O fim de ano já está chegando e organizar as comemorações passa ser a palavra de ordem. Além da mesa farta, não podem faltar boas bebidas, entre elas, os espumantes. Pode ser Champagne, Prosecco, Cava, ou um dos nossos bons produtos.

Foi pensando nisto que lembramos de uma coisinha, muito comum, que se vê no cinema e na TV: sacudir uma garrafa de um vinho borbulhante antes de abri-la, tudo para provocar aquele manjado jato.

Depois o autor da façanha degusta um golinho…

Não façam isso!

Este deve ser o pior gole de um espumante.

Querem dar banho de vinho em alguém? Então não invistam em bebidas caras, comprem as mais baratas e nem arrisquem prová-las.

Além deste “mico”, lembramos de outras derrapadas que fazemos, sem nos dar conta da vergonha que estamos passando.

Aqui estão algumas delas:

– Comprar um vinho pelo peso da garrafa. Em nenhuma hipótese o peso ou pelo menos um fundo de garrafa mais “grosso” transfere ao vinho alguma qualidade maior. Quase sempre estes envases mais pesados foram criados para passar uma falsa mensagem, uma “Fake News!!!”.

– Encher a taça até a borda é considerado uma tremenda falta de educação. O particular formato das taças foi pensado para podermos apreciar cores, aromas e sabores. Inclinar, girar e aproximar da face são movimentos habituais. Encham até 1/3 do espaço, no máximo.

Para ajudar a fixar bem isto, façam uma analogia com os copos de cerveja, que precisam de um espaço para o colarinho.

Se quiserem aprender pelo método “São Tomé”, encham até o topo e “girem” a taça para aerar o vinho. (Por favor, enviem fotos do resultado para a nossa coluna das vídeocassetadas …)

– Não acreditar nas tampas de rosca, achando que os vinhos são “baratos”. A melhor explicação são os ótimos vinhos da Nova Zelândia. Se os leitores ainda não experimentaram um, está na hora. Isto nos leva, de carona, para um outro erro muito comum: “bater sempre na mesma tecla” ou, se preferirem, não sair da zona de segurança.

Tampas de rosca estão no mercado, com muito sucesso, há mais de 20 anos. Surgiram como alternativa ao alto custo das rolhas de cortiça. Não só proporcionam as mesmas condições de amadurecimento em garrafa, como são mais fáceis de abrir e permitem a guarda dos vinhos na posição vertical.

– Desempenhar de forma sofrível o papel de anfitrião ao não se preocupar com a correta ordem de serviço dos vinhos. Este disparate pode estragar a noite. Se o objetivo da reunião é apreciar alguns vinhos, temos que seguir uma regrinha muito simples e básica: espumantes, brancos, rosados, tintos e generosos.

Existe uma razão para esta norma ser adotada de forma quase universal: elementos como o açúcar, o álcool e o tanino tendem a embotar o nosso paladar. Desta forma, se servimos um vinho mais encorpado antes de um mais leve, este passará quase despercebido.

Esta regra, que não é um grilhão, tem exceções e variantes. Mas, para percorrer estas vias alternativas, com sucesso, é preciso trilhar o caminho básico com segurança, primeiro.

Corolário: tentar harmonizar com a ordem aleatória…

Nem pensar! Esta é imperdoável, sob pena de bloqueio da sua conta no mundo dos vinhos.

Não façam isso, nada disso.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

– Imagem de abertura por wayhomestudio no Freepik

– Taça cheia, foto de Vics no Pexels