Mês: outubro 2024

Vinho no Dia das Bruxas

Não era um costume nosso. Importamos o “Halloween” e o abrasileiramos. Uma festa que, na versão original, era mais dirigida para as crianças. Aqui virou brincadeira de gente grande, com reuniões a caráter, boas comidas e bebidas.

Vinho não pode faltar!

Dentro do tema, uma boa opção é preparar uma sangria. Aqui está uma receita testada e aprovada. O segredo do sucesso é a qualidade do vinho e do destilado a ser utilizado, bem como das frutas que vão compor a “poção mágica”:

“Ingredientes”:
1 – Uma garrafa de um bom vinho tinto (Tempranillo, Garnacha, Merlot). Vinho de garrafão “suave” é PROIBIDO;
2 – Um limão e uma laranja, cortados em rodelas (pode-se usar o sumo também);
3 –Açúcar a gosto, mas não exagerem;
4 – Uma dose generosa de um bom destilado (conhaque, cachaça etc.);
5 – Dois copos de Club Soda, Soda Limonada, água tônica ou mesmo um espumante, para finalizar.
Outras frutas podem ser acrescentadas: maçã, pera, pêssego, kiwi, morango. Há quem use especiarias como canela, cravo e noz moscada.
Preparo:
Num recipiente que se assemelhe a um caldeirão, coloque as frutas picadas.
Esmague os cítricos liberando o seu suco. Cubra com o açúcar e o destilado, deixando macerar por algumas horas em local fresco.
Adicione o vinho tinto e deixe macerar mais um pouco, desta vez, dentro da geladeira.
Na hora de servir, acrescente a soda ou o espumante e gelo.

Outra boa brincadeira é servir vinhos com rótulos engraçados que remetam ao tema da festa. Um dos mais conhecidos é o tinto chileno “Casillero del Diablo”.

Existem outras opções, nem sempre fáceis de encontrar: “Pazo das Bruxas”, um belo Albarinho de Rias Baixas, o “Calejon del Crimem”, um vinho argentino nas versões tinto (Malbec) ou branco (Chardonnay) ou o português “Excomungado”, um tinto duriense.

Tradicionalmente, os doces não podem ficar de fora neste dia. Haja chocolate, balas e outras doçuras. Para harmonizar tudo isso só mesmo um belo vinho generoso.

Pode ser um Porto, um Jerez, um Madeira ou um delicioso Marsala.

Talvez um bom LBV seja o mais versátil, com ótimo custo/benefício, devendo ser servido ligeiramente refrescado. Um detalhe que pode fazer toda a diferença seria servi-lo em tacinhas de chocolate.

O quadrinho, a seguir, foi publicado hoje no Instagram de nossa parceira Vanessa Tami Nakamura (@vanessatnakamura). Serviu de inspiração para o tema da coluna.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Don Guerino – Cemento 2022

Localizada na cidade de Alto Feliz, Serra Gaúcha, a Don Guerino nasceu no início dos anos 2000 pelas mãos da família Motter.
O Don Guerino Cemento é um corte de 40% Cabernet Franc, 30% Malbec e 30% Tannat com amadurecimento por 12 meses em tanques de cimento.
Um vinho de aromas frutados de groselhas, ameixas, figos, notas minerais como grafite e cimento, especiarias como pimenta negra e eucaliptos, sutil vegetal.
Na boca sensação fria, pela passagem em cimento. Intensidade e equilíbrio. Taninos firmes e presentes, acidez crocante e longo final de boca.
Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik

20ª safra do Clos de Los 7

Existiria um grande vinho fora do Velho Continente, mais especificamente, fora de Bordeaux?

Quem tem esta resposta é um dos maiores enólogos de sua geração, Michel Rolland, o mais conhecido “Flying Winemaker”, com um impressionante currículo.

Este bordalês trabalhou como consultor em mais de uma centena de vinícolas ao redor do mundo, inclusive no nosso país. Exerceu grande influência não só na forma de cultivar as uvas, como nas técnicas de elaboração dos vinhos. Criou um estilo que perdura até hoje.

