Categoria: Castas (Page 1 of 9)

De volta ao básico – Vinho de corte

No jargão dos vinhateiros, “corte” significa um vinho que foi elaborado a partir da mistura de duas ou mais vinificações, ou um vinho que foi produzido numa co-fermentação de diferentes tipos de uvas. Em outros países são denominados como “blend”, “assemblage”, “coupage” ou “mescla”.

Em termos simples, um corte é o oposto de um varietal.

Embora nos países do Novo Mundo haja uma clara tendência para os monocastas, os cortes têm uma importância singular: este tipo de vinho foi o primeiro a ser elaborado, há centenas de anos.

Naqueles tempos, não havia plantações regulares de parreiras. As vinhas eram meio selvagens e o que era colhido entrava num mesmo tanque de fermentação.

Somente nos anos 1800 é que os especialistas começaram a identificar e classificar as diferentes castas. O resultado prático foi a organização de plantios mais racionais. Com isto, podiam controlar melhor desde o ataque de diversas pragas até a colheita otimizada no ponto correto de maturação: cada variedade tem o seu momento.

Vinhos de corte foram os primeiros e continuam sendo elaborados até hoje. Produzir um vinho neste estilo se tornou uma importante arte e ferramenta indispensável do bom vinhateiro.

Quase todos os “Grandes Vinhos”, que conhecemos, são “assemblages”, algumas tão sofisticadas que são necessárias cinquenta ou mais provas para chegar no resultado desejado.

São todos feitos artesanalmente em sofisticadas salas de prova, por um grupo de técnicos e especialistas. Nada é ao acaso.

Existem algumas formas de elaborar vinhos de corte. A mais clássica é vinificar diversas castas, separadamente, e posteriormente, através de um processo de tentativas e erros, chegar a um resultado otimizado.

Outra forma comum são os chamados “field blends”, ou vinhos de vinhedos multivarietais. Portugal é um dos países onde este tipo de corte é bastante comum.

Um pouco mais raros, são os chamados cortes entre diversas safras de um mesmo vinho. Esta é um técnica muito utilizada em Champagne.

A matéria prima do vinho é diferente a cada safra, tudo decorrente do clima, principalmente a variação de temperatura anual e da quantidade de chuva que precipitou sobre o vinhedo. Por estas razões, correções são necessárias, até mesmo nos ditos varietais.

As normas de cada região produtora costumam ser elásticas, neste ponto, permitindo a adição de outros vinhos, em até 10%, sem que a característica de monocastas seja prejudicada.

Esta ferramenta enológica é a ideal para corrigir problemas de equilíbrio, complexidade, consistência, melhorar aromas e sabores, além de algumas razões de ordem comercial.

Vamos lembrar alguns vinhos que são muito apreciados e respeitados, embora uma grande maioria de Enófilos não se dá conta que são elaborados cortes:

Bordeaux – talvez o corte mais famoso – Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot, são as mais comuns. Nos brancos, Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle.

Rhone – o famoso corte GSM, Grenache, Syrah, Mourvèdre.

Chateneuf-du-Pape – da mesma região, num corte de até 14 castas, incluindo algumas brancas;

Amarone – Corvina, Rondinella e Molinara

Chianti – originalmente era um corte de Canaiolo, Colorino, Ciliegiolo e Mammolo. O mercado exigiu e algumas castas não italianas já são aceitas: Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc;

Super Toscanos – Sangiovese, Merlot, Cab, Franc, Cab. Sauvignon e Syrah;

Rioja – Tempranillo, Carignan, Graciano, Mazuelo e até Cab. Sauvignon;

Porto – Touriga Nacional e Franca, Tinta Cão, Tinta Roriz, Tinta Barroca e outras. São 40 castas possíveis;

Champagne – Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier;

Cava – originalmente, Macabeo, Parellada e Xarel-lo. A partir de 1986, a Chardonnay foi permitida.

Rosé de Provence – Cinsault, Grenache, Syrah, Mourvèdre e Carignan.

