Participamos de uma ótima degustação de sete Chardonnays brasileiros, na Cave Nacional, conduzida por seu proprietário, Marcelo Rebouças.
Uma seleção de rótulos muito interessante e organização impecável, elevaram o status deste evento. Este restobar é especializado em vinhos nacionais com foco em pequenos e médios produtores de alta qualidade.
Para abrir os trabalhos foi servido o espumante Cave Geisse Blanc des Blancs Brut, 2015, elaborado com 100% de Chardonnay.
Correto, como sempre, mostra a razão por ser considerado como um dos melhores espumantes do Brasil.
O primeiro vinho tranquilo foi o Pizzato Reserva Chardonnay 2018.
Único vinho desta degustação que não passa por madeira. Bem fresco, boa acidez, notas cítricas que agradam o paladar. Boa escolha para frutos do mar.
O terceiro vinho veio da vinícola Torcello, safra 2019 (a foto é de outra safra).
Envelhecido por 4 meses em barricas de carvalho americano, apresenta um registro aromático e gustativo completamente atípico. Uma grande aposta de seu produtor, que vai na direção oposta dos demais, que preferem o carvalho francês.
Um vinho muito perfumado trazendo notas de frutas brancas como pêssego e abacaxi.
Diferente.
O Casa Marques Pereira, Segredos da Adega, Gran Reserva, Chardonnay 2015 foi outra boa surpresa, em que pese seu enorme nome.
Premiado como o melhor de 2018 pela Grande Prova de Vinhos do Brasil, mostrou-se um vinho muito versátil, bem equilibrado, com corpo médio a intenso e ótima acidez. Boa escolha.
O 5º vinho servido, Monte Agudo Chardonnay 2014, da região de São Joaquim, foi o único representante dos excelentes vinhos da Serra Catarinense e também o mais antigo, entre os degustados neste evento.
Envelhecido por 10 meses em carvalho francês, apresenta um ótimo equilíbrio entre corpo, acidez e teor alcoólico. Fácil perceber as diferenças de terroir entre este vinho e seus congêneres do Rio Grande do Sul. Muito elegante.
O próximo rótulo é produto de uma vinícola que está sendo muito comentada e seus vinhos tem se destacado facilmente. O Almaúnica Parte 2 Chardonnay, 2018, foi outra surpresa.
Com 12 meses em barrica francesa, mostrou-se muito aromático, o que não é uma característica desta casta. Na prova, remeteu facilmente aos amanteigados Meursault ou os chardonnays californianos que passaram por malolática e madeira. Um dos melhores deste evento.
O último vinho foi o Viapiana Chardonnay 2015, um dos brancos brasileiros que mais se destacaram em concursos internacionais, recebendo duas medalhas de prata.
Na nossa avaliação foi o melhor da noite. Muito bem elaborado, com 14 meses em barricas de carvalho francês. Novamente, um vinho que remete aos sabores láticos, como o anterior. Perceptíveis notas de frutos secos e maçã.
Não fica devendo nada a nenhum vinho estrangeiro, de mesma categoria.
Como sempre acontece em eventos com este, num ambiente descontraído e muito animado, com poucos participantes e todos comentando os vinhos, ao final, Marcelo nos brindou abrindo mais uma garrafa: Plume Chardonnay, 2017, da vinícola Pericó, de São Joaquim, SC.
Um ótimo vinho que encerrou a noite em alto nível. Típico Chardonnay, com as tradicionais notas de abacaxi e maçã. Fermentado em barricas de carvalho.
A Cave Nacional é visita obrigatória para qualquer amante de vinhos. Tem um cardápio enxuto e delicioso para os que desejam fazer suas próprias harmonizações. Os vinhos degustados podem ser encontrados em sua loja.
Saúde e bons vinhos!
Deixe um comentário