Glúten no vinho

Intolerância ao Glúten tem se tornado um transtorno bastante comum, assim como o número de pessoas que descobrem sofrer da Doença Celíaca, quadro mais grave desta sensibilidade anormal à proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio.

Pode parecer estranha a afirmação que vinhos podem conter Glúten, mas existe um fato pouco conhecido, até por especialistas, que permite que um vinho, armazenado em barris de carvalho, absorvam uma mínima quantidade de Glúten: tudo decorre de uma técnica de selagem das tampas das barricas utilizando um material composto com farinha de trigo. Algo muito semelhante ao “grude” que utilizávamos na juventude para fazer as nossas pipas ou colar figurinhas num álbum.

A tanoaria ainda é muito artesanal, principalmente para os recipientes que vão envelhecer os melhores vinhos. Apesar de todo o cuidado na hora de montá-los, somente quando cheios é que vão apresentar alguns pequenos defeitos, principalmente nas tampas (topo e fundo). Para evitar a perda do precioso líquido que ali ficará armazenado por longo período, é usual selar estes encaixes com algum produto vedante. Atualmente este selante é ‘gluten–free’.

Uma outra fonte de contaminação do vinho por Glúten vem de um antigo processo de clarificação, hoje abandonado, com produtos que continham esta proteína. Modernamente ainda são utilizados produtos de base animal, o que é preocupação para os que seguem a linha vegetariana. Felizmente a tendência é abandonar estes últimos também.

Todos podem ficar tranquilos: de acordo com padrões internacionais, o vinho é uma bebida sem glúten.

Mesmo que um ou todos estes processos tenham sido empregados na elaboração da nossa bebida predileta, a contaminação não ultrapassaria a 20 ppm (partes por milhão), taxa aceita como segura para os portadores da Doença Celíaca ou intolerância ao Glúten.

Testes recentes, muito rigorosos, realizados nos Estados Unidos com vinhos de alta qualidade, obtiveram como resultado máximo a taxa de 10 ppm.

Para estarem absolutamente seguros que podem degustar seus vinhos sem problemas, sigam estas sugestões:

1 – Evitem vinhos muito antigos que foram envelhecidos em barris. A chance é maior de terem sido armazenados em barricas seladas com pasta de farinha de trigo ou clarificados por um agente que continha Glúten;

2 – A outra ponta da escala também pode ser uma fonte de preocupação. Os vinhos mais simples, comumente denominados “de mesa”, podem conter corantes ou flavorizantes que não são livres de Glúten e nem são mencionados nos rótulos;

3 – Prefira vinhos jovens, que não passam por madeira, seja na fase de fermentação ou amadurecimento. Antes de comprar, pesquise um pouco e leia a Ficha Técnica, sempre disponibilizada no site do produtor;

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: numa comparação feita pelo site Wine Searcher, oito entre os dez melhores Merlot do mundo eram italianos.

Mezzacorona Merlot 2015

Coloração rubi intenso, com belo equilíbrio entre aromas herbáceos e frutados. Em boca, este tinto é seco, com sabores complexos e taninos leves.

Harmonização: Risoto com vinho tinto, Risoto com perdiz, Risoto com Aves, Rosbife, Filé com Molhos Temperados, Canastra curado, Risoto com Carne e Embutidos, Camembert.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

2 Comments

  1. Mario Sergio Bretas

    Uma sugestão para uma futura coluna seria um estudo sobre o quanto os diversos vinhos “engordam” e um comparativo com outras bebidas, alcóolicas ou não.
    Abraços
    TZ
    P. S.: para um tostão de inveja, acabei de comprar um Sandeman 10 anos por 10,25 euros a garrafa (750 ml). Preço de Jurupinga ou Almadén por aí.

    • Tuty Pinheiro

      Tezy
      Vai demandar alguma pesquisa.
      Vamos tentar descobrir dados para embasar isto.
      Blz a compra.
      Abs
      Tuty

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