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Simplesmente Vinho 2024 – Porto, Portugal

Estamos na cidade do Porto, em Portugal, onde participamos de duas grandes feiras de vinhos. Esta foi a primeira.

A “Simplesmente” se define como “um salão ‘off’, manifestação independente e alternativa que reúne vignerons unidos simplesmente pelo vinho. Vinho que respeita a terra e o terroir, a vinha e as uvas, pessoas e tradições. Ao vinho sincero que simplesmente quer ser vinho bebido, apreciado, juntamos Petiscos, Arte e Música. Tudo para partilhar com os bons amigos. Vocês!”

Sempre homenageiam um país. Nesta edição foi a Georgia, hoje considerada como o berço da vinha e do vinho. Ao todo foram 111 expositores, sendo 11 produtores da Georgia, 12 da vizinha Espanha e o restante de Portugal.

A feira não se resume em apresentar vinhos. Há várias outras atividades associadas, como jantares harmonizados por Chefs renomados e leilões solidários de arte e vinhos. Um espetáculo à parte.

Os ingressos custaram 21,00 €/dia, comprados com antecedência. Na entrada fomos devidamente identificados e recebemos uma taça personalizada e o caprichado catálogo. A partir daí, dois salões repletos de vinhos para provar e gente muito interessante para conversar.

Dentro deste espírito, fomos ao encontro de um amigo que não encontrávamos desde 2014, Álvaro Martinho, produtor do Mafarrico, Maquia e outros vinhos.

O reencontro foi muito divertido. Álvaro tem sempre ótimas histórias e lembranças para nos contar, além de deliciosos vinhos.

A feira estava instalada nos salões da antiga Alfandega do Porto, na Ribeira, hoje um centro de convenções. A estrutura, apesar de despojada, era muito confortável e espaçosa, com ótima circulação entre os exibidores.

Cada espaço era demarcado por uma simpática barrica, onde os vinhos eram expostos.

Simplesmente impossível citar todos, ou mesmo os que provamos. Experimentamos desde vinhos clássicos até mirabolantes experimentos (deliciosos) que mesclavam técnicas como as do Jerez para produzir outros tipos de vinhos. Vinhas velhas, Biodinâmicos, Orgânicos, Pet-Nats inacreditáveis, enfim, um pouco de tudo.

Uma feira para ser curtida vagarosamente. Todos os produtores, que abordamos, se esmeraram nas explicações, o que não só nos surpreendeu como tivemos a oportunidade de aprender muito.

Pena que só tínhamos um dia para esta visita. Certamente que, numa próxima ocasião, dedicaremos mais tempo a esta excepcional exibição.

Para saber mais, visitem o site: Simplesmente Vinho

Saúde e bons vinhos!

Bodega Vivanco

No último dia do passeio pela Espanha, um domingo, fomos visitar a Bodega Vivanco. Um interessante complexo que inclui uma série de atividades e experiências para todos as idades e gostos. Além dos vinhedos e da área de produção, conta com um formidável museu do vinho que abrange inúmeros aspectos da história desta bebida. Há um ótimo restaurante, área de atividades para crianças, salões para os mais diversos eventos, degustações orientadas, cursos e muito mais.

Só o museu já vale a visita. São 5 salas de exposição permanente, espalhadas por uma área de 4000 metros quadrados. Cobre temas como arqueologia, numismática, saca rolhas e arte. Reservem boa parte do seu dia para poder aproveitar bem. Para completar, há salas com exposições temporárias. Não conseguimos ver tudo, no domingo o museu fecha mais cedo. Mais uma dica!

O passeio começa pelo vinhedo. Desta vez não fomos convidados a provar as uvas ainda nas parreiras. Ao contrário da outra vinícola visitada, esta nos pediu, gentilmente, que permanecêssemos atrás de uma faixa amarela, para preservar as melhores condições sanitárias das plantas.

Em seguida descemos para a espetacular sala dos tanques de fermentação (foto de abertura) que é impactante para qualquer visitante. A empresa usa as mais recentes tecnologias e segue a escola bordalesa onde o atual Enólogo, Rafael Vivanco Sáenz, concluiu seus estudos e se aperfeiçoou trabalhando em algumas das grandes casas de Bordeaux.

