Categoria: O mundo dos vinhos (Page 13 of 72)

Uma casta, um vinho, cinco estilos

Dizia uma antiga professora:

“Quem acertar a resposta ganha um doce da Colombo”!

A casta, em questão, é a uva Palomino e o vinho, o Jerez, um dos grandes produtos da Espanha, adorado e reverenciado em todo o mundo.

Um vinho fortificado, ou seja, em algum momento de sua elaboração, aguardente vínica é acrescentada ao mosto até que a graduação alcoólica, desejada, seja atingida.

Além da Palomino, que produz os vinhos secos, outras duas uvas são utilizadas, a Moscatel e a Pedro Ximenes, para o estilo adocicado.

A ilustração mostra a Palomino, também conhecida como Bianco, no Piemonte, Fransdruif, na África do Sul, Golden Chasselas, na Califórnia, Listan, na França e algumas outras denominações, mundo afora. Embora seja originária da Andaluzia, foi plantada em diversos países.

Mas na Espanha, em Sanlúcar de Barrameda, brilha, a tal ponto, que é mais conhecida como “uva Jerez”, uma identidade que explica tudo.

O grande enigma por trás desta casta e o seu magnifico vinho está na maneira como é elaborado, até os dias atuais. Alguns registros diligentemente guardados em algumas bodegas, demonstram que desde o final do século XVIII, vinhos brancos espanhóis já eram exportados para a Inglaterra. Para que aguentassem a viagem, um processo, idêntico ao que era feito em Portugal, foi adotado: acrescentava-se aguardente.

Nascia o Jerez, Xeréz, Sherry ou Sack, como preferia Shakespeare.

O processo de elaboração é atípico. Após a primeira fermentação, aguarda-se a formação de uma “flor”, uma espécie de véu que vai cobrir todo o mosto em repouso, na barrica parcialmente cheia.

O bodegueiro faz uma prova que vai decidir o destino do vinho: pode acrescentar aguardente, buscando um mínimo de teor alcoólico de 15% e máximo em torno de 17%. Deve decidir, também, sobre o tipo de envelhecimento ou amadurecimento, que pode ser biológico (a flor continua) ou um processo oxidativo (sem a flor).

Interessante notar que são decisões extremamente pessoais. Cada produtor tem suas razões para escolher que rumos seguir. Uma das preocupações atuais, de diversas empresas, é treinar novos “provadores” para continuar a tradição. As novas gerações, aparentemente, não estão interessadas neste assunto.

Aqui estão explicados, de modo suscinto, os cinco tipos:

Fino – 15% álcool. Maturação biológica (flor) e dois anos, no mínimo, em madeira;

Manzanilla – idêntico ao Fino, mas só pode ser elaborado na região de Sanlúcar de Barrameda (D.O.). As notas aromáticas são características;

Amontillado – começa sua vida como um fino e a flor se encarrega de sua maturação até um período, quando, por decisão do produtor, a graduação alcoólica é elevada para 17%, matando o véu de leveduras. Segue-se um processo oxidativo. É um dos preferidos para harmonizar com comida. Existem algumas variações deste tipo, como o Manzanilla Amontillada ou o Amontillado del Puerto;

Oloroso – quando o mosto já demonstra qualidades acima da média, é encabeçado com aguardente até 17% ou um pouco mais, e passa por maturação oxidativa. As barricas são marcadas, primeiro com um traço (ver foto de abertura) e, se a maturação toma o rumo previsto, recebe a letra “o”, sobre ele. Um grande vinho. As barricas usadas são disputadíssimas pelos produtores de Whisky;

Palo Cortado – para muitos, o grande Jerez. Dizem que não pode ser elaborado, simplesmente, acontece. Sua origem é, até hoje, um intrigante mistério. Segundos as regulamentações, ele deve ter as notas aromáticas de um Amontillado e, no palato, ser confundido com um Oloroso.

A explicação mais aceita é que a flor, que ocorre após a primeira fermentação, desaparece de maneira natural, por conta de fatores não compreendidos. A barrica, antes marcada com um traço inclinado (palo) é cortada por outro risco, na perpendicular.