E agora, qual a compra mais segura: Corte ou Varietal?

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Cata – Chenin Blanc 2022

A Cata Terroirs foi criada em 2019 por André Marchiori, médico, e Eduardo Strechar, um jovem enólogo, com formação em viticultura e enologia na Austrália e ampla experiência, conquistada através de passagens pela Toscana, Chile e Altitude Catarinense. Cata em português significa: busca, procura; e em espanhol: degustação, prova. Além disso, também é o apelido afetivo do estado de Santa Catarina. O Cata Chenin Blanc 2022 possui fermentação em tanques de aço inoxidável em baixa temperatura, onde permaneceu em contato com as borras finas por 10 meses. Possui visual amarelo esverdeado vivo, límpido e brilhante. No nariz, notas de tempero fresco como tomilho e dill, assim como notas cítricas de limão siciliano e goiaba branca. Aroma complexo e extremamente agradável com muita tipicidade da variedade. Sua acidez alta e equilibrada com boa untuosidade pelo longo contato com as borras finas. Apresenta textura e complexidade em boca, que evidencia as notas de frutas no aroma.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de Photo 11 na Unsplash

Estamos em busca de inovações?

Um grande amigo e eventual colaborador deste blog, P.A.S., nos propôs uma interessante questão:

Ainda seria possível degustar algum vinho obtido de vinhas pre-filoxera, para comparar com os atuais?”

A resposta óbvia seria um retumbante “não”.

Pensando bem, ainda existem muitos vinhedos em “pé franco” com vinhos sendo elaborados com seus frutos. Alguns países se destacam neste cenário, como Portugal com seus Vinhos do Porto ou com os Vinhos de Colares, e o Chile, um país onde praticamente a filoxera não chegou. Existem outros.

O grande problema é obter o efeito comparativo: seriam estes vinhos elaborados da mesma forma como eram antes da praga?

E com os grandes vinhos, como os Bordaleses: ainda seria possível estabelecer esta comparação?

A resposta que o amigo busca é saber se estes vinhos de antigamente seriam superiores aos atuais ou, em outras palavras, se a parreira enxertada é tão boa quanto a original, sem enxertos?

Podemos simplificar mais um pouco esta dúvida: o vinho moderno é melhor, pior ou igual ao vinho antigo?

Ah! Voltamos ao eterno embate entre tradição e modernidade que marcou o Século XX, com todas as manifestações culturais, ditas “modernistas” e amplamente criticadas por diversos segmentos mais conservadores da sociedade. O vinho também é cultura e foi incluído neste balaio.

Curiosamente, neste Século XXI, continuam as discussões entre os grupos que preferem uma vida mais moderna e os que ainda vivem à moda antiga. Ambos consomem vinho, ainda bem!

A evolução da ciência e seus métodos viraram o grande vilão. “Tudo deveria acontecer de modo natural”, dizem uns. “A tecnologia explica tudo”, retruca o outro grupo.

Ninguém questiona que, ao fermentar um mosto de uvas, vamos obter um vinho, em algum momento. Isto não mudou. Mas a tecnologia nos permite fazer bebidas mais seguras atualmente.

Aumentaram os controles sobre os diversos processos. Existem recipientes adequados para cada etapa, inclusive para distribuição e venda: garrafas são consideradas “modernas”!

O debate sobre os recipientes para elaboração e guarda dos vinhos é muito antigo e, de certa forma, desconcertante.

Um simples exemplo: as barricas de madeira foram criadas para transportar o vinho e não para melhorá-lo, como é atualmente.

Em um texto anterior a este, afirmamos que as tradições seriam um dos grandes trunfos do vinho. Mas são tradições revestidas de modernidade. Há muita ciência e tecnologia embutida na elaboração dos vinhos atualmente, inclusive no campo. A enxertia é uma delas …

Então, podemos levantar nova dúvida: O que é verdadeiramente tradicional no mundo do vinho?

