A imagem que ilustra este texto (*) é a do famoso Château Mouton Rothschild, localizado na região de Pauillac, Medoc.
Considerado como um dos melhores vinhedos da França, seu bom nome foi, em grande parte, obra de um dos seus donos, Philippe, Baron de Rothschild, uma personalidade cheia de nuances interessantes além de ser um afamado frasista.
Sua resposta para a pergunta que titula esta coluna é simplesmente deliciosa. Todos imaginariam que com sua enorme fortuna e elegante estilo de vida, indicaria algum de seus próprios vinhos ou, então, qualquer dos mais icônicos e caros rótulos do mundo.
Nada disto. Eis sua resposta:
“Recordo que quando era muito jovem, convidei uma bela dama para irmos à praia. No caminho, compramos uma garrafa que não custou mais de cinco francos. Este foi o melhor vinho de minha vida”.
Uma colocação importante que chama a atenção para dois pontos: a simplicidade (do vinho) e a qualidade da companhia com quem vamos desfrutar os bons momentos.
Ao longo da vida de um enófilo sério, o simples gostar de vinhos passa a ser uma arte. O gosto fica mais requintado, as garrafas se tornam, obviamente, mais caras, os acessórios como saca-rolhas, taças, decantadores passam a ser ‘de marca’ e mais outras bobagens que tem, por objetivo, marcar terreno.
A adega torna-se um elemento importante da casa e nela estão guardados os mais preciosos tesouros.
Criam-se regras, não escritas, para abrir cada uma destas preciosidades, a tal ponto que na hora “H” as chances de tudo dar errado se tornam enormes.
Reparem na simplicidade do Barão: um vinho de 5 francos; mas uma bela dama ao seu lado.
Quanta sabedoria e que personalidade forte deste cavalheiro, muito seguro de si mesmo. No fundo, tudo o que ele planejou era cortejar sua dama, sem interferências, nem mesmo a do vinho.
Um momento perfeito!
Na última reunião da Diretoria (uma confraria), o confrade Sr. G, levou em belo vinho italiano, da Toscana, o Casalferro 2004. Lembrou que esta mesma garrafa já havia participado de outras reuniões e nunca fora aberta. Aos 15 anos, estava na hora de sacar a rolha e desfrutarmos de seu excelente conteúdo.
Ao fazer o exame da coloração, na taça, já se percebiam as bordas alaranjadas, primeiro sintoma que anuncia o fim de vida de um vinho.
Fomos degustando e beliscando petiscos árabes. A conversa fluía fácil sobre diversos assuntos e quando nos demos conta, o vinho estava com sinais de oxidação precoce. Morria em nossas taças…
Foi seu último suspiro para nossa alegria.
Entrou para o meu Top Ten.
Caro leitor, a bola está no seu campo.
Qual foi a sua melhor experiência vínica?
Saúde e bons vinhos!
Meu querido Tuty, para começar quero dizer que amei a questão da semana.
Antes de ler a história do seu Barão de Rotchild eu ia contar que o Vinho da minha vida foi um Angelica Zapata 2001 que decidí abrir en companhia da minha família para celebrar o nascimento do meu afilhado Matias. Só posso dizer que a minha felicidade em receber o meu primeiro sobrinho e afilhado esteve à altura do excelente vinho escolhido para homenagear a sua chegada.. em outras palavras não somente e o
Vinho o que interessa , também a ocasião e principalmente a companhia e a que torna um vinho no “vinho da nossa Vida””
Grande abraço e bons vinhos sempre!!!
Querida María José
Que boa história e que belo vinho.
Imagino a emoção que tomou conta desta reunião.
Parabéns a todos.
Abraço
Tuty