Novamente, a decisão sobre se este vinho é ou não uma raridade é 100% do vinhateiro. São elaboradas, anualmente, cerca de 100.000 garrafas. Os demais tipos chegam a 60 milhões de envases.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Fotos obtidas nos seguintes sites:

Bodegas Lustau

Wein plus

Wine Scholar Guild

Confrarias valem a pena?

Pertencer a uma confraria ou mesmo organizá-la é quase uma certeza na vida de um Enófilo de boa cepa. Nada melhor que degustar um belo rótulo na companhia de bons amigos, em ambiente agradável e com alguns petiscos para harmonizar.

Uma confraria é tudo isto e muito mais, basta ter um pouco de imaginação e uma atitude positiva para, com a força de um grupo, descobrir novos e interessantes caminhos.

Organizar uma confraria é muito simples, basta reunir um grupo, escolher o local e as garrafas e deixar acontecer. Difícil é mantê-la viva, criando desafios a cada encontro, de tal forma que todos fiquem na expectativa do como será o próximo.

Alguns truques são quase óbvios, por exemplo, fazer eventos temáticos abrangendo vinhos e alimentos. Outro caminho é convidar algum especialista para dar uma aulinha sobre o que vão provar. Pode ser um Sommelier conhecido, o simpático vendedor da loja onde compram ou o professor de um curso sobre vinhos.

A escolha do local do encontro também é chave para o sucesso. Uma sugestão, bem aceita, é fazer um rodízio entre os confrades: a cada encontro, um se encarregará de escolher o local e o que será servido. Claro, notas serão atribuídas para cada encontro e um “vencedor” será declarado.

Uma boa confraria pode (e deve) ir além das reuniões periódicas. Um dos pontos fortes é usar a força de um grupo para obter algumas vantagens. Aqui estão algumas delas:

Comprar vinhos em caixas – sempre há descontos para caixas fechadas, seja diretamente na vinícola ou em lojas especializadas. Há, também, a possibilidade de se obter frete grátis, em algumas situações. A compra não precisa ser de um único tipo de vinho, caixas mistas são comuns;

Passeios e viagens – grupos são sempre bem-vindos e, na maioria das vezes, há bons descontos nos ingressos e degustações. Outra grande economia se faz no transporte; alugar uma van é mais interessante do que diversos carros. Dependendo da negociação, os preços de passagens e hospedagem podem ser mais interessantes para um grupo do que individualmente;

Aluguel de espaços para eventos – embora não seja exatamente uma vantagem, dividir o custo por todo o grupo pode viabilizar muita coisa, por exemplo, um curso, uma degustação voltada para algum produtor específico, outros temas como azeites, gastronomia etc.

Alguns subprodutos interessantes:

– Possibilidade de uma vinificação dedicada à confraria, com rótulo personalizado;

– O mesmo raciocínio se aplica para taças e outros acessórios, como decantadores, saca rolhas, bolsas para transporte de vinhos e muito mais.

A pegadinha fica por conta do trabalho para organizar isto tudo, ou seja, não é mais só degustar bons vinhos…

Dois fatores são fundamentais para o sucesso de qualquer confraria, não importando, muito, o tamanho dela:

– Um bom nome;

– Alguém que assuma as rédeas, pelo menos, no início.

Saúde e bons vinhos!

 CRÉDITOS:

Imagem de Freepik

Há controvérsias 3:
Carvalho francês, americano, outras madeiras

Todos sabem que existem vinhos que passam por madeira, a mais conhecida é o carvalho, e que existem vinhos que sem madeira. São dois produtos bem diferentes em termos de aromas e sabores, bem como na maneira de harmonizar com alimentos. Cada um tem o seu nicho.

Então, onde está a controvérsia?

O melhor seria colocar no plural, “controvérsias”.

Eis algumas delas:

– Carvalho francês, americano ou do leste europeu?

– Barricas, cavacos, aduelas ou adição de extratos?

– Por que só carvalho, e as outras madeiras? Quais?

