Categoria: Castas (Page 2 of 8)

Cortes pouco comuns

Considerados como os vinhos mais famosos, os Bordeaux, são elaborados dentro de rígidas regras. Em tese, só podem ser utilizadas 6 tipos de uvas viníferas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Carménère e Malbec. Cada uma é vinificada separadamente e misturada posteriormente. Esta operação é conhecida como “corte”, “blend” ou “assemblage”.

Na sua grande maioria, Cabernet Sauvignon e Merlot dominam as vinificações nos diversos produtores ao longo do rio Garrone. A primeira casta é a preferida pelos que estão na margem esquerda, enquanto a segunda, é a mais utilizada pelos Châteaux da margem direita. São vinhos clássicos e referências para quaisquer outros vinhateiros. O corte bordalês é sempre uma garantia de que há algo bom naquela garrafa.

Ao decidir por misturar diferentes vinificações para elaborar um vinho, o Enólogo busca melhorar a qualidade de seu produto. Se o vinho não está com a cor desejada, acrescenta-se um pouco de vinho de uma casta “tintureira”. Se os taninos não estão no padrão desejado, acrescenta-se um pouco de vinho de uma casta tânica. Esta é a ideia básica.

Existem outras misturas, digamos, mais complexas, como a do conhecido Châteauneuf-du-Pape, onde até 14 castas diferentes podem ser usadas, inclusive algumas brancas. Da mesma região, outra sigla tem fama e alcance mundial, o corte “GSM”, onde se misturam vinhos elaborados com Grenache, Syrah e Mourvèdre, uvas típicas da região do Rio Ródano.

Todos são considerados como “cortes clássicos” e esta fórmula é copiada por produtores de diversos países. Existem outros tipos de corte, pouco usuais, que produzem bons resultados.

Um deles é o que mistura diferentes safras, seja de uma mesma varietal ou de castas diferentes.

O Champagne, salvo indicação no rótulo, sempre é um corte de diversas safras. Cabe ao Enólogo decidir quais vinhos base vai usar para criar uma das bebidas mais conhecidas e apreciadas.

O Vinho do Porto, a grande joia do comércio de vinhos de Portugal, também é elaborado com diferentes safras, algumas bem antigas. O resultado é espetacular.

No Brasil, já provamos dois ótimos vinhos elaborados com esta técnica, o Inominable, da vinícola Villagio Grando, de Santa Catarina e o Pedro, da vinícola Zanella, do Rio Grande do Sul.

A característica comum a estes vinhos é que são comercializados sem a indicação da safra, ou “não safrados”. Para saber como foram elaborados, é preciso consultar o contrarrótulo ou a ficha técnica.

Um processo, muito antigo, que está voltando a ser empregado com muito sucesso, inclusive pelos produtores que preferem o caminho da “mínima intervenção”, é a “co-fermentação”. Ao contrário dos cortes tradicionais, onde cada uva é fermentada separadamente para, depois, ser misturada, esta outra forma de vinificar, opta por trabalhar todas as uvas, simultaneamente, em um mesmo tanque de fermentação.

Um dos grandes problemas deste tipo de elaboração está no ponto de maturação de cada casta. Se eles são parecidos, fica tudo mais fácil. Caso contrário, Enólogos e Agrônomos precisam conhecer profundamente os seus vinhedos para obterem o melhor resultado desta combinação de diferentes uvas. O resultado não permite correções posteriores.

Para finalizar este tema de cortes diferentes, não podemos deixar de mencionar os “field blends”, comuns em Portugal, Douro, e em alguns outros países: os vinhedos são compostos por diferentes espécies, que são colhidas e vinificadas juntas. Muito semelhante à técnica de co-fermentação, exige profundo conhecimento dos vinhateiros para que o produto, ao final, seja excelente.

Parece que descobrimos um dos segredinhos dos ótimos vinhos portugueses. Será?

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto de Evie Fjord na Unsplash

Vinhas velhas

Vinhateiros nunca tiveram vida fácil: a concorrência é enorme, a variedade de uvas se aproxima de números astronômicos e a cada dia novas técnicas de vinificação são usadas. Isto sem falar na reedição de processos ancestrais, como as talhas, ânforas, kvevris e assemelhados. Tudo para deixar os consumidores sempre ligados nas próximas novidades.

Tradicionalmente, os vinhos eram elaborados a partir de uma mistura de diferentes uvas, um corte ou blend, como são classificados hoje. Coube, basicamente, aos produtores do Novo Mundo, insistirem nos vinhos varietais ou monocastas, o que nem sempre é uma verdade absoluta: dependendo da legislação local, um pequeno percentual de uma outra vinificação pode ser adicionado, sem ser declarado no rótulo.

