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Vinho na Copa do Mundo 2014

No dia 12 de junho deste ano no inacabado Itaquerão, que deveria ter sido chamado de “Curingão”, ocorreu o 1º jogo da tão esperada Copa do Mundo FIFA, na qual o nosso esquadrão “Canarinho” tentará ser hexacampeão, acalmando os nervos de governantes e cidadãos… Vamos torcer, obviamente, mas sem o mesmo entusiasmo observado em outras épocas, notadamente 1970.
 
Chega de saudosismo!
 
A grande novidade introduzida pela poderosa D. FIFA foi a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios, que era proibida por resolução da CBF e foi, tecnicamente, ratificada pelo Estatuto do Torcedor (existem brechas jurídicas). Como um dos patrocinadores desta Copa é a Cervejaria Budweiser, da Inbev, o nosso Senado aprovou, em regime de urgência, A Lei Geral da Copa que, entre outras benesses concedidas para a D. FIFA, libera a venda de bebidas alcoólicas durante os jogos.
 
Além da cervejota, estarão presentes 3 vinhos tranquilos brasileiros e 1 espumante, que a nossa poderosa e arrogante personagem principal decidiu que seria francês: um Taittinger. Uma tremenda deselegância com os nossos excelentes produtos. Só por isto já valia um protesto!
 
O Sr. Blatter, velho conhecido nosso, é um daqueles personagens que tem até assessor para pegar coisas que caem no chão. Muito necessário no caso dele, pois se abaixar, não levanta mais…
 
Intriga? Olha a prova aqui:
 
 
Para fornecer os vinhos, um branco, um tinto e um rosé, escolheram uma vinícola boutique localizada no Vale dos Vinhedos, a Lidio Carraro. Interessante escolha, pois esta empresa já havia fornecido os vinhos dos Jogos Pan Americanos de 2007 no Rio de Janeiro. Naquela época foram selecionados 5 rótulos da vinícola, entre eles, 2 espumantes.
 
 
Para a Copa foi desenvolvida uma linha especial denominada Faces FIFA World CUP™.
 
Segundo a vinícola:
 
“A cor, os aromas e os sabores do Brasil. A sua terra e a sua gente traduzidos no vinho. Um “time de uvas” em perfeita harmonia, provenientes de distintos terroirs brasileiros, para valorizar a diversidade, vocação e identidade do País verde-amarelo! A combinação de uvas escolhida forma o caráter do vinho onde cada uva é responsável por um atributo na composição da cor, aroma e sabor”.
 
O Branco
 
Um corte de três uvas bem adaptadas ao terroir Gaúcho: Chardonnay, Moscato e Riesling Itálico. Foram vinificados em separado utilizando-se métodos adequados para cada casta. Depois de amadurecidos em tanques de Inox foi feita uma assemblage na proporção de 1/3 para cada vinho.
 
Na taça mostra cor amarelo dourada brilhante com lágrimas preguiçosas. As primeiras notas sentidas são as que têm como origem a Moscato: rosas brancas, frutas cítricas e frutas exóticas, complementadas com notas de flor de tília e pêssego maduro passadas pelos demais vinhos. O Riesling Itálico contribui com frescor e persistência, além de uma nota delicada de flores brancas cabendo ao Chardonnay ser a estrutura de ligação entre os vinhos, contribuindo com notas frutadas, volume e consistência em boca. O retrogosto é agradável e convidativo.
 

O Rosé

Este vinho foi pensado para ser o preferido nas cidades de clima mais tropical. Algo para ser consumido nos dias quentes, em vez da cerveja. Um vinho descompromissado. A embalagem foi estudada para ter pouco peso e ser fechada com tampa de rosca simplificando sua abertura. Ainda assim, é um vinho elaborado com todos os cuidados exigidos e com o padrão de qualidade da Lidio Carraro.
 
Novamente 3 castas foram selecionadas, Pinot Noir, Merlot e Touriga Nacional, representando as diferentes regiões onde se cultivam as viníferas no Rio Grande do Sul. O corte, obtido a partir de vinificações em separado, como no vinho branco, contemplou a seguinte proporção: 50% Pinot Noir, 35% Merlot e 15% Touriga Nacional. Segundo a Enóloga Monica Rossetti, está foi a melhor combinação, obtida após numerosos ensaios.
 