O portfólio é grande e está divido em diferentes categorias, Jovénes, Criados etc. Cada uma destas classificações tem sua área. A visita passa por algumas, com o ponto alto na sala da Coleção Vivanco, onde estão seus mais preciosos vinhos.

Seguimos para um gigantesco salão de barricas e saímos pela sala dos saca-rolhas, dentro do museu, para subirmos ao piso de acesso e iniciar a degustação.

A imagem pode sugerir que experimentamos todos estes vinhos, mas foram apenas 2: o Crianza 2018 o Reserva 2014. Ambos estavam corretos, com muita personalidade e boa tipicidade. Estão á venda no nosso país.

Para completar esta experiência, o pacote que havíamos contratado incluía um almoço harmonizado.

Estava tudo delicioso. Foi uma ótima visita. No dia seguinte, cedinho, enfrentamos 8 horas de estrada para retornar à nossa base na Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto.

Hubert, Mônica, Tuty, Claudia, Carol e Tomás

Saúde e bons vinhos!

Enólogo por 1 dia

Não chegou a tanto, “por algumas horas” estaria melhor. Foi uma das atividades mais divertidas e instrutivas pelas quais passei neste imenso mundo dos vinhos.

Tudo começa nestes pequenos tanques, cada um com um vinho semipronto: Trajadura; Loureiro; Avesso; Alvarinho e Arinto. A proposta é aprender as características de cada um e receber alguma informação sobre como se comportam quando misturados. Com tudo isso assimilado e anotado, partimos para o que realmente interessa: cortar o seu próprio vinho.

Para realizar essa tarefa, contamos um conjunto de taças, uma proveta graduada e um rótulo em branco, apenas com o nome da vinícola.

O primeiro passo é degustar cada vinho enquanto um orientador explica as características de cada uva. Em seguida começam os experimentos com as misturas. Uma das recomendações é limitar o número de castas a serem combinadas. Duas seria o normal, três para os aventureiros e mais que isso, “não vai dar certo”. A foto, a seguir, ilustra o momento em que já estava pronto para decidir o que gostaria de misturar e em quais proporções.

Uma das curiosidades ficou por conta da casta Avesso. Nosso mestre explicou que ela se comporta de maneira quase oposta às demais e tende a ser dominante, mesmo em proporções menores. Isso bastou para que eu resolvesse desafiá-la. Só pelo nome, já dava para desconfiar.

O blend inicial é feito com ajuda da proveta. Escolhi a casta Loureiro como base, acrescentei Alvarinho e um toque da rebelde Avesso. O olhar que recebi do professor não foi o de “aprovação” …

Foram necessários uns dois ou três ajustes. Provei a combinação de Loureiro e Alvarinho e fui acrescentando a Avesso até o meu paladar ficar satisfeito. O resultado foi este: 50% Loureiro; 30% Alvarinho; 20% Avesso.

Em seguida o professor calcula as quantidades para encher uma garrafa (750 ml), que nos é fornecida devidamente limpa e esterilizada. Tudo que resta fazer é, pacientemente, encher a proveta algumas vezes, despejando tudo na garrafa. Agora não tem mais volta, alea jacta est.

Mais passos são necessários: arrolhar, encapsular o gargalo, produzir e colar o rótulo. Hora de pagar um mico: como eu era o aluno mais próximo do equipamento, fui convidado a tentar colocar uma rolha na minha garrafa. Primeiro tentei só com um pouco de habilidade e força manual. Como é quase impossível, recebi, para ajudar, um malhete, que também não resultou em nada.

Gargalhadas à parte, e com uma ponta de decepção, sou apresentado à “máquina” arrolhadora, uma relíquia de tempos imemoriais, que funcionou perfeitamente depois de aprender a técnica correta, cheia de pegadinhas: centre a garrafa no apoio, coloque a rolha no receptáculo, ajoelhe no banco com a perna esquerda e faça força na alavanca com o braço direito.

Era assim, antigamente! Uma por uma…

A cápsula não foi difícil, era só escolher a sua cor predileta, colocar no gargalo e usar outra maquininha, aquela vermelha da foto à esquerda, que aquece e cola. Leva poucos segundos. O que vai no rótulo é de livre escolha. Mas ele deve ser colado a “três dedos” acima do fundo da garrafa.

