Categoria: Azeite

Brazil IOOC – 2024

Este é um dos mais respeitados concursos de azeite de Portugal. Nesta edição, mais de 100 amostras foram avaliadas, com representantes dos mais tradicionais países produtores deste precioso líquido, muitas vezes chamado de “néctar dos deuses” ou mesmo, “ouro líquido”.

Estes copinhos azuis, da foto que ilustra este texto, são as “taças” onde os jurados degustam, às cegas, cada amostra, num ritual que é muito semelhante ao de uma degustação de vinhos: aromas, sabores e retrogosto.

Existe uma grande simbiose entre vinhos e azeites. Esta é uma das razões, pelas quais, publicamos periodicamente textos sobre este delicioso produto.

E tudo começa no vinhedo, acreditem. As Oliveiras costumam ser plantadas na periferia dos parreirais. Funcionam como proteção contra alguns fenômenos climáticos, fornecem sombra na época da colheita da uva e ainda melhoram o solo. Combinação imbatível!

Assim como existem diversas castas próprias para vinificação, as azeitonas também apresentam uma grande variedade, cada uma com um sabor particular quando oleificada. Alguns tipos mais comuns: Picual, Coratina, Frantoio, Arbequina, entre outras.

Os azeites podem ser apenas varietais ou em cortes com dois ou mais tipos de azeitonas. Cada produtor também tem a preocupação de “traduzir o seu terroir”, para o consumidor de seu produto.

Qualquer semelhança com o nosso vinho, não é mera coincidência.

Os resultados, deste ano, foram divididos em dois grandes grupos: hemisfério norte e hemisfério sul. A razão desta separação foi para permitir um julgamento mais justo: as safras ocorrem em diferentes épocas do ano. As degustações passaram a contemplar azeites com idades semelhantes.

A seguir, apresentamos os 10 melhores de cada metade do mundo.

Ao final deste texto, há um link para o resultado geral, que inclui outras categorias.

O grande vencedor foi o azeite Goya, espanhol, que está à venda no Brasil pela empresa No Border. Os produtos mencionados da Argentina, Uruguai e Chile também estão disponíveis em nosso mercado em lojas como o Empório do Azeite. O ótimo azeite brasileiro, elaborado no Rio Grande do Sul, pode ser adquirido diretamente com a olivícola Puro.

Lembramos que estes links são fornecidos a título de ilustração. O Boletim do Vinho não mantém nenhum vínculo comercial com estas empresas.

Um agradecimento muito especial ao parceiro desta coluna, Maurício Gouveia, idealizador do concurso Brazil IOOC.

A Quinta da Pacheca, no Douro, Portugal, forneceu toda a infraestrutura para a realização deste evento.

Para baixar um PDF com os resultados, clique a seguir: Brazil IOOC 2024

Saúde e bons azeites!

Dica da Karina – Cave Nacional

Monte Agudo – Licoroso – EKO Lote 2

Produzido em São Joaquim, Santa Catarina, pela Vinícola Monte Agudo. O Eko é um vinho branco, licoroso, feito com a uva Chardonnay, perfeito para acompanhar sobremesas. ”Eko” significa vida, no idioma Guarani, uma homenagem à matriarca da família, de origem paraguaia. O doce do vinho e da sobremesa a fizeram lembrar da palavra “eko”, pois o que é gostoso tem que ser vivenciado e apreciado. Passou dez meses envelhecendo em barricas francesas. Elaborado com uma das melhores safras de São Joaquim.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

Mendoza 2023: final + Brazil IOOC

Ocupamos nossa última manhã em Mendoza com duas atividades lúdicas: um jogo sensorial e degustação de azeites na Casa Caye e um “Blend Game” (Enólogo por um dia) na Vinícola Vistalba.

A foto que abre esta coluna mostra como foi o jogo sensorial. Em poucas palavras, um show!

Na mesa estavam dispostas vinte taças opacas e numeradas. Cada uma continha um aroma que deveríamos identificar e anotar na ficha que se vê no lado direito da foto. Havia um pouco de tudo: frutas, ervas, temperos, especiarias etc.

