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WOW inaugura dia 31/07/2020

WOW ou World of Wine (Mundo do Vinho) é um espetacular empreendimento ligado ao enoturismo, localizado em Vila Nova de Gaia.

Pertence ao grupo Fladgate, que detém as marcas Taylor’s, Fonseca, Croft e Krohn, além de hotéis, como o famoso Yeatman, e museus.

Foram investidos 105 milhões de Euros para converter antigas caves de vinho do Porto neste espaço que vai abrigar múltiplas coisas. Foram 5 anos entre planejamento e obras.

A proposta prevê 6 Experiências, 9 Restaurantes ou Cafés, lojas e 15 Espaços de Convivência que podem ser usados para múltiplos eventos.

Para os amantes do vinho, a principal atração é a The Wine Experience, dedicada quer a simpatizantes amadores como a enólogos experientes. Pretende desmistificar o vinho.

Um abrangente programa que começa no vinhedo e termina na taça. Serão mostradas as diferentes castas e regiões produtoras, além de um Desafio dos Sentidos, onde será possível testar nossa percepção olfativa.

Outras experiências são dedicadas ao mundo das rolhas (Portugal é o maior produtor), um passeio histórico pela cidade que dá nome ao mais famoso vinho português e uma só dedicada ao chocolate, a “The Chocolate Story”, onde todos poderão acompanhar a fabricação desta delícia. Outra que promete ser espetacular é a “The Bridge Collection – 9000 anos de história contada através dos copos”. A coleção pertence a Adrian Bridge, CEO da Fladgate Partnership. A principal peça é japonesa, com idade estimada entre 8 e 9 mil anos!

Na parte gastronômica há de tudo: refeições rápidas no Lemmon Plaza; comida vegetariana no Root & Vine; cafés e chocolates no Suspiro e no Vinte Vinte; um completo bar de vinhos, o Angel´s Share; um restaurante só de frutos do mar, o The Golden Catch; além do VP, de gastronomia portuguesa, o 1828, um tradicional restaurante com espetacular vista e o Mira Mira dedicado a alta gastronomia.

Para o próximo ano letivo há a previsão de uma Escola de Vinhos, com diversos níveis de aprendizado, salas de prova e cozinha. Show!

Agora só nos resta esperar que o “novo normal” nos permita visitar esta maravilha. Há muito o que ver e aprender.

Saúde e bons vinhos!

Fotos obtidas nos sites da Fladgate Partnership e do WOW.

Ávidos e apaixonados

Uma das melhores coisas da vida é estar apaixonado. É um potente sentimento que nos estimula a fazer as coisas mais inesperadas para alcançarmos os nossos objetivos, sejam eles pessoas ou projetos de vida.

Apreciadores de vinhos são eternos apaixonados, sempre em busca do seu “Santo Graal” que vai torná-lo o mais realizado dos homens. Poder ser aquela garrafa mítica ou, por que não, produzir o seu próprio vinho, uma realização máxima.

Transformar sonho em realidade foi o que levou dois amigos a adquirir terras em Portugal, na região do Alto Douro. Compraram a Quinta do Sardoal e a Quinta das Salgueiras, com uvas já plantadas e em franca produção.

Assim surgiu a Ávidos Douro, com o propósito de produzir excelentes vinhos, que foram apresentados num evento, exclusivo, nesta semana.

Há um enorme caminho a ser percorrido entre ser produtor de uvas e ser um vinhateiro de sucesso. Decisões importantes devem ser tomadas, que envolvem desde o tipo de castas que serão aproveitadas até o estilo de vinho que vai marcar e acompanhar os produtos desta nova casa.

Era preciso buscar inspiração, que veio na forma de uma bonita lenda:

“Nos primórdios da Lusitânia, uma jovem donzela se perdeu de amores por um alto oficial do Império Romano. Não aceitando o romance, a família retirou-a da Lusitânia, levando-a para além do Rio Douro. Ali, na margem direita, no Douro Superior, passou a viver entre os vinhedos, por onde errava, dia e noite, mergulhada em lágrimas por seu apaixonado.

As lágrimas da donzela, repletas de desejo e paixão, impregnaram o solo xistoso dos vinhedos, criando um terroir único para a produção de vinhos que facilitam o entendimento entre as pessoas e despertam o amor”.

Não tinham mais dúvidas, as paixões se completavam e inspirava o nome do vinho que seria o carro chefe da vinícola: Apaixonado.

Para abrir os trabalhos, degustamos o Apaixonado Rosé 2018, elaborado com 100% Touriga Nacional.

Apresenta uma bela coloração rosa mais pálida. Agradáveis aromas de frutas tropicais e vermelhas, com notas florais. No palato, sobressaiam morango, framboesa e groselha. Boa permanência e refrescante acidez.