Sua primeira vista a uma vinícola argentina aconteceu em 1988, na região de Cafayate, Salta. Naquela época, a casta que dominava a vinificação local era a onipresente Cabernet Sauvignon.

Pressentiu que aquele país tinha um imenso futuro pela frente, mas dependeria de muito trabalho, de vencer preconceitos antigos e correr alguns riscos para obter os resultados que tinha em mente.

Já na década de 90, Michel se interessou por conhecer os vinhos elaborados com a Malbec plantada nos terrenos próximos à Cordilheira dos Andes, em Mendoza. A curiosidade se transformou em paixão quando resolve empreender nesta região.

Adquiriu, junto com 6 sócios franceses, todos com vinícolas em Bordeaux, uma área de 850 hectares em Vista Flores, Vale do Uco. Enormes desafios estavam pela frente, era uma área em que uvas nunca haviam sido cultivadas. A geadas eram o terror dos eventuais produtores.

O plano era bem simples: 60% do terreno seria cultivado com Malbec. Outras castas seriam plantadas para completar a superfície. Todas as vinícolas seriam construídas dentro do empreendimento criando o “Clos”, que pode ser traduzido como “intramuros”.

Cada um dos produtores forneceria parte de suas uvas para a elaboração de um vinho comum a todos, por Michel Rolland.

Nascia o “Clos de los Siete”, um autêntico corte bordalês, baseado em Malbec. Sua primeira safra foi em 2002. Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot compunham o blend, amadurecido, parcialmente, em barricas novas e usadas de carvalho francês.

A cada safra, uma nova composição era estabelecida, com base na matéria prima obtida. Nestas vinte edições, nenhuma tem o mesmo corte. A mais recente a ser comercializada – 2021 – é composta por 59% Malbec, 15% Merlot, 13% Syrah, 6% Cabernet Franc, 4% Cabernet Sauvignon e 3% Petit Verdot.

Dos sete nomes originais, que incluíam peso pesados como Laurent Dassault, Benjamin e Edmond de Rothschild, Philippe Schell, Jean-Michel Arcaute, apenas quatro decidiram seguir o plano original: Bodega Monteviejo (Catherine Péré-Vergé), Bodega Diamandes (família Bonnie), Bodega Cuvellier do los Andes e a Bodega Rolland.

Que o C7 é um grande vinho ninguém discute. Uma verdadeira “ponte” entre os estilos do velho e do novo mundo. Meticulosamente elaborado com o que há de melhor, sejam as uvas ou o arsenal técnico disponível.

Um vinho que ainda tem muito para mostrar, vinte anos é um marco louvável, mas falta passar na prova do tempo.

Um importante fator o coloca num patamar exclusivo: é um vinho muito acessível, ao contrário dos seus pares franceses. O preço médio da safra atual está na casa de uma centena, na nossa moeda.

Estão esperando o quê?

Melhor que isto só a dica da Karina.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Valparaíso – Naturo Torrontés

Situado em Vila Rica, município de Barão, na Serra Gaúcha, encontra-se a Valparaíso Vinhos e Vinhedos. Arnaldo Antonio Argenta, sócio proprietário da Valparaíso é um Engº agrônomo apaixonado pela profissão e que sempre teve enfoque na uva em sua carreira profissional. A propriedade foi adquirida por ele na década de 70 e recentemente reestruturada para dar lugar a um projeto de vinhos de baixa intervenção (filosofia de oferecer vinhos na sua forma mais natural e genuína). O Valparaiso Naturo Torrontes possui profundidade aromática que inicia com frutas cítricas, passando a ervas (capim limão) e revelando também notas de leveduras. Em boca fresco e equilibrado, com ótima acidez. Um vinho branco muito elegante.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: imagens obtidas junto ao Clos de Los Siete.

Vinho elaborado por Inteligência Artificial (IA)

Recentemente, fomos bombardeados com uma boa campanha de marketing anunciando o 1º vinho brasileiro produzido por Inteligência Artificial, um corte das castas Marselan, Cabernet Sauvignon, Merlot e Teroldego, elaborado pela Casa Tertúlia (RS) e denominado “IA”.

