeia, que seria encarregado de construir o Barco da Vida que, como Noé, preservaria a vida humana.

Passa pelos Imperadores da China e a preocupação por descobrir o elixir da vida, encontra Ponce de Leon e sua obsessão pela Fonte da Juventude, e vem desaguar nas modernas técnicas de criogenia e nos avanços médicos que envolvem procedimentos quase ficcionais como os transplantes de órgãos, próteses inteligentes, entre outros.

Nas movimentadas redes sociais de hoje, circulam listas com atitudes que nos ajudariam a prolongar a vida. Estas curiosas relações, envolvem a convivência com gatos, como animais domésticos, o uso de cremes faciais, ter uma sólida educação e continuar estudando, comer mais couve, tomar café, temperar com Siracha, um picante molho tailandês e, obviamente, consumo moderado de vinho.

Este, acima de outras bebidas, tem sido visto como um grande aliado no prolongamento de uma vida mais saudável, principalmente se associado a uma dieta como a praticada por franceses, italianos, gregos, espanhóis, e outros povos do Mediterrâneo.

A recente descoberta sobre o Colesterol e as gorduras saturadas é a prova que faltava, vide o chamado Paradoxo Francês.

Então, qual vinho é o ideal, que nos traz todos estes benefícios?

O site Wine Folly publicou uma interessante matéria sobre este tema, que servirá de base para estas conclusões.

Segundo os diversos cientistas que estudaram este assunto, os maiores benefícios decorrem da presença dos seguintes características:

– Quanto mais seco, melhor, ou seja, zero açúcar. Nada de vinhos doces;

– Baixos teores alcoólicos. 12,5% ou menos é o ideal;

– Altos teores de Polifenóis, entre eles as Procianidinas.

Pode parecer muito científico, mas é muito fácil entender o que são estes Polifenóis. No vinho, é a parte que sobra quando eliminamos a água e o álcool. Sobram taninos, pigmentos, aromas, Resveratrol, Procianidinas e mais 5.000 compostos vegetais.

O Wine Folly publicou o gráfico, a seguir, relacionando os níveis de Polifenóis e algumas uvas consagradas:

Com certeza uma surpresa para alguns leitores. As clássicas Cabernet Sauvignon e Merlot, esteio dos mais famosos vinhos do mundo (Bordeaux) não são as que mais contribuem para uma vida longa e saudável…

Polifenóis são subprodutos das cascas e das sementes das uvas, por esta razão, podemos incluir os chamados ‘Vinhos Laranja’ nesta relação de vinhos bons para a saúde.

Além das uvas mencionadas, podemos acrescentar mais estas:

– Petit Syrah;

– Marsellan;

– Nebbiolo.

A recomendação final é que os vinhos sejam consumidos ainda jovens pois os polifenóis se perdem com a idade. Procurem pelo sabor: vinhos frutados, alta acidez e mais tânicos que o habitual.

Podem parecer um pouco mais difíceis de beber que aqueles apreciados habitualmente, o que traz um benefício indireto: é mais fácil controlar a quantidade consumida.

Com o tempo, apura-se o paladar e perceberemos que aquele amargor adicional é tudo de bom que existe na vida.

Para encerrar esta trilogia, aqui está uma relação de outros alimentos ricos em polifenóis: maçã, feijão, chocolate, extratos da semente de uva, chá e romã.

Saúde e bons vinhos!

Fontes:

https://www.seeker.com/seeking-immortality-so-have-others-1767387860.html

http://www.winespectator.com/webfeature/show/id/The-110-Million-Question

https://moneyish.com/ish/drinking-coffee-makes-you-live-longer-and-so-does-wine-cats-sriracha-and-more-things-thatll-buy-you-more-time/

https://www.niaaa.nih.gov/

http://winefolly.com/tutorial/what-types-of-red-wines-are-good-for-you/

Vinho da Semana: um ótimo vinho para começar a cuidar da saúde.

Stemmari Nero D’avola 2015

Um tinto de grande tipicidade, com notas de groselha, morangos e romã. Apresenta paladar macio e aveludado, com notas predominantes de frutas.

Harmonização: Cozidos com carne, Cozidos com Embutidos, Leitão/leitoa assada, Rabada, Pernil de javali adulto assado, Camarões ao vapor, Pizza com Embutidos, Risoto com Aves, Steak au poivre.

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