Talvez pelo dia ter sido muito quente no Rio de Janeiro, foi um dos vinhos mais agradáveis da noite.

O segundo vinho servido foi o Apaixonado Reserva Tinto 2016.

Um equilibrado corte das castas Tinta Amarela (Trincadeira), Tinta Roriz, Touriga Nacional, Touriga Franca. Estagia por 16 meses em barricas de carvalho, francês, de 2º uso.

Com um estilo francamente internacional, tem um enorme potencial de guarda. Mesmo no quarto ano de vida, ainda estava “jovem” para o consumo.

Surpreendeu!

Bem encorpado, estruturado, já demonstrando estas qualidades na sua cor rubi profunda. No nariz, frutas negras maduras, notas herbais, florais e de baunilha. Na boca era muito elegante, taninos bem equilibrados e fácil de beber. Ainda tem muito a oferecer, podendo ser adegado por mais 5 ou 6 anos.

O próximo rótulo degustado foi o Ávidos 2014, vinho top da empresa.

Somente elaborado em safras consideradas como excepcionais, é um corte de oito castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz (Aragonez), Tinta Amarela (Trincadeira), Tinta Barroca, Tinta Francisca, Tinto Cão e Sousão.

Estagia por 18 meses em barricas de carvalho, francês, de 1º uso.

A primeira coisa que chamou nossa atenção foi a utilização da casta Sousão, neste vinho. Uva típica da região do Minho, onde é conhecida por Vinhão, foi trazida para o Douro em 1790 para substituir o uso de bagas de sabugueiro para dar cor mais escura aos vinhos do Porto, prática que foi condenada.

Blends multicastas são complexos e difíceis de serem elaborados. Neste vinho está perfeito. A Sousão foi usada para equilibrar a acidez.

A coloração rubi indicava as qualidades que vinham em seguida: aromas de frutos silvestres maduros com as esperadas notas decorrentes do estágio em madeira.

Tudo muito sutil, suave, introduzindo um palato de taninos domados e macios, com bom volume e acidez remetendo a uma agradável refrescância.

Excelente!

Ao final do evento foi oferecido mais um vinho, fora do programa original, o Amávio.

Um corte de uvas típicas da região, sem passagem por madeira, bem frutado, próprio para ser consumido jovem. Um vinho para o dia a dia.

Existem mais dois vinhos no line up da Ávidos, que provamos em outra oportunidade:

– Apaixonado Branco Reserva 2018

Delicioso corte de Viosinho, Gouveio, Rabigato, Códega do Larinho e Malvasia Fina. Esta vinificação foi de produção muito limitada. Por esta razão, este vinho não será trazido para o nosso país. Por enquanto…

– Anônimo 2014

Um corte de Touriga Naciona e Touriga Franca, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho, francês, de 1º uso.

Talvez o mais clássico dos cortes Durienses. Estas duas castas são a assinatura desta região. Típico estilo português, num vinho sério e harmonioso. Bem frutado, com notas, no nariz e em boca, de frutas negras e maduras. Taninos bem marcados, indicando que pode ser guardado por mais alguns anos.

Promete!

Para adquirir estas delícias, entre em contato com Maurício Kaufman:

e-mail: mauriciokaufman@gmail.com
cel: 55 21 99956-1912

Para contato com os produtores, use:

e-mail: contato@avidosdouro.com

site: http://www.avidosdouro.com/

Saúde e bons vinhos, como estes!

II Encontro com Vinhateiros no Cru Natural Wine Bar

Este animado Wine Bar carioca repetiu o sucesso do ano anterior (leia aqui), trazendo dez produtores, um deles chileno.

O tópico Vinhos Naturais está entre os 10 mais comentados nas conversas entre enófilos, de qualquer geração, seja nas redes sociais ou nos encontros de diferentes confrarias.

Não vamos entrar na discussão se são iguais, melhores ou piores que outros vinhos. Certamente são diferentes.

Há muito o que descobrir e muito mais, ainda, elogiar o enorme esforço que estes pequenos e abnegados produtores estão fazendo em busca de um vinho que se aproxime daqueles produzidos antes da industrialização, seja no cultivo das uvas, nos métodos de vinificação e até na forma de envelhecimento: não usam conservantes. A maioria deles são elaborados tendo em vista um consumo mais imediato. Devem ser degustados ainda jovens.

Vinificados em pequenos lotes, usam castas que nem sempre aparecem no leque de produtos das grandes vinícolas, inclusive castas híbridas, trilhando um caminho desconhecido e repleto de armadilhas. Mas é desta forma que aprendem os segredos para produzir um vinho que prefiro denominar como “raiz”.