Antes dele, em 2023, pesquisadores da Universidade Europeia Miguel de Cervantes (UEMC) de Valladolid, associados à Bodega Cooperativa de Cigales, já haviam apresentado um vinho assim elaborado, numa Semana de Ciência em Castilla y León.

Dentro deste espírito, há um registro ainda mais antigo, de 1976, quando uma empresa de San Francisco, EUA, a Ava Winery, produziu um vinho sintético usando compostos saborizantes e etanol.

Então a ideia não é nova, sendo lícito afirmar que também não é inovadora.

Novo é o pouco compreendido conceito de Inteligência Artificial, um elaborado conjunto de instruções para computadores, capazes de analisar impressionantes quantidades de dados e produzir um resultado, previamente planejado, que dentro de certos limites pode ser comparado com a decisão de um ser humano.

Curiosamente, está IA só é operacional depois de “aprender” esta grande quantidade de informações antes de processá-las. O correto, honestamente, seria chamar de Ignorância Artificial…

Como o melhor só vem ao final, a IA não produz vinhos, “ipso facto”, mas pode ajudar a tomar certas decisões, desde que tenha aprendido tudo sobre o tema.

Neste momento, é necessário fazer um balanço entre dois tipos de tomada de decisão. Há aquelas que são eminentemente técnicas, cartesianas, nas quais um tipo de precisão é um fator primordial.

O outro tipo de decisão é aquele movida pelas nossas emoções, memórias afetivas e por um conhecimento empírico baseado na nossa vivência.

Elaborar um grande vinho depende de qual tipo de decisão?

A resposta é intuitiva e óbvia: vinhos começaram a ser elaborados há cerca de 6.000 anos a.C.. Todas as teorias e atuais tecnologias de vinificação decorrem destas primeiras produções de vinho, que foram feitas na base do erro e acerto.

Essa IA ainda tem muito que aprender.

Mas é uma boa ação de mercado e muitos consumidores vão comprar um vinho com este selo, nem que seja para matar a curiosidade.

Olhando todo o processo de elaboração de um vinho, há vários aspectos em que uma decisão técnica pode contribuir para facilitar a vida dos produtores. Vamos mostrar algumas delas.

1 – No vinhedo, onde tudo começa: já existem diversos tipos de sensores que vão coletar dados como o estado do clima, nutrientes no solo, insolação, crescimento vegetal e alguns outros, indicando a necessidade de irrigação, ponto de colheita, etc.

Mas quem vai decidir quando colher será o binômio Agrônomo/Enólogo.

2 – Na Cantina: já existe muita tecnologia embarcada na hora de extrair o mosto e fermentá-lo. Controlar a temperatura, escolher as melhores leveduras, acompanhar a fase de maceração, entre outras.

A IA pode aumentar a precisão destes controles e até diminuir a quantidade de trabalho manual envolvido. Mas nunca vai substituir o conhecimento de um tarimbado profissional que sabe, por experiência própria, o momento certo de interromper qualquer um destes processos, em busca do resultado que tem em mente.

Como exemplo, lembramos de uma palestra de um produtor de Franciacorta, Itália, que relatou como obteve a linda cor rosada de seu espumante: “passamos uma madrugada inteira coletando amostras, de hora em hora, durante a maceração, até chegar na coloração que queríamos. Não dormimos, mas ficou linda”.

3 – Para o consumidor: são os quem mais podem se beneficiar destas técnicas de IA. Num futuro, não muito diante, vinhos poderão ser cortados para atender a um gosto 100% pessoal.

Grupos específicos de consumidores, como os que não apreciam vinhos, podem ser levados a gostar de um novo produto que seria feito com este objetivo, depois de analisar as razões de não gostarem de uma bebida, como o vinho.

Até mesmo recomendações de harmonização podem ganhar uma nova roupagem, se o Sommelier virar um robozinho.

Mas a IA ainda tem muito que aprender.