A coloração rosa salmão produz agradável impacto visual convidando a uma degustação descontraída. Os 50% Pinot Noir produzem um caráter essencialmente frutado, com notas como cereja, groselha e pomelo. Aromas complementares de framboesa e morango, que aparecem depois de alguns minutos de evolução na taça, são devido à casta Merlot, exercendo um papel determinante na boca, conferindo um agradável volume e um perfil refrescante e jovial ao vinho. A casta de menor proporção, Touriga Nacional, marca a personalidade do vinho com uma nota floral de rosas e especiarias orientais.
 
 

O Tinto

Foi elaborado com uma interessante característica: 11 castas diferentes, como se fosse um time de futebol, com uma escalação pensada cuidadosamente. Sem dúvida é o vinho mais interessante do grupo. A elaboração foi muito trabalhosa: cada uva foi vinificada de forma independente, utilizando diferentes processos para cada casta. A preocupação da enologia era ressaltar as diferentes combinações de solo, clima e uvas que caracterizam a produção de vinhos no Rio Grande do Sul. Um resultado interessante. Eis a “escalação”:
 
Goleiro: Malbec;
 
Defesa: Tannat, Nebbiolo, Alicante e Ancelotta;
 
Meio-Campo: Pinot Noir, Touriga Nacional, Tempranillo e Teroldego;
 
Ataque: Cabernet Sauvignon e Merlot.
 
 
Para o corte, os vinhos passaram por fermentação malolática e após vários testes escolheram a seguinte proporção:
 
50% Cabernet e Merlot;
 
35% Tannat, Malbec, Pinot Noir e Teroldego;
 
15% Ancelotta, Nebbiolo, Touriga Nacional, Tempranillo e Ancelotta.
 
Na taça, este vinho remete imediatamente às duas uvas “atacantes” em cor e aromas marcantes. Como num time de verdade, as “meio-campistas” marcam sua presença através de sutis notas de ameixa, chocolate, framboesa e violetas, além de proporcionar volume. Coube ao grupo da “defesa” cuidar da estrutura e dos aveludados taninos. A Malbec, firme no gol, responde pelo final de boca com suas notas frutadas e de especiarias doces.
 
 
Apesar das descrições elaboradas, fornecidas pela vinícola, são vinhos para serem consumidos já. Foram elaborados com todo o cuidado e preocupação com a qualidade, mas isto só não os torna “grandes vinhos” e nem poderia ser diferente. O principal objetivo é comemorar nas vitórias ou consolar nas derrotas. Findo o torneio, serão lembrados como bons companheiros. Tempo de guarda máximo de 3 anos.
 
Dica da Semana: escolham a sua versão preferida.
 
Faces FIFA World CUP$

Escolhendo um Vinho no Restaurante

Este é um assunto obrigatório para quem gosta de vinhos, principalmente para não fazer nenhuma bobagem quando nos entregam a temida Carta de Vinhos e somos convidados a selecionar uma garrafa para acompanhar a nossa refeição.

Existem regras para se elaborar uma boa carta. Para interpreta-la corretamente precisamos conhecê-las. Este é o assunto desta coluna.

Uma carta preparada corretamente deve conter algumas informações, seguir uma ordem de precedência e estar em sintonia com o tipo de gastronomia oferecida e a localização do restaurante.

A título de exemplo vamos usar a organização de uma carta de um restaurante de comida italiana no Brasil. Para efeitos didáticos ele será equipado com uma completa adega e um sistema de serviço de vinhos em taça: este deve ser o primeiro item da carta.

Pela ordem seguiriam:

– vinhos de aperitivos, em geral os espumantes. Eventualmente podem aparecer os fortificados secos (Porto e Jerez) e os Brandys;
– vinhos brancos secos;
– vinhos rosados;
– vinhos tintos;
– vinhos de sobremesa;
– fortificados doces.

Dentro de cada tipo de vinho acima os produtos disponíveis serão apresentados seguindo esta organização lógica:

– por país
      – por região
            – por varietal (casta)

Mas isto só não basta. Precisamos de uma ordem de precedência dos países produtores. O mais comum é encontrá-los listados em ordem alfabética, sinal que este restaurante não tem um bom Sommelier e provavelmente o seu serviço e a Carta de Vinhos são sofríveis.