Não pretendemos esgotar o assunto, apenas enfatizar os aspectos que consideramos mais relevantes e que vão contribuir para se obter vinhos de melhor qualidade.

O debate sobre com ou sem madeira já está decidido. Cada um tem um objetivo e público específico.

Mais interessante é discutir sobre qual tipo de carvalho traz a melhor contribuição para o vinho. Tradicionalmente, duas espécies são as favoritas.

A primeira é o carvalho francês (Quercus robur, petraea ou sessilis) das florestas de Allier, Limousin, Nevers, Tronçais e Vosges. O mais famoso é o de Tronçais. A principal característica são os aromas de feno e notas vegetais.

A segunda é o carvalho americano (Quercus alba), que tem uma textura diferente da dos franceses e sua principal característica é agregar aromas de baunilha, manteiga e notas adocicadas.

Ambos transmitem taninos e coloração adicional ao vinho armazenado em seus tonéis.

Com o fim dos regimes totalitários do leste europeu, foi possível obter madeira de carvalho de mais uma origem, as florestas da Eslavônia, na Croácia. A madeira é mais granulosa permitindo uma ótima micro-oxigenação. Também é menos tânico e passa aromas e sabores bem equilibrados para o vinho.

Qual usar?

Para nossa alegria, os produtores preferem usar as 3 espécies, mesclando as influências a seu gosto. Há quem só use um tipo ou outro, há quem misture madeiras numa mesma barrica e há que amadureça vinhos em diferentes madeiras de carvalho para misturá-los (corte) posteriormente.

Nem só de barricas vive o vinhateiro. Existem outros recursos, alguns bem fora da curva. Para algumas vinícolas, o preço de um conjunto de barricas é proibitivo. Soluções engenhosas foram encontradas e bem utilizadas, apesar das “controvérsias”.

Usar cavacos de madeira ou aduelas inteiras, imersas no tanque de inox é uma solução muito utilizada por produtores australianos e neozelandeses. O resultado é excelente e muito difícil de ser identificado por degustadores experimentados.

Já os críticos preferem fazer coro afirmando que “não seguem as tradições”. Imaginem o que pensam sobre alguns produtores, pouco ortodoxos, que preferem “temperar” seus vinhos com “extratos de carvalho”, como se fosse um perfume…

Haja controvérsia, com razão.

Por fim, a maior e eterna discussão é a hegemonia dos carvalhos. O que acontece com outras madeiras?

Faltam conhecimento adequado, recursos para investir em pesquisa, matéria-prima em algumas regiões – uma árvore de carvalho pode demorar 150 anos para chegar no momento do corte – e falta vontade para mexer num time que dá certo há séculos.

Curiosamente, algumas outras madeiras já foram usadas ou ainda são empregadas para funções menores. Por exemplo, tonéis de castanheira, uma madeira de baixo custo, ainda são usados para armazenar ou transportar grandes volumes de vinho. Algumas de suas características protegem o precioso líquido em seu interior.

Acácia e cerejeira têm sido usadas, em menor escala, aproveitando características bem específicas como adicionar cor ou permitir um amadurecimento mais rápido. Vinhos brancos são os grandes beneficiados.

No Brasil, tanto a EPAMIG como alguns produtores arrojados têm usado madeiras tipicamente nacionais para obter vinhos de qualidade: jequitibá rosa, grápia, ipê-amarelo e castanha-do-pará. Os resultados são promissores.

Dois vinhos já se destacam no nosso mercado, o Sauvignon Blanc Barrica Brasileira da Vinhética e o Juju, da vinícola Arte Viva, um rosé elaborado com Marselan, Chardonnay e Riesling. Antes do blend, o tinto estagia em barricas de jequitibá rosa e os brancos em carvalho francês.

Não temos carvalho como na Europa ou na América do Norte, mas temos as maiores florestas do mundo e uma variedade quase inesgotável de madeiras para testarmos.

Os pesquisadores da EPAMIG se basearam nas madeiras utilizadas na produção da nossa cachaça, para iniciar suas pesquisas e estão no caminho certo.

