Preocupadas com a alardeado aquecimento global, as vinícolas de Bordeaux, representadas por sua entidade de classe, aprovaram a inclusão de 7 (sete) novas castas, tintas e brancas, que poderão ser utilizadas na região.
Ainda há muitos trâmites legais a serem cumpridos antes que isto se torne uma realidade. O mais importante deles seria a aprovação pela INAO (Institut National de l’Origine et de la Qualité), órgão que controla as Denominações de Origem e a qualidade dos vinhos franceses.
Por enquanto, somente os rótulos classificados como Bordeaux e Bordeaux Supérieur podem utilizar as novas castas. As AOC’s tradicionais devem se manter como sempre foram, por exemplo Graves, St. Emilion, Medoc.
Regras adicionais limitam a quantidade de cada nova uva no corte e o número de garrafas que podem ser produzidas.
Parece uma grande novidade, mas apenas reflete a posição de alguns
viticultores que já vinham plantando uvas que não são típicas da Região.
Procuram por alternativas, principalmente para a Merlot, casta
mais plantada e a mais suscetível a climas muito quentes: a concentração
final de açúcares é muito alta aumentado o teor alcoólico, o que não é
desejável.
Na relação de novas castas, duas uvas portuguesas chamam a atenção: Alvarinho nas brancas e Touriga Nacional nas tintas, uma das varietais mais utilizadas na quente região do Douro.
Eis a relação completa:
Brancas: Alvarinho, Petit Manseng e Liliorila, que é um cruzamento entre as uvas Barroque e Chardonay. Vão somar às tradicionais Semillon, Sauvignon Blanc e Muscadelle.
Tintas: Touriga Nacional, Marselan, Castets e Arinaroa, que é um cruzamento entre a Tannat e Cabernet Sauvignon.
Apenas para refrescar a memória, as tintas tradicionais bordalesas são: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec e Carménère, que começa a reaparecer entre alguns produtores.
Fica uma última pergunta:
Quando poderemos degustar um Bor-Douro?
Saúde e bons vinhos!
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