Um local de classe adotaria a seguinte ordem de precedência:

– vinhos nacionais (se houver);
– vinhos do continente ou do pais do estilo gastronômico (neste caso, Itália);
– vinhos de outros continentes, por ordem de importância.

Em cada item destes, havendo diversos produtores, os mais importantes aprecem em primeiro lugar.

No nosso exemplo listaríamos os vinhos nesta ordem:

Brasil;
Chile; Argentina; Uruguai; (vinhos do continente)
Itália; (linha gastronômica)
Outros países produtores.

 
Para finalizar a carta e deixá-la a mais profissional possível, precisamos passar as informações que são realmente relevantes:

– Nome e tipo do vinho;
– produtor;
– safra;
– país de origem e região (os vinhos devem estar dentro de seus segmentos);
– volume da garrafa;
– preço.

Testem sua capacidade de observação: a carta a seguir tem alguns defeitos se considerarmos as regras apresentadas. O restaurante tem Pizza como prato principal…

 
Descubram os erros. (comentários no fim da coluna)

Com a chegada dos Tablets, as Cartas de Vinhos dos bons restaurantes deixam as limitações do papel de lado e embarcaram em novas dimensões. Agora é possível fazer diversos cruzamentos de informações que, até então, só podiam ser feitos com o auxílio do conhecimento daquele que manuseava a carta. Curiosamente, era sempre o homem mais velho da mesa. Resquício de uma era patriarcal em que só os machos tomavam decisões, vinhos inclusive. Os leitores já repararam que só nos é oferecido uma única cópia da Carta de Vinhos, enquanto cada comensal recebe um cardápio?

 
A qualidade da informação ganhou muito. A Carta de Vinhos cibernética pode apresentar uma infinidade de informações que vão desde uma foto do rótulo, passam por algumas críticas relevantes e terminam com sugestões de harmonização com o cardápio da casa. Show!

Numa carta tradicional isto é quase impossível.

Dica da Semana: estamos na época em que podemos consumir bons tintos sem se preocupar com as temperaturas elevadas dos dias de verão.

Q do E Baga-Merlot 2011 – $

À pungente variedade Baga, típica da Bairrada, juntou-se a maciez do Merlot e surgiu esse tinto, um vinho gastronômico e descomplicado, de excelente custo x benefício. A presença generosa de taninos e a boa acidez deste vinho sugere a harmonização com carnes vermelhas e gordas. O acompanhamento com molhos é bem-vindo

 

Defeitos da carta apresentada:

1 – não apresenta os preços;
2 – logo no início, apesar de ser um restaurante brasileiro, coloca o Champagne e espumantes argentinos antes dos espumantes nacionais;
3 – nos tintos, lista corretamente os vinhos brasileiros e do continente, mas pula, em seguida, para os espanhóis. Ou não tem vinho italiano, um erro, ou os colocou fora de ordem (só é apresentada uma página da carta).

Avaliação: se o leitor encontrou…

1 erro – precisa treinar mais;
2 erros – já pode pedir o vinho sem medo;
3 erros – Sommelier

Um alerta! – na coluna passada “Garrafas de vinho abertas: o que fazer?“,  mencionamos um acessório, o Coravin, capaz de servir o vinho sem retirar a rolha da garrafa. Nesta semana o produto foi retirado do mercado devido a uma falha em seu projeto: as garrafas preenchidas com o gás Argônio estavam explodindo. Um risco desnecessário.

Manteremos os leitores informados do desenrolar deste “imbróglio”.

Dois estudos interessantes

#1 – Vinho x Cerveja
 
Para os menos atentos, estas duas delícias são produzidas de forma semelhante: são fermentadas. Podem ser de uma mistura de grãos ou de uvas viníferas. Nas cidades praianas ou de clima mais quente, beber um loura suada é um prazer indescritível. Se for uma tulipa de chopp, melhor. Talvez por esta razão o consumo de vinhos, no Brasil, é tão pequeno.
 
