Não perder contato com as tendências do mercado é uma das mais complexas tarefas que qualquer produtor de vinho tem que enfrentar.
Não é fácil.
Modismos vão e voltam constantemente, sem falar nas novidades que a tecnologia, de modo geral, proporciona. Basta um crítico renomado afirmar que apreciou um vinho elaborado dentro da mais avançada metodologia para que este fato atraia a atenção dos consumidores e dos concorrentes.
Para termos uma boa ideia de como isto funciona, vamos olhar para os tanques de fermentação e de amadurecimento dos vinhos. Três aspectos são considerados: materiais, formatos e tamanhos.
Existem reservatórios destinados para a fermentação elaborados com uma variedade de matérias como argila (terracota), madeira, plástico, aço inoxidável e concreto.
Os formatos variam desde as antigas e agora renovadas ânforas, barricas ou dornas (madeira), cilindros ou troncos de cone (aço) e ovais, esféricos ou cúbicos (concreto).
Quanto aos tamanhos, não há uma regra definida e tudo vai depender da quantidade de vinho a ser produzida e, também, para o caso das ânforas, a capacidade de fabricação destes artefatos por seus artesãos.
Ainda estamos na fase das barricas de carvalho. Embora testem outras madeiras, um substituto ideal ainda não foi encontrado. Dois tipos dominam as opções: as barricas de origem francesa e as de origem americana. Cada uma, dependendo do tamanho e do tempo de contato, vai acrescentar ao vinho características que ainda são desejadas pelos consumidores: toques de baunilha, coco, caramelo, ervas aromáticas etc…
O carvalho sempre foi companheiro do vinho. O que mudou profundamente foi o tamanho das barricas. Originalmente eram usadas grandes dornas ou tonéis com capacidades em torno de 20 mil litros. Paulatinamente foram sendo substituídas pelas barricas bordalesas, principalmente para o amadurecimento, com a reduzida capacidade de 225 litros.
Atualmente há uma tendência em diminuir o uso de madeira na elaboração de vinhos. Os conhecidos ovos de concreto, com desdobramentos para esferas e cubos, andam bem cotados entre produtores mais jovens, bem como a volta das ânforas.
Mas há quem busque por outras soluções.
Um belo exemplo vem da Rioja. A Espanha tem as regras mais rígidas para a elaboração de seus vinhos. Um Gran Reserva desta DOC deve permanecer em barricas por um mínimo de 2 anos, seguido de 3 anos na garrafa, antes de ir ao mercado. Tradicionalmente estas barricas são americanas, deixando estes vinhos com sua assinatura característica.
Alguns produtores estão utilizando o carvalho francês, como alternativa, buscando novos resultados, sem perder sua principal característica, que é a capacidade de envelhecer por mais de 10 anos.
A contrapartida da troca do tipo de madeira é que estes mesmos vinhos poderão ser consumidos mais cedo: a influência no sabor final é mais sutil do que a proporcionada pela madeira americana. Não vamos nos esquecer que embora tudo isto pareça uma grande obra de arte, é um negócio, acima de tudo, que precisa de bons resultados.
Sabem onde fica a Rioja?
Existe uma na Espanha e outra na Argentina, gerando uma disputa pelo nome no rótulo de seus vinhos. O pleito da Espanha, de ter o nome Rioja como marca protegida, foi derrotado em 2011. Um dos mais curiosos argumentos usados pelos argentinos foi lembrar que os espanhóis não só colonizaram o país, como fundaram e batizaram, em 1591 a cidade de Todos los Santos de la Nueva Rioja, hoje Província de La Rioja. Como se isto não bastasse, também introduziram o cultivo de uvas e produção de vinhos…
Já que estamos falando de Argentina, a produção de vinhos por lá também passa por uma nova revolução, que olha para o passado com a intenção de produzir vinhos mais de acordo com o paladar de consumidores mais jovens.
O caminho, que volta a ser percorridos pelos vinhateiros, é diminuir consideravelmente o uso das pequenas barricas, que permitiram o sucesso do Malbec argentino e cunharam o apelido de ‘suco de carvalho’. Passam a utilizar, novamente, as enormes dornas para fermentar e armazenar.
Ganha força a ideia de elaborar vinhos menos invasivos.
Não vai errar quem achar que, por trás disto, está a onda dos vinhos naturais.
Melhor para os consumidores, com opções para todo e qualquer gosto.
Saúde e bons vinhos!
Vinho da Semana: um bom Riojano.
Bodegas Ramirez Reserva Tempranillo 2012
91 pontos por Robert Parker. Exibe bonita cor vermelho rubi com reflexos granada. Um nariz intenso de madeira, balsâmico e almíscar, contra um fundo de frutas vermelhas. Na boca é amplo, macio e fácil de beber, mas, ao mesmo tempo, à medida que vai se abrindo, fica cada vez mais saboroso e cheio. Mais tarde, notas de alcaçuz, especiarias e frutas vermelhas emergem. No fim de boca seu acabamento é longo e persistente.
Evento em Belo Horizonte:
NOITE DE MASSAS E VINHOS, DIA 12, NA VILLA ALBERTINI, EM SANTA TEREZA (BH), TEM PARCERIA DA CASA RIO VERDE E INGRESSOS GRATUITOS
Na próxima sexta-feira, dia 12 de julho, a partir das 18h30, tem Feira de Massas e Vinhos no espaço Villa Albertini no bairro de Santa Tereza. Para esquentar a noite, a importadora Casa Rio Verde fez uma seleção de vinhos com rótulos tintos e brancos de diversos países.
O Sentido do Agosto e o Beco D´Itália assinam as massas e molhos artesanais. Entre as delícias para o casamento perfeito com o vinho estão o talharim ao molho funghi secchi, nhoque ao molho bolonhesa, capeletti de muçarela com manjericão ao molho de tomate, rondeli 4 queijos e muito mais!
Para descontrair o ambiente, a música fica por conta do cantor Maell di Santê, com um repertório de clássicos da MPB.
Serviço: Feira de Massas e Vinhos da Villa Albertini
Data: 12/07/2019 (sexta-feira)
Horário: 18h30 às 23h30
Local: Villa Albertini- Rua Cristal 137 – Santa Tereza – Belo Horizonte
Contato: Érica Fonseca- Produtora- (31)9 8818 04 57
Os convites gratuitos podem ser retirados no site da Central dos Eventos.
https://www.centraldoseventos.com.br/events/show/feira-de-massas-e-vinhos-da-villa-albertini
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