Fiquem com a Dica da Karina, 100% humana.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Peculiare – Saperavi 2022

A Vinícola Peculiari é uma pequena produtora familiar do Vale dos Vinhedos. Fundada na década de 90 por Ronaldo Zorzi, foi a primeira a vinificar um vinho de Denominação de Origem no Vale dos Vinhedos (um Merlot). Mas hoje apresentamos o Peculiare Saperavi safra 2022, uma uva ancestral originária da Geórgia. Este vinho passa 50% por tanques de inox e 50% em barricas de madeiras brasileiras, por 6 meses. Vinho de coloração rubi de alta intensidade com olfativo de frutas vermelhas frescas, como amora, framboesa e ameixa, com presença envolvente de ervas gastronômicas. Na boca apresenta taninos firmes e potentes, sustentando grande persistência e textura marcante.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik

Lidando com os Enochatos

Tudo na vida tem uma origem e os Enochatos não são uma exceção.

O vinho, desde os tempos bíblicos, é uma bebida do dia a dia. Sempre fez parte da mesa em diversas culturas do velho mundo. Imaginem que, em determinadas eras, era mais seguro bebê-lo do que água!

Ao longo da linha do tempo, o vinho foi se sofisticando até se tornar uma bebida dos ricos e cultos. Degustar uma taça passou a ser um símbolo de status. Para apreciar corretamente esta preciosidade, é preciso passar por um treinamento e ter uma boa dose de conhecimento sobre esta bebida.

A culpa é nossa!

Vamos fazer um curioso paralelo com a mais antiga competição entre barcos à vela do mundo, a Copa América, que disputa neste ano de 2024, a sua 37ª edição. A primeira regata ocorreu em 1851, em águas inglesas.

Sua história, além de bonita e interessante, traz um importante subsídio para compreendermos as razões da sofisticação do vinho. O objetivo desta regata, disputada originalmente entre barcos mercantes, era descobrir qual seria o mais rápido.

Existe mesmo uma lenda relatando que o desafio de dois mercadores, cada uma afirmando que seu veleiro era o melhor, foi a verdadeira origem desta disputa esportiva.

Partindo do “meu barco é mais veloz que o seu”, fica fácil perceber que, em algum momento, um vinhateiro levantou a mesma dúvida: “meu vinho é melhor que o seu” .

Para resolver esta questão, surgiram os primeiros especialistas em provar vinhos, talvez o protótipo do “enochato”. Sua função era dirimir a dúvida.

Pode parecer estranho, mas os primeiros membros desta aborrecida classe de apreciadores foram os críticos e suas pontuações. Os vinhateiros passaram a se preocupar mais com as notas recebidas do que com o público consumidor.

O mundo do vinho nunca mais seria o mesmo. Desde então, o que interessa é saber “quantos pontos eu tenho na taça”.

Múltiplos desdobramentos vêm ocorrendo, por exemplo, as diferentes safras destes “doutores” em perturbar a boa ordem, até um preocupante afastamento, por parte das novas gerações, que trocam o vinho por outras bebidas “menos complicadas”. Esta atitude, está refletindo na produção vínica, quando grandes produtores como França, Espanha e Itália estão erradicando vinhedos para diminuir a produção e segurar os preços de venda.

Culpa dos enochatos.

Tudo bem que existem diversas versões destes “mala sem alça”. Alguns são bem toleráveis, enquanto outros, principalmente aqueles que optam por criticar quem, na sua visão, consome o vinho de forma errada, são insuportáveis.

Estão sempre atrás de pequenos erros, que todos cometem, para nos chamar a atenção e soltar um daqueles velhos e conhecidos chavões.

Se formos espertos, podemos deixá-los falando sozinhos. Aqui estão umas boas dicas para contra-argumentar:

1 – “Você não examinou o vinho antes de provar”.

Não é preciso seguir o habitual rito ao degustar um vinho – olhar a cor, sentir os aromas, aerar e provar. Pergunte se ele precisa saber ler uma pauta musical para apreciar uma orquestra sinfônica;

2 – “Estas taças não são adequadas”.

Neste caso, chute o balde e indique o local da compra, por exemplo, no mercado da esquina. A taça não faz diferença;

3 – “Sua taça está muito cheia, não há espaço para o vinho respirar”.

A melhor resposta seria um “gostei do vinho e estou com sede”. Se você não é da turma que segue o rito, não tem o menor problema. Só cuidado para não derramar o precioso líquido num movimento brusco.

