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Movimentos de Temperança nunca desapareceram completamente. De vez em quando dão as caras, novamente.

São mais comuns no exterior, Europa e EUA, principalmente na Inglaterra, onde o National Health Service se encarrega de divulgar campanhas do tipo “Drink Less” (beba menos).

Um dado curioso é a grande participação da Geração do Milênio neste tipo de movimento. Embora sejam o alvo predileto das campanhas de marketing dos produtores de bebidas alcoólicas, são, ao mesmo tempo, os grandes incentivadores por uma volta aos tempos da proibição de bebidas inebriantes. Um total contrassenso…

A novidade, em 2020, é uma campanha que viralizou rapidamente, denominada, “Dry January”, que em tradução livre seria: “Janeiro Sóbrio”.

A ideia é obter vários benefícios, para a saúde e para o bolso:

– Redução da pressão arterial;

– Diminuir o risco de Diabetes;

– Melhorar o Colesterol;

– Reduzir o nível de proteínas indicadoras de câncer, no sangue;

– Melhorar a qualidade do sono;

– Ajuda na perda de peso;

– Economia de dinheiro.

A proposta tem por pano de fundo um suposto fortalecimento do organismo, para poder enfrentar o consumo de álcool no resto do ano.

A moda pegou em vários países e até existe um tímido movimento por aqui.

Para os interessados, eis o link para maiores esclarecimentos: (em inglês)

https://alcoholchange.org.uk/get-involved/campaigns/dry-january

Existe até uma “app” para você se monitorar.

O mais interessante foram as reações adversas a este movimento que, obviamente, não interessa nem aos produtores de vinhos, cervejas e destilados, com toda sua cadeia de importadores/exportadores, distribuidores e vendedores e nem aos donos de restaurantes, que ficaram assustados com a repentina queda no consumo de vinhos, principalmente, e de outras bebidas.

A melhor resposta veio do renomado Chef Alain Ducasse, que considerou esta ideia uma verdadeira ameaça:

Reduziu, drasticamente, os preços dos grandes vinhos da carta do seu restaurante parisiense (um dos melhores do mundo!).

Perfeito!

Este é um belo incentivo ao consumo consciente de vinhos, uma das bebidas que tem por trás de sua elaboração uma característica única de respeito ao meio ambiente, além de ser geradora de empregos e de recursos para os países produtores.

Vinho, em muitas culturas, é considerado um alimento muito importante na dieta diária.

Se esta moda pega por aqui, nesta época em que as diversas estruturas de governo estão sendo regidas por pensamentos, evangélicos, pentecostais e outras crenças, apesar do Estado ser laico, fica fácil imaginar o desejo por um Carnaval sem álcool ou outra alegoria parecida.

Será que vai rolar?

Saúde e bons vinhos!