Alguns vinhos icônicos – Petrus

Seguindo com está série sobre os vinhos mais conhecidos, chegamos à França. Entre tantos rótulos fabulosos, o mais difícil foi selecionar alguns para escrevermos nossa pequena crônica.

Bordeaux ou Bordéus, no nosso idioma, é considerada como a capital mundial do vinho. Uma região dividida pelo rio Gironde e suas ramificações, o Dordogne e o Garrone.

O Petrus, elaborado no homônimo Chateau, vem da região de Pomerol, na margem direita. É o único produzido nesta vinícola e, curiosamente é, também, um varietal da casta Merlot, algo bem fora do padrão local.

Ninguém duvida que ele seja o melhor vinho da região, apesar dos protestos de seu maior concorrente, o não menos fabuloso Chateau Le Pin. Sendo assim, podemos afirmar que também é considerado o melhor vinho de França e, quiçá, do mundo (embora haja controvérsias).

Apesar dos vinhedos e vinícola serem muito antigos, há registros da compra das terras em 1837, a fama deste vinho começa por volta de 1945, quando Mme. Loubat, que já detinha algumas cotas da sociedade que controlava este Chateau, assume todo o negócio. A ela se junta o experiente negociante Jean-Pierre Moueix, que seria o responsável pela distribuição do vinho, em todo mundo.

Adotaram uma curiosa política de preços: o Petrus seria mais caro, ou igual, aos Grand Crus, embora não fosse classificado desta forma. Não existe uma classificação oficial para a região de Pomerol, como a regra napoleônica de 1855 ou a de St. Emilion, de 1954.

Com a morte de Mme. Loubat em 1961, Moueix compra as cotas dos herdeiros, se tornando o único proprietário. Traz o famoso Enólogo Émile Peynaud para a equipe, definitivamente.

Jean- Francois Moueix, filho de Jean-Pierre, é o atual CEO da empresa.

Deu certo! O Petrus se tornou mais que um vinho, passou a ser um símbolo de status.

Ao longo desta extensa linha do tempo, muitos nomes importantes declararam sua incondicional preferência por este vinho: Onassis, Kennedy, Parker, a Casa Real Inglesa, e muitos outros.

Duas correntes explicam a origem do nome.

Petrus, em Latim, significa apenas uma pedra ou pequena rocha. Assim é chamada uma colina, aos pés da qual, estão localizados alguns dos vinhedos do Petrus. O nome seria, apenas, uma referência a esta localização chamada de “Boutonnière Pétrus”.

A segunda explicação afirma que Petrus é São Pedro. Há diversos registros que confirmam isto. Uma estátua deste santo, na porta da vinícola, atesta esta possível versão.

Como todo vinho muito famoso, o Petrus demanda tempo, 20 a 30 anos, antes de desenvolver todo o seu potencial. Um dos bordaleses mais longevos. Tem personalidade única e não se assemelha a nenhum outro.

Muito aromático, pode apresentar uma impressionante complexidade com notas de especiarias, café, chocolate, canela, ameixa preta, cereja madura, terra úmida, trufas e flores frescas.

No palato tem textura aveludada e quase licorosa, em algumas safras.

Por ser muito visado por falsários, a vinícola mantém uma página na Internet para certificar as garrafas. Mas só para vinhos elaborados a partir de 1975.

Preço médio no Brasil: R$ 14.000,00 (safra 1994)

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto da estátua obtida em Best of Wines

1 Comment

  1. Berti

    Espetacular matéria sobre esse vinho icônico! é realmente um símbolo de poder. Todavia já soube de pessoas do poder que acham ele fraco. Talvez por apreciarem bebidas mais fortes do tipo cachaça…………………………

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