Eis o produto acabado:

Dúvida de todo o grupo que participou dessa experiência: podemos gelar e beber?

A resposta foi: ainda não!

Os vinhos-base estavam em estado bruto. Não foram filtrados, decantados ou mesmo estabilizados. Sugeriu que deixássemos as garrafas de pé, por cerca de 1 semana e só depois estariam adequados para degustar. Podem ser guardados por pouco tempo. O ideal é não esperar muito. Aprendemos, também, que o resultado final pode ter ficado bem diferente do que foi imaginado.

A minha garrafa passou por todas estas recomendações. Viajou até o Rio de Janeiro, onde está repousando. Ainda não decidi quando e com quem vou experimentar este vinho único e que nunca será repetido.

Será que vou pagar outro mico?

Cartas para a redação! (os comentários são sempre bem-vindos)

Saúde e bons vinhos!

Visitamos a Casa da Tojeira

No plano original desta viagem estava prevista uma quarentena de 14 dias por conta da epidemia. No dia de nosso desembarque em Portugal, esta exigência foi suspensa. Havíamos escolhido o Parque Peneda-Gerês como o nosso pouso inicial, numa ótima casa, mas bem isolada, em Fontainho. Como não era possível desistir, tratamos de aproveitar o melhor possível. O lugar é muito bonito e com várias atrações interessantes. Terminado o período contratado, iniciamos nossa viagem para a cidade do Porto, onde residem nosso filho e a esposa.

Um dos objetivos do passeio ibérico era mergulhar no mundo dos vinhos verdes e na região do Minho. Fora de Portugal há uma certa implicância com este tipo de vinho, muito por conta de produtos de baixa qualidade que foram colocados à venda no nosso mercado. Já os portugueses o consomem habitualmente, sendo um ótimo vinho para acompanhar a rica gastronomia da região. Outro fator a ser levado em consideração é o seu custo, girando em torno de 4 Euros para os rótulos de entrada.

A Casa da Tojeira é uma conhecida vinícola localizada em Cabeceira de Basto, que faz parte da região de Peneda-Gerês. A vinícola está listada na Rota dos Vinhos Verdes, uma inciativa da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).

Fomos recebidos por Mila, que seria nossa guia. Sugeriu que visitássemos a casa-sede onde encontraríamos desde um pequeno museu do vinho até grandes salões onde são realizados os mais diferentes eventos.

A mansão, construída no século XVII está perfeitamente conservada e adaptada aos tempos atuais. Só isso já valeria a visita. Haviam mais surpresas, nossos olhos quase não conseguiam ficar parados, tal a quantidade de preciosas informações contidas em cada ambiente: móveis, acessórios, quadros e muito mais. As fotos falam por si.

Vista do interior:

Foto do museu e da cozinha original da casa, preservada para contar história:

Ao final degustamos dois vinhos do extenso portfólio da vinícola.

Os dois vinhos estavam corretos, mas o branco caiu como uma luva naquela hora da manhã (11:00). Gostamos tanto que foi um dos vinhos servidos no nosso almoço de despedida. Mas essa é outra história.

Mila se tornou uma amiga. Foi um longo bate-papo, animadíssimo, que certamente deixou saudades.

Saúde e bons vinhos!

Portugal 2021 – resumo da última semana

Plagiando uma antiga sátira carioca, “O melhor de Niterói é a vista para o Rio”, a melhor vista da cidade do Porto é de quem está em Vila Nova de Gaia. A foto não me deixa mentir.

As duas cidades vão nos deixar saudosos, mas não foram só elas. Conhecemos algumas diferentes culturas e aproveitamos cada momento de nossas aventuras, Minho, Galícia, Astúrias, País Basco e Castilla e Leon.

A última semana foi mais tranquila. Ficamos no Porto e aproveitamos a oportunidade para sermos um pouco “locais”, com poucos programas turísticos.

