Quais as suas manias ao escolher um vinho?

Nem tentem negar! Todos temos pequenos cacoetes em algum momento de nossas vidas. Quem sabe o seu não aparece na hora de escolher um vinho?

Eu tenho vários e nem sempre sei a razão de assim proceder. A “coisa” se manifesta principalmente no momento de decidir sobre um vinho, seja na loja onde estou comprando ou procurando uma garrafa da minha adega para consumir ou contemplar um amigo e até mesmo no momento de indicar um vinho na carta de um restaurante.

Tenho algumas regras indeléveis, por exemplo, vinho com nome de Santo ou Santa eu passo longe. Deve haver uma razão para isso, mas a minha decisão se deve ao fato de nunca ter degustado um vinho desses que prestasse. Há uma honrosa exceção: o Pinot Grigio Santa Margherita, da região do Alto Adige, Itália.

Fora esse, tolero as vinícolas que foram batizadas com esses nomes, por exemplo, a ótima Santa Rita, chilena. Claro que sou apreciador do excelente Vin Santo, da Itália. Degusto com Cantucci.

Mas se tiver santo/santa no rótulo…

Outra implicância está na aparência dos rótulos e um pouco na garrafa e seu fechamento. Já melhorei muito, mas se achar que o material empregado é de baixa qualidade ou mal feito, vai ficar na prateleira.

Por um longo tempo cismei com as cápsulas de plástico que protegem o gargalo e a rolha. Preferia as que fossem metálicas. Hoje mudei, acho as plásticas mais seguras e higiênicas, mas ainda seleciono, escolhendo aquelas que ficam menos coladas na garrafa: são mais fáceis de remover completamente.

Outra mania é não apreciar determinadas castas e dependendo da situação, evito até mesmo vinhos de certos países de origem. Isto tende a mudar. Já impliquei com Cabernet Sauvignon, hoje implico com Carménère…

Teor alcoólico é outra preocupação, prefiro os mais baixos. Ando muito interessado nos vinhos obtidos a partir de vinhedos sustentáveis. Quanto aos métodos de produção, estou na fase de “pouca madeira”.

Desde que andei provando excelentes vinhos feitos nos já consagrados ovos de concreto e nas tradicionais ânforas ou talhas descobri novos e deliciosos aromas e sabores. Para acertar neste segmento tem que analisar muito bem a compra. Como em qualquer outro segmento da nossa sociedade, há muita gente vendendo gato por lebre.

Em Portugal, um tradicionalíssimo produtor vende um “Tinto da Talha”, que é elaborado em tanques de aço inox…

Outra das minhas manias, esta eu acho bem saudável, é desconfiar de expressões como Reserva, Reservado e similares. Na grande maioria das vezes é puro marketing. Tomo como base as normas espanholas, uma das melhores, que impõe regras bem claras sobre o que um produtor deve fazer para colocar um Reserva no seu rótulo.

Honestamente, prefiro procurar por IG, DOC ou as recentes indicações de Vinhedo Único, que variam de país para país. São dados mais seguros, se você souber em que terreno está pisando.

Por último, uma mania que tem me perseguido há muito tempo, o preço. Funciona assim: não gasto mais que um determinado valor e desconfio de valores muito baixos.

Vamos começar com as “ofertas”: na maioria das vezes, o vinho já está no fim de sua vida útil e o vendedor se desfaz de seu estoque a qualquer preço.

O outro lado da moeda é não gastar demasiado num vinho. Eu creio que há um limite superior no famoso equilíbrio entre o custo e o benefício. Estabeleci um valor máximo, em moeda estrangeira, para gastar por garrafa. Nunca me arrependi e nunca degustei um vinho que ultrapassasse esse valor que realmente me surpreendesse.

Coisas da vida, talvez. Em algumas ocasiões troquei uma garrafa de valor máximo por duas ou três de menor valor e fiquei muito satisfeito com a decisão.

Apreciar vinhos é exatamente isso.

Que tal vocês contarem um pouco de suas manias?

Pode ser nos comentários, por e-mail (coluna.do.tuty@gmail.com), Instagram (@oboletimdovinho), código morse, sinal de fumaça ou batida de tambores.

Só não pode é ficar em silêncio.

Saúde e bons vinhos!

Créditos: imagem de abertura de Comfreak por Pixabay

3 Comments

  1. José Paulo Gils

    Minhas manias principais: Certas casas de vinhos, Casta Carménère, Promoções, Garrafas bonitas, Rótulos com arte e outras.
    Concordo com você desconfio das expressões Reserva e similares.

    • Tuty Pinheiro

      Grande Prof. José Paulo Gils.
      Pelo visto temos manias em comum.
      Abraços e mta saúde.
      Tuty

  2. Ronald Amaral Sharp Junior

    Estou com a mania de só comprar vinho brasileiro. Passo longe de Carmenere e, de um modo geral, dos tintos baixo/médio preço do Chile, carregados de pirazina que me repugnam bastante.

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