Alguns fatos são muito famosos e se destacam neste nicho dos grandes vinhos. Um deles fala dos tradicionalíssimos vinhos de Bordeaux, uma referência para todos: o corte Bordalês é reproduzido por vinícolas em todo o planeta.

Além disto, reza outra “tradição” que, na margem esquerda do rio Garona predomina a casta Cabernet Sauvignon e na margem direita é o território da Merlot.

Só que não é bem assim. Se formos pesquisar direitinho, fazendo uma linha do tempo, vamos descobrir algumas surpresas.

Voltemos aos tempos napoleônicos e sua classificação das regiões bordalesas, em 1855. A Filoxera ainda não tinha chegado a Europa e não havia nenhuma predominância de castas, em qualquer das margens. Esta segmentação só ocorreu após o replantio por conta da praga que dizimou os vinhedos.

Bela “tradição”…

Neste complexo cenário vínico, cheio de histórias que se assemelham a lendas e outros encantos, ainda há muito a ser estudado e compreendido. Tradição e modernidade se fundem, em diversos momentos, como uma simbiose. Desde muito tempo atrás é difícil separar uma da outra.

Para não deixar a primeira pergunta de P.A.S. sem resposta, acreditamos que não conseguiríamos degustar um vinho daquele tempo. Segundo relatos confiáveis, sejam obtidos na literatura mundial ou nos registros históricos de produtores centenários, aqueles vinhos se assemelhavam a um vinagre. Eram ácidos, com pouca estrutura e corpo, quase ralos. Sabores fortemente herbáceos, na maioria das vezes.

Deveriam ser consumidos logo após sua elaboração. Não existiam conservantes para que durassem um par de dias, pelo menos.

Da mesma forma que manifestações culturais evoluiriam e se mantiveram atuais, como artes plásticas, música, teatro, cinema e literatura, o vinho trilhou este mesmo caminho, bebendo em diversas fontes de sabedoria para chegar aonde está hoje.

Pensem nisto tudo e tirem suas próprias conclusões.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Capoani – Riesling Renano 2022

Vinícola construída por imigrantes italianos, os Capoani plantam uvas no Vale dos Vinhedos desde a década de 70.  Esse Riesling Renano é produzido pelo método de crioextração (também conhecido por icewine ou eiswein), onde as uvas são congeladas para se obter maior concentração de dulçor e sabor no vinho pronto. A intensidade do aroma é notável, destacando-se por notas florais, casca de limão, pêssego, damasco e a delicada nota de geleia de marmelo, acentuada pelo processo de congelamento. Com o envelhecimento, evolui para aromas químicos e minerais.

Para adquirir este vinho, clique no nome ou na foto.

A Cave Nacionalenvia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de hcdeharder por Pixabay

7/11 – Dia Internacional da uva Merlot

Algumas castas viníferas são consideradas tão importantes que acabam sendo celebradas numa data especial do nosso calendário.

Se fôssemos comemorar todas elas não haveria datas suficientes. Ter um dia só para lembrar que esta uva existe e produz ótimos vinhos é muito especial.

Mais conhecida por ser uma das famosas castas de Bordeaux, tem uma história bem interessante. Um dos primeiros registros sobre sua existência data de 1783, na região de Libourne, França: “Merlau … fait un vin noir et excellent, et il abonde dans un bon terrein”.

Traduzindo para o nosso idioma: “Merlau … faz um vinho escuro e excelente, e ela abunda em um terreno fértil”. Reparem na denominação desta casta, então: “Merlau”.

Teve a grafia de seu nome alterada para “Merlot” após 1824, se tornando homônima a de um pássaro, o Melro, que é um grande apreciador das bagas desta uva.

Com os avanços das pesquisas por DNA, um grupo de cientistas conseguiu traçar um perfil genético desta varietal em 1990, que demonstrou ser filha da Cabernet Franc e mãe desconhecida. Somente em 2009 conseguiram identificar, num grupo de uvas pouco conhecidas, que eram cultivadas desde a idade média em diversas regiões francesas, um perfil que se encaixava com o da Merlot.

