No idioma francês, Pétillant significa efervescente, gasoso, espumante. Junte tudo isto e chame, simplesmente, de avô do Champagne.
Produzido através de um método conhecido como Ancestral, ou uma só fermentação. Parte dela ocorre na garrafa. Os espumantes atuais usam o método tradicional, que prevê duas fermentações, separadas.
Sua descoberta foi acidental. Segundo alguns historiadores do vinho, lá pelos anos 1500, um monge da Abadia Beneditina de Saint Hilaire, França, notou que bolhas estavam se formando no vinho que fora engarrafado no inverno.
Naquela época, a fermentação ainda não era totalmente compreendida e as técnicas de controle eram muito rudimentares. Para os vinhateiros, assim que o vinho parava de fermentar, no clima frio, era a hora de engarrafar.
O que o monge beneditino descobriu, sem saber do que se tratava, foi que com a chegada da primavera e temperaturas mais elevadas, o açúcar residual estimularia a retomada daquela fermentação.
Nascia o Pét-Nat.
Um ponto é muito importante para que se entenda a fundamental diferença para os demais espumantes: esta fermentação na garrafa acontece naturalmente, não é induzida, como no Champagne, por exemplo.
Numa explicação bem simples, o vinho seria engarrafado antes de toda a fermentação ser concluída.
Este processo acabou sendo superado por outras técnicas e ficou esquecido por várias décadas. Somente nos anos 90, novamente, por acaso, o produtor de Vouvray, Christian Chaussard, um dos Papas do vinho natural, notou que o açúcar residual em alguns dos seus vinhos haviam estimulado um novo ciclo fermentativo.
Renascia o Pét-Nat, sob a égide dos vinhos elaborados com pouca interferência ou manipulação.
Foi um longo caminho até 2011, quando pode-se afirmar que estes leves e deliciosos espumantes ganharam popularidade. Se tornaram uma espécie de cartão de visitas dos produtores deste segmento. Estão sendo elaborados em todos os países produtores, cada um com sua personalidade.
São simples, pouco alcoólicos e com regras de produção nada complicadas.
Some-se a isto tudo a sintonia e o respeito com as produções mais artesanais que encantam as gerações do milênio e posteriores. Estes simpáticos vinhos espumantes, com rótulos irreverentes e chapinha de garrafa, voltaram para ficar.
Já tiveram a oportunidade de provar?
Não sabem o que estão perdendo!
Saúde e ótimos Pét-Nat.
Caro Tuty
E aonde encontramos ?
Passo alguns fornecedores em particular.
Abs
Se possível, também gostaria de uma lista de fornecedores.
Prezado Claudio
Agradeço seu comentário.
No próprio texto eu cito o Cru Natural Wine bar, aqui no Rio de Janeiro, talvez a nossa meçhor referência para vinhos naturais.
Eles tem conta no Instagram – crunaturalwinebar – por onde você pode fazer contato.
Numa outra matéria, II Encontro com Vinhateiros no Cru Natural Wine Bar (https://oboletimdovinho.com.br/2019/11/01/ii-encontro-com-vinhateiros-no-cru-natural-wine-bar/), apresento uma relação dos produtores brasileiros. São ótimos! Todos enviam seus produtos para vc ou podem indicar um distribuidor local.
Por último, procure em sua cidade, as boas lojas do ramo. Ainda não são todas que estão comercializando Pet Nat e outros vinhos naturais. Mas, pouco a pouco vão chegar lá.
Abraço
Tuty