O primeiro destaque vai para os diversos ‘Pét-Nat’ ou pétillant naturel, espumantes produzidos com uma única fermentação, já dentro da garrafa onde serão comercializados. Este é o processo conhecido como método ancestral.

Na foto acima, a mesa da Cantina Mincarone. Reparem nas garrafas fechadas com chapinha, são os Pét-Nat. Estes eram muito refrescantes e saborosos.

Os vinhos tranquilos, normalmente, são de corpo leve a médio, pouca opacidade e teores alcoólicos na casa dos 12% ou menos. São vinhos de muita personalidade e com registros olfativos e gustativos bem peculiares.

Vanessa Medin, Vinhateira e Sommelière, nos deu uma super aula sobre seus métodos de produção. Não deixou pergunta sem resposta. Obrigado!

Além do bom Pét-Nat, seus vinhos tranquilos se destacam facilmente. Vejam o cuidado de sua cantina em Bento Gonçalves.

Uma casta híbrida que quase todos os expositores estão trabalhando é a Lorena, criada pela Embrapa Uva e Vinho em 2001, a partir do cruzamento de Malvasia branca e Seyval. Os espumantes e vinhos apresentados foram muito apreciados pelo público feminino.

Como a oferta, em cada mesa, era enorme, não foi possível avaliar todos os produtores. Dentre os que provamos, destaco mais estes:

Flávio Penzo

Eduardo Zenker e Gabriela Schafer (Arte da Vinha), localizado em Garibaldi e a Vinícola Weingärtner de Pelotas RS, que elabora um interessante Riesling, uma uva incomum nas nossas terras.

Eis a relação de todos os expositores:

Marina Santos (Vinha Unna): https://www.vinhaunna.com.br/

Eduardo Zenker e Gabriela Schafer (Arte da Vinha): http://www.eduardozenker.com.br/arte-da-vinha/

Flavio Penzo (Penzo): https://www.instagram.com/flavioluizpenzo/

Eduardo Mendonça Vinhos Artesanais

Marimônio Weingartner: http://vinicolaweingartner.blogspot.com/

Vanessa Medin: https://www.facebook.com/Vanessa-Kohlrausch-Medin-1767599306667996/

Acir Boroto (Famiglia Boroto): https://www.instagram.com/famiglia.boroto/

Ana Mincarone (Cantina Mincarone):  https://www.instagram.com/cantina_mincarone/?hl=pt-br

Sara e Vivian (Casa Viccas): https://casaviccas.com.br/

Ignácio Pino – Chile

Mais algumas fotos:

Saúde e bons vinhos!

Chardonnays brasileiros

Participamos de uma ótima degustação de sete Chardonnays brasileiros, na Cave Nacional, conduzida por seu proprietário, Marcelo Rebouças.

Uma seleção de rótulos muito interessante e organização impecável, elevaram o status deste evento. Este restobar é especializado em vinhos nacionais com foco em pequenos e médios produtores de alta qualidade.

Para abrir os trabalhos foi servido o espumante Cave Geisse Blanc des Blancs Brut, 2015, elaborado com 100% de Chardonnay.

Correto, como sempre, mostra a razão por ser considerado como um dos melhores espumantes do Brasil.

O primeiro vinho tranquilo foi o Pizzato Reserva Chardonnay 2018.

Único vinho desta degustação que não passa por madeira. Bem fresco, boa acidez, notas cítricas que agradam o paladar. Boa escolha para frutos do mar.

O terceiro vinho veio da vinícola Torcello, safra 2019 (a foto é de outra safra).

Envelhecido por 4 meses em barricas de carvalho americano, apresenta um registro aromático e gustativo completamente atípico. Uma grande aposta de seu produtor, que vai na direção oposta dos demais, que preferem o carvalho francês.

Um vinho muito perfumado trazendo notas de frutas brancas como pêssego e abacaxi.

Diferente.

O Casa Marques Pereira, Segredos da Adega, Gran Reserva, Chardonnay 2015 foi outra boa surpresa, em que pese seu enorme nome.

Premiado como o melhor de 2018 pela Grande Prova de Vinhos do Brasil, mostrou-se um vinho muito versátil, bem equilibrado, com corpo médio a intenso e ótima acidez. Boa escolha.

O 5º vinho servido, Monte Agudo Chardonnay 2014, da região de São Joaquim, foi o único representante dos excelentes vinhos da Serra Catarinense e também o mais antigo, entre os degustados neste evento.

Envelhecido por 10 meses em carvalho francês, apresenta um ótimo equilíbrio entre corpo, acidez e teor alcoólico. Fácil perceber as diferenças de terroir entre este vinho e seus congêneres do Rio Grande do Sul. Muito elegante.