Este curioso estudo, realizado na Universidade de Zurique com colaboração do Hospital Universitário de Vaudois, analisou 5400 homens na faixa etária dos 20 anos, de diversas atividades profissionais, pesquisando o comportamento dos bebedores de cerveja. O resultado foi uma surpresa:
 
Homens que preferem as cervejas assumem mais riscos que aqueles que bebem vinho ou mesmo dos que não têm preferência por uma bebida alcoólica determinada. Como um efeito colateral, os cervejeiros bebem mais que a média e estão mais suscetíveis a experimentar drogas ilegais…
 
A pesquisa constatou que, num período de uma semana, aqueles que consomem cerca de 20 copos de cerveja tendem a fumar maconha, pelo menos uma vez, e admitiram ter experimentado uma substância ilegal nos últimos 12 meses.
 
 
 
Com relação aos amantes do vinho, apenas 5% dos pesquisados, eles seriam menos atraídos pelas drogas proibidas.
 
Os jovens suíços preferem as cervejas, mas isto não impede que a pesquisa seja utilizada em outros países.
 
Um dos fatores preponderantes é o preço, sensivelmente menor que o do vinho, tornando-se um atrativo natural para os que estão em início de carreira ou menos favorecidos financeiramente. Em determinados países este comportamento de risco é um problema que aflige a todos.
 
A pesquisa serve de embasamento para campanhas oficiais de redução do consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens.
 
Para não correr riscos, bebam Vinho!
 
#2 Vinho e Depressão
 
Pesquisadores espanhóis acompanharam um grupo de 5500 homens e mulheres entre os 55 e os 80 anos de idade, durante um período de 7 anos. Selecionaram pessoas que, no início do estudo, não tinham problemas com depressão e nem tomavam medicamentos para isto. Os resultados foram animadores.
 
 
 
Constataram que aqueles que consumiam uma quantidade de álcool entre 5 a 15 gramas, por dia, o que equivale a 1 taça de vinho (50 ml a 150 ml), correram menos riscos de desenvolver um processo depressivo, comparando com pessoas que nunca consumiram bebidas alcoólicas.
 
O estudo mostrou que mesmo nesta era de crises econômicas, grande desemprego e outras más notícias diárias, este mínimo consumo regular era saudável. Impressionante!
 
Para estes estudiosos, o vinho, entre todas as bebidas analisadas, é o grande aliado do grupo da 3ª idade para prevenir este complicado problema.
 
O que vocês estão esperando?
 
O Vinho é o melhor aliado para combater a depressão. Uma taça por dia não faz mal e ajuda, também, no combate à ansiedade e pressão alta.
 
Dica da Semana:  para iniciar este tratamento já!
 

Tilia Malbec Syrah 2012 Combinando duas castas de grande exuberância, o Tilia Malbec/Syrah é um verdadeiro presente para os hedonistas.Macio, maduro e incrivelmente saboroso, mostra um estilo moderno, mas muito equilibrado, impossível de não gostar.Um vinho de espetacular relação qualidade/preço!

RP 88 (2012)
RP 89 (2011)
 

Garrafas de vinho abertas: o que fazer?

Hoje é dia de aula prática!

Deixar uma garrafa pela metade é coisa bem comum. Para muitas pessoas isto se torna um problema, principalmente quando o vinho é bom: como armazenar corretamente e por quanto tempo pode ser guardado sem prejuízo?

Existem vários truques, além de bons acessórios que podem ajudar nisto. Também podemos ser criativos e destinar a sobra do vinho para outras finalidades.

Escolham uma das sugestões a seguir.

1 – Arrolhar a garrafa com sua rolha original.

Pode parecer meio óbvio, mas este procedimento tem uma pegadinha importante: a rolha deve ser colocada na posição original. Nada de inverter e colocar o lado externo para dentro da garrafa.

A explicação?

Fácil: a face que está em contato com o vinho já se mostrou boa não estragando nada e nem interferindo nos sabores. O lado oposto, em compensação, esteve exposto a sujeiras, fungos, gorduras, etc.

Alguém quer arriscar?

2 – Refrigerar o que sobrou.

Pouca gente se lembra deste detalhe. Fazemos isto com os alimentos então por que não fazer, também, com a nossa bebida favorita?

Tem mais: podemos congelar!

Resfriar a sobra de um vinho não vai impedir sua oxidação, mas vai retardar bem o processo. Recolocar a rolha e deixar o vinho em pé na porta da geladeira já é uma boa medida. Dura uns 2 dias.

