Sim! O vinho precisa respirar, todos eles, tintos, brancos, rosados, laranja, espumantes e fortificados. Alguns mais, outros menos.
Não é nada complicado e nem precisamos de acessórios de laboratório, como sugere a foto que ilustra este texto.
A forma, mais simples e conhecida, é agitar a sua taça, simplesmente. Se ainda não fazem, comecem a treinar. Uma vez servida a taça, deixe-a sobre uma superfície plana e faça movimentos circulares com a base, de modo muito suave e sem provocar respingos.
Não se trata de girar a taça sobre o seu eixo, mas deslocar todo o conjunto, desenhando um pequeno círculo na superfície que o apoia.
Vai levar um tempo, mas em algum momento seremos capazes de fazer este elegante movimento sem precisarmos de nenhum apoio extra.
Não é de graça que qualquer apreciador de vinho faz este pequeno exercício. O vinho fica suficientemente aerado, apresentando de forma clara os seus melhores aromas e sabores. No nosso jargão: “o vinho abriu”!
Alguns vinhos são mais empedernidos, exigindo uma ação mais enérgica para abrir. São aqueles tintos mais encorpados, de coloração bem escura, vinificados para serem “de guarda”. Muitos enófilos usam uma regrinha de algibeira com estes rótulos: quanto mais velhos, mais tempo precisam.
Outra boa manobra, perfeita para situações, como a descrita acima, é abrir a garrafa com boa antecedência. Em certos casos, até 24 horas antes. Deixem a garrafa desarrolhada em local fresco, livre de odores estranhos e coloque uma gaze ou pano fino sobre a boca para evitar a presença de insetos.
Se for necessária uma artilharia pesada, dois acessórios devem fazer parte do arsenal de todos os apreciadores desta deliciosa bebida: um decantador e/ou um aerador.
Modelos não faltam e os preços podem variar de muito baixos até valores estratosféricos. Houve um tempo, quando surgiram os primeiros aeradores, que estes só ajudavam na oxigenação dos vinhos. Os decantadores, embora fossem mais trabalhosos, separavam os sólidos em suspensão, além de deixar o líquido respirar.
Aeradores, modernos, já fazem as duas funções, sem problemas, sendo mais fáceis de limpar, armazenar e usar. Também costumam ter um custo mais acessível.
Os vinhos mais complicados para respirar são os espumantes. Qualquer movimentação mais acentuada e lá se vai o desejado “perlage”. O que era para ser uma deliciosa (e cara) sensação no paladar, pode se tornar uma coisa insossa.
Podemos agitar uma taça de espumante, champagne inclusive, mas com suavidade extra no movimento.
Os denominados “sur lie” (sobre as borras) devem ser decantados, ao seu modo. Aqui está o truque:
– Antes de abrir, deixem a garrafa na posição vertical por, pelo menos, 1 dia antes de servir. Pode ser dentro da geladeira ou no balde de gelo. Ao servir, cuidado redobrado e muita atenção para não servir os resíduos.
Saúde e bons vinhos!
Dica da Karina – Cave Nacional
Tramarin Vinhos lança seus primeiros vinhos na safra de 2022. Pelas mãos do enólogo
William Heissler são vinhos sem passagem em madeira que buscam explorar a melhor expressão do terroir. Esse clássico brasileiro é proveniente do Sudeste Gaúcha.
Região com solo granítico (similar aos solos do Dão e Rhône), que aliado ao clima temperado, fornece uvas com aromas minerais, morango e frutas vermelhas. A utilização do processo de maceração estendida forneceu a este vinho mais corpo, acidez e taninos mais presentes. Um vinho frutado e muito elegante devido a maturação ideal da uva, não apresentando a fruta muito madura.
Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.
CRÉDITOS: Imagem de tohamina no Freepik
Deixe um comentário