Seguindo nesta linha, uma das recentes inovações foram os vinhos de vinhedos únicos ou de parcela única. São vinhos obtidos com uma matéria prima especial, ou diferenciada, a critério de seus produtores.

Não é nenhum mistério que, dentro de uma mesma área plantada, algumas regiões produzem frutos melhores do que outras. Há algumas explicações para este aparente fenômeno: os solos não são exatamente homogêneos; a insolação pode variar bastante dependendo da orientação do vinhedo; as mudas plantadas não são 100% iguais (diferentes clones), etc.

Outra situação que acentua estas diferenças, acontece quando há parreiras de diferentes idades num mesmo vinhedo. Existem, também, em diferentes países, vinhedos muito antigos. Em geral, esquecidos ou abandonados. Mas, em determinado momento, são recuperados mostrando uma qualidade, até então, insuspeita.

Um ditado popular diz que a idade é sinônimo de sabedoria. Se transplantarmos esta ideia para as velhas parreiras que existem ao redor do mundo, seriam elas as que produziriam os mais nobres vinhos. Para muitos produtores, isto tornou uma verdade que podemos identificar nos rótulos de alguns de seus vinhos, onde está escrito: Vinha Velhas, Old Vines, Vielle Vignes, Alte Reben, Antico Vitigno ou Viñas Viejas, entre outras opções. São vinhos especiais.

O paralelo com a vida de uma pessoa pode explicar um pouco mais. Assim como nós, quando jovens, as videiras são muito produtivas, gerando muitos cachos e frutos. Mas a qualidade nem sempre é a desejada. Quem cuida de vinhedos usa técnicas específicas para obter a o melhor resultado de uma videira nova. Já uma velha parreira, desde que tenha sido bem tratada, produz poucos cachos que nos dão frutos próximos da perfeição. Tudo que sonha um bom enólogo,

Não há um consenso sobre quando um vinhedo ou parte dele pode ser classificado como velho. Alguns produtores adotam 10 anos, outros preferem 25 anos e poucos trabalham com 50 anos ou mais.

E há quem preferira erradicar estes vinhedos de baixa produção, substituindo-os por videiras mais produtivas.

Este é um primeiro alerta: não existe mágica. Um verdadeiro “Old Vines” custa caro simplesmente porque as vinhas velhas ainda existem e produzem, pouco. Isto tem um preço.

Parreiras “velhas” é um bom sinal, mas não é determinante na produção de um vinho fora do comum. Há muitos outros fatores envolvidos que começam com o tipo da casta, passam pelas regiões onde estão plantadas e terminam nas cantinas e nos métodos de elaboração. Um bom exemplo é a casta País (Chile), muito comum nas Américas, onde recebe diferentes denominações como Criolla (Argentina) ou Mission (EUA). Podem ainda estar plantadas em pé franco, sem enxertos, o que é considerado uma raridade. Até poucos anos atrás ela estava esquecida. Agora, produz alguns rótulos muito interessantes.

O Chile é um campeão neste quesito. Os Andes protegeram seus vinhedos da Filoxera, uma terrível praga, que dizimou vinhedos em todo o mundo. Outro país que teve uma região muito protegida foi Portugal e os vinhedos de Colares, plantados em areia.

Outras castas que produzem excelentes Vinhas Velhas são a Cabernet Sauvignon, uma das uvas mais plantadas, Merlot, Pinot Noir, Malbec, Carignan e Zinfandel entre as tintas; Chenin Blanc (África do Sul) e Semillon (Argentina) são as brancas mais comuns em vinhedos antigos.

Quem já provou um bom vinho destes descobriu sabores intensos e marcantes com ótima permanência. São diferentes dos vinhos jovens e fáceis de degustar: não é para qualquer paladar! Há que ter alguma sabedoria para escolher, deixar maturar no ponto certo e apreciar.

Os “velhos” sabem como fazê-lo …

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto de Tucker Monticelli na Unsplash

Fugindo da mesmice

Estamos vivendo tempos estranhos, mesmo desde antes da pandemia. Há uma grande radicalização que abrange todas as facetas da sociedade moderna. São muitos os exemplos, algo como “ou você é isto ou é aquilo”. Ninguém se lembra mais do purgatório, agora, é céu ou inferno e ponto.

Tudo e todos recebem rótulos que, em tese, refletem nossas opiniões individuais, baseados na mais conhecida das pseudociências, a “Achologia”, amplamente difundida nas denominadas “redes sociais”.

Neste mundo “fake” onde só existe o preto e o branco, a esquerda e a direita etc., repleto de gente que consegue seus 15 minutos de fama, preconizados por Warhol lá em 1968, ninguém se lembra mais do “inconformismo”, uma atitude que explica o comportamento de determinados indivíduos ou grupos que estão cansados do “status quo”, da mesmice, simplesmente.