Eram castas de maturação precoce que recebiam um nome genérico de “Magdeleine” (madrugadoras). Por ser a mãe da Merlot, foi denominada como “Magdeleine Noire des Charentes”.

A Merlot é meia irmã da Cabernet Sauvignon, da Carménère e da Malbec, pelo menos. Uma família importante para o mundo do vinho e muito significativa para os produtores sul-americanos.

Está plantada nos quatro cantos do mundo. Sua área cultivada no país de origem é maior que a da Cabernet Sauvignon.

Embora seja considerada, por alguns elitistas, como uma casta coadjuvante no corte bordalês, a realidade pode ser bem diferente. Por ter uma característica mais frutada e taninos bem suaves, seus vinhos podem ser consumidos ainda bem jovens. Brilha, também nos cortes agregando um pouco mais de açúcares ao mosto, o que permite teores alcoólicos mais elevados. Funciona como um revestimento para a estrutura vínica de um Cabernet, por exemplo, acrescentando uma boa suavidade.

Na eterna e simpática rixa entre a margem esquerda e a margem direta, em Bordeaux, ela sai “ganhando de lavada” como diríamos por aqui. Um dos vinhos mais famosos, espetaculares e caros, o Château Pétrus, elaborado em Pomerol, é um Merlot, muitas vezes 100%, dependendo da safra.

Esta casta se adaptou perfeitamente às incomuns condições climáticas da nossa região sul, tendo sido o esteio de nossa produção vinícola. Não se enganem, há grandes vinhos com esta casta por aqui.

Se hoje já temos uma produção digna de prêmios internacionais e um considerável aumento no consumo interno, é porque devemos muito a esta versátil uva.

Palmas para a Merlot!

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Iribarrem – Reserva Touriga Nacional 2022

A Bodega Iribarrem nasceu em 2020 quando colheu sua primeira safra de Chardonnay. Localizada no Vale dos Vinhedos, a vinícola está aberta para visitações desde 2024 e atua na produção de vinhos de alta gama. O Iribarrem Reserva Touriga Nacional 2022 permaneceu por 18 meses em barricas de carvalho francês. Possui cor intensa, dono de um tom vermelho púrpura. No nariz é desafiante e rico em sensações de café, chocolate, uvas passas, ameixas secas e alcaçuz. No paladar marcante, taninos firmes e uma rusticidade natural. Para comprar este vinho clique no nome ou na foto.

A Cave Nacional envia para odo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Vinícola Costers del Sió – Espanha

Degustamos 6 Pinot Noir brasileiros

A Cave Nacional, uma empresa especializada em vinhos brasileiros aqui no Rio de Janeiro, promove regularmente degustações comparativas muito interessantes.

Nesta oportunidade, prepararam um “flight” com vinhos elaborados com a Pinot Noir, contemplando seis “terroirs” diferentes: cinco do Rio Grande do Sul e um de Santa Catarina. Além das diferentes regiões, cada produtor optou por um método de elaboração.

Chama a atenção a escolha desta casta, tida por todos como a mais importante e temperamental varietal tinta. Com ela são produzidos os famosos vinhos da Borgonha, entre eles o icônico Romanée-Conti, bem como os melhores Champagnes do mundo, quando é vinificada em branco.

Para os menos atentos, pode parecer exótico que esta uva seja produzida no nosso país. Mas é fácil entender as razões: também produzimos ótimos espumantes!

Implantada, aqui, nos anos 70, esta casta é de difícil manejo e adaptação ao nosso clima mais úmido. Mesmo assim, mestres da vinificação conseguiram dominá-la, elaborando produtos de alta qualidade.

Apresentamos os vinhos degustados e nossos comentários, na ordem em que foram servidos.