Para congelar é necessário adotar alguns procedimentos de segurança: não se deve colocar uma garrafa de vidro no congelador. A quantidade de água que existe no vinho, quando congela, pode causar uma rachadura e estragar tudo.

O ideal é transferir o que sobrou para garrafas plásticas pequenas (vazias) de água mineral e colocá-las no congelador. Aguentam, sem problemas, um bom par de meses. Para descongelar proceda da mesma forma como se fosse para um alimento: deixe na parte baixa da geladeira um ou dois dias antes de consumir ou do lado de fora se pretende usar rapidamente.

Há quem utilize formas de gelo ou mesmo potes plásticos. Mas precisam estar imaculadamente limpos, esterilizados se possível, e bem selados para evitar contaminações cruzadas.

3 – Acessórios!

Um dos mais famosos é o Vacu Vin, uma rolha plástica que é colocada a vácuo com o auxílio de uma bomba manual. Existem vários similares. Funciona razoavelmente por uns 3 ou 4 dias se guardarmos a garrafa na geladeira. Praticamente o mesmo tempo que se obtém com a rolha comum. O princípio de funcionamento é bem lógico: se é o ar (oxigênio) que estraga o vinho, o ideal é retirá-lo. Os melhores resultados, entretanto, são obtidos quando se deixa uma pequena quantidade de ar na garrafa.

 
 
O AntiOx é outro dispositivo que evita a oxidação utilizando uma tecnologia revolucionária, uma espécie de filtro de carvão, que impede o contato do oxigênio com o vinho. Simples e prático. Segundo o fabricante, sua capacidade de proteção supera a do acessório anterior: garante o vinho por cerca de 10 dias.
 
 
Existem tampas metálicas ou de silicone que funcionam muito bem desde que respeitados certos limites. O mais importante deles é o tempo de guarda. Se for de 1 ou 2 dias, apenas, elas dão conta, mais que isto…
 
 
São ótimas para proteger uma garrafa de vinho que vai ser consumida ao ar livre, evitando a entrada de insetos, folhas, poeira, etc.
 
O mais sofisticado equipamento do momento é o Coravin, um extrator de que consegue servir o vinho sem tirar a rolha. O espaço vazio será preenchido com um gás inerte, o argônio, mantendo a integridade da bebida original. Não é barato, mas funciona muito bem. Há algumas restrições de ordem burocrática para trazer este aparelhinho para o Brasil: não é possível transportar este gás em aviões.
 

 
4 – Sendo Criativo
 
Colocando na ponta do lápis, o consumo de uma garrafa de vinho por um casal durante a refeição não é nada fora do normal. Os 750 ml se traduzem em duas taças para cada um com uma última dose que pode ser dividida irmãmente. Há uma vantagem nisto se lembrarmos de que consumir de 1 a 3 taças por dia é considerado um hábito salutar.
 
Em outras culturas que estão mais habituadas ao consumo diário de vinhos, encontram-se, facilmente, as ½ garrafas, ótima opção para quando se está sozinho ou não desejamos consumir muito álcool. Algumas boas lojas já oferecem esta tamanho para seus clientes, com uma ampla variedade de produtores.
 
Finalmente, se nada disto for suficiente, que tal usar a sobra do vinho numa elaborada preparação culinária?
Receitas de marinadas que amaciam e temperam as carnes ou sofisticados molhos que as acompanham podem ser encontrados nos melhores livros de cozinha. Entre os pratos clássicos tradicionais citamos o celebrado “Coq au Vin”, o “Boeuf Bourguignon” e a “Bouillabaisse”.
 
Isto é que se chama dar um bom destino às sobras!
 
Dica da Semana:  uma vantagem da ½ garrafa é que podemos tomar um grande vinho a preço convidativo. Basta escolher bem a companhia.
 

Sonoma County Zinfandel 2010 (½ gfa.) 
Seghesio é um dos maiores especialistas em Zinfandel dos Estados Unidos e este excelente tinto já foi indicado diversas vezes para a lista dos “100 Melhores Vinhos do Mundo” pela Wine Spectator. Encorpado e com muita personalidade!

Degustação da Ventisquero no La Mole

Com o fim do verão, começa, aqui no Rio de Janeiro, a temporada de eventos para a divulgação dos vinhos de diversos produtores. Fomos convidados para participar de um jantar harmonizado com os vinhos desta boa vinícola chilena. José Paulo Gils (*) representou a coluna.

