Provar um vinho e não gostar dele é uma situação muito comum. O quadro fica mais complexo quando se pede ajuda a um profissional, para escolher um vinho, seja numa loja ou num restaurante, e ele não era o que se esperava.

Devemos reclamar ou não?

Vamos destrinchar esta questão passo a passo.

Se o vinho selecionado estiver com defeitos, por exemplo, “bouchonée” (aromas de mofado), ou com sabores azedos, acidulados ou, ainda com coloração muito “atijolada”, deve ser devolvido imediatamente.

Esta garrafa está estragada e deveria ser obrigação do Sommelier saber disto, principalmente num restaurante.

Existem outras situações em que o vinho está tecnicamente perfeito, mas não agradou ao consumidor. Neste caso, dentro de certos limites, também podemos reclamar e devolver esta garrafa.

Alguns exemplos são clássicos: alta tanicidade ou acidez muito intensa e até mesmo se ele for exageradamente madeirado ou frutado. Em suma, o estilo não agradou.

A oportunidade para podermos reclamar começa na escolha deste vinho, sempre auxiliada por um profissional do ramo.

“Ça va sans dire”, esta conversa com o Sommelier ou vendedor deve ser bem direta. Um enófilo sempre deverá ser capaz de descrever o vinho que lhe agrada. Lembrem-se que o degustar será um momento de prazer e não de aborrecimento.

Imaginemos uma compra hipotética: queremos um vinho de corpo médio, taninos suaves, jovem e com um final frutado e persistente.

Ao receber a indicação e antes de fechar negócio, observe estas regrinhas de ouro:

  • Leia, atentamente, rótulo e contrarrótulo. Há muita informação boa ali. Dependendo do seu grau de conhecimento, muitas dúvidas serão esclarecidas. Caso contrário, pergunte e discuta com o vendedor.

Liguem o sinal de alerta para vinhos que não deixam claro a origem das uvas, quem e onde foi produzido e, igualmente, onde foi engarrafado. Olho também em produtos que se dizem “veganos”, “orgânicos”, “biodinâmicos” ou frases similares.

Na maioria das vezes são meramente citações mercadológicas. Os vinhos orgânicos verdadeiros recebem, sempre, algum tipo de certificação que deve constar dos rótulos;

  • Não se assustem se o produto indicado for de uma região pouco conhecida. Há muita coisa boa acontecendo fora do circuito mais tradicional, com ótima qualidade e preços bem atrativos;
  • Nas boas lojas, sempre há a possibilidade de provar um vinho que está em oferta. Habituem-se a aproveitar estas chances. Se cair no gosto, negócio fechado.

Se com todas estas sugestões, ainda assim o vinho não agradou, é a hora de reclamar. No restaurante será mais fácil, apenas diga que o vinho, em questão, não correspondeu ao que você pediu. Por exemplo, “tem muito tanino” ou “o sabor não está agradável”, e até mesmo, “não está harmonizando com o prato escolhido”.

Caso a compra tenha sido feita numa loja especializada, rearrolhre a garrafa e retorne ao local da compra assim que for possível. Talvez não aconteça nada, mas vamos riscar este fornecedor da nossa lista.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina, Cave Nacional:

Viapiana Exótico Laranja, safra de 2022.

Viapiana é uma vinícola localizada em Flores da Cunha, região de Altos Montes, Rio Grande do Sul. A família Viapiana, de origem italiana, fundou a vinícola no final da década de 80 e foi então que iniciou a produção de vinhos tranquilos e espumantes que se tornaram referência em qualidade.

O Exótico é um vinho produzido com a uva Gros Manseng e passa 14 meses estagiando em barricas de carvalho francês. É um vinho de coloração dourada com reflexos laranjas. Aroma de frutas secas e folhas secas, chá de camomila e cera de abelha. Encorpado com boa carga tânica devido ao contato com as cascas, seco, com acidez marcante e refrescante. O final de boca é longo é complexo.

Neste link do YouTube, Karina nos dá uma aula sobre este vinho:

Canal Bebericando

Para adquirir, clique na foto ou no nome do vinho.

#comprevinhogaúcho

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