Por trás do jogo, estava a ideia de preparar os nossos sentidos para a segunda parte, a degustação dos excelentes azeites ali produzidos. Seguiu-se um espetacular buffet de queijos, frios e azeitonas, regados com um belíssimo espumante, Philippe Caraguel. Simplesmente perfeito!

Para chegar na Vistalba bastou atravessar a rua, literalmente. A visita começa com um breve recorrido pelas ótimas instalações. Chamou a atenção a quantidade e variedade de equipamentos utilizados na produção de seus famosos vinhos. Usam madeira, concreto e aço inox.

Na sequência, fomos conduzidos até a uma saleta onde faríamos o Blend Game. A proposta era produzir dois cortes, diferentes, a partir de três vinhos básicos da vinícola. Tudo que era necessário, pipetas, funis, taças e garrafas estava à nossa disposição.

Cada participante deveria, a seu critério, misturar dois ou três dos vinhos oferecidos: Malbec, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Uma vez decididas as misturas, elas eram provadas por todos e julgadas. As duas melhores seriam engarrafadas e rotuladas. Isto foi o ponto alto da atividade.

Depois de muitas provas, risadas e alguns comentários impublicáveis, decidimos quais iam para a garrafa. Mas, antes, deveríamos escolher um nome para nossos vinhos, de produção única.

Nova rodada de divertidos debates, tendo como fundo a palavra “penta”, já que éramos cinco pessoas. Todos concordaram que não era o melhor nome…

A solução, salomônica, foi lembrar que o grupo era formado por quatro damas e um cavalheiro, logo, “Tetra + 1”.

Em breve serão degustados aqui no Rio de Janeiro.

De Mendoza retornamos para Buenos Aires, onde passamos alguns dias antes de voltar para casa.

Com certeza ficamos com saudades.

Algumas recomendações:

– Atenção ao peso das malas – nos voos internos na Argentina, o limite de peso é 15 Kg por volume;

– O preço dos vinhos em Mendoza, seja nas lojas ou nas vinícolas é maior do que em Buenos Aires, além de aumentar o peso no voo interno;

– Comprem, apenas, aqueles vinhos que, sabidamente, não serão encontrados nas lojas habituais;

– A Aerolineas Argentinas permite o despacho de uma caixa de vinhos (6 garrafas) por passageiro, sem ônus extra.

Brazil iOOC 2023

Durante os dias 16 a 18 de julho, Lamego, em Portugal e São Paulo, no Brasil, se tornaram as capitais do Azeite.

A Quinta da Pacheca e o restaurante Kinoshita, receberam os dois grupos de especialistas que provaram mais de 100 amostras de azeites vindas de 13 países, em três continentes.

Na edição deste ano, além dos prêmios Triple Gold, Ouro, Prata e Bronze, e do Top Ten (que distingue os 10 azeites com maior pontuação), a organização criou três reconhecimentos adicionais: o Top Ten Northern Hemisphere (para os 10 melhores azeites do hemisfério norte), o Top Ten Southern Hemisphere (para os 10 melhores azeites do hemisfério sul) e o Best Organic (para o melhor produto orgânico).

Apresentamos, a seguir, o “Top Ten”, onde alguns azeites brasileiros se destacaram:

PALACIO DE LOS OLIVOS PICUAL – SPAIN
PROSPERATO PREMIUM BLEND – BRAZIL
ETHOS COBRANÇOSA – PORTUGAL
PURO CORATINA – BRAZIL
VERDE LOURO KORONEIKI – BRAZIL
DON JOSE CORATINA – BRAZIL
PROSPERATO EXCLUSIVO PICUAL – BRAZIL
AL-ZAIT & CO. KORONEIKI – BRAZIL
VERDE LOURO ARBOSANA – BRAZIL
OLIWE BLEND – CHILE (TIE)
ROSMANINHO PRAEMIUM – PORTUGAL (TIE)
GALLO BIO – PORTUGAL (TIE)
DON JOSE BLEND – BRAZIL (TIE)

Nota: TIE = empate

A listagem completa pode ser encontrada neste link:

Brazil IOOC 2023 (pdf)

Saúde, bons vinhos e azeites!

