A maneira mais fácil de estragar uma refeição harmonizada é não dar a devida importância para a sequência dos vinhos que serão servidos. Muito fácil de perceber o tamanho do possível estrago: sirvam um vinho mais encorpado antes de um mais leve. Ninguém vai gostar do segundo vinho…
Ao contrário da conhecida propriedade da multiplicação, aqui, no mundo dos vinhos, a ordem de serviço altera o resultado.
Há uma regra básica a partir da qual múltiplos corolários se apresentam:
Sirvam primeiro os brancos, seguido dos rosados, dos tintos e para finalizar os de sobremesa e os generosos.
Espumantes podem ser os primeiros vinhos, para preparar o palato antes de uma refeição ou, ao final, para brindar ou celebrar um evento. Neste caso os brut devem ser servidos primeiro deixando os Demi-sec ou doces para o final.
A quantidade de açúcar no vinho é o que está por trás destas regrinhas. Numa relação bem direta, sirvam os vinhos mais secos antes dos mais doces. O que nos leva a mais um ponto a ser considerado: vinhos mais leves vêm antes dos encorpados e os mais jovens, antes dos maduros. Para facilitar, aqui está um prático resuminho:
– Brancos antes dos tintos;
– Secos antes dos doces;
– Vinhos mais frios em primeiro lugar;
– Leves antes dos encorpados;
– Vinhos mais simples antes do mais complexos;
– Jovens antes dos envelhecidos.
Estas não são cláusulas pétreas e devem ser usadas com sabedoria e bom senso. Em sã consciência, ninguém imaginaria servir um leve Pinot Noir da Borgonha na sequência de uma degustação com Cabernet e Malbec. Já ao contrário…
Exceções sempre existem, por exemplo, numa refeição em que o prato principal harmonizaria com um branco encorpado e que tenha passado por madeira, nada impede que o vinho servido com a entrada seja um branco suave ou mesmo tinto ligeiro.
Um corolário importante diz respeito àquelas situações em que um tipo de vinho, apenas, será servido: todos serão brancos ou tintos. Embora não seja mais uma regrinha, é bom lembrar que existem inúmeras variações entre as diversas castas e formas de vinificação, logo, podemos imaginar uma escala de serviço que se aplica nestes casos:
Para os brancos: Riesling seco; Pinot Grigio; Sauvignon Blanc; Gewürztraminer; Chenin Blanc; Viognier; Chardonnay.
Para os tintos: Pinot Noir; Sangiovese; Tempranillo; Grenache; Zinfandel/Primitivo; Merlot; Carménère; Shiraz/Syrah; Malbec; Cabernet Sauvignon.
Para os de sobremesa: Colheita tardia e outros doces (brancos antes dos tintos); Fortificados/Generosos (Porto, Jerez etc.)
Saúde e bons vinhos, na ordem certa!
Ilustração: “Garrafa de vinho”, vetor criado por macrovector para Freepik
Perfeito Amigo. Claro e objetivo.
José Paulo
José Paulo
Obrigado.
Abs