“Enfrentando” uma carta de vinhos

Este é um dos mais belos ritos de passagem para quem se insere no mundo dos vinhos. Um momento esperado e ao mesmo tempo temido até por Enófilos experientes: selecionar um vinho no restaurante.

Há vários caminhos a serem considerados nesse momento: os preços, o tipo de comida que será servida, a variedade de opções e muito mais. O que vai estar em jogo, definitivamente, é a reputação de bom conhecedor de assuntos enológicos. E isto não é pouco.

O preço costuma ser um fator dominante, principalmente por estas bandas onde os impostos sobre vinhos importados são altíssimos. Some-se a isto, a necessidade de lucro de alguns restaurantes que não hesitam em colocar sobrepreços abusivos. Honestamente, seria melhor, para estes, não gastar o seu capital em vinhos, mas aplicá-lo na Bolsa…

A nossa defesa é um movimento clássico: o vinho mais barato ou o segundo mais barato e pronto. Nem sempre é o ideal.

Numa boa casa, a carta de vinhos chega pelas mãos de um Sommelier. Uma conversa franca com ele pode ajudar muito. Perguntar sobre vinhos em promoção é o primeiro caminho. Estoques têm que ser renovados e, por esta razão, alguns vinhos que ficaram meio esquecidos nas adegas são oferecidos, fora da carta, a preços convidativos.

Outro aspecto a ser conversado com o Sommelier é estabelecer um limite de preço: pretendo gastar até esta quantia no vinho, o que você tem a oferecer?

Se nenhum destes aspectos é significativo, podemos usar esta situação para aprimorar nossos conhecimentos. Que tal buscar por um vinho que ainda não conhecemos?

Cartas bem elaboradas trazem descrições confiáveis sobre cada rótulo oferecido. Com isto em mente, é a hora certa para provar um vinho de origem pouco comum ou mesmo de pequenos produtores que nunca chegam nas prateleiras de mercados ou lojas especializadas. Rótulos de produção orgânica, biodinâmica e outros desta mesma linha, estão cada vez mais presentes nestas listagens.

Não é difícil encontrar uma destas preciosidades, mas é preciso dedicar algum tempo e atenção na leitura da carta. O ideal é explorar da primeira até a última página. Surgiram dúvidas? O Sommelier está ali para isto.

Uma última ferramenta, que quase todos nós carregamos no bolso, o celular tipo smartphone, pode ser outra boa fonte de informação. Aqui vai uma regrinha básica: antes de escolher um vinho, perguntem se há uma rede “wi-fi” disponível. Acessem e peçam ajuda a aplicativos como Vivino, Cellar Tracker, Google ou outro mecanismo de pesquisa.

Recentemente esbarramos com um vinho esloveno elaborado com a casta “Sivi Pinot”. Obviamente, quem elaborou a carta apenas reproduziu o conteúdo do contrarrótulo e não se preocupou com maiores esclarecimentos. Uma rápida consulta a um mecanismo de busca logo esclareceu: Pinot Gris.

Saúde e bons vinhos!

Foto: de Georgia Pictures no Pixabay

1 Comment

  1. Berti

    Ótimo! O problema das cartas de vinho no Brasil é exatamente o preço. O mesmo vinho em dois restaurantes diferentes podem ter uma variação de preço de 50%!
    Contas que deveriam ter o vinho como apenas mais um item, quando pedimos mais que uma garrafa, explodem! Haja cartão!

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