Foto por GEORGE DESIPRIS para Pexels


No futuro, algum historiador terá como opção chamar esta era em que vivemos de “Época das Tendências”.

Parece que regem o nosso comportamento, quando deveria ser exatamente o oposto: o resultado do nosso comportamento.

Já foi chamada de modismo, mudança, alteração, desejos e outros sinônimos menos usuais. Os analistas de mercado estão sempre de olho nas subidas de preço de bens de consumo e novidades nas áreas de produtos e serviços. São sinais evidentes que novas tendências estão surgindo. Atrelado a isto pode estar uma boa oportunidade de auferir bons lucros.

O mercado do vinho é um negócio que deve estar sempre atento aos desejos de seus consumidores, que vão desde os mais conservadores aos mais influenciáveis pelos ‘trends”, como as gerações do Milênio e a Z.

Um dos modismos mais curiosos talvez nem possa ser chamado de tendência. Estamos falando dos Vinhos Naturais, afinal, no início, eram todos produzidos com o que, hoje, se estabeleceu como regras de vinificação naturais, onde não se utilizam defensivos e nem aditivos para corrigir problemas eventuais ocorridos no processo.

Numa vinificação convencional, dependendo das normas e cada país, podem ser usados cerca de 70 aditivos diferentes. Para os puristas, isto é inaceitável.

Querendo ou não, goste ou não, vinhos naturais, em suas diversas modalidades, vão, voltam e continuam em voga.

Outra tendência, que classifico como cíclica, é a dos vinhos rosados. Dois rótulos, bem conhecidos no Brasil, o Mateus Rosé, português e o Rose d’Anjou, francês, servem como exemplo. São elaborados há mais de 100 anos e embalaram o começo de namoro de muitos casais apreciadores de vinho.

Depois de um longo período de hibernação, os rosados voltaram com força total. Toda vinícola que se preze tem um rosado à venda…

No mundo dos espumantes temos opções mais interessantes. Não há dúvidas que o Champagne é uma tendência ‘per se’. O vinho das comemorações, do luxo, da sofisticação e do bom gosto.

Mas a moda é o simples Prosecco, o delicioso e refrescante espumante do Veneto. Em qualquer lugar do mundo se tornou chique bebê-lo. Elegante e acessível aos bolsos de qualquer mortal.

Mas a tal tendência dita que seu reinado está por receber um duro golpe: o Cava, outro espumante de qualidade, desta vez vindo da Espanha, apresenta suas credenciais e pede passagem, para alegria geral da galera…

Se o mercado dos vinhos borbulhantes está em plena efervescência, a turma dos vinhos tranquilos está acompanhando com muita atenção uma guinada, na preferência dos jovens consumidores, por vinhos mais leves e refrescantes.

Se pensou em brancos acertou na mosca. Os tradicionalíssimos tintos encorpados e pesados estão na tendência de permanecer nas prateleiras das lojas.

Para finalizar, uma tendência que está perdendo força é a de comprar seus vinhos baseados nos pontos atribuídos por algum crítico especializado. A moda agora é outra: vamos seguir quem recebe mais ‘likes’ nas redes sociais. Os novos críticos são os consumidores e as opiniões expressadas no Instagram, Facebook, Vivino, entre outros, valem muito mais que 100 pts Parker.

Qual caminho vocês vão seguir?

Saúde e bons vinhos, tendenciosos ou não.