Seleções de rótulos e Sommeliers no lugar dos técnicos. As partidas seriam disputadas em belas mesas com representantes das diversas culturas enogastronômicas. Esta seria uma bela Copa.
Uma das expressões mais antigas do nosso popular esporte, “Futebol é uma caixinha de surpresas”, pode ser facilmente adaptada para: Cada garrafa é uma caixinha de surpresas…
Deixando a imaginação correr solta, podemos traçar um paralelo entre as seleções que disputam e as que não se classificaram, com o mundo do vinho, criando uma competição imaginária onde povoam craques, cartolas e pernas de pau, entre outros jargões para lá de manjados.
Para começo de conversa, alguns favoritos ficaram de fora: a fortíssima Itália, com seu reconhecido time onde despontam Barolo, Chianti, Brunello e muitos outros. Daqui da América do Sul, um dos grandes deste esporte vínico, o Chile, nos deixou sem os seus reconhecidos Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon e o polivalente Carménère. Outra seleção, que embora não seja uma candidata ao título máximo do esporte bretão, sempre é franca favorita no escrete de vinhos, com jogadores de alto nível: EUA. Nesta edição, não contaremos com estrelas do porte de Zinfandel, Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir.
Mas há uma turma de peso que está, pelo menos, disputando esta primeira fase.
França: uma das grandes. Múltiplos craques que nunca desapontam: Bordeaux, Pinot Noir, Chardonnay, Champanhe, GSM, etc…
Espanha e Portugal: duas seleções de peso que representam toda a gama de castas autóctones da Península Ibérica. Os dois times estão na ponta dos cascos e têm surpreendido o resto do mundo nos mais variados concursos de vinho. Destaques para Tempranillo, Mencia, Garnacha e Jerez, pela Espanha; Touriga Nacional, Castelão, Alvarinho e Porto, defendendo Portugal.
Alemanha: um time fortíssimo prematuramente eliminado. Nesta copa não teremos Riesling, Gewürztraminer, Sylvaner…
Uruguai e Argentina: dois dos melhores representantes sul-americanos. De um lado Tannat, do outro Malbec. Mas não ficam só nisto. Impossível ignorar os Cabernet Franc e Torrontés argentinos e os Sauvignon Gris e Sauvignon Blanc uruguaios. Olho neles, podem facilmente chegar ao título máximo.
Brasil: está muito bem representado pelos excelentes espumantes que produz. Na linha defensiva temos bons Merlot, Tannat e até umas castas portuguesas.
Austrália: a terra dos Shiraz é outro time interessante. Parece que não vai passar da fase inicial. Pena. Para sorte dos apreciadores, esta relevante casta pode aparecer em outras seleções.
Sérvia e Croácia: ótimos vinhos de ambos países, com potencial para enfrentar qualquer das seleções favoritas. A Sérvia já deixou a competição, mas a Croácia entra em campo com Grasevina, Plavac Mali, Frankovka, entre outros. Pode aprontar.
México: uma surpresa. Um time que volta a surpreender no cenário dos vinhos depois de muitos anos de esquecimento. Sua seleção é formada com as uvas clássicas europeias, nada de muita inovação, mas um time sólido. Vale a pena descobrir mais.
Para terminar, algumas seleções que estão mais para a lanterna do que outra coisa, embora produzam bons vinhos.
Suíça: a casta Chasselas é a mais conhecida. Elaboram vinhos com quase todas as grandes castas europeias. Pequenas produções apenas.
Inglaterra: embora seja um dos maiores consumidores da nossa bebida favorita, sua produção está mais para time de várzea. Alguns espumantes e vinhos brancos apenas razoáveis. São, reconhecidamente, os Cartolas do vinho.
Bélgica: pouca tradição neste ramo, mas apresenta alguns brancos de responsabilidade. Destaques para Chardonnay e Chenin.
Japão: É a terra do Sake, considerados por muitos como um vinho de arroz. Por influência dos Jesuítas, vinificam desde o século XVI. Nada significativo internacionalmente. A casta Koshu é a mais importante localmente. Cabernet Sauvignon e Merlot são outras cepas de referência por lá, com alguns resultados surpreendentes.
A próxima fase está praticamente definida. Duas disputas serão emocionantes: Tannat contra Touriga Nacional; Malbec contra Bordeaux.
Não importa o resultado, ganhamos sempre. Abra um bom rótulo de cada e comemore a vitória ou a derrota do seu time preferido.
É assim que se joga esta Copa.
Alguém arrisca um palpite para a final?
Saúde e bons vinhos!
Vinho da Semana: uma tripla homenagem. Vinho italiano, uva originária da Croácia, que é famosa nos Estado Unidos.
Primitivo di Manduria DOC Mottura 2015
Cor é vermelho intenso tendendo a violeta. Sua fragrância é jovem, quente e intensa. Já o seu gosto é rico em sabores, aveludado e harmonioso.
Compre aqui: www.vinhosite.com.br
Deixe um comentário