
Não é uma disputa e nem uma guerra, mas divide preferências: há quem aceite as tampas de rosca e há quem as abomine.
A decisão de usá-las é exclusiva dos produtores, sempre baseadas em aspectos econômicos e financeiros. Ao consumidor final cabe comprar ou não vinhos com esta forma de fechamento.
As tampas de rosca, embora não tão antigas e tradicionais quanto as rolhas, estão presentes, há muito tempo, em nossas vidas, nas embalagens de azeite, vinagre, água e destilados.
A chegada ao mundo do vinho tem uma curiosa história. Coube a um produtor australiano, Yalumba, o desenvolvimento dos primeiros protótipos, no final dos anos 60. As primeiras garrafas a serem comercializadas apareceram por volta de 1976.
Consumidores australianos e neozelandeses não ficaram muito animados. A novidade sumiu das prateleiras nos anos 80.
Uma série de fatores políticos e econômicos fizeram com que estes produtores da Oceania voltassem a buscar soluções para enfrentar o alto custo da cortiça, 100% importada. No começo dos anos 90, as “screw caps” ressurgem com muita força, inclusive com boa aceitação no Reino Unido, considerado como um indicador para o mercado de vinhos.
Trinta anos depois desta volta ao mercado, os antigos preconceitos continuam valendo, entre eles o da “baixa qualidade” dos vinhos assim engarrafados.
Ledo engano …
A “Aluminium Clousures” é uma organização de mercado que reúne, atualmente, 75% dos produtores deste tipo de fechamento. Uma de suas atividades é realizar uma pesquisa quinquenal sobre a aceitação das tampas de rosca.
A última, de 2024, mostrou um resultado muito interessante, demonstrando que o arraigado preconceito está sendo abandonado.
A pesquisa ouviu 6.000 consumidores em países europeus como Itália, França, Espanha, Polônia, Reino Unido e Alemanha. O gráfico, a seguir, que reúne as três últimas pesquisas, é autoexplicativo.

Legenda: “Alu closure” – tampa de rosca; “Cork closure” – rolha; “No preference” – sem preferência.
Atualmente 37% do mercado prefere as cápsulas de alumínio contra 35% que permanece fiel ao fechamento com rolha. O número de consumidores para os quais é indiferente o tipo de fechamento teve um expressivo aumento.
França, Itália e Espanha preferem a forma tradicional, enquanto Reino Unido, Alemanha e Polônia ficam com a tampa de rosca. As faixas etárias entre 18 e 24 anos preferem a forma mais moderna. Na Alemanha, o público feminino se mostrou muito favorável, em razão da facilidade de uso, representando 47% da amostra pesquisada.
Uma das questões pedia a opinião sobre o futuro das tampas de rosca. 42% dos pesquisados concordaram que num prazo de 5 anos, ou um pouco mais, este tipo de fechamento será dominante.
Será que o saca rolhas vai ser aposentado?
Saúde e bons vinhos.
Dica da Karina – Cave Nacional
Abreu Garcia – Pinot Noir 2018

A Vinícola Abreu Garcia foi fundada em 2006 em Campo Belo do Sul, Santa Catarina, a mais de 900 metros de altitude. Seu terroir guarda também um tesouro histórico: um sítio arqueológico dos séculos XI e XII, considerado sagrado pelos povos originários da região.
Além de vinhos, em 2022, iniciou o primeiro projeto de olival mecanizável da Serra Catarinense, com cinco variedades e mais de 800 mudas plantadas. Também produz mel artesanal e está desenvolvendo os primeiros lotes de azeite, que em breve estarão disponíveis ao público.
O Abreu Garcia Pinot Noir 2018 possui amadurecimento de 20 meses carvalho francês de primeiro uso. Um vinho de coloração delicada, com tons rubi, brilhante e translúcido.Em nariz tem clareza de aromas como notas de frutas silvestres, ameixa seca e morango em calda. Também aparecem notas florais, coco queimado e baunilha, oriundos dos 20 meses em amadurecimento em carvalho francês de primeiro uso.
Em boca tem textura sedosa, excelente acidez e retrogosto elegante e duradouro. Harmoniza com embutidos, cogumelos, aves assadas e peixes carnudos.
A Cave Nacional envia para todo o Brasil.
CRÉDITOS:
Foto de abertura por Timur Saglambilek no StockSnap
Infográfico obtido em Aluminium Closures
Fonte: Closure Survey Results 2024


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