Esta feira poderia ser chamada de “Um luxo só”, se comparada com a “Simplesmente Vinho”.

Cerca de 400 exibidores, divididos entre produtores, distribuidores, lojas, acessórios, gastronomia etc. Tudo isto distribuído em salões e corredores do luxuoso Palácio da Bolsa, solene edificação em estilo neoclássico, construído em 1842 que, por si só, já é um espetáculo.

Nitidamente dedicada a outro público, outros objetivos e muito portuguesa. Esta exibição é organizada por um grande grupo editorial e empresas de aviação e turismo. Tem edições em Lisboa, na ilha da Madeira e no Porto, que é considerada como a mais importante.

Um selecionado júri escolhe o “TOP 10”, que neste ano foi dominado pelos vinhos do Douro.

O grande vencedor foi o Memórias Alves de Sousa, um lote de diferentes colheitas da década de 2010 (2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019), que tem por base as vinhas da Gaivosa, Abandonado, Lordelo, Vale da Raposa, Caldas e Oliveirinha, encepamento antigo com médias de idades que, nalguns casos, ultrapassam os cem anos.

Nem conseguimos chegar perto da mesa onde este vinho era servido, tal o acúmulo de pessoas e o pouco espaço oferecido no local. Pena.

Mas, provamos outros excelentes vinhos, como Julia Kemper, Ervideira, Pico Wines, Noval etc.

Aqui, só vinhos e espumantes que seguiam as regras tradicionais de elaboração. Havia pouco espaço para “novidades”. Tudo quase formal e muito elegante.

Notamos uma curiosa tendência: a maioria dos grandes produtores já estão em quase todas as regiões produtoras de Portugal. Alguns com o mesmo nome, outros com diferentes Quintas.

Cada mesa apresentava uma inacreditável variedade de vinhos. Se pedíssemos para provar um branco, por exemplo, perguntavam: “de qual região”. Às vezes, era difícil escolher.

As fotos, a seguir, mostram um pouco deste ambiente que contrastava com o da outra feira.

Os vinhos eram apresentados por agentes comerciais ou belas moçoilas (foto) em vez de um produtor. Os poucos que lá estavam eram “alugados” por autênticos “enochatos” e você não conseguia nem provar um vinho, ou mesmo saber o que estavam demonstrando.

Como dito anteriormente, uma feira para outro público, mais preocupado em “ser visto” do que ver vinhos e, claro, beber um pouco de tudo. Pena …

Como diria um “influencer”, altamente instagramável.

Mas nem tudo foi perdido. Tivemos a oportunidade de provar vinhos excelentes, conhecer novos produtores e regiões, aqueles que os stands estavam vazios, alguns maravilhosos, e fazer mais amigos.

Os ingressos custaram 25,00 €/pax, com direito a uma taça personalizada.

Vários produtores ofereciam brindes, mediante sorteios eletrônicos ou simples cadastro. Gentil, divertido e fáceis de ganhar.

Nesta edição celebravam 20 anos de existência, o que prova o sucesso deste empreendimento.

Que o sucesso continue, mas não ficou aquela vontade de voltar.

Para saber mais, visite o site: Essência do Vinho

Saúde e bons vinhos!