1 – Peruzzo 2022 (Campanha Gaúcha)

Ficha técnica resumida: “Um Pinot de boa complexidade. Traz no nariz os aromas de frutas vermelhas como morango e cereja seguindo com especiarias como pimenta preta e cravo além de notas terrosas. Na boca acidez marcante e taninos bem macios trazendo um final de eucalipto.”

Este vinho não passa por madeira. As notas frutadas sobressaem no olfato e no paladar. Perfeito para uma degustação informal.

2 – Pericó Basaltino 2021 (SC)

Ficha técnica resumida: “Elegante, com notas expressivas de amora, ameixa, mirtilo e cereja e notas discretas de pimenta rosa e baunilha, que se entrelaçam com os taninos macios devido à permanência em barricas francesas, tornando-o um vinho envolvente e harmônico.”

Um dos vinhos que mais agradou aos participantes deste evento. Os descritores mencionados são percebidos com facilidade. Muita mineralidade devido ao solo basáltico, que dá nome ao vinho.

3 – Antônio Dias Crespim 2022 (Alto Uruguai)

Ficha técnica resumida: “Aromas de frutas secas, chocolate e especiarias. Na boca, apresenta-se leve, com taninos macios. Amadureceu por 4 meses em barris de carvalho francês de primeiro uso.”

Escolhido ao final da degustação como o melhor de todos. Muito bem vinificado, com excelente tradução do terroir onde é produzido.

4 – Casa Eva 2023 (Flores da Cunha)

Ficha técnica resumida: “Apresenta complexo aroma de frutas vermelhas, como cereja e ameixa passa, com leves notas de damasco e especiarias como o cravo. Em boca tem bom volume, com taninos macios e acidez sutil, retrogosto longo e marcante. 6 meses em barricas de carvalho francês e americano (50%/50%).”

Uma verdadeira bomba de frutas no olfato e no paladar. Foi o vinho mais criticado, com observações como ‘bala tutti-frutti’ ou ‘gelatina de framboesa’. Apesar das críticas, é um vinho bem elaborado. Talvez sua juventude tenha influído no resultado. Alguns anos em garrafa lhe farão muito bem.

5 – Torcello 2022 (Vale dos Vinhedos)

Ficha técnica resumida: “Aroma de frutas vermelhas como cereja, framboesa e morango mescladas com um leve toque de caramelo e chocolate. Em boca apresenta-se em harmonia, com acidez equilibrada e taninos elegantes.”

Um vinho bastante atípico para as características tradicionais desta casta. A coloração mais fechada já era um primeiro sinal. Esta vinícola tem como método de trabalho usar barricas de carvalho americano. A presença de madeira era evidente, mascarando outras notas típicas da Pinot.

6 – Manus 2023 (Encruzilhada do Sul)

Ficha técnica resumida: “Notas terrosas, frutas vermelhas como cereja, framboesa, também chocolate amargo, notas de baunilha e especiarias. Em boca é persistente, equilibrado, com taninos macios e excelente acidez.”

Este foi o vinho que mais nos impressionou. Apesar da safra recente, suas notas aromáticas eram muito difíceis de serem percebidas. Demorou muito para “abrir”. A grande surpresa estava no palato, um delicioso leque de sabores que surpreendeu a todos. Um belo investimento para quem aprecia este estilo.

Foi uma grande oportunidade para aprender mais um pouco sobre a Pinot Noir, os diferentes “terroir” e métodos de elaboração em uso no Brasil. Não havia dois vinhos iguais ou parecidos. Cada um tinha sua personalidade, dividindo as opiniões dos presentes. Todos com muita qualidade.

Entre os melhores o Antônio Dias teve o maior número de votos, seguido pelo Torcello. A única unanimidade foi o Casa Eva.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Antônio Dias Crespim – Pinot Noir 2022

ANTÔNIO DIAS CRESPIM, é uma homenagem ao patriarca da família, que inspirou o nome da Vinícola. Este vinho vem para enaltecer a história da família e a expressão do terroir do Alto Uruguai.

