São apenas seis, três tintas e três brancas. Cinco são francesas e uma, alemã: Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling.
Fica uma grande questão: Por que nobres? E as demais 1300 castas que podem ser vinificadas, como tratá-las? Plebeias?
Para começo de conversa, nenhuma delas nasceu nobre. Nada de reis, rainhas e castelos. Nobre é um apelido e existe uma boa explicação para terem criado esta alcunha.
Um teste rápido: qual a casta predominante no seu primeiro vinho, aquele que despertou sua preferência por esta deliciosa, bebida?
É uma das seis, certo?
Estas varietais são as mais comuns em todos os países que produzem vinhos. Adaptam-se aos mais diversos tipos de solo e clima e produzem bons vinhos desde que elaborados por gente que sabe o que faz. Podemos entender como um porto seguro – se querem entender sobre vinhos, comecem aqui. Um bom corte bordalês com Cabernet e Merlot, pelo menos, é básico e vai servir de referência para balizar e apreciar outros vinhos.
Na série branca, a dobradinha Chardonnay e Sauvignon Blanc, embora nunca andem juntas, serve de contraponto às demais vinificações.
Não podemos negar a força do marketing francês embutido nestas uvas, inclusive na única branca, de origem alemã, que é vinificada de forma excepcional na Alsácia.
No nosso imaginário, a França sempre foi o centro do mundo quando se fala em luxo, sofisticação e prazeres da mesa. “Vinho é francês” ainda é uma colocação muito comum. Hoje em dia, caracteriza quem pouco aprecia um bom vinho e quem ainda acha que o dinheiro compra tudo, inclusive felicidade.
Se há um tipo de vinho que pode ser chamado de nobre é o espumante, especialmente o Champagne. Para quem não se lembra, é um corte de Chardonnay e Pinot Noir, este, vinificado em branco.
Nada mais justo o apelido de nobre, embora já não haja mais um consenso. Castas como a Syrah, Nebbiolo, Sangiovese, Malbec, Tempranillo, entre outras, já podem ser incluídas neste rol. Muito por seus vinhos serem fáceis de beber terem se tornados bem aceitos em todo o mundo.
O Malbec, argentino, talvez seja o melhor exemplo. Uma casta até então coadjuvante no corte bordalês e pouco apreciada em sua região de origem, Cahors: uma lenda diz que seu nome derivaria de “bico errado” (mal bec). Ressurge na América do Sul, é vinificada por um californiano “rei do Cabernet” e se torna uma das estrelas do moderno mundo do vinho. Nada mais nobre…
As nossas seis estrelas continuam fortes. Uma das grandes aventuras desse imenso universo vínico é passear pelos diferentes estilos de cada uma delas, mundo afora. Comecem pela Cabernet. Depois dos franceses, experimentem pelo menos os da Califórnia e Chile.
A Chardonnay é vinificada em estilos completamente distintos dentro da própria França, na Borgonha. Cada um é uma aula. Depois, provem o estilo californiano, com muita madeira.
Sauvignon Blanc, que na França, produz joias como os Pouilly-Fumê ou os Sancerre, tem na Nova Zelândia e no Chile concorrentes que são considerados superiores aos originais.
Opções não faltam. É um fantástico passeio e a oportunidade de aprender na prática, escolhendo, provando e criticando.
Saúde e bons vinhos!
Créditos: foto “Fazenda Durante O Pôr Do Sol” obtida no Pexels
Olá, Tuty!
Sou um consumidor assíduo de seus textos. Muito claros, explicativos e didáticos.
Muito obrigado por ofertar-nos essas doses de cultura sobre o Mundo dos Vinhos!
Como dizemos na Confraria, da qual faço parte, Saudações Vínicas!
Roberto
Agradeço seu comentário e o elogio aos meus textos.
Fico feliz, pois este é o objetivo.
Apareça sempre.
Abs.
Tuty