Interessante sinergia…

Um dia chegamos lá.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Imagem de Leo Hau por Pixabay

Há controvérsias 2:
Vinhas em pé franco ou enxertadas?

A questão a ser resolvida é a seguinte:

Qual vinho seria melhor, em termos absolutos: aquele vinificado a partir de uvas viníferas originais, em “pé franco” ou o vinho obtido das parreiras que foram enxertadas sobres as raízes “americanas”?

Muita coisa para esclarecer antes de entrar no debate.

A controvérsia só existe por conta de uma praga, a filoxera, que dizimou quase todos os vinhedos europeus, lá no século XIX. Até hoje, não existe uma forma de exterminar este indesejável pulgão que suga a videira até sua morte. Mas há diversas formas de controle.

A maneira mais simples de enfrentar este problema é escolher um tipo de terreno que não seja favorável a este inseto, por exemplo, regiões de solos mais arenosos ou vulcânicos, além de áreas muito isoladas aonde a praga nunca chegou.

A solução mais adotada, até hoje, é a enxertia, técnica muito conhecida e bastante empregada na agricultura. No nosso caso, a muda de uma vinífera é enxertada sobre a raiz de uma uva comum, conhecida como “americana”.

Esta técnica permite a perfeita sobrevivência das castas que conhecemos pois a raiz, ou “cavalo”, é imune à filoxera. Podemos afirmar, com segurança, que o vinho que estamos acostumados a consumir provém de videiras assim.

Vinhas em “pé franco” existem e produzem em alguns lugares do mundo: Chile, Argentina, Colares em Portugal, Toro na Espanha, Monte Vesúvio na Itália, ilha de Santorini na Grécia e regiões da Austrália e da Nova Zelândia. Pode haver outras que ainda não foram catalogadas.

Uma das descobertas mais curiosas está em Graves, Bordeaux. Existem pequenos vinhedos de castas pouco conhecidas, todas anteriores à devastação pela praga: Castet, Pardotte e Mancin. A partir delas é elaborado um vinho único, o Liber Pater, vendido com um preço nada camarada de 40.000 euros uma garrafa …

Seu produtor, Loïc Pasquet, um entusiasta das uvas não enxertadas, criou uma associação dos produtores que só trabalham com estas videiras, a Les Francs de Pied, que procura estimular o plantio desta forma.

Há um certo regionalismo nesta organização, o que resultou em pesadas críticas. Produtores chilenos que mantém seus vinhedos originais não são aceitos porque alguns vinhateiros optaram por usar a técnica de enxertia em determinadas regiões.

Embora enxertar seja uma técnica bem dominada, quando falamos de videiras a coisa muda de figura. Existem diversos tipos de “raízes”, algumas preparadas para receber determinada casta. Do ponto de vista da qualidade da uva obtida, a opinião é quase unânime: os cachos são mais regulares e o manejo do vinhedo é muito mais fácil. A qualidade da vinificação é indiscutível.

As críticas recaem sobre a escolha de determinadas raízes, que consumiriam muito potássio e nitrogênio do solo, criando um desequilíbrio. A chave para se obter um bom produto consiste em acertar o “cavalo” a ser enxertado.

Então, quem produz o melhor vinho, afinal?

Há muita coisa acontecendo neste cenário. Uma revista especializada, a francesa Revue du Vin, já organizou uma degustação comparativa entre os dois tipos de vinhos, sem nenhuma conclusão prática. A Francs de Pied investe em pesquisas científicas em busca de marcadores específicos para o vinho de pé franco, que permitam uma boa caracterização e diferenciação. Já delinearam alguns pontos, mas falta uma comprovação.

A grande dificuldade é que seria necessário um vinhedo de dupla característica: uma parte enxertada e outra não, das mesmas castas. O manejo teria que ser idêntico e o vinho elaborado pela mesma equipe e com as mesmas técnicas.

Até lá, quem vai decidir a contenda é o gosto do consumidor ou mesmo o seu bolso. Vinhos de uvas “pé franco”, originais, são raros, poucos e caros.

Há espaço para os dois tipos.

