
Quem aprecia um bom vinho sabe que, tradicionalmente, existem três tipos de taças: para tintos, para brancos e para espumantes.
Nada de errado nisto, cada uma tem um tamanho e formato que, segundo especialistas, melhoram a experiência de degustar um vinho.
Como tudo na vida, alguns formatos evoluíram. O caso mais típico, a taça para espumante, passou de um design aberto, denominado “Coupe”, para outro bem fechado, a “flute” até chegar na “tulipa”, algo entre um e outro.
As taças para vinhos tranquilos também mudaram, a tal ponto que, atualmente, já existem formatos e tamanhos específicos para cada tipo de casta vinificada.
Inacreditável!
Um belo golpe de marketing. Mas, ao criar esta moda de diferentes taças, os fabricantes não se deram conta que o espaço de guarda, doméstico ou em restaurantes, era limitado e finito. Para alguns, um problema sem solução.
Vamos simplificar.
Nossa bebida predileta pode ser degustada em qualquer recipiente, isto inclui desde os prosaicos copos de plástico para água, até tampas metálicas de garrafas térmicas. Apenas o que se convencionou chamar de “experiências”, será diferente.
Podemos fazer uma boa comparação com uma festa, que antigamente se recomendava “traje passeio” ou até mesmo “traje a rigor”. Ninguém poderia aparecer de bermudas e chinelos.
Vinho na taça é análogo. Elas têm funções bem especificas. Sua haste, por onde devemos segurar, impede o rápido aquecimento do líquido. O formato bojudo favorece uma melhor percepção dos aromas. O material, geralmente cristal, promove uma agradável e compatível sensação, ao tocar nossos lábios.
Não acreditam? Experimentem beber água num copo comum e comparem com beber numa taça ou copo de cristal de borda fina.
Fica fácil perceber que há um momento certo para cada recipiente receber o nosso vinho. Ninguém está pensando em delicadas taças, naquele fim de semana no camping, ou copos de papel num evento formal.
Mesmo quando a situação pede que sejam mantidas as tradições, muita coisa mudou. Alguns fabricantes de cristais, que perceberam que o mundo moderno tende a se tornar minimalista, criaram a “taça universal” (foto), que serve para todos os tipos de vinho. Uma bela sacada!

Seja qual for a taça, nunca devemos servir mais do que 1/3 do volume. O espaço que sobra é necessário para que o vinho respire e mostre todas as suas qualidades.
Taças imaculadamente limpas é outra exigência da qual não se abre mão. A limpeza deve ser feita com álcool, preferencialmente o Isopropílico, para tirar manchas de batom ou gordura. O corpo deve ser lavado com detergente neutro sem aromas. Especial atenção para a borda e o fundo. Usem esponjas macias, apenas.
Deixem escorrer e sequem com pano de microfibra. Para polir, usem flanela com álcool. Guardem com a boca da taça para cima, no máximo, com um véu sobre elas.
Saúde, bons vinhos!
Dica da Karina – Cave Nacional

O Alicante Bourbon, da Garbo Enologia Criativa, é um projeto de 3 enólogos brasileiros que buscam produzir vinhos fora do padrão convencional. Nesta vinificação da casta Alicante Bouschet, de grande força e personalidade, metade do volume matura 10 meses em barricas francesas e a outra metade 10 meses em barricas de Whiskey turfado (Bourbon).
Vinho de coloração vermelho rubi profundo, intenso com notas de café e tabaco, provenientes do carvalho francês, que se mesclam aos aromas tostados e delicadas nuances de chocolate amargo, advindas dos barris de Whiskey. A evolução em taça revela notas de frutas negras maduras, evidenciando seu caráter varietal. Possui excelente estrutura, taninos macios e notas da maturação, especialmente em seu retrogosto, perfeitamente harmônicas às nuances naturais do vinho.
A Cave Nacional envia para todo o Brasil.
CRÉDITOS:
Foto de abertura por Luiz Henrique Mendes, licenciada no Adobe Stock
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