Exemplos não faltam, sejam nas artes plásticas, na música, na filosofia, na culinária e em muitas outras coisas. Dois eventos marcaram a memória de muitos: o movimento hippie e o festival de Woodstock. Foram taxados de tudo, podem escolher os mais pesados adjetivos. Poucos se deram conta do real motivo: a necessidade de efetuar algumas mudanças ou, para ser mais realista, permitir que elas acontecessem…

“Let the sun shine”, deixe o sol brilhar era o mote na Califórnia. “Lucy in the Sky with Diamonds”, cantariam os Beatles, no que os críticos afirmavam ser uma apologia a um alucinógeno.

Não importa. Os inconformistas continuam no nosso meio e devemos a eles uma grande quantidade de novidades que, atualmente, já estão entranhadas no nosso tecido social.

E se vocês acham que não conhecem nenhum tipo como este, permitam me apresentar: eu sou um deles, no mundo dos vinhos.

Por que beber Cabernet se posso provar um Mencia. Que tal trocar Chardonnay e Sauvignon Blanc por Verdejo ou Arinto?

Ah! Vocês não conhecem ou nunca ouviram falar de outras uvas que não as “nobres” …

Seguem as opções: vinhos rosé, laranja, naturais/orgânicos, frisantes, Pet-Nat, enfim, poderíamos listar mais sugestões.

A verdade é que somos inclementemente bombardeados por campanhas publicitárias que nos deixam cheios de dúvidas sobre o que degustar. Se colocarmos na ponta do lápis, todos são “os melhores”.

Meu pai adorava contar uma anedota, baseada em fatos, sobre um velho pelicano que seguia com seu dever de alimentar os filhotes: na falta de um bom alimento, arrancava parte de suas entranhas e lhes dava o que comer (sei vero). Um dia, já sem forças para voar e com pouquíssimas chances de encontrar algo melhor, repete o trágico ritual. Uma vozinha do ninho se manifesta: “tripa todo dia também não!”

A ideia de escrever este texto veio de um pequeno comentário no último almoço de uma das confrarias a que pertenço. O restaurante era calcado em coisas do mar e as minhas opções de vinho estavam um pouco fora deste contexto. Lembrei de uma garrafa que havia comprado numa inesperada oferta de uma das melhores lojas deste ramo.

Era um Vermentino elaborado por Michel Chapoutier. Uma casta italiana nas mãos de produtor francês. As garrafas estavam meio escondidas, num canto da loja e só as descobri quando resolvi passear pelas prateleiras em busca de vinhos fora do lugar comum. Quando perguntei o preço fiquei surpreso, era ridículo. Levei as garrafas que estavam no estoque.

No nosso almoço, todos elogiaram o vinho. A safra era 2015 e a tampa de rosca. Estava ótimo, aos 7 anos de idade, que para um branco é uma eternidade.

Honestamente, algum leitor arriscaria uma compra semelhante?

Esta é a vantagem de ser um “inconformista”. Somei a reputação da loja, muitas vezes considerada como a melhor do país, o talento do vinhateiro, o inusitado de encontrar um Vermentino francês e um preço “imperdível”.

Como esta, tenho em minha adega outras garrafas fora do que se conhece como “main stream”. Cada uma é a certeza de que terei uma ótima experiência para dividir com os amigos.

Que tal saírem da mesmice?

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto de abertura por Tormius para Unsplash

Uma casta , um vinho – Baga

Existem as uvas nobres, as icônicas, as emblemáticas e as complicadas: a Baga é uma delas!

Faz parte de um especialíssimo grupo ao qual se juntam a Nebbiolo e a Pinot Noir, considerada como a mais difícil uva para ser cultivada e vinificada. A Baga não fica muito atrás não…

Sua origem mais provável é a região do Dão, Portugal, de onde se espalhou para a vizinha Bairrada, seu local de excelência. Vinhedos menores podem ser encontrados em outras regiões portugueses e até mesmo na vizinha Espanha. Dados de um censo realizado em 2016 estimam uma área plantada de 6.800 hectares.

Como de costume nas terras lusitanas, a Baga tem uma grande variedade de denominações regionais, algumas bem curiosas como “Paga Dívida”. Sua relação com os produtores é de amor e ódio, simultaneamente. Se bem tratada, pode produzir vinhos maravilhosos e longevos ou, se maltratada, não produz nada que preste. Totalmente temperamental!

Seu principal problema é o lento amadurecimento. Na maioria das vezes, o momento de ser colhida coincide com a estação chuvosa, aumentado a possibilidade de apodrecimento (botrytis) e perda dos cachos.