De coloração rubi de média intensidade, característico desta uva. Aromas de frutas secas, chocolate e especiarias. Na boca, apresenta-se leve, com taninos macios.

Amadureceu por 4 meses em barris de carvalho francês de primeiro uso.

Produção: Foram elaboradas 1.332 unidades.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

Tipo e tamanho da taça fazem diferença?

Uma das primeiras lições sobre vinhos nos explica que existem taças, bem diferentes, para vinhos brancos e para vinhos tintos.

As taças para tintos são maiores e mais bojudas, permitindo um melhor contato com o ar, o que libera rapidamente aromas, além de permitir uma boa percepção das tonalidades. Para os brancos, as taças são mais esbeltas e menores. Estes vinhos não são tão dependentes da interação com o ar para mostrar seu potencial.

A ilustração, acima, passa uma boa ideia sobre esta diferença de tamanho. São taças de um mesmo fabricante, a Zalto. A maior é denominada “taça tipo Bordeaux”. Esta é a que encontramos, habitualmente, nos restaurantes, nos mercados e em nossas casas.

Cada fabricante tem seu próprio design, havendo ligeiras variações de formato e tamanho das hastes. A grande dúvida, que originou este texto, é que apesar desta simplicidade de propósitos, existem outros formatos de taças para tintos e para brancos. A mais famosa delas é a “taça tipo Bourgogne”.

Reparem que é bem mais bojuda que a anterior, permitindo um contato ainda maior com o ar.

Bordéus e Borgonha são as regiões francesas mais famosas na elaboração de tintos. São vinhos bem diferentes.

O corte bordalês é mais encorpado, com coloração mais densa e taninos marcantes. Na Borgonha são elaborados os não menos famosos Pinot Noir, vinhos de uma coloração muito pálida, pouco tânicos, mas com aromas e sabores únicos.

Teoricamente, cada um destes vinhos precisa ser tratado, na taça, de uma forma singular. Foi pensando nisto que, em 1958, um fabricante começou a desenvolver formatos específicos para cada tipo de casta vinificada. São diversas variações que envolvem volumetria, tamanho da boca, altura da haste e até pequenos detalhes como o formato da borda.

Será que um simples mortal, degustador de bons vinhos, será capaz de perceber estas “vantagens” de apreciar cada vinho em uma taça dedicada?

A taça Bordeaux, padrão, é usada para diversos outros vinhos: Brunello di Montalcino, Chianti, Riojanos (Tempranillo), Merlot, Syrah e Cabernet Franc, são alguns deles. A taça para Pinot é mais exclusiva, mas pode ser usada para qualquer vinho.

Para os vinhos brancos também existem taças para as castas mais tradicionais como Chardonnay e Riesling. E o que falar sobre espumantes? Pelo menos três formatos continuam disputando preferências até hoje: a coupe, a flute e a tulipa.

Para sair deste verdadeiro imbróglio, o melhor caminho é experimentar. E sejam mente aberta nesta hora.

Aqui vai uma boa sugestão para começar: pegue uma garrafa do seu vinho predileto e deguste-o em diferentes taças. Pode usar as de vinho branco, as de espumante e até mesmo o velho e manjado “copo americano”.

Encontrando diferenças significativas, já sabem como proceder. Se não mudou nada, que fique como está.

Se for o caso, contem para a gente.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Vivi Rose 2023 – Cave Nacional

Hoje apresentamos o Vivi Rosé, mais um vinho exclusivamente vinificado para a Cave Nacional. Feito tem parceria com André Larentis, enólogo da Vinhos Larentis, é a terceira edição, lançada em 2023. De coloração salmão límpido e brilhante. Apresenta intensas notas de frutas vermelhas silvestres, e finas notas florais com um toque mineral. No paladar possui bom volume, equilibrado, aveludado e refrescante.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS:

Imagem de abertura por macrovector no Freepik.

Taças – obtidas no site da Zalto

« Older posts

© 2025 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