Participamos de mais um bom evento sobre vinhos portugueses, desta vez com foco na região do Alentejo. Com ótima organização e os amplos salões do Sheraton Hotel, esta degustação foi uma grata surpresa.
Participaram as seguintes vinícolas:
Adega de Borba; Adega de Redondo; Cartuxa – Fundação Eugênio de Almeida; Casa Agrícola HMR – Cave D’or; Casa Relvas (Herdade de São Miguel); Comenda Grande; Cortes de Cima; Esporão; Herdade da Malhadinha Nova; João Portugal Ramos; José Maria da Fonseca; Monte da Capela; Segur Estates (Roquevale); Sogrape Vinhos; Tapada do Fidalgo; Vinhos Folha do Meio.
Estivemos presentes no 1º horário, quando a frequência era boa, sem aglomerações, permitindo avaliar bem as diversas opções oferecidas, de brancos, tintos e rosados. Entre os expositores houve uma clara tendência em focar nos vinhos de entrada e os médios. Poucas mesas ofereceram um vinho de alta gama, numa clara referência à atual situação econômica de nosso país.
Para tirar o máximo de proveito numa degustação como esta é preciso estabelecer um plano de ataque.
Depois de uma volta pelo salão, para conhecer os expositores, a primeira técnica a ser seguida é preparar o palato, seja degustando um espumante, ausentes neste evento, ou um branco. Escolhemos a mesa da Herdade da Malhadinha Nova – Adega do Redondo, onde provamos o trio a seguir:
Destaque para o Monte da Peceguinha 2016, um saboroso corte de Antão Vaz, Verdelho, Arinto e Roupeiro.
Seguimos em busca de outros brancos e alguns rosados, completando a primeira rodada. Entre rótulos tradicionais e novos, o destaque ficou para este aqui:
Pousio Reserva 2014, elaborado com as castas Arinto, Verdelho, Alvarinho.
Depois de uma rápida hidratação, muito importante para quem deseja chegar ao fim desta maratona em boas condições, partimos para os tintos.
Dentre as múltiplas ofertas, destacamos estes dois vinhos de talha, ou ânfora, uma tradição alentejana que está ressurgindo com força total:
O Tinto da Talha 2017, da Roquevale, foi elaborado a partir das castas Trincadeira, Castelão (Periquita) e Aragonez. Interessante, mas um pouco jovem. Necessita de mais alguns anos em cave.
O Art.Terra Amphora 2017 é proveniente das castas Aragonez, Moreto e Trincadeira. Mais complexo que o anterior, pode se beneficiar de mais alguns anos de guarda.
Os destaques finais vão para três tintos que chamaram a nossa atenção:
– O “flight” da José Maria da Fonseca. Nossa preferência recaiu sobre o bom José de Souza Mayor, elaborado com 60% Grand Noir, 30% Trincadeira e 10% Aragonês.
– Herdade de São Miguel, Escolha dos Enólogos 2015, o melhor vinho provado nesta tarde. Um equilibrado corte de Alicante Bouschet, Touriga Franca e Touriga Nacional.
– A melhor relação custo x benefício ficou com o Porta da Ravessa 2016, corte elaborado com Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah. Muito equilibrado, fácil de beber e com um custo muito convidativo. Perfeito para o dia a dia.
Saúde e bons vinhos!
Vinho da Semana: um dos bons brancos que provamos nesta degustação.
Pousio Reserva Branco
Cor palha esverdeada intensa. Aroma complexo e expressivo com notas de lima e boa sustentação. Na boca é denso, untuoso e encorpado. Persistente, termina macio, sem amargor.
Harmonização: frutos do mar, peixe fresco grelhado, carnes brancas.
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Olá. Vendo a sua resenha sobre o Festival Vinhos do Alentejo no Rio em 2018 me fez relembrar desse momento especial que foi essas degustações dos vinhos do Alentejo e que tive o prazer de participar. Deixa eu te perguntar: degustei o “Tinto da Talha” da Roquevale e adorei o vinho. No movimento que estava eu acabei esquecendo de perguntar se este vinho de fato passou por ânforas de barro, pelas talhas de barro. Esse vinho passou por talhas de barro? Obrigado.
Olá Bruno
Realmente este evento foi muito bom. Pena que nunca mais o repetiram.
Quanto ao Tinto da Talha, da Roquevale, posso confirmar que é um vinho fermentado em cubas de aço inox, apesar do rótulo mencionar as famosas talhas.
Envio para o seu e-mail, cópia da ficha técnica.
Abs
Tuty