A Baga, bem cultivada e vinificada, entrega bons tintos, encorpados, alcoólicos e tânicos. Apresentam aromas de ameixas, ervas, azeitonas, cassis e tabaco. Não são vinhos para serem consumidos jovens, há que dar tempo ao tempo: 15 ou 20 anos de guarda…

Espumantes e rosados são dois outros vinhos que podem ser elaborados com esta casta. Ambos têm ótima reputação no mercado português. Geralmente os frutos serão colhidos um pouco mais cedo, garantido uma boa acidez e perlage consistente.

Luís Pato (Bairrada) é considerado como o grande “domador” desta instável casta e uma referência entre os grandes produtores portugueses. Um dos seus vinhedos, a Quinta do Ribeirinho, foi plantada em pé franco, num solo arenoso, conseguindo reproduzir as condições pré-filoxera. Foram mais de 20 anos de espera até a primeira colheita em 1995. Para os especialistas, este é o melhor tinto do país.

Outros produtores que elaboram deliciosos vinhos com esta uva são: Campolargo, Casa de Saima, Caves São João, Adega Cooperativa de Cantanhede, Dulcinea dos Santos Ferreira e Kompassus.

Uma curiosidade: A Baga é a principal casta no corte elaborado para a produção do famoso Mateus Rosé, junto com a Rufete, Tinta Barroca e Touriga Franca.

Para representar esta casta, selecionamos um vinho da Bairrada e de seu mais famoso produtor, Luís Pato:

Vinha Pan 2013

Um vinho português clássico, de vinhedo único e minúscula produção. Elaborado utilizando rendimentos muito baixos. Um vinho refinado e potente, apresentando um bouquet muito complexo e deliciosa textura do palato. Maturado em barricas de Carvalho, pode ser guardado por mais de 15 anos. Nesta safra recebeu 90 pontos de Robert Parker e 16,5/20 de Jancis Robinson.

Harmoniza com pato e com carnes vermelhas.

Saúde e bons vinhos!

Macabeo, Xarel-lo, Parellada

Estas três uvas brancas fazem um “blend” notável, digno de figurar em qualquer enciclopédia sobre vinhos no capítulo dos espumantes. Para quem aprecia, este particular tipo de vinho, o Cava, produzido originalmente na região de Penedés, Catalunha, rivaliza em qualidade com o Prosecco e com o Champagne, inclusive.

Deve ser elaborado pelo método tradicional, ou Champenoise, unicamente dentro das regiões de origem controlada, D.O, específicas, seguindo rígidas normas de produção. São 4 formas de classificação ou categorias:

Cava – mínimo de 9 meses de maturação;

Cava Reserva – mínimo de 18 meses de maturação;

Cava Gran Reserva – mínimo de 30 meses de maturação;

Cava de Paraje Calificado – são vinhos produzidos em locais considerados de excelência. Mínimo de 36 meses de maturação.

Dentro de cada uma destas classificações, podem ser comercializados 7 tipos diferentes, conforme o teor de açúcar residual: Brut Nature, Extra Brut, Brut, Extra Seco, Seco, Semi Seco e Dulce.

Segundo as normas espanholas, além das castas citadas, podem ser usadas estas outras: Chardonnay, Subirat Parent, e as tintas Garnacha, Trepat, Monastrell e Pinot Noir. Além das versões em branco, existe um delicioso Cava Rosé.

Um vinho muito versátil que é capaz de harmonizar com um infinidade de alimentos. Combina magistralmente com a culinária típica de alguns países, como Peru, México e Japão, além dos vizinhos do Mediterrâneo.

As marcas Codorníu e Freixenet  talvez sejam as mais conhecidas. Enfrentam uma dura concorrência com vinhateiros tradicionais e de alta qualidade como Juvé y Camps, Gramona, Guliera, Pere Ventura, Segura Viudas, entre outros. São quase 3.000 produtores!

O nosso destaque vai para esta curiosa garrafa da vinícola Agustí Torelló Mata:

Este Cava, Kripta, é considerado como o melhor da Espanha. Foi elaborado pela 1ª vez em 1978, com o tradicional corte das uvas Macabeo, Xarel-lo e Parellada, cada uma vinda de vinhedos antigos e únicos. Matura por 7 longos anos.

É um Brut Nature orgânico e sua produção está limitada a 15 mil unidades. No seu país de origem pode ser encontrado em lojas especializadas por cerca de 70 euros (R$ 350,00 aprox.) o que não é nenhum absurdo.

A garrafa em forma de ânfora é uma homenagem à Roma antiga. O rótulo, um design de Rafael Bartolozzi, evoca o mar Mediterrâneo, a vinha e a oliveira, como se fossem uma trilogia.

Desde o seu primeiro prêmio em 1984, ganha novos lauréis a cada safra.

Saúde e bons vinhos!

« Older posts Newer posts »

© 2024 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