Na quinta feira visitamos o Museu do Carro Elétrico, que mantem um belo acervo. Existe um passeio turístico num dos bondinhos, mas nos avisaram que é o local predileto dos batedores de carteira. Preferimos fazer uma longa caminhada pela Ribeira, a parte da cidade que fica junto ao Rio Douro.

No fim de tarde fomos jogar Bingo, segundo nosso filho, atividade voltada para a nossa faixa etária. Para o jantar, nos levaram para um dos pontos de balada, a Rua da Picaria, cheia de bares e lojinhas descoladas. Ficamos no Boa-Bao, com menu asiático. Muito bom e diferente.

Os destaques da sexta-feira foram o almoço no Restaurante Augusto, com um curioso menu executivo que incluía pão, sopa, prato de carne ou peixe, vinho maduro ou água mineral, por um preço fixo. Perfeito para a hora do almoço da turma que trabalha naquela região. A comida estava deliciosa.

No final do dia fomos ao cinema (007) e lanchar no tradicional Café Velasquez. Não deixem de clicar nos links para terem uma ideia do que é oferecido nesses estabelecimentos.

Sábado fomos fazer compras. Passamos pela garrafeira Tio Pepe, dali para a Leroy Merlin e depois para o Makro, onde compramos os ingredientes do almoço de domingo, chez Tomás e Carol. Fizemos um Brunch no ótimo Rosaetal.

Domingo foi o nosso bota-fora. Um belo risoto de camarões e diversas garrafas de vinho, entre elas uma “viúva”, celebrando a compra de um novo imóvel pelo casal de anfitriões. Lembrança indelével!

Na segunda e na terça, seguintes, já entramos em ritmo de viagem, preocupados com o peso das malas e como arrumar tudo. Como sempre, algumas comprinhas de último minuto, presentinhos para todos os queridos no Rio de Janeiro.

Sobrou tempo para visitar a Fundação Serralves com suas múltiplas atividades culturais. Almoçamos no simpático Cantinho do Sushi e jantamos, novamente, no bom Gruta.

Na quarta começou a maratona da volta: Porto–Lisboa e Lisboa-Rio. 12 horas de viagem, sem incidentes, mas muito cansativa e com uma burocracia irritante, mas necessária.

Para encerrar o passeio enológico, João Ricardo enviou a relação de quase todos os 29 vinhos provados na degustação da semana passada. Alguns ele não lembrou. Foram 5 flights, com composições diversas.

Flight 1

Encruzado Dão 2016 – Casa Mouraz, Branco
Tobias Branco 2018 – Quinta de Saes, Branco
Indico Branco 2019
Humus Branco 2019
Espinhosos 2016 – A&D Wines, Branco
João Tavares Torre Bical/Cerceal, Branco
Quinta da Palmirinha Loureiro, Branco

Flight 2

Nomos 2019 – Penhó Wines, Branco
Raiz Branco 2019 – Tiago Teles
Dinâmica Branco – Filipa Pato
Branco Dão 2017 – Casa Mouraz
mais 1 vinho que não foi listado

Flight 3

Maria Duck 2020 – Joao Pato, Pet Nat
Suba Pet Nat
Joao Pato White Wine, Branco
Joao Pato Ducking
Joao Pato Kite Ducking
mais 1 vinho que não foi listado

Flight 4

Humos Rosé Pet Nat
Carmin 2020 – Penhó Wines, Rosé
Rosé Dão 2017 – Casa Mouraz

Flight 5

Trans Douro Express Cima Corgo 2019 – Mateus Nicolau de Almeida, Tinto
Serra Oca Castelão 2016, Tinto
Rufia Tinto 2019 – Tavares de Pina
Gradual 2017 – Quinta da Costa do Pinhão, Tinto
Rufia Mencia 2018 – Tavares de Pina, Tinto
Oscar’s Organic Red – Quevedo, Tinto
Tretas 2019 – Tavares de Pina, Tinto
mais 1 vinho que não foi listado.

E para encerrar:

Lavradores de Feitoria Estrada Reserva 2019
Vintopia Intro 2019

Degustados no almoço de domingo.

Cottas Douro 2020, branco

Acompanhou o almoço no Cantinho da Sushi.

Quinta das Tecedeiras Lilás Branco 2020

Provado no jantar do Gruta.

Saúde e bons vinhos!

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