Vinho e Azeite caminham juntos

Realizou-se entre os dias 7 e 9 de agosto a 4ª edição do Brazil International Olive Oil Competitition (BRAZIL iOOC), simultaneamente, na Quinta da Pacheca, em Lamego, Portugal e no restaurante Kinoshita na cidade de São Paulo, Brasil.

Nesta edição, mais de 100 amostras de azeites, de quatro continentes, foram avaliadas por um qualificado corpo de jurados internacionais. O leque de países que enviaram amostras vai desde os mais tradicionais produtores até rincões como Israel, Uruguai, Tunísia e Estados Unidos da América. Os azeites brasileiros tiveram uma presença recorde.

Para compreender a importância do azeite no mundo do vinho, temos que voltar no tempo, mil anos atrás. Oliveiras e parreiras eram plantadas juntas, cabendo às oliveiras fazer o papel de guardiãs, como uma cerca, protegendo o vinhedo das intempéries e de alguns insetos. Muito antes de se falar de agricultura sustentável, orgânica e similares, esta técnica, nascida nos países mediterrâneos e trazida para o novo mundo no século 19, ficou conhecida como “coltura promiscua”.

Mas as afinidades entre estas duas espécies vegetais e seus principais produtos, vinho e azeite, não se resumem a isto. Existem diversos tipos de uvas e de azeitonas, o que implica em cortes e varietais. Os métodos de extração são, em parte, similares: ambos frutos precisam ser “esmagados” para iniciar seus processos de produção. Além disto, é um bom negócio: ambas colheitas se sucedem o que otimiza o emprego de mão de obra.

Azeites são degustados de forma bem semelhante aos vinhos. Concursos como o “Brazil IOOC” são, na verdade, provas comparativas que avaliam aspectos como aparência, aroma e sabor, além do design das embalagens. As “taças” de prova são aqueles simpáticos copinhos azuis que podem ser vistos no lado direito da foto que abre este texto.

Tudo é provado às cegas…

Especialistas na degustação deste ouro líquido são chamados de “Sommelier de azeite” e desenvolvem uma capacidade de avaliar, em maior detalhe, as notas de frutas, amargor, pungência e equilíbrio.

Para não deixar nenhuma dúvida pairando, a resposta para aquela pergunta que está na ponta da língua, sobre harmonização, é sim! Azeites também combinam melhor com este ou aquele alimento.

As coincidências não param por aí. Assim como nos grandes vinhos, os grandes “extra virgens” também são safrados! Afinal, é um produto de origem vegetal que está sujeito aos efeitos de um “terroir” e das variações climáticas: há anos bons e anos ruins, o que enfatiza a importância destes concursos.

A mais recente descoberta afirma que azeite e vinho tinto harmonizam entre si. O estudo foi feito pela renomada Universidade de Bordeaux. Em linha gerais, tanino e lipídios interagem, proporcionando ao degustador melhores condições sensoriais no paladar.

Aqui estão os “Top 10” desta edição do “Brazil IOOC”:

OLIOVITA CHANGLOT – ARGENTINA
CASA ALFARO KORONEIKI – BRAZIL
CAPOLIVO KORONEIKI – BRAZIL
DON JOSÉ CORATINA – BRAZIL
CAPOLIVO PICUAL – BRAZIL
OURO DA FÁBRICA PREMIUM – PORTUGAL
AL-ZAIT & CO. PICUAL – BRAZIL
DON JOSÉ BLEND – BRAZIL
PURO CORATINA – BRAZIL
PURO BLEND – BRAZIL

O resultado completo está neste link: Premiação Brazil IOOC – 2022

O idealizador deste já respeitado concurso é Maurício Gouveia, um simpático paulistano que se mudou, faz tempo, para Portugal em busca das origens de sua família. Atualmente é um craque de vinhos e azeites e está num exclusivo rol de 20 pessoas que empreendem estes concursos. Parabéns!

Estamos estudando, em parceria com ele, a possibilidade de oferecer cursos sobre este delicioso alimento nas principais cidades do Brasil. Para ajudar nesta nova aventura, gostaríamos de saber do interesse dos leitores. A página de comentários é perfeita para este fim.

Saúde, bons azeites e bons vinhos!

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