4 – “Este vinho custa $ no supermercado”

Não é um argumento válido. Há vinhos caríssimos que não nos agradam, enquanto vinhos mais modestos podem acertar em cheio. Um dos rótulos de maior sucesso na Espanha, atualmente, é um produto exclusivo de uma rede de supermercados e custa 4 Euros. 95 pontos Parker;

5 – “Não está na temperatura ideal”

Na verdade, não existe uma temperatura ideal, cada vinho é um caso, seja ele tinto, branco ou rosado. Existem recomendações. Se achar que é necessário esfriar ou esquentar um vinho, existem muitos recursos para tal. Dentro de certos limites, vale até colocar uma pedra de gelo na taça. O ideal é ter algumas uvas congeladas, ou cubos metálicos que são vendidos para este fim. Não diluem a bebida;

6 – “Que rótulo feio ou que garrafa esquisita”

Outra grande bobagem. A qualidade de um vinho não é medida pela beleza da sua embalagem. Com a preocupação sobre as mudanças climáticas, o vidro virou um vilão. Novas formas de embalar o vinho estão em uso e a qualidade do que está dentro não mudou. Já existem garrafas 100% de papelão reciclado, outras de alumínio e, finalmente, os grandes produtores se curvaram para a sempre preterida “bag in box” (vinho em caixa de papelão revestido). São embalagens muito econômicas.

Agora que vocês já têm ferramentas para se livrar dos Enochatos, fiquem com a Dica desta semana.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Villa Bari – Doppio Cabernet Franc e Sauvignon 2013

O vinhedo da Villa Bari está localizado nas colinas de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Nessa região do Brasil, o clima subtropical, caracterizado por chuvas bem distribuídas durante todo ano, e por verões quentes e invernos frios, é apropriado para o cultivo de uvas. O produtor Luiz Barichello é neto de italianos do Vêneto, que chegaram ao Sul do Brasil em 1885 e fundaram a cidade de Garibaldi, reconhecida por sua produção de vinhos e espumantes. Cresceu envolvido no ambiente da vinicultura e aprendeu com seu pai e com seu avô a cultivar a paixão pelos vinhedos e pelo vinho, formando, assim, uma memória olfativa e sentimental que agora procura reproduzir em seus próprios vinhos. O Villa Bari Doppio 2013 é elaborado com as variedades Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon produzidas na Villa Bari.  De coloração vermelho rubi com nuances alaranjados e ótimo brilho.  Apresenta aromas complexos, com presença de frutas como ameixa e compota de morango.  Em boca, equilibrado, com uma acidez perceptível além de boa intensidade e persistência.

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CRÉDITOS: Imagem de abertura por Pixabay

Degustamos 6 Pinot Noir brasileiros

A Cave Nacional, uma empresa especializada em vinhos brasileiros aqui no Rio de Janeiro, promove regularmente degustações comparativas muito interessantes.

Nesta oportunidade, prepararam um “flight” com vinhos elaborados com a Pinot Noir, contemplando seis “terroirs” diferentes: cinco do Rio Grande do Sul e um de Santa Catarina. Além das diferentes regiões, cada produtor optou por um método de elaboração.

Chama a atenção a escolha desta casta, tida por todos como a mais importante e temperamental varietal tinta. Com ela são produzidos os famosos vinhos da Borgonha, entre eles o icônico Romanée-Conti, bem como os melhores Champagnes do mundo, quando é vinificada em branco.

Para os menos atentos, pode parecer exótico que esta uva seja produzida no nosso país. Mas é fácil entender as razões: também produzimos ótimos espumantes!

Implantada, aqui, nos anos 70, esta casta é de difícil manejo e adaptação ao nosso clima mais úmido. Mesmo assim, mestres da vinificação conseguiram dominá-la, elaborando produtos de alta qualidade.

Apresentamos os vinhos degustados e nossos comentários, na ordem em que foram servidos.

1 – Peruzzo 2022 (Campanha Gaúcha)

Ficha técnica resumida: “Um Pinot de boa complexidade. Traz no nariz os aromas de frutas vermelhas como morango e cereja seguindo com especiarias como pimenta preta e cravo além de notas terrosas. Na boca acidez marcante e taninos bem macios trazendo um final de eucalipto.”