A Viña Vetisquero é liderada por uma equipe jovem e criativa. Um grupo de enólogos e produtores que decidiram fazer vinhos de qualidade, modernos e fiéis à sua origem. Vinhos que revelam a sua vocação para ir “um passo adiante”.
 
Sob o olhar de Felipe Tosso, enólogo chefe, a vinícola nasceu no Vale do Maipo e três anos mais tarde, expandiu seus horizontes para os Vales de Casablanca e Apalta, sendo que neste último são elaborados seus vinhos premium.
 
A partir de vinhedos próprios e a preocupação constante com o terroir, a Viña Ventisquero se propôs a fazer uma linha de vinhos consistentes e de alta qualidade, tendo como uma das principais preocupações o respeito com o meio ambiente, minimizando os impactos decorrentes dos diversos processos de vinificação.
 
O objetivo do evento era apresentar a linha de vinhos Grey que forma com as companheiras Enclave, Pangea, Vertice, Heru, Queulat, Reserva e Yelcho, seu portfolio principal.
 
A linha Grey foi concebida como a expressão máxima do terroir, um lugar onde o clima, o solo e a variedade se reúnem sob o olhar atento dos enólogos. São vinhos equilibrados e elegantes que homenageiam cada “Single Block” (parcela única) de suas origens nos vales de Apalta, Casablanca e Maipo.
 
A apresentação foi dirigida pelo Enólogo Hugo Salvestrini, da Ventisquero. Na organização do evento estava a Enóloga Josi Cardoso da Importadora Cantu. A equipe do La Mole era composta por Antônio Militão, responsável pela filial de Ipanema e pelo Sommelier Ezequias Almeida que se esmerou em todos os detalhes da mesa e do serviço de vinhos, impecável!
 
 
Jantar harmonizado
 
A proposta do Chef Lucas Mendes contemplava opções de entradas e pratos principais, todos harmonizados por Ezequias.
 
 
O “Couvert de Queijos” foi harmonizado com o correto Grey Single Block Chardonnay, safra 2011. Obtido a partir de uvas do Vale de Casablanca, estagia em barricas de carvalho francês o que lhe transmite elegância e frescor. Muito equilibrado e com boa acidez, cumpriu sua função corretamente.
 
 
Para a “Salada Tropical” foi escolhido o Grey Single Block Merlot. Elaborado com uvas de Maipo, passa 18 meses em barris de carvalho francês. Tem boa tipicidade, intensos aromas frutados de cereja madura e ameixas, taninos na medida certa e um elegante final. Boa escolha.
 
 
O Grey Single Block Pinot Noir foi a diferente aposta para acompanhar o “Camarão com Botarga” (ova de tainha) regado ao molho do Chef. Combinação mais ousada e que deu certo. Este vinho, da região do Vale de Leyda, passa 6 meses em barris de carvalho. Mantendo as características desta casta é leve e fresco com aromas de frutas vermelhas. Muito bom.
 
 
O “Peito de Pato ao Vinho” e o “Aligot” foram combinados com o clássico Grey Single Block Carménère que amadureceu por 18 meses em carvalho. Bem equilibrado, encorpado, com taninos no ponto certo e acidez correta. Outro acerto.
 
 
Destacamos a presença de Maria Helena Dias Gomes Tauhata – Vice-Presidente da ABS Rio; Fábio Soares – Enoteca DOC; Fernando Fama – ABS Rio.
 
 
Agradecemos o convite e parabenizamos os organizadores do evento pelo sucesso deste Jantar Harmonizado, no Restaurante La Mole – Ipanema.
 
Um sucesso!
 
Dica da Semana:  porque não?
 
 
Ventisquero Grey Single Block Cabernet Sauvignon
Cor rubi intensa e profunda com aromas de cassis, frutos vermelhos e toques de baunilha.Excelente estrutura de taninos firmes e maduros.Ideal para carnes com molhos sofisticados, queijos muito maduros, escalope de filet mignon, espaguete ao ragu de cordeiro, legumes cozidos, costeleta de javali com batatas amanteigadas.

(*) José Paulo Gils é Diretor da ABS Rio e nosso “comparsa” nas colunas publicadas no site O Boletim.

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