Vale aquele velho jargão: “Gosto não se discute”.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Old Vines por outdoorPDK está licenciada sob CC BY-NC-SA 2.0

Há controvérsias:
Pisa a pé ou meios mecânicos?

Para produzir vinho, as uvas têm que ser esmagadas, prensadas, amassadas, enfim, precisam passar por um processo que rompam as peles dos bagos e liberem o suco, para que possa ocorrer a fermentação, onde o açúcar do sumo será transformado em álcool.

O processo mais tradicional é a pisa a pé, um método muito fotogênico e bastante conhecido, mas nem todo mundo se dá conta do esforço brutal que é necessário para, por exemplo, pisar algumas toneladas de uvas.

Uma pisada típica duraria cerca de 3 dias, divididos em intervalos de 3 a 4 horas. Os primeiros minutos são lindos, até turistas participam do evento, sempre com música e cantoria para ditar o ritmo.

Agora imaginem ficar horas a fio, para lá e para cá, no lagar, pisando algo que se acha muito macio, mas, se forem cachos inteiros, a coisa pode ser bem mais dura.

Tecnologia existe para substituir este trabalho intensivo por diversos meios mecânicos, alguns de alta tecnologia. Vão desde robôs que imitam o movimento da pisada até prensas muito elaboradas que usam uma espécie de bexiga (bladder press), além de sofisticados controles a cada etapa do processo, para obter o mesmo efeito.

Mas e o resultado é o mesmo?

Alguns produtores dizem sim enquanto outros dizem não.

Vamos aos fatos:

Os defensores do método tradicional alegam que há um maior controle sobre a qualidade do mosto a ser fermentado. Insistem que, pelos meios mecânicos, nem sempre é possível controlar a quantidade de taninos jovens decorrentes dos talos, peles e sementes prensados. Já com o trabalho humano, a sensibilidade dos pés de cada um seria inimitável. Mas, para isto ser verdadeiro, o grupo de pisadores teria que estar bem treinado.

A seu favor, lembram que um dos vinhos mais icônicos, o português “Vinho do Porto”, continua sendo elaborado por este processo.

Verdadeiro até um certo ponto. O Porto pode ser elaborado por qualquer um destes caminhos. Algumas Quintas usam a pisa apenas para vinhos de pequenas produções.

Além de Portugal, Espanha, França, Itália, EUA e até no Brasil a pisada ainda é utilizada, seja para a alegria dos turistas ou em busca de diferenciais de qualidade. Os vinhateiros que seguem o caminho dos vinhos naturais, orgânicos, biodinâmicos etc. são defensores deste processo – mínima intervenção.

Do outro lado do ringue, desculpem a metáfora, estão os grandes produtores de vinho. Todo o processo de vinificação, atualmente, pode ser controlado nos mínimos detalhes. Cada tipo de vinho a ser elaborado exige um certo tipo de atenção. Por exemplo, pode-se ou não usar os cachos inteiros; vinhos brancos não são macerados com suas peles; as leveduras empregadas na fermentação podem ser preparadas para cada tipo de casta utilizada e muito mais.

É um grande arsenal de recursos que pode e deve ser usado, com sabedoria. Os grandes produtores sabem disto e investem, constantemente, em novas tecnologias.

E ninguém reclama destes vinhos…

Reconhecer, numa degustação, que um vinho foi elaborado por pisa a pé é tarefa impossível. Se a ficha técnica não fizer menção a este especial processo, não é possível diferenciar de um vinho elaborado com alta tecnologia.

Quem poderia comparar e julgar, objetivamente, seriam os críticos, os Sommeliers e gente especializada, desde que tenham as informações necessárias. Mas é muito difícil: não existem vinhos “iguais” que sirvam de base para uma comparação. Qualquer opinião será, sempre, subjetiva.

Sendo assim, quem deve decidir esta controvérsia são os consumidores. Cabe a eles, somente, gostar ou não deste ou daquele rótulo, seja feito por cinematográficos processos ou apenas frutos de grandes investimentos em técnicas atuais.

Honestamente, neste julgamento final o peso maior não vai estar no método; outros parâmetros serão mais relevantes.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Imagem de macrovector no Freepik

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