Este vinho não passa por madeira. As notas frutadas sobressaem no olfato e no paladar. Perfeito para uma degustação informal.

2 – Pericó Basaltino 2021 (SC)

Ficha técnica resumida: “Elegante, com notas expressivas de amora, ameixa, mirtilo e cereja e notas discretas de pimenta rosa e baunilha, que se entrelaçam com os taninos macios devido à permanência em barricas francesas, tornando-o um vinho envolvente e harmônico.”

Um dos vinhos que mais agradou aos participantes deste evento. Os descritores mencionados são percebidos com facilidade. Muita mineralidade devido ao solo basáltico, que dá nome ao vinho.

3 – Antônio Dias Crespim 2022 (Alto Uruguai)

Ficha técnica resumida: “Aromas de frutas secas, chocolate e especiarias. Na boca, apresenta-se leve, com taninos macios. Amadureceu por 4 meses em barris de carvalho francês de primeiro uso.”

Escolhido ao final da degustação como o melhor de todos. Muito bem vinificado, com excelente tradução do terroir onde é produzido.

4 – Casa Eva 2023 (Flores da Cunha)

Ficha técnica resumida: “Apresenta complexo aroma de frutas vermelhas, como cereja e ameixa passa, com leves notas de damasco e especiarias como o cravo. Em boca tem bom volume, com taninos macios e acidez sutil, retrogosto longo e marcante. 6 meses em barricas de carvalho francês e americano (50%/50%).”

Uma verdadeira bomba de frutas no olfato e no paladar. Foi o vinho mais criticado, com observações como ‘bala tutti-frutti’ ou ‘gelatina de framboesa’. Apesar das críticas, é um vinho bem elaborado. Talvez sua juventude tenha influído no resultado. Alguns anos em garrafa lhe farão muito bem.

5 – Torcello 2022 (Vale dos Vinhedos)

Ficha técnica resumida: “Aroma de frutas vermelhas como cereja, framboesa e morango mescladas com um leve toque de caramelo e chocolate. Em boca apresenta-se em harmonia, com acidez equilibrada e taninos elegantes.”

Um vinho bastante atípico para as características tradicionais desta casta. A coloração mais fechada já era um primeiro sinal. Esta vinícola tem como método de trabalho usar barricas de carvalho americano. A presença de madeira era evidente, mascarando outras notas típicas da Pinot.

6 – Manus 2023 (Encruzilhada do Sul)

Ficha técnica resumida: “Notas terrosas, frutas vermelhas como cereja, framboesa, também chocolate amargo, notas de baunilha e especiarias. Em boca é persistente, equilibrado, com taninos macios e excelente acidez.”

Este foi o vinho que mais nos impressionou. Apesar da safra recente, suas notas aromáticas eram muito difíceis de serem percebidas. Demorou muito para “abrir”. A grande surpresa estava no palato, um delicioso leque de sabores que surpreendeu a todos. Um belo investimento para quem aprecia este estilo.

Foi uma grande oportunidade para aprender mais um pouco sobre a Pinot Noir, os diferentes “terroir” e métodos de elaboração em uso no Brasil. Não havia dois vinhos iguais ou parecidos. Cada um tinha sua personalidade, dividindo as opiniões dos presentes. Todos com muita qualidade.

Entre os melhores o Antônio Dias teve o maior número de votos, seguido pelo Torcello. A única unanimidade foi o Casa Eva.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Antônio Dias Crespim – Pinot Noir 2022

ANTÔNIO DIAS CRESPIM, é uma homenagem ao patriarca da família, que inspirou o nome da Vinícola. Este vinho vem para enaltecer a história da família e a expressão do terroir do Alto Uruguai.

De coloração rubi de média intensidade, característico desta uva. Aromas de frutas secas, chocolate e especiarias. Na boca, apresenta-se leve, com taninos macios.

Amadureceu por 4 meses em barris de carvalho francês de primeiro uso.

Produção: Foram elaboradas 1.332 unidades.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

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