O próximo rótulo é produto de uma vinícola que está sendo muito comentada e seus vinhos tem se destacado facilmente. O Almaúnica Parte 2 Chardonnay, 2018, foi outra surpresa.

Com 12 meses em barrica francesa, mostrou-se muito aromático, o que não é uma característica desta casta. Na prova, remeteu facilmente aos amanteigados Meursault ou os chardonnays californianos que passaram por malolática e madeira. Um dos melhores deste evento.

O último vinho foi o Viapiana Chardonnay 2015, um dos brancos brasileiros que mais se destacaram em concursos internacionais, recebendo duas medalhas de prata.

Na nossa avaliação foi o melhor da noite. Muito bem elaborado, com 14 meses em barricas de carvalho francês. Novamente, um vinho que remete aos sabores láticos, como o anterior. Perceptíveis notas de frutos secos e maçã.

Não fica devendo nada a nenhum vinho estrangeiro, de mesma categoria.

Como sempre acontece em eventos com este, num ambiente descontraído e muito animado, com poucos participantes e todos comentando os vinhos, ao final, Marcelo nos brindou abrindo mais uma garrafa: Plume Chardonnay, 2017, da vinícola Pericó, de São Joaquim, SC.

Um ótimo vinho que encerrou a noite em alto nível. Típico Chardonnay, com as tradicionais notas de abacaxi e maçã. Fermentado em barricas de carvalho.

A Cave Nacional é visita obrigatória para qualquer amante de vinhos. Tem um cardápio enxuto e delicioso para os que desejam fazer suas próprias harmonizações. Os vinhos degustados podem ser encontrados em sua loja.

Saúde e bons vinhos!

Qual o melhor vinho de sua vida?

A imagem que ilustra este texto (*) é a do famoso Château Mouton Rothschild, localizado na região de Pauillac, Medoc.

Considerado como um dos melhores vinhedos da França, seu bom nome foi, em grande parte, obra de um dos seus donos, Philippe, Baron de Rothschild, uma personalidade cheia de nuances interessantes além de ser um afamado frasista.

Sua resposta para a pergunta que titula esta coluna é simplesmente deliciosa. Todos imaginariam que com sua enorme fortuna e elegante estilo de vida, indicaria algum de seus próprios vinhos ou, então, qualquer dos mais icônicos e caros rótulos do mundo.

Nada disto. Eis sua resposta:

“Recordo que quando era muito jovem, convidei uma bela dama para irmos à praia. No caminho, compramos uma garrafa que não custou mais de cinco francos. Este foi o melhor vinho de minha vida”.

Uma colocação importante que chama a atenção para dois pontos: a simplicidade (do vinho) e a qualidade da companhia com quem vamos desfrutar os bons momentos.

Ao longo da vida de um enófilo sério, o simples gostar de vinhos passa a ser uma arte. O gosto fica mais requintado, as garrafas se tornam, obviamente, mais caras, os acessórios como saca-rolhas, taças, decantadores passam a ser ‘de marca’ e mais outras bobagens que tem, por objetivo, marcar terreno.

A adega torna-se um elemento importante da casa e nela estão guardados os mais preciosos tesouros.

Criam-se regras, não escritas, para abrir cada uma destas preciosidades, a tal ponto que na hora “H” as chances de tudo dar errado se tornam enormes.

Reparem na simplicidade do Barão: um vinho de 5 francos; mas uma bela dama ao seu lado.

Quanta sabedoria e que personalidade forte deste cavalheiro, muito seguro de si mesmo. No fundo, tudo o que ele planejou era cortejar sua dama, sem interferências, nem mesmo a do vinho.

Um momento perfeito!

Na última reunião da Diretoria (uma confraria), o confrade Sr. G, levou em belo vinho italiano, da Toscana, o Casalferro 2004. Lembrou que esta mesma garrafa já havia participado de outras reuniões e nunca fora aberta. Aos 15 anos, estava na hora de sacar a rolha e desfrutarmos de seu excelente conteúdo.

Ao fazer o exame da coloração, na taça, já se percebiam as bordas alaranjadas, primeiro sintoma que anuncia o fim de vida de um vinho.

Fomos degustando e beliscando petiscos árabes. A conversa fluía fácil sobre diversos assuntos e quando nos demos conta, o vinho estava com sinais de oxidação precoce. Morria em nossas taças…

Foi seu último suspiro para nossa alegria.

Entrou para o meu Top Ten.

Caro leitor, a bola está no seu campo.

Qual foi a sua melhor experiência vínica?

Saúde e bons vinhos!

(*) https://www.